Premonição: Diversão Macabra escrita por MV


Capítulo 5
Impacto


Notas iniciais do capítulo

Primeiro, desculpa pela super demora em postar este capítulo. Eu realmente demorei pra escrever o capítulo. Eu tirei partes desnecessárias, adicionei algumas coisas pra ficar tudo mais "coerente".Já aviso, neste capítulo não terá mortes =/ Eu sei que todos vocês querem mortes, mas esse é como um capítulo-descanso, que todas as fics tem. Mas não se preocupem que o capítulo está bom. Ah, antes que eu me esqueça, neste capítulo vamos ter a primeira aparição de um/uma personagem que vocês conhecem muito bem. Sim, é em quem você pensou.OBS: Eu sei que o nome do capítulo está um lixo, mas o capítulo está bom.



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– Como assim... dois morreram? - Luke perguntou, quebrando o silêncio.

Após Derek falar que duas pessoas já haviam morrido, todos ficaram parados em silêncio. Ninguém ousava falar coisa alguma. Suas mentes ainda processavam o terrível fato.

– Sério, eu ainda não entendi merda nenhuma. - Carey falou. - Tá, depois que o Luke tirou a gente de lá, onde morreríamos... A morte vai vir atrás da gente. É isso, não é Derek?

Ele suspirou e disse:

– Sim. É isso. Quando eu digo que duas pessoas morreram é que as duas primeiras da lista, aquela que ordena quem morre... Estão mortas. Mas o grande problema é que a lista está incompleta. O Luke não sabe de todos.

– E de quem você sabe, Luke? - Sally falou, mostrando apreensão. - Fala, por favor.

– Dos que eu sei, o Alejandro morria primeiro.

Carey interrompeu surpresa.

– O Alejandro? Então... ele... ele... está morto? -

– Não sabemos de nada ainda, Carey. - Derek falou. - Continua, Luke.

– Depois vinha o Matt. O Tommy. Daí, vinha eu e a Sally, nós morríamos juntos.

Sally ficou totalmente espantada com a última frase dita por Luke. Carey porém, não se intimidou com nada do que fora dito e logo falou:

– Tá, sabemos de cinco pessoas. Mas e o resto, criatura? Eu quero saber quando é minha vez!

– Aí está o problema. Eu não sei. - Luke falou.

– Muita calma nessa hora, gente. Sabemos sobre cinco pessoas. Talvez o Luke consiga lembrar de algum fato. - Derek disse, tentando acabar com a confusão que podia ser construída ali. Luke estava ainda muito abatido por conta daquela visão, e Carey do jeito de que era, podia explodir a qualquer momento. Era como uma bomba-relógio.

Mas Derek tinha medo de tudo. Quando teve a visão, sabia da ordem de todos, mas Luke não sabia. E agora ele estava do outro lado, não teve a visão, não sabia de nada. Ele podia ser o próximo, e essa tese mostrou-se maior que imaginava, quando quase morreu ali, agora pouco.

E também tinha medo de que Alejandro e Matt poderiam já estar mortos. Derek não vira nenhum dos dois, e o medo só aumentava, mais e mais.

– Luke, tente-se lembrar de alguma coisa. - Derek falou. - Por favor.

Luke fechou os olhos, e se concentrou. Quando viu, estava novamente dentro da boate, exatamente do ponto onde havia acordado. O começo da visão.

E então notara um fato que passara despercebido da primeira vez. Matt, e um rapaz que Luke lembrava que saíra da boate carregavam Lisa em direção ao banheiro. Carey e a prima de Lisa os seguiram.

E ouviu Derek falando o seu nome.

– Luke, espera um pouco aí. - Derek falou. - Vou dar uma ajuda com a Lisa.

Luke viu exatamente o momento que ele foi ao banheiro, atrás de Lisa.

Então... A Lisa deve ter ficado no banheiro. Deve ter morrido no banheiro.

Momentos depois, o rapaz do qual Luke não sabia o nome saiu do banheiro, e foi atrás da prima de Lisa na direção da pista eletrônica. Luke presumia que os dois eram namorados.

Ele saiu... mas o Derek, a Carey e o Matt ainda estão lá.

