Se Eu Morrer Jovem... escrita por Isabell Grace


Capítulo 24
Capítulo Vinte e Três - Cato


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Mais uma vez, muito obrigada a todo mundo que está aqui sempre comigo, acompanhando, lendo, comentando a minha fic e me dando motivação pra continuar a escrever. De verdade sou muito grata pelo carinho de vocês.
O capítulo de ontem foi meio pequeno, mas o de hoje está maior pra compensar. Esse foi um dos capítulos que mais gostei de escrever, então espero que gostem e não esqueçam de comentar. Obrigada mais uma vez e beijos, Isabell.



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Onze. Eu não conseguia absorver isso. O que essa garota tinha feito pra conseguir uma nota tão alta? Até agora não sabíamos nem se ela tinha alguma habilidade especial, nem qual era. Nunca íamos imaginar uma nota tão alta para um distrito tão ruim quanto era o 12. E agora ela tinha, com certeza, conseguido os poucos patrocinadores que não conseguiu no dia do desfile. Eu podia ter certeza de duas coisas: A primeira é que de fome, sede, frio ou falta de remédio ela não ia morrer e a segunda é que agora ela era meu principal alvo nesses jogos.

Clove e eu nos trancamos mais uma noite no quarto dela. Ela enterra a cabeça no travesseiro, despejando toda a raiva daquela situação, então vira para o lado e começa a chorar. A terceira vez que ela chora em menos de uma semana, eu nunca a vi fazer isso antes e agora ela não para, isso acaba comigo. Eu a pego em meus braços e deito-a em meu peito.

- Por favor, por favor, não faz isso, não chora, por favor. – eu implorava – Tá tudo bem, eu estou aqui. Eu nunca vou sair do seu lado.

- E se a gente não conseguir Cato? – ela falava em meio a soluços – E se a gente morrer? Eu estou com medo agora.

- Shh... – eu coloquei o dedo nos lábios dela – Não vai acontecer nada, eu garanto, vai ficar tudo bem. Eu vou te proteger, não vou deixar aquela garota machucar você, prometo.

                Na verdade, eu também estava com um pouco de medo agora. Medo de perde-la.

                Clove chorou no meu peito alguns minutos até cair no sono. Deitei-a de volta no travesseiro e cobri seu corpo. Levantei-me da cama pensando em ir até a cozinha pegar um copo de água. Na sala encontrei Enobaria sozinha, sentada no sofá assistindo a reprise das notas na televisão. Ela desliga assim que me vê.

                - Não, tudo bem. – eu disse – Pode continuar vendo. Eu só vim pegar água.

                 - Clove já dormiu? – ela perguntou desviando o assunto. Eu assenti com a cabeça, depois me sentei no sofá do lado dela e ficamos em silêncio por alguns segundos até eu quebra-lo.

                - Normalmente, alguém me perguntaria se está tudo bem. Só pra puxar assunto.

                - É, mas eu sei que não está tudo bem. – ela disse – Se estivesse tudo bem, estaríamos em nosso distrito, livres pra fazer o que quiséssemos e ficar com quem quiséssemos e não aqui com tudo isso. Sabe Cato, assim como você e Clove, eu e Brutus também não gostamos disso, nunca gostamos. Acha que eu gosto de ser famosa por causa desses dentes? Eu tive que rasgar a garganta daquela garota porque não tive outra escolha. Acha que Brutus gosta de ser visto como rude e valentão? Não, mas ele teve que ser. Ele ama uma pessoa assim como você.

                - Verdade? – perguntei – Você conhece ela?

                - Sou eu Cato. Brutus e eu temos uma história de amor igual a de vocês dois. Ele era o meu mentor e nos apaixonamos e antes de eu entrar na arena ele me prometeu que ficaríamos juntos se eu ganhasse.

                - E vocês estão juntos agora?

                - Sim, mas ninguém sabe, nem a equipe, você é o primeiro pra quem eu estou contando. Lembra-se de que “a estratégia de amor não serve pra carreirista”?

                - Mas vocês não estão mais jogando, não tem que ter mais nenhuma estratégia.

                - Você tá enganado. O jogo não acaba quando você sai da arena. Uma vez que se é sorteado na Colheita, você estará para sempre sob os olhos da Capital. E sabe do que eu mais tenho raiva?

                - O que? – perguntei.

                - A maioria dos sorteados do nosso distrito querem isso, sentem prazer com isso. Todos os tributos dos outros anos pensavam assim, não tinham nenhum tipo de sentimento verdadeiro. É por isso que sempre nos veem assim, como cãezinhos da Capital.

                - Clove e eu não somos assim.

                - Eu sei. E é por isso que eu e Brutus gostamos de vocês de verdade. – eu dei um sorriso pra ela, um sorriso esperançoso como só tinha dado pra duas pessoas na minha vida: Clove e Emily.

                - Enobaria, eu posso ser sincero com você? – ela fez que sim com a cabeça – Eu só me importava com duas pessoas nesse mundo. Uma delas é aquela garota que está dormindo ali dentro no quarto, a outra é minha irmãzinha que tem só sete anos. Antes de vir pra cá eu disse a ela que não voltaria nunca mais, mas agora eu quero voltar junto com Clove, mesmo que eu tenha que quebrar as regras.

                - Por que disse “importava”?  Não se importa com ela mais?

                - É claro que sim. Eu amo ela. Mas agora eu me importo com quatro pessoas. Você e Brutus também e eu nunca fui tão sincero como agora. – ela sorriu e me abraçou forte – Se não for pedir muito será que poderiam me fazer um favor?

                - Mas é claro que sim Cato. O que quiser.

                - Se eu ou Clove não voltarmos, será que vocês podem ajudar a minha irmãzinha? O nome dela é Emily e eu só quero que ela seja forte, quero que ela consiga enfrentar tudo isso. Mesmo que as dores e as perdas sejam as mais insuportáveis do mundo. Por favor, façam isso por ela, eu ainda não confio totalmente nos meus pais.

                - Prometo que vamos ajudar ela, por você. – ela disse me dando outro sorriso.


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