Nós estamos basicamente no fim do mundo, literalmente meio do nada, e não ajuda o fato de que a Regina está me olhando com essa expressão, deixe-me tentar descrever, digamos que é uma expressão homicida, isso serve bem para definir, eu só queria que ela entendesse que essa viagem não foi minha ideia, ela não disse nada enquanto nós arrumávamos as coisas para a viagem e quando eu vi as garrafas de Jack Daniels na bolsa dela eu tive que abrir minha boca para dizer que ela obviamente tinha um problema com a bebida, eu tentei ajudar ela dizendo que poderia leva-la para aquelas reuniões dos alcoólicos anônimos e tudo mais, quando eu terminei meu discurso de encorajamento ela me fuzilou com o olhar.

– Eu não tenho problemas com o álcool, Miss Swan! – ela sibilou, ela parecia estar tão irritada, eu entendo ela não estava feliz com a ideia de ficar no meio do mato um fim de semana inteiro com os meus pais, mas ela não deveria ter descontado em mim, tudo bem, eu provavelmente não deveria ter comentando sobre o álcool, mas mesmo assim... – Eu simplesmente não vou sobreviver a esse fim de semana sóbria!

– Se acalme baby, vai ser divertido – eu tento me aproximar dela, ela se afasta.

– Não me diga para me acalmar e não me chame de baby! – ela deixou o quarto, eu pude ouvir ela chamando pelo Henry.

Quando ela voltou, eu como bom cavaleiro branco que sou me ofereci a levar as malas, sabem o que ela me respondeu? – É o mínimo que você pode fazer depois de tudo, Miss Swan.

Então ela deixou o quarto novamente, eu suspirei e peguei as malas, elas eram grandes e pesadas, provavelmente eu merecia isso, eu só não entendia por que ela estava levando tanta coisa, não é como se a gente fosse se mudar para a floresta nem nada.

– Emma, vamos! – Henry apareceu animado com a mochila nas costas pronto para ir.

– Vamos kid – eu baguncei o cabelo dele, peguei as malas novamente e nós descemos as escadas.

Quando chegamos na sala, ela estava lá esperando por nós, conforme eu colocava as malas no chão eu fiz outro infeliz comentário.

– Você sabe, Regina, você não vai precisar de tanta coisa para acampar no meio da floresta, não é como se nós tivemos que levar o suficiente para sobreviver lá por um mês, é só um fim de semana.

Ela respirou profundamente, eu pude ouvir baixinho ela contando até 10 – Emma, é só um final de semana? Só um final de semana com seus pais!

– Você deveria gostar deles, afinal se não fosse por eles você não me teria.

– Emma, você acha que eu estou irritada?

– É.. sim?

– Você quer que eu fique pior que isso?

Deus me livre de provocar mais a ira dela – Não, baby, me desculpe.

– Eu já te disse para não me chamar de baby – Então nós ouvimos a buzina do carro do meu pai, a caminhonete nova dele era enorme e muito legal, talvez eu devesse comprar uma dessas para mim, eu só imagino a reação da Regina ao ver uma dessas na garagem, seria impagável.

– O que acontece com sua família e essa mania de escolher carros deploráveis? – Regina comenta.

Refletindo eu vi que era melhor não responder, mas eu respondi mesmo assim – Ahh Regina vamos lá, o carro do meu pai é muito legal, e eu sei o quanto você secretamente ama o meu – eu dei a ela o meu melhor sorriso, tenho que dizer, não funcionou.

– Eu odeio aquele transmissor de tétano ambulante! – ela quase gritou, eu imediatamente me aproximei da Rosita, acariciando o seu capô – Não, baby, ela não quis dizer isso com você.

Regina revirou os olhos.

Meu pai e minha mãe saíram do carro e se aproximaram dela – Então animada para a viagem? – David perguntou com um sorriso.

Regina respirou fundo e eu pude ver o quando ela se esforçou para forçar um sorriso para os dois: Mal posso esperar.

Eu tive que sorrir disso, mas meu sorriso logo se desfez quando ela lançou um olhar para mim.

– Vamos! – o nosso kid animado já estava entrando no carro.

David e eu começamos a colocar as malas no carro.

– Whoa, Emma, essas malas estão pesadas.

– Não comente – eu sussurrei, dando uma olhada rápida para Regina e ele entendeu o que eu queria dizer.

– Você está linda hoje, baby – eu falei disfarçando enquanto ela passava por mim, mas é claro que ela estava linda como sempre, e todo mundo sabe que quando ela está com raiva ela fica adorável, minha rainha má mais fofa, vocês provavelmente não deveriam dizer a ela que eu a chamei assim – Eu te amo.