A visão mudou. Luke estava no meio da fumaça e via Matt gritando na porta do banheiro, em direção a alguém no interior do banheiro, pouco antes da explosão que matara Alejandro.

A explosão aconteceu, derrubando a escultura na cabeça de Matt. Luke olhava a cena. E o teto do banheiro desabou.

Então, rapidamente, tudo ficou escuro. Ele abriu os olhos.

Matt tinha acabado de chegar, e olhava para ele.

...

18:30.

Lisa estava tranquilamente em seu quarto, descansado um pouco. O dia tinha sido cansativo para a jovem. Então seu celular tocou repentinamente.

Ela rapidamente viu no visor quem era. Era sua mãe.

– Mãe? - Ela falou.

Filha... Eu preciso de falar uma coisa, muito séria. Algo terrível aconteceu.

– O que foi, mãe? Você tá me deixando preocupada...

– Ah, não sei como falar... A sua prima... A Hannah...

– O que aconteceu com a Hannah? Eu falei com ela hoje...

– Filha, ela...– As palavras saíram duramente da boca da mãe de Lisa. - A Hannah morreu.

– O que? - Lisa gritou ao celular. – Hã?

– É, filha. A Hannah está morta.

Lisa começou a desesperar.

– Como assim a Hannah morreu? Onde? Quando?

– Ela morreu hoje... Foi na chácara do namorado dela, você lembra dele?

– É claro que eu lembro! Eu vi ele uns dois dias atrás.

– Então. Ele também morreu, pelo o que ouvi falar. Passou no jornal, ele era filho daquele empresário...

– Como assim? - Já desciam lágrimas dos olhos de Lisa. – Isso... não é possível.

– Foi, filha. Isso foi possível.

...

Derek e Luke viam boquiabertos o jornal.

– Era esse cara! - Luke falou, apontando para o rosto do rapaz que aparecia na tela. - Esse cara saiu da boate também!

– Ryan Chavis, quem diria. - Derek falou. - O filho daquele empresário, super famoso.

Então, a notícia no jornal começou a falar da estranha morte de Ryan.

... Segundo pessoas que encontraram o corpo, ele se encontrava totalmente irreconhecível. É provável que o rapaz tenha sido pisoteado...

Derek e Luke olharam um para o outro.

– Merda. - Derek falou.

De repente, Matt saiu da cozinha, comendo um pote de biscoitos.

– Que droga é essa que tá passando? - Matt perguntou, enquanto comia.

– Matt, esse rapaz saiu da boate... assim como nós. - Luke falou.

– Ah, não. Tá falando daquela merda que você falou? - Matt disse. - Eu não acredito em nada daquilo.

– Melhor você olhar isso aqui então.. - Derek falou.

A notícia agora falava de outra estranha morte que ocorrera na mansão dos Chavis. Uma jovem chamada Hannah McNeil havia sido esmagada por um caixa d'água.

– Essa não é... - Luke falava, mas foi interrompido por Matt.

– A prima da Lisa? É, essa mesma.

Esmagada por uma caixa d'água... Isso explica aquele sinal da água vermelha descendo do telhado... - Derek raciocinava lentamente.

– Então se esses dois saíram de lá, e eles morreram, logo eles foram os dois primeiros. Então, já temos mais uma luz na lista. - Derek falou.

– Ah, dá licença. Eu não quero ouvir tudo isso de novo. - Matt falou, deixando o pote de biscoitos na cozinha e subindo as escadas. - Vocês enlouqueceram, só pode...

Luke olhou para Derek.

– Eu sabia que ele não ia acreditar... - Luke falou.

– É o Matt, né? - Derek deu de ombros. - Ele ainda vai ver que estamos certos. Mas agora, precisamos focar na lista. Ryan e Hannah foram os primeiros.

Derek pegou o bloco de notas próximo de onde ele estava. E anotou dois nomes: Ryan e Hannah.

– Depois, até onde sabemos, foi o Ale. Daí, o Matt. Então você disse que eu, a Carey e a Lisa ficamos presos no banheiro.

– É, isso aí.

