Não Olhe Para Trás escrita por Mnndys


Capítulo 42
Mais do que especial para mim




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Falta só um mês para voltar a Seattle, e eu não sei se quero que o dia chegue logo ou demore. Confesso que estou dividida.

Tenho aproveitado ao máximo os momentos ao lado dos meus amigos, pois sei que quando formos embora as oportunidades de voltarmos a estar juntas serão poucas ou nenhuma.

- No que está pensando? – Louis pergunta.

- Que vou sentir saudades de tudo isso. – Digo.

- Mia se anime é St. Patrick’s Day!! – Ele grita para me animar.

- Nesse caso traga mais cerveja! – Grito entrando no clima.

A sala do apartamento dele está abarrotada de gente, uma legião verde, bebendo e comendo, aquecendo antes de irmos para a rua.

Todos os meus amigos estão conosco.

- Happy St. Patrick's Day! – As pessoas se desejam.

É a minha primeira festa de St. Patrick’s Day. É divertido. Isso porque era só o começo.

Ficamos no apartamento em Upper East Side até o galão de cerveja verde acabar. Alguns dos amigos de Louis já estão completamente bêbados. Eu estou maneirando nisso.

- Vamos para a parada agora? – Enzo pergunta.

- Eu preferia continuar bebendo! – Lizzie, a loira animada do pub. Grita.

- Mais tarde Lizzie, mais tarde. – Louis fala com paciência.

Ele a adorava, na verdade, ambos se adoravam.

Vamos para a Quinta Avenida acompanhar a parada. O clima lá é contagiante, tem centenas de pessoas vestidas a caráter, de saia kilt, tocando gaita de fole e outras tantas fazendo a percussão no tambor. Não me lembro de ter visto nada igual antes.

A neve estava caindo fininha, mas isso não era problema.

Louis me puxava para todos os lados querendo me fazer ver tudo, ele era um menino feliz de Nova York se gabando por sua cidade. Era encantador.

Tentamos acompanhar o desfile, mas está muito cheio. Só ficamos o tempo de podermos ver as partes mais interessantes da parada.

Ainda é a tarde e já tem dezenas de adolescentes caindo de bêbados pelas ruas, isso é bem estranho. É proibido beber nas ruas neste dia, mas não os impede.

- Ouvi dizer que o West Village é a melhor região para se comemorar o St. Patrick’s Day em Nova York. – Pieter diz sugerindo que ir para lá.

- Mia escolhemos o lugar certo para morar então.  – Marie diz.

Vamos andando até lá, pegar um táxi demoraria tanto quanto a caminhada. Escolhemos o Red Lion. A rua está lotada de irlandeses, eles são divertidos demais, acabamos nos enturmando.

A banda do bar está tocando músicas irlandesas. Os irlandeses que conhecemos a pouco se empolgam e começam a dançar e nos incentivam a fazer o mesmo. Lizzie e eu tentamos fazer a dança com eles, mas sem treino é impossível.

- Eu adoro Nova York! – Grito quando volto para os meus amigos.

- Então fique aqui. – Louis sugere.

Ele está me olhando com aqueles lindos olhos pidões que me fazem vacilar um pouco.

Por um segundo penso na possibilidade. Ficar em Nova York, levar uma vida agitada, ter um bom trabalho e ficar com Louis, eu poderia ser feliz com ele, acho que qualquer mulher poderia.

Num impulso beijo Louis ardentemente, tentando demonstrar o quanto o adoro.

- Eu não posso. – Falo.

- Você me beija assim e depois diz não posso? – Ele pergunta. – Você é frustrante Tinker Bell. – Brinca.

 A brincadeira é por causa da minha roupa, entrei no clima do dia e coloquei um vestido tomara que caia verde, coloquei um sobretudo por cima para enfrentar o frio, e uma sapatilha verde nos pés.

- Faça outro pedido e eu talvez possa realizar. – Digo, entrando na brincadeira.

- Que tal ir para a Terra do Nunca comigo e ficar lá para sempre? – Pergunta. – Sem responsabilidades.

Louis está bêbado já, esse não é o tipo de coisa que ele falaria se estivesse sóbrio.

- Acho que você bebeu demais. – Falo. – Faça um pedido que esteja ao meu alcance menino perdido.

- Então que tal realizar o meu pedido no meu quarto esta noite? – Pergunta.

- Eu adoraria, mas trabalho amanhã cedo. – Explico.

- No restaurante do meu pai, eu te levo. – diz.

Arregalo meus olhos para ele. Os pais dele não sabiam sobre nós.

- Nem pensar. – Discordo.

- Mas vai pra casa hoje. Amanhã você pega um taxi. – Insiste ele.

- Ta eu vou. – Cedo.

De repente Lizzie está me puxando. Para onde? Banheiro, eu suponho. Olho para Louis pedindo socorro e ele dá de ombros.

Lizzie me mantém com ela no banheiro por um longo tempo, ela provavelmente está jogando toda a cerveja para fora.

Quando volto Louis estende a mão e me entrega meu celular, ele está sério.

- O que foi? – Pergunto.

- Ethan ligou. – Diz.

Congelo, como se o sangue parasse de circular em minhas veias.

- Você atendeu? – Pergunto vacilante.

- Sim. – Louis responde.

- Você não deveria, não é seu. – Falo e dou as costas para ele indo para a saída do pub.

Quando coloco o pé para fora ele me alcança.

- Você ficou brava? – Ele pergunta.

- É claro que fiquei, você não tinha o direito de atender. – Digo a ele. – O que o Ethan disse? – Pergunto.

- Nada, disse que liga depois. – Conta. – Quem deveria estar chateado aqui era eu não acha? Você está saindo comigo e fica recebendo ligações do seu ex. Não pensou que eu me sentiria ofendido? – pergunta.

- Não, eu não pensei. – Falo. – Porque desde o começo a gente deixou claro que ninguém ia se apegar além dos limites da amizade. – Lembro.

- Isso não é uma questão de se apegar, mas sim de respeito. – Diz. – Você não teve nenhuma consideração por mim! – Ele grita.

Louis está irritado, é algo novo para mim.

- Você queria que eu dissesse o que? – Pergunto. – Se você quer sinceridade aqui vai: eu tentei esquecer o Ethan, tentei mesmo, mas não consegui, não até você chegar. Quando eu te conheci foi a primeira vez que eu realmente me senti interessada em alguém depois dele. Eu gosto de você, eu te adoro. – Falo.

- Mas é ele que você ama. – Ele fala baixinho.

Abaixo a cabeça sem ter certeza do que dizer.

- Mas é com você que eu estou, não me faça comparar meus sentimentos. – Falo. – Eu te adoro, isso não basta? Nós dois sabíamos que eu teria que ir embora, mas enquanto estivermos juntos eu estarei só com você, te respeitando.

Louis está me olhando, acho que ele não sabe o que dizer. Dou um abraço apertado nele.

- Desculpa se te magoei. – Sussurro em seu ouvido. - E só para deixar claro, eu não estou planejando meu futuro com o Ethan ou nada assim, ele tem alguém também. – Completo.

- Me desculpe você, eu passei dos limites. – Diz.

Ficamos algum tempo ali abraçados embaixo da neve. Depois damos as mãos e saímos andando sem direção por Nova York, afinal é a cidade que nunca dorme.


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