Ela apenas entrou no carro, eu olhei para ela mais uma vez, eu não disse a melhor parte, ela está usando jeans, eu nunca pensei que fosse vê-la em algo tão casual, isso e quando ela veste as roupas mais sexys para me levar a loucura, mas enfim, nós duas tivemos outra discussão antes que as malas estivessem prontas, ela queria usar uma saia, tudo bem, todos nós sabemos o quão bem ela fica nelas, mas não acho que seria apropriado para onde estamos indo, eu me lembro das minhas exatas palavras: Não, Regina, você não pode ir de saia e salto alto para o meio da floresta!

Foi ai que ela começou a perder a paciência comigo sem contar o fato que ela já estava extremamente irritada por ter que ir a essa viagem, mas pensando bem ainda acho que não mereço ser tratada assim, sim, eu deveria contar isso para ela, mas tenho que dizer que temo um pouco a reação dela, só um pouco, sim eu sei, salvadora, corajosa e tudo mais, mas perto dela eu me sinto completamente desarmada, e ela é tão linda quando está com raiva.

– Emma! – era a voz dela – Você vai entrar no carro ou vai continuar ai me olhando?

Eu sacudi a cabeça e entrei no carro sentando ao lado dela – Você parece uma idiota me olhando daquele jeito.

– Mas eu sou a sua idiota, baby – eu abri para ela o meu melhor sorriso, não posso dizer que fiquei surpresa por ela não querer me beijar, de novo.

– Emma, por que você tem que ser tão sentimental? – Henry pergunta revirando os olhos.

– Não posso fazer nada kid, você sabe o quanto seu pai ama a sua mãe.

– Emma pela ultima vez você não é o pai do Henry! – Regina disse, aparentemente ainda irritada.

– Você acha que é o pai do Henry, Emma? – Snow perguntou olhando para mim com um sorriso divertido.

– Eu não acho, eu sou.

– Nem adianta discutir, vó – Henry respondeu.

Snow suspirou olhando para nós três no banco de trás, ela olhou o Henry estava concentrado tentando bater a pontuação minha pontuação incrível no Candy Crush, ela podia notar que a Regina estava irritada, e tenho quase certeza que ela podia ver meus olhos de um filhote abandonado olhando para a minha rainha.

– Nós precisamos animar essa viagem! – Foi então que ela ligou o radio e uma música melosa começou a tocar, não demorou nada e ela e meu pai começaram a cantar um dueto romântico.

Eu internamente desejava que uma cratera enorme se abrisse no chão e me levasse para longe desse carro, e eu podia jurar que tinha escutado Regina dizendo: Me mate, me mate agora.

Outra música começou.

– Vamos lá, cantem junto!

Então nós todos fomos forçados a cantar a música da Avril Lavigne.

Então eu me virei e sussurrei para a minha futura esposa – Me desculpa.

– Vamos gente, cantem mais alto.

Hey hey you you
I don't like your girlfriend
No way no way
I think you need a new one
Hey hey you you
I could be your girlfriend

Minha mãe estava cantando para o meu pai, eu enterrei minha cabeça no pescoço da minha futura esposa, ela acariciou meu cabelo e sussurrou no meu ouvido – Foi sua ideia aceitar vir a essa viagem.

You're so fine
I want you mine
You're so delicious
I think about you all the time
You're so addictive
Don't you know what I can do to make you feel all right?

MM continuou cantando e segurando na camisa do meu pai que sorria o tempo todo, eu não pude mais aguentar então eu gritei: Oh meu deus mãe, Henry está aqui!

– Sua ideia, Emma – Regina falou novamente, com um sorrisinho – Sua ideia.

– Tudo bem, vó, eu gosto dessa música – era o incentivo que ela precisava, então ela sorriu e continuou cantando.

Alguém me tire daqui!

Regina olhou para mim – Oh Love, você estava certa, eu estou realmente amando essa viagem, é tão bom conhecer esse lado da minha querida sogra – Eu preciso dizer que ela estava sendo sarcástica? Provavelmente não, mas apesar de tudo ela tinha um sorriso divertido nos lábios, ela sorria, por que ela sabia que estava certa, como sempre, eu não disse nada, eu finalmente entendi que minha situação só iria piorar se eu tentasse falar algo, eu apenas suspirei deitando a minha cabeça no ombro dela, sentindo o cheiro delicioso dela, então a próxima musica começa a tocar.