– Ótimo. Então nós três. O Tommy vem depois. É isso, Luke?

Ele suspirou.

– Eu não sei quem veio primeiro, Derek. - Luke falou. - Não sei se o Tommy morreu depois de vocês três, não sei se um de vocês morreu antes.

– Droga. - Derek falou. - Isso vai ser mais difícil que eu pensava. Então, vamos continuar. Depois, vieram você e a Sally. E daí acabou. Ao que tudo indica, o Ale é o próximo.

– Ele deve estar lá em cima, vamos falar com ele. Precisamos falar da lista, antes que...

Eu sei no que ele está pensando. Antes que ele morra. Agora o Luke sabe o buraco onde se meteu quando teve aquela maldita visão.

Então, uma luz veio para Derek. Ele se lembrou daquela jovem que o ajudara na primeira vez, e esquecera que ela estava bem perto dele. Ele tinha o telefone dela, e precisava ligar para ela.

...

– Lisa, você tá bem? - Carey abriu a porta perguntando, ouvira o choro da garota.

Ela virou a cabeça, e seus olhos estavam totalmente marejados e vermelhos. Lisa fez sim com a cabeça.

– Não, não tá. - Carey falou. - Senta aí, fala o que aconteceu.

Carey odiava fazer isso, mas parecia que todas as meninas daquela casa se amparavam nela. A determinação da moça, que não se deixava abater por nada, as faziam pensar que Carey sabia da solução de todos os problemas que recaíam sobre elas. Mas Carey não sabia, e tentava ajudar em alguma coisa. Mas as vezes, ficava tão nervosa com isso, e com esses "mimimis" das meninas que ficava com vontade de gritar na cara delas para deixarem de ser tão idiotas. Mas naquele momento, sabia que Lisa precisaria de um ombro amigo. E lá estava ela, mais uma vez.

– Carey... Sabe aquela prima minha? - Lisa falava, com a voz embargada. - Que saiu da boate?

– Prima... ah, sei. Aquela ruivinha, não é?

– Então... - Lisa abaixou a cabeça. - Ela morreu.

Após falar isso Lisa começou novamente a chorar.

– Ei, calma. - Carey falou. - O mundo não vai acabar por causa disso.

– Você não entende, Carey. - Lisa tirou um pouco do seu cabelo da frente do seu rosto. - Ela era mais que uma prima, era uma irmã pra mim. Ela me ajudou a me mudar pra cá, nós sempre estávamos juntas...

– Calma, Lisa. - Carey falou. - Relaxa, estou falando sério. Para de chorar um pouco. Tenta descer, pensar em outra coisa...

– Não. - Lisa falou. - Eu não quero.

Carey olhou pro alto e suspirou, pedindo paciência.

– Lisa, eu fico aqui se você quiser... Com você. - Carey falou.

– Não, não precisa. - Lisa falou. - Eu só quero ficar sozinha um pouco. E o pior é que... o namorado dela também morreu.

– O que? - Carey falou, espantada.

– É. Os dois morreram lá na fazenda do pai dele e... - Lisa hesitou. - Carey, por favor, dá licença. Eu quero ficar sozinha.

– Tem certeza?

Lisa fez "sim" com a cabeça.

– Tá bom, então. - Carey falou, dirigindo-se a porta. - Quando estiver melhor, desça.

Carey então fechou a porta e se encostou na parede ao lado. Sally estava andando no corredor naquele momento, e Carey a chamou.

– Sally, eu preciso falar com você. É sério. - Carey falou. - Sabe aquilo que o Luke e o Derek falaram? Eu acho que está acontecendo mesmo. Eu hesitei em acreditar, mas... o que eu acabei de ouvir.

– O que aconteceu, Carey? Fala logo. - Sally falava com uma que transmitia o seu medo, uma voz assustada.

– A prima da Lisa, você se lembra dela? Ela saiu da boate também.

– Não me diz que...

– Aham. E o namorado dela também. Foi hoje.

Sally colocu a mão sobre a boca, e olhou para Carey.

– Está acontecendo. - Carey falou. - Nós precisamos falar com o Derek. Precisamos acabar com isso.

