Não Olhe Para Trás escrita por Mnndys


Capítulo 46
Odiar é mais seguro que amar


Notas iniciais do capítulo

E então? Ainda revoltadas com o Ethan? haha

todo mundo odiando a Rebekah pelo que vi



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- Você não vai mesmo conversar com ele? – Kate pergunta.

Estou evitando Ethan desde que descobri sobre ele e Rebekah.

- Não, eu ainda estou com raiva. – Digo.

- Eu também sinto raiva pelo que ele está fazendo, mas não dá para ignorá-lo para sempre.

- Isso porque ele é o seu irmão, mas eu posso.

Kate me lança aquele olhar perspicaz de quem quer me convencer, mas eu não cedo.

Ela está de folga esta tarde e estamos aproveitando a piscina.

- Olha só, falta pouco para o casamento e vocês precisam estar bem até lá. – Ela diz.

É claro que havia um interesse pessoal nesta insistência toda.

- Eu posso fingir. – Falo.

Ela balança a cabeça em negativa.

Meu celular toca. Estou com preguiça de sair da piscina então peço que Kate o atenda.

- Alô... Oi Grace... Quando?... Nós vamos para ai então... Ah eu entendo... Mantenha-nos avisadas então... Ok... Tchau!

- O que minha mãe queria? – Pergunto.

- Ana vai ter o bebê! – Kate exclama.

Ted está um pouco adiantado pelas minhas contas.

Kate disse que mamãe contou que Ana está em trabalho de parto há algumas horas já, mas que mesmo com as constantes contrações ainda não tem dilatação. Mesmo assim Ana ainda está recusando uma cesárea.

Que mulher teimosa!

Já é tarde da noite quando nos cansamos de esperar e vamos todos ao hospital.

Carla, que chegou há alguns dias, está andando de um lado para o outro na sala de espera. Ray e Bob aguardam sentados. Papai e Elliot se juntam a eles. Enquanto eu e Kate tentamos acalmar a mãe de Ana.

Pergunto por minha mãe.

- Foi saber como está tudo. – Ela responde com a voz trêmula.

Logo mamãe aparece. Ela diz que está tudo bem e que logo farão o parto.

Chamo-a disfarçadamente em um canto.

Conheço bem as expressões de médica dela e sei que algo não está tão bem.

- O que foi? – pergunto.

- Ana está muito fraca. Ela não consegue suportar a dor e desmaia. – Mamãe conta.

- Mas vai ficar tudo bem, não é?

- Ana precisa acordar e responder logo a medicação, só quando isso acontecer vão poder fazer o parto. – Ela parece preocupada.

- E tem algum risco?

- Se Ana não responder logo o bebê pode não resistir.

Abro a boca em uma expressão de surpresa.

De repente sinto minha cabeça rodar e preciso me apoiar na parede.

- O que aconteceu? – Mamãe pergunta.

- Só um mal estar.

- Você comeu hoje?

- Não.

Ela me olha brava.

- Então vai fazer isso agora. – Ela ordena. – vai para casa, come e descansa, depois você volta.

- Eu prefiro ficar. – Digo.

- Então desce e come algo.

Sou forçada a obedecer. Ela se oferece para ir comigo, mas peço que ela fique com a mãe de Ana.

Enquanto faço o meu lanche no restaurante do hospital toco algumas SMS’s com o pessoal de Nova York, a maioria com Louis. Ele venceu uma causa essa tarde, está muito contente.

Olho para a pulseira em meu pulso e sinto uma saudade imensa dele. Talvez eu devesse ter ficado por lá. Brinco com os pingentes da pulseira e me forço a lembrar dos dias com Louis no Central Park.

- Bonita pulseira.

Recuso-me a dizer qualquer coisa.

- A sua mãe pediu para ver se estava tudo bem. Ela disse que você se sentiu mal. – Ethan justifica.

- Está tudo ótimo. – Digo.

Meus dedos passeiam pelo celular, buscando uma distração. Ele puxa a cadeira ao meu lado e senta-se.

- A gente precisa conversar. Isso não vai ficar só em um bilhete mal educado. – Diz.

Finalmente o encaro.

- Eu não merecia a verdade? – Pergunto.

- Queria te falar com calma, não ia ser fácil te contar que estava com alguém.

- Você não precisava me contar, porque é sua vida e eu não tenho nada a ver com ela. Não é dessa verdade que eu falei. – Ele me olha intrigado. – Estou falando sobre a verdade de você nunca tê-la esquecido. Você me deu esperanças, a gente se envolveu, e mesmo assim o tempo todo você ainda gostava dela. – Digo.

- As coisas não são assim... – Ele tenta dizer.

- Por que ficou comigo? Por diversão? Por passatempo enquanto a Rebekah não voltava para você? – O nome dela sai com uma pontada de desprezo.

- Eu fiquei com você porque era o que eu queria. A Rebekah só voltou depois que você estava longe. – Conta.

- Você me fez estar longe. – Lembro.

- Eu não vou discutir isso. Só quero que entenda que eu não planejei, é injusto você ficar brava.

- Eu não estou brava porque aconteceu de você ficar com alguém, estou brava porque é ela. Ela te magoou, brincou com você. Kate e Paul estão bravos também, porque talvez eles saibam melhor do que eu o que você passou. – Falo. – Há onze meses atrás eu conheci alguém cheio de marcas do passado, mas aos poucos, juntos, nós fizemos elas sumirem. Mas do que adiantou?

Ethan me olha e nunca interrompe.

- De nada. Porque bastou você estar bem para ficar com ela.

- Não fala assim Mia. – Ele fala com calma enquanto passa a mão em meu rosto. – A garota que eu conheço não é assim.

- E o Ethan que eu conheço tem amor-próprio. – Falo.

- Todo mundo merece uma segunda chance. – Ele diz.

Seguro a mão dele que desliza pelo meu rosto.

- Se você pensa assim tudo bem, mas só não queira que eu suporte isso.

- Você prometeu não me odiar. – Ele lembra.

- Eu prometi não chorar quando nos despedíssemos, eu não cumpri. Eu prometi esquecer você por cinco meses, e eu também não cumpri. Essa vai ser só mais uma promessa descumprida.

- Você é a última pessoa que eu queria brava comigo. – Fala.

- Agora é tarde. Eu só não entendo, ela te manipulou por anos, você era o cachorrinho dela, vivia por ela e ela te traiu. Você ainda se lembra disso?

Levanto e vou a passos rápidos até o elevador.

- Mia... – Ele chama atrás.

- Não fala comigo, me dá um tempo para pensar. – Peço.

Ele entra no elevador comigo, mas subimos em silencio.

Assim que entramos na sala de espera Kate vem correndo.

- Nasceu! – Ela grita.

Olho para mamãe e ela está sorrindo. Respiro aliviada. Ted e Ana estão bem e agora eu sou tia.


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