Hey, I just met you,
And this is crazy,
But here's my number,
So call me, maybe

– Pelo amor de deus mãe! – Tudo fica em silêncio após o meu grito, exceto a deliciosa gargalhada da minha futura esposa, eu sei que ela está rindo de mim, mas, oh boy, é um dos sons mais lindos que já ouvi na vida, então eu não pude evitar sorrir.

– Eu te amo, você me desculpa?

– Ainda não.

– Eu vou continuar tentando – e foi exatamente o que eu fiz.

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Uma coisa tem que ser dita, não havia nada de encantado nessa floresta, é úmida, cheia de mosquitos e insetos e agora estou começando a avaliar as decisões que eu tomo na minha vida, eu e meu pai continuamos tentando montar as barracas.

– Está faltando alguma coisa – Meu pai disse coçando a cabeça.

– Ahh, tão bom ouvir isso – Regina disse se levantando e se aproximando de nós.

– Mom, eu vi um esquilo, eu posso ficar com ele? – Henry falou se aproximando dela.

– Henry, Darling, nós não podemos criar um esquilo.

– Mas, mãeee – ele choramingou.

– Não, Henry – ela respondeu, e ele começou a fazer beicinho.

– Isso é tudo culpa sua.

– Desculpa, baby.

Ela suspirou e se afastou de nós, então voltamos a tarefa de tentar montar as barras.

– Eu não sabia que isso seria tão difícil.

Eu podia ouvir Regina suspirando novamente e com um movimento do pulso dela as três barracas estão perfeitamente armadas – Sério? Você podia ter feito isso há muito tempo.

– Oh dear, e tirar toda a graça disso?

Depois das barracas armadas nós decidimos começar uma fogueira então eu fui buscar lenha, foi fácil encontrar os pedaços de madeiras caídos próximo às arvores, então eu vi que próximo tinha flores lindas, eu não resisti e colhi algumas.

Quando voltei ao acampamento eu coloquei a lenha no centro do acampamento e me aproximei da minha Regina que estava conversando com a minha mãe, com uma mão nas costas segurando as flores.

– Regina?

– Emma?

Eu me aproximei mais dela e lhe dei as flores – São pra você – eu sorri para ela.

Ela abriu um sorriso largo para mim, um sorriso tão lindo que roubou meu ar – Elas são lindas – ela falou aceitando.

– Fico feliz que tenha gostado.

– Eu nunca disse que tinha gostado – apesar da resposta eu continuei sorrindo, me aproximei dela, beijei o canto de seus lábios e sussurrei no ouvido dela – Eu vou continuar tentando.

– Mom! – Henry gritou correndo para Regina, ele e o Charming tinha acabado de voltar da pesca – Eu peguei um peixe enormeee.

– Muito bem, querido! – ela abraçou nosso filho e eu me aproximei dos dois.

– Abraço em família! – eu envolvi os dois em meus braços.

– Emma, eu não consigo respirar – eu sorri antes de soltar ele, ele saiu correndo atrás do David.

– Miss Swan?

– Sim?

– Você ainda não me soltou.

– Sim, e nem vou – eu tiro ela do chão, ela solta um gritinho de surpresa, e eu começo a girar ela em meus braços.

– Emma!

Então eu começo a carregar ela até o lago, quando ela vê onde nós estamos indo ela grita e tenta se soltar – Emma não se atreva!

Tarde demais eu já estava entrando no lago – Emma eu juro que...

Então eu pulei com ela na água enquanto ela continuava tentando se soltar, quando voltamos a superfície, ela começou a me empurrar e bater no meu ombro.

– Assuma, foi divertido.

– Emma, eu juro que vou te matar e te ressuscitar só pra te matar de novo e – então eu acabei com o discurso dela a beijando, ela ainda resistiu um pouco, mas logo estava completamente entregue, nós nos separamos quando o ar se torna necessário, eu beijo ela mais uma, duas, três vezes e sorrio juntando o topo da cabeça dela ao meu.

– Eu te disse para não me beijar.

– Sim, Regina, e eu roubei seu beijo e não, não me sinto nem um pouco culpada.

– Sério, Swan? – ela sussurrou no meu ouvido e beijou meu pescoço – Você sabe quando eu morava na floresta encantada eu adorava tomar banho nos lagos.

– Sério? – eu perguntei sempre fui curiosa sobre a vida dela na floresta encantada.

– Sim, eu adorava, mas eu fazia isso completamente nua.

Um arrepio percorreu meu corpo, então eu agarrei a cintura dela e a beijei novamente, só nos separamos quando eu ouvi minha mãe gritar – Arrumem um quarto.