– Mas não pode ser só coincidência? - Sally falou. - Tem que ser.

– Depois do que o Derek contou, nada pode ser somente coincidência. Amanhã nós vamos lá, tá?

Sally concordou.

...

20:45.

Clair e Jack estavam comendo na sala de jantar da casa dos dois. Clair havia reparado que Jack estava muito diferente, mais alegre, mais feliz. E se perguntava o que havia acontecido para o marido mudar assim da água pro vinho.

Deve ser só coisa dessa maldita bipolaridade.

Mesmo assim, Clair arriscou perguntar:

– Jack, você parece diferente.

Ele levantou os olhos para ela e sorriu.

– Não é nada de mais, Clair.

– Ah, sei... Aconteceu alguma coisa com você. Conta.

– Eu encontrei com a menina que eu salvei da boate.

– Ah, aquela garota... - Clair continuou. - Mas onde?

– É estranho, mas eu encontrei com ela no consultório do psicólogo. Eu não faço ideia do que ela fazia ali, mas de qualquer modo...

– Hum, sei. - Clair falou, e se levantou, indo em direção a cozinha, levando o prato vazio seu.

Ao chegar lá, colocou os pratos na pia e respirou profundamente.

Está tudo bem, Clair. Por que isso? Você realmente acha que ele vai te trocar? Que bobagem.

Mas Clair nunca foi com a cara da garota, mesmo a vendo uma vez. No dia em que Jack a salvou, ela se mordia de ciúmes por dentro. Mas pensava que havia acabado. Mas essa agora? Parecia que o destino conspirava contra Clair.

...

Tommy estava em seu quarto, recluso, fumando cocaína. Ela já estava quase acabando, e ele precisava de mais.

Pare com isso, Thomas. Você está se matando.

Quanto mais Tommy queria parar, mais se sentia atraído pelas drogas. Depois do acidente na boate, começou a fumar muito mais, e não sabia porque. Havia escapado de morrer queimado naquele inferno que virara a boate, mas agora novamente caminhava em direção ao seu calvário. Mas Tommy não conseguia parar.

Alguém bateu na porta de Tommy. E ele se levantou, andando em direção a porta.

– Oi? - Ele disse, abrindo a porta. Para sua surpresa, era Alejandro que estava ali. - Ah, é você.

– Posso entrar? Eu preciso falar uma coisa com você, e você é o único que pode me escutar.

Tommy não entendeu absolutamente nada do que Alejandro dissera, mas mesmo assim deixou ele entrar. A porta ficou entreaberta.

– Como assim eu sou o único? - Tommy perguntou.

– Não interessa agora, Tommy. - Alejandro falou. - O Derek e o Luke me falaram de uma coisa, e eu fiquei intrigado. Daí, como você é meu amigo, na verdade, aqui dentro, você é o meu melhor amigo...

Tommy sorriu.

– Que bom, Ale. Agora fala.

– A coisa é meio difícil de dizer, Tommy, mas eu vou tentar.

Alejandro então contou tudo o que os dois haviam contado. A história de que a morte passaria a perseguir eles, a morte da prima da Lisa e de seu namorado, a lista e de que ele era o próximo. Todos os sinais, e como impedir.

Ao fim, Alejandro falou:

– E você? Você acha que tudo isso é verdade?

Tommy estava estoico, depois de tudo o que ouviram. Lentamente, foi encaixando as peças do quebra-cabeça que se formara.

– Hã... por que motivo você perguntaria isso a mim?

– Pro Matt, é impossível. Pros outros dois... também. E você...

– Tá, já entendi. Olha, falando sério...

Foi quando viu que Alejandro não prestava mais atenção na conversa. Ele olhava fixamente para um pacote, com um pouco de pó branco, escondido embaixo da cama de Tommy. Ele levantou os olhos para Tommy.

– Isso é...

Tommy fez sim com a cabeça.

– Cocaína. - Tommy falou.

Alejandro continuava parado, olhando para o pacote.

– E alguém sabe que você... Você consome?

– Só a pessoa que eu menos queria que soubesse. O Matt.

