Until Kingdom Come escrita por Lelon Lancaster


Capítulo 38
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Ta acabando...



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Tudo o que eu queria fazer quando chegasse em casa era tomar um banho quente e dormir o dia todo. Estava anoitecendo e meus pais ainda não tinham chegado, o que eu acharia estranho, mas hoje não me importei. Eu precisava ficar sozinha. Abri a porta e me deparei com um ambiente escuro, vazio e silencioso. Tão vazio sem Patch por perto, mas foi o que eu pedi. Fui até a cozinha para pegar um copo de água e vi uma folha de papel dobrada em cima da mesa. Eu não queria ver o que era, mas depois de um tempo abri e encarei o texto. A letra na folha era de Patch, e estava rápida e quase ilegível em alguns pontos.

    Nora,

   Eu sei que você não quer falar comigo agora, muito menos me ver. Eu sinto muito, mas eu te entendo. Eu vou entender se me quiser fora da sua vida e se quiser que eu vá embora, mas eu tinha que tentar mais uma vez. Eu não vou pedir que você me aceite de volta, porque eu sei que o eu fiz foi errado, mas quero lhe dizer o quanto você mexeu comigo, o quanto o seu amor me ajudou e você fez de mim um homem, Anjo, e por isso sou eternamente grato.

   Eu sei que você pode se cuidar sem mim, você já me provou isso várias vezes. Eu quero que você possa encontrar uma pessoa que cuide de você melhor que eu cuidei e lhe ame como eu te amei. Não desista de amar só porque eu parti o seu coração. Eu quero que sempre que se sentir triste ou insegura ou perder completamente a fé, vai tentar olhar para si mesma com os meus olhos. Eu estarei sempre aqui por você, mas sinta-se livre para viver a sua vida sem mim. Você foi a minha vida, mas aparentemente eu sou apenas um capítulo da sua. O brigado pela honra de ter me amado e ter feito sacrifícios por mim. Aqui vai o meu retorno. Eu te amo e a deixarei seguir com a sua vida.

     Quando você me deixou, a primeira coisa que eu fazia era sentir a sua falta. Dizem que no mundo sempre há uma pessoa que espera a outra. Eu encontrei você e a esperarei por toda nossa pequena eternidade. Não importa o que aconteça, eu te amei, te amo e sempre irei amar.

                                                                    Com todo meu amor,

                                                                                         Patch

O ritmo do meu coração passou a ser igual ao de asas de um beija flor, rápido e inconstante. Por um segundo preocupante eu pensei que ele pararia de bater, matando nós dois e me deixando sem chance de impedir Patch de ir embora de vez e tentar ser feliz. Minhas pernas não fizeram o seu trabalho me sustentando e eu pude sentir os meus joelhos batendo no piso frio da cozinha. Tentei me apoiar na bancada de mármore, mas tinha sido tarde demais.     Me rendi ao desespero e deitei no chão. As palavras não saiam da minha cabeça e eu podia sentir que cada ponto daquela carta iria me assombrar por toda eternidade. Eu ouvi um grito desesperado e fiquei em silencio. Percebi tarde demais que o grito tinha saído de mim. Coloquei as mãos no rosto e chorei o mais alto que pude. Meu corpo sacodia, minhas mãos tremiam e meu coração doía. Tudo o que eu queria era poder voltar no tempo e não ter ido aquela festa idiota, e talvez eu não conheceria Patch, não perderia meus pais e não colocaria a vida da minha filha em perigo. Meu bebê. Eu estava tão preocupada em gritar que eu tinha me esquecido da vida dentro de mim. Eu estava com dor de cabeça e tonta e até um pouco enjoada. Percebi que tinha desmaiado quando ouvi vozes aterrorizadas em volta de mim e uma luz tinha sido acesa em algum lugar em cima da minha cabeça. Abri os olhos e me deparei com a minha mãe lendo a carta que Patch deixara e meu pai ligando para a emergência. Eles me olharam preocupados, mas eu não os enxergava direito.

- Oh Nora! Sinto tanto – A minha mãe chorava. Ela apoiou a mão nas minhas costas e me ajudou a levantar. Não adiantou muito, porque no segundo seguinte eu estava no chão. Eu senti frio e calor, felicidade e tristeza e por um segundo eu realmente achei que iria morrer e fiquei em paz com isso. Eu queria acabar com esse drama.

- Nora, querida. Acorde. – uma voz doce falou ao meu lado. Abri os olhos e me vi em um quarto branco e uma enfermeira jovem e loira enfiava algo no soro no meu braço.

- Você teve um colapso nervoso. Seus pais estão muito preocupados com você. – sua voz era doce, mas me atingia como uma navalha me lembrando que tudo foi verdade.

- E Patch? – perguntei meio vacilante

- - Você está aqui há dois dias e nenhum Patch veio aqui.

Eu encarei o teto e assenti. Foi isso o que eu escolhi e teria que viver com isso.


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Notas finais do capítulo

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