Nós duas rimos, e a contra gosto saímos da água, ela foi trocar de roupa e me puxou para ir junto com ela, então ela me fez assistir enquanto ela se livrava da roupa molhada, ela não era nem um pouco tímida com o seu corpo e nem devia, ela é pura perfeição, eu só continuei assistindo resistindo a vontade de toca-la, aqui perto dos meus pais e do Henry não era o melhor lugar para isso.

– Emma, você está me encarando - ela fala.

Com muita dificuldade eu desvio o olhar e começo a tirar minha roupas, nós nos trocamos e fomos procurar nosso filho.

– Mom, eu estou com fome.

– Tem sanduiches e suco no carro, querido – ela respondeu.

– Estou com fome também, posso pegar?

– Você precisa me perguntar?

Eu sorri e segui o kid.

Agora já é noite, nós estamos sentados ao redor da fogueira, minha futura esposa depois de muita resistência está agora nos meus braços, o kid e o David estão assando os mashmallows e Snow está perto de nós.

– Regina?

– Sim?

– Eu estou feliz que tenha vindo, a família não estaria completa sem você – minha mãe falou sinceramente – E além do mais a Emma ia ficar choramingando o tempo todo se você não tivesse vindo.

– Mom!

Regina sorriu, eu beijei a bochecha dela e a trouxe mais para perto de mim.

– Emma – meu pai se aproximou de mim depois de um tempo trazendo meu violão – Toca pra gente?

– Nam, eu não sou tão boa – É claro que eu estou mentindo, eu sou a melhor – Só vou tocar se a minha rainha me pedir – eu falei e ela se virou para mim.

– Você não acha que está abusando da sua sorte? – ela falou, mas tinha um sorriso no rosto – Toca pra mim? – ela me pediu com uma voz doce, como eu podia negar alguma coisa a ela? Então quando ela se afastou e eu peguei no violão.

– Você sabe que eu não te resisto em nada.

– Mãe, você é muito melosa.

– Do que você me chamou de que Henry?

– Então, pai que seja, você é muito melosa com minha mãe.

– Você sabe que eu amo sua mãe e eu já te disse, kid, logo logo você vai ter uma namoradinha, não se preocupe – o rosto dele começa a ficar vermelho de vergonha, eu sorrio.

– Mom, diz para ela parar – ele se senta perto da mãe dele.

– Emma...

Eu apenas sorriu e começo a cantar, eu sei que ela ama essa música.

I give her all my love,
That's all I do;
And if you saw my love
You'd love her too,
I love her.

Todo o tempo que canto eu olho para ela.

She gives me everything,
And tenderly;
The kiss my lover brings
She brings to me,
And I love her.

Ela sorri e olhos dela estão brilhando fixos em mim.

A love like ours
Could never die
As long as
I have you near me.

Bright are the stars that shine,
Dark is the sky;
I know this love of mine
Will never die,
And I love her.

Ooooh...

Quando eu terminei a musica e coloquei o violão de lado, ela se aproximou de mim e eu a envolvi em meus braços – Você me desculpa?

– Sim, Emma – eu sorri, e ela me beija sorrindo também no beijo, naquele momento e decidi que deveria cantar mais para ela.

– Agora, vamos tocar algo mais divertido – eu pego o violão e começo a melodia conhecida.

Old MacDonald had a farm
Ee i ee i o
And on his farm he had some cows
Ee i ee i oh

With a moo-moo here
And a moo-moo there
Here a moo, there a moo
Everywhere a moo-moo
Old MacDonald had a farm
Ee i ee i o

Todo mundo canta junto e no final da música estamos todos sorrindo, nós continuamos até a hora do Henry ir dormir, ele abraça nós duas e os avós dele e entra na barraca, Snow e Charming vão logo em seguida, deixando só eu e minha futura esposa.

– Então, você odeia ter vindo tanto assim? – eu pergunto e ela se vira para mim.

– Não, Emma – ela admitiu e sorriu – Vamos dormir? Eu estou um pouco cansada.

– Isso significa que eu não vou dormir sozinha na minha barraca fria?

– Eu ainda posso mudar de ideia – ela sorri maldosamente.

– Mas você não vai – eu me levanto e ofereço minha mão a ela, ela se levanta e caminhamos juntas até a nossa barraca, ela coloca uma roupa mais confortável, o que na linguagem dela só pode significar sexy, eu envolvo ela nos meus braços e logo nós duas caímos no sono, a ultima coisa que eu escuto é ela sussurrar: Eu te amo.

Eu trago ela mais para perto e sussurro: Eu também.