Ah. Alejandro pensou. Isso explica o fato de Tommy sempre estar sozinho, e querer ficar assim. Todo mundo tem seus segredos, e eu acabei de descobrir o segredo dele. Ninguém pode saber disso, ou poderia.

– Desculpa por isso.

– Desculpa por quê, Tommy? - Alejandro falou. - Não tem o menor problema você ser viciado nisso. Quer dizer, tem problema sim, mas você deve saber, não sou eu que tenho que falar o que você deve fazer ou não. Por mim não tem problema.

Tommy deu um sorriso discreto, quando olhou para a direção da porta, e seu sorriso se transformou numa face de ódio. Alejandro continuava olhando para Tommy, sem entender o motivo. Ele começou a falar:

– Tommy, o que...

Mas Tommy o interrompeu, com sua face cheia de raiva.

– Não é nada. - Ele falou, caminhando em direção a porta. - Agora esse idiota vai ver. Tommy abriu a porta num rompante, e desceu as escadas. Quando chegou ao piso de baixo, continuou caminhando pelo corredor ás escuras. Alejandro o seguia, já entendendo o que iria acontecer.

Matt estava espionando os dois.

– Calma, Tommy.

– Fica longe, Ale. - Tommy falou. - Eu simplesmente, cansei de ser perturbado o tempo todo.

– E onde ele vai...

– Ale, por favor. - Tommy falou. - Com todo o respeito, mas cala essa boca.

Os dois chegaram na porta do quarto de Matt.

– Como eu imaginava, trancada. - Tommy falou, expressando um sadismo incontrolável em sua face. - Mas eu sou mais inteligente do que isso.

Tommy desviou os olhos para um quarto na frente do quarto de Matt. A porta deste quarto estava entreaberta. Aquele foi um dos quartos desocupados após o acidente da boate.

– Idiota. - Tommy falou, e saiu correndo, empurrando a porta daquele quarto. Alejandro não teve tempo nem de registrar a ação, e ficou estoico, enquanto ouvia gritos, e barulhos. Conseguiu ouvir palavrões sendo falados, e se encostrou rapidamente na porta, para ver a cena. Ele ficou parado, sem reação.

Tommy havia encontrado Matt, e agora sobre uma das camas, socava a cara do garoto. Matt estava deitado em uma das camas, preso por Tommy, que gritava.

– Você não tem vergonha, Matt? Vergonha de ser quem você é? Idiota!

Tommy desferiu mais um soco na cara de Matt, que foi interrompido com seu cotovelo, que foi na direção da cara de Tommy. Alejandro viu quando o cotovelo atingiu o rosto de Tommy, espirrando sangue da boca do mesmo.

Neste momento, Luke chegou:

– Ale, o que tá acontecendo? Que barulho é esse?

– Olhe você mesmo.

Luke olhou para a cena e no instinto, correu para dentro, tentando separar os dois. Alejandro correu atrás dele.

Neste momento, Tommy acabara de desferir mais um soco na cara de Matt, que estava muito inchada.

– Para com isso, Tommy. - Luke falou, tentando tirar Tommy da cama. - Para.

Os dois conseguiram segurar Tommy, que ainda incendiava raiva pela sua face. Seus olhos transmitiam todo o ódio que sentia de Matt. Sua boca sangrava incessantemente.

– Isso é pra você aprender, seu monte de bosta. Você não é tudo isso que pensa que é.

Derek chegou neste momento.

– Deixa que eu fico com o Matt, vocês levam o Tommy pra sala.

Olhando o rosto de Matt, inchado, também falou.

– Traz também um pouco de gelo.

Os dois levavam Tommy, mas pouco antes dele sair pela porta, Matt conseguiu ainda falar:

Agora eram os olhos castanhos de Matt que transmitiam o ódio, através dele. Os olhos cerrados, a boca sangrando, o rosto inchado e a raiva mostrada nele.

– Isso vai ter troca, Thomas Atterson. Vai ter troca. Tudo o que você faz, terá volta.

...

17 de abril de 2013.

07:50.

– Luke, acorda. - Derek falou, balançando o garoto.

– Hã... o quê... - Luke abriu os olhos, lentamente, e se deparou com Derek. Ele se sentou na cama, seu cabelo estava totalmente bagunçado. Ele vestia uma camisa verde escura sem estampa.

– Eu preciso terminar de falar com você. - Derek falou, sentando-se na cama do garoto. - Sobre o esquema da morte. Acredito que eu esqueci de falar com você sobre isso.

– Mas o quê? Faltou alguma coisa?

– O mais importante... Como escapar da morte.

– E você vem me falar disso ás oito da madrugada? Tenha dó.

– Luke, eu preciso falar com você. Eu vou passar o dia fora, como eu te disse ontem, na casa do meu pai. Falando com ela.

– Ela? A pessoa que você ligou ontem? Aquela que tinha toda a solução para isso?

É mais ou menos isso. Derek sabia que Kristy não teria a solução pra tudo, mas tinha que procurar a garota. Ela aceitara se encontrar com o garoto, na casa do seu pai, já que ela e o seu namorado, irmão de Derek, estariam ali. Logo Derek uniria o útil ao agradável, visitando sua família. Molly também estaria ali.

– É. Essa mesma. Mas presta atenção no que eu vou dizer, pra você impedir as mortes dos próximos. Principalmente, do Alejandro. Existem algumas maneiras de impedirmos a morte, e as três dão certo pra gente.

– Começa logo, vai. Sem enrolação. - Luke falou.

– A primeira, é a menos provável. Alguém teria que ter um bebê, pois uma nova vida impede a morte. Faz ela parar de agir. A segunda, é um pouco mais fácil, entre aspas. É meio duro pra você.

– Fala que eu te escuto, sem problema.

– Você teria que se matar, Luke. - Derek falou. - Essa teoria diz que o último da lista deve se matar. Mas isso é quase impossível, afinal... não sabemos quem morreu primeiro, você ou a Sally. Logo, isso fica difícil.

– Ah. Entendo.

– Mas pra terminar, tem uma teoria que garante a sua salvação, não a do grupo inteiro. Eu nunca a usei, mas tem gente que a usaria. Você mata alguém que está fora da lista. Essa pessoa conta como sua alma, você rouba os dias da vida dessa pessoa para você.

Luke estava pensando, e Derek sabia disso. Ele quase poderia ver as engrenagens da sua cabeça rodando.

– Então... se nós matarmos uma pessoa, nós conseguimos os dias de vida dela? É uma boa solução. Mas eu não faria isso.

– Temos de achar uma solução, Luke. Salvar a pessoa na hora de sua morte não adiantar nada. Ela vai pro final da lista, e a lista continua até todos nós estarmos liquidados.

– Nós vamos deixar, Derek. Nós vamos conseguir. - Luke falou, transmitindo confiança.

– Ah, agora eu preciso ir, Luke. - Derek falou. - Já falei tudo o que tinha pra falar, desculpa atrapalhar seu sono.

– Não tem problema. - Luke falou. - Falou, cara.

– Até mais. Falou.

Derek fechou a porta do quarto e Luke se deitou novamente.

...

11:00.

– Atende, porra! - Carey gritava, na porta da fraternidade dos meninos.

– Acho que não tem ninguém... - Sally falou.

– Claro que tem, Sally. - Carey viu a maçaneta girando. - Viu, eu não disse?

– O que foi? - Luke gritou, abrindo a porta. - Ah, você.

– Cadê o Derek? Eu preciso dele, é sério...

– Ele foi embora. Digo, ele foi atrás de uma pessoa, ele precisava falar com ela.

– Ai, que merda! - Carey falou. - Mas o Derek é um idiota mesmo... Justo ele que sabia de tudo...

– Você quer o quê, Carey? - Luke saiu pra fora. - Ele entregou o problema nas nossas mãos, teremos de resolvê-lo. Mas quando ele voltar, ele voltará com a resposta.

– Mas que resposta? - Sally perguntou, se intrometendo na conversa entre os dois. - O que o Derek foi fazer?

– Procurar uma pessoa que pode nos ajudar, ela já enfrentou isso. O nome dela é Kristy. Namorada do irmão do Derek. Ela já teve uma visões e umas coisas assim, então...

– Então você mesmo serve, garoto. Você viu ontem o jornal né?

Luke confirmou.

– E você viu que duas. Duas pessoas morreram. Olha, eu não consegui dormir ontem de tanto que a Lisa chorou. Coitada, entrou em depressão.

– Menos, Carey, menos. - Luke falou. - Ela só deve estar triste.

– Ah, isso não interessa agora. Bom, o que realmente interessa é o que o Derek não contou.

– E o que seria?

Esse garoto é lerdo demais, credo. Tem beleza mas nada de inteligência.

– Como nós escapamos dessa perseguição? Deve ter um jeito, não tem? - Sally respondeu, no lugar de Carey.

– Tem. E eu preciso falar com todos, antes que algo pior aconteça. Eu também tenho que ficar de olho no Alejandro, ele é o próximo. Mas eu nem tenho tanta certeza, principalmente porque tem aquele casal que saiu de lá também. - Luke parou um pouco. - E eu nem sei quando eles morreram.

– Depois você se preocupa com isso, Luke. Quando você ver um sinal que tem que ficar preocupado. - Carey falou. - Agora o que interessa é como escapar disso. - Carey se aproximou de Luke e falou, no seu ouvido, sussurrando:

– Não é?

Luke fechou os olhos e sorriu discretamente, quase rindo.

– Então você quer saber como escapar disso, certo?

– É, mais ou menos isso. - Carey falou, colocando os cabelos cor-de-rosa para trás. - Como nós escapamos?

– Vai ser uma longa história... Mas entrem vocês duas que eu conto.

Carey passou rapidamente pela porta e Sally foi atrás, vagarosamente. Sorriu para Luke que devolveu o sorriso. No fundo, Sally estava morrendo de ciúmes por causa de Carey.

...

Jack estava no seu trabalho, mexendo com algumas coisas no seu computador. Tinha que entregar uma papelada, como ele mesmo dizia, para seu chefe rapidamente.

O seu serviço estava esquentando sua cabeça lentamente, deixando ele cada vez mais nervoso. Para piorar, não havia tomado os remédios necessários, desde o acidente da boate. Esquecera completamente, e até agora não havia lembrado.

Então o seu telefone tocou. Jack suspirou, contando até três. E atendeu.

– Alô?

– Jack, é você? – A voz de Clair saiu do outro lado do telefone.

Maldita hora pra ligar.– Jack pensou.

– Oi, amor. Como você tá?

– Bem. Eu liguei pra pedir uma coisa pra mim. Daqui a pouco eu sei que é seu horário de almoço, então eu queria pedir que você fosse no supermercado comprar umas coisinhas pra mim.

– Ah... Por que você mesma não vai, amor? Eu não sei se vai dar tempo.

– Por favor, Jack. Daí você traz aqui pra casa que eu preparo um almocinho pra gente.

– Ah, tá bom, Clair. Eu vou sim. Tchau.

– Tchau. Ah, espera, eu esqueci...

Jack interrompeu a ligação, colocando o telefone no gancho.

Alguns instantes depois, seu celular tocou. Jack suspirou novamente e pegou o telefone.

– Alô?– Ele falou.

– Jack, é você mesmo? É a Lisa. Lembra de mim?

– Ah... Lisa, lembro sim.

– Então, eu queria perguntar se eu poderia ir na sua casa hoje a noite. Pra termos um tempo pra conversarmos mais e... acho que você entendeu, né?

– Olha, hoje a noite... Tá, pode ser.

– Ah, então tá. Até a noite. Tchau. E desde já, muito obrigado.

– Que isso, por nada. Tchau.

Lisa desligou o telefone.

Ótimo. Agora eu tenho que falar com a ciumenta da minha esposa que a menina que eu salvei de um acidente vai na nossa casa hoje a noite. Tinha como ficar melhor? Melhor voltar ao trabalho.

...

13:00.

– Cara, você virou meu heroi depois do que você fez ontem, sabia? - Alejandro falou a Tommy. - O Matt mereceu tudo aquilo.

Os dois estavam andando pelas ruas próximas do campus. O rosto de Tommy ainda estava um pouco inchado no ponto em que Matt o atingira com a cotovelada, mas não havia qualquer outro problema. O sangue havia sido estancado ontem mesmo.

– Imagina. - Tommy falou. - Fiz apenas o que deveria ser feito.

– Mas você não tem medo que aconteça alguma represália por parte dele? Você não acha que ele poderia querer se vingar por causa disso?

– Ah, que ele quer se vingar... Por mim, tudo bem. Eu já mostrei pra ele que eu cansei de tudo isso, não tenho medo dele. Como eu disse alguns dias atrás, o Matt não é a última bolacha do pacote.

– Olha, eu acho que é sim. A última bolacha do pacote é sempre a pior.

Tommy riu e falou:

– É. Isso é verdade. Aliás, eu conheço gente que é duas vezes pior que o Matt, e mesmo assim eu consigo conviver com eles.

– Ah, é? - Alejandro perguntou. - Imagino quem seja.

Ele lembrou-se naquele momento do pó branco no quarto de Tommy. Vai saber quem ele conhece pra conseguir aquela dose de cocaína.

Alejandro se divertia cada vez mais com Tommy. Estava ficando claro que a amizade entre os dois aumentava cada vez mais, o que acontecera por conta do acidente na boate, curiosamente. Antes do acidente, os dois já eram amigos, mas não tanto assim. Tommy ainda era muito mais isolado.

E isso ajudara muito Alejandro. Fizera ele esquecer de coisas que, de vez em quando, voltavam a sua mente. Como o primeiro amor do garoto. Com tantos eventos acontecendo, a premonição de Luke, a explosão da boate, a briga entre Tommy e Matt, e ainda o que Derek e Luke falaram para o rapaz, aliados a amizade que havia sido solidificada, o rapaz nem lembrava mais disso.

Porém, nesta hora, o celular do garoto tocou. E quando Alejandro viu no visor quem havia ligado, teve uma surpresa.

Estava escrito "Mãe".

...

Derek estacionou seu carro, dado por seu pai, na frente da casa do seu pai. Ele desceu do carro, e tirou os óculos escuros que tinham colocado, e olhou ao redor.

Aquele bairro, aquela rua, aquela cidade, fizera parte de sua infância. E agora ele estava de volta, mesmo que somente por um dia. Era uma estranha nostalgia, que cobria o outro lado da história. Foi naquela cidade que também acontecera o maior pesadelo de sua vida, que agora acabara de retornar. A morte realmente não o deixaria.

Então ele pensou em Kristy, que estaria ali na casa dele naquele momento. A jovem havia passado por muita coisa durante aquele mesmo ano em que Derek havia tido a maldita da visão. Ela escapara de um acidente de metrô, de barco, e de vários outros. Viu toda a sua família morrer, e também seu antigo e primeiro namorado. E pior do que tudo isso, havia conseguido, de certa forma, falar com a morte. Mas ela conseguiu dar a volta por cima, e agora cursava medicina. A morte havia a deixado, pelo o que ela achava.

Porém, ela indiretamente entraria em contato com a morte novamente, ela querendo ou não.

Derek foi interrompido de seus pensamentos por Molly, que correu em sua direção. Os dois se beijaram, e naquela hora, Derek sentiu o calor que Molly passava. Havia crescido, como ele, e também mudado um pouco de sua personalidade, mas ainda era a mesma Molly de sempre.

Ao terminar, Molly sorriu e tudo o que conseguiu falar foi:

– Que bom que veio, Derek.

Neste momento, na soleira da porta, ela apareceu.

Kristy Browning.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram do capítulo? Espero que sim, obviamente. u.uSim, Kristy está de volta para sambar na cara da ousadia XD E não sei quem percebeu, teve uma reviravolta na história. Eu fiz como a fic 3, tirei de cena Derek, para dar mais destaque a Luke, que confesso, estava MUITO apagado.Pra terminar, vocês viram que já preparei o terreno pro próximo capítulo, que já tem nome: "Três Coelhos". Admito, o próximo capítulo vai estar bem SANGRENTO. E vocês piram. Bom, é isso pessoas. Até o próximo capítulo. Postem reviews, não esqueçam.



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