O Passado do Seu Coração escrita por Kuchiki Manu


Capítulo 11
Capítulo 11 - Sem saída.


Notas iniciais do capítulo

- Olá, meus leitores!
Caraca, esse capítulo demorou bastante pra sair, não é?
Nossa, desculpe de verdade.

O meu tempo tá um pouco complicado. Época de provas e tudo.
Mas terminei o capítulo, revisei e agora vou poder postar! õ/

Capítulo um pouco complicado, mas acho que não chegou ao nível do 9º (nono); mesmo assim foi trabalhoso por causa dos acontecimentos.

Atenção na hora de ler! XD

Desculpem pelos possíveis erros e...
...Boa Leitura!



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“Todo este mundo

Existe pela razão de encurralá-lo.”

 

Bleach – Volume 21

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CAPÍTULO 11 – SEM SAÍDA.

 

                Todo o ambiente fora tomado pelo som dos vários cacos de vidro, materiais e documentos, se chocando com velocidade contra o chão. Alguns em volta, por instantes, esqueceram do que estavam fazendo, direcionando a atenção para aquele homem impaciente em frente à grande mesa de metal.

                Com toda certeza, a reação de Capitão Mayuri não passou despercebida por seus subordinados. E ele também não se incomodava com isso. Tinha motivos para estar assim, e colocaria tudo abaixo se fosse necessário.

                O gosto da impotência era amargo. O desejo de fazer algo e não poder era desprezível para a vida de um cientista. Fracasso... Essa palavra não tinha significado ou razão para ele.

                Mas como evitá-la? Como manter o fracasso longe? Nos últimos dias, isso se tornara difícil. A falta de resultados aproximava a possibilidade de esta palavra se tornar real.

                Construir a réplica do Hougyoku não era uma tarefa fácil, sabia desde o inicio. Porém, tinha confiança de que pelo mínimo de poder que usaria, seria algo que não lhe causaria tantos problemas. Tudo estava calculado.

                Entretanto, os resultados tão esperados nunca aconteceram. Nenhum.

                Era impossível! Ele planejou, viu as possibilidades e maneiras, composição, mas o resultado concreto nunca surgira em suas mãos. Mais tentativas; mais falhas. E Mayuri não era uma pessoa que aceitava isso com facilidade.

                Urahara Kisuke... Ele não poderia tê-lo ultrapassado. Não, não!

                A culpa estaria nos arquivos que faltavam. Sim, era isso. Não tinha outro motivo. Pois tudo o que aquele maldito homem criara, ele também poderia fazer. E ainda melhor!

                O que precisava era encontrar outros meios. Claro. Assim, o domínio do tempo estaria em suas mãos. Conseguiria aquilo que estava longe da imaginação de Urahara Kisuke...

 

                - Er... Mayuri Taichou...

                - O que é? – olhou irritado para o subordinado. Essa era a última hora que queria alguém lhe incomodando.

                - É q-que... – o rapaz tentou não tremer. - Há algo que o senhor precisa ver. É relacionado à missão que-

                - Já disse que os assuntos de Seireitei não me interessam! Suma daqui!

                - Mas senhor... Talvez isso possa estar ligado ao que estamos pesquisando.

 

                 Dessa vez, não pode apenas ignorar as baboseiras de seu subordinado. Após segundos em silêncio, Mayuri começou a andar em direção ao grande computador em meio ao laboratório. Na tela deste, informações bastante curiosas.

 

                - Já descobriram o que é? – perguntou ao 3º posto de seu esquadrão.

                - Não, Taichou. Apenas sabemos que é algum tipo de onda magnética ou derivado, que está interferindo no espaço. Essas podem ser possibilidades, não há certeza. Mas interligamos isso ao estranho número de hollows que está aparecendo em Seireitei. – respondeu o shinigami.

 

                Mayuri observou as estáticas mostradas na grande tela de seu computador central. Sentando-se em frente a este, e analisando com mais atenção o que ocorria, teve os seus estranhos olhos tomado pelo choque da conclusão do estranho acontecimento.

 

                - Impossível... – sim, foi o que ele disse.

 

~o~o~o~

 

                Mas diferente do que poderia estar acontecendo no laboratório de Mayuri, os outros moradores de Seireitei continuavam a par da situação. O que importava era o que acontecia agora, em uma área próxima ao território dos nobres.

                O Festival de Outono.

                A maioria das festividades eram usufruídas apenas pelos nobres, abençoados com seus privilégios únicos. No entanto, este era diferente.

                O Festival de Outono era um dos raros eventos ao qual outros poderiam comparecer. E em meio aquelas pessoas que presenciavam a certa cortesia, estava ela. Com os olhos grandes, maravilhados pelo que via ao seu redor.  

                Lojas, tendas, com os mais diversos tipos de doces, jogos e objetos coloridos. Cores, sim, era o que mais tinha. Enfeites orientais adornando grande parte do espaço ao ar livre. Algumas árvores tiveram velas, fitas enfeitando seus troncos e folhas secas, graças à estação.

                Isso se aproximava muito ao mundo real, com mínimas diferenças.

 

                - Está gostando, Rukia? – ela ouviu a voz da irmã ao seu lado.

 

                Ela dirigiu os olhos a Hisana.

 

                - Sim, Hisana-sama. É muito bonito. – sorriu ao responder.

                - É verdade. Espero que goste quando soltarem os fogos de artifício.

 

                Assentiu.

                Já fazia algum tempo que estavam ali. Porém, pouco aproveitaram, era o que Rukia pensava. Na verdade, as últimas horas foram apenas de nervosismo e surpresa.    

                Nervosismo para Rukia, surpresa para os outros.

                E está era a reação mais do que esperada, pois ela estava ali.  A suposta irmã desaparecida da mulher do Capitão do 6º esquadrão, agora visível para todos. Esta era a grande novidade e motivo da atenção.

                Claro, alguns apenas se limitaram a fazer comentários pessoais e vagos. Outros, somente olharam. E, lógico, teve aqueles que ousaram chegar mais perto e comprovar. Um deles foi Capitão Ukiatake, acompanhado do simpático Shunsui.

                Esta fora à hora mais delicada para Rukia. Ver o seu futuro capitão olhando-a de uma forma incrédula e desacreditada exigia total controle seu. Principalmente em relação às múltiplas perguntas, como: Onde você estava? Como lhe encontraram?

                “Eu vim do futuro” não era a resposta mais apropriada.

                E assim foi necessária a intromissão de Byakuya e de seu avô, Ginrei.

                Incrível como eles conseguiram conduzir a situação de forma precisa e convincente. Tinha certeza que sem eles, estaria em grandes apuros. Também porque, ultimamente, os seus talentos de atuação se encontravam em falta de prática.

                Mas agora, tudo parecia mais calmo.

                A situação estava controlada, pelo menos um pouco. E ela tentaria esquecer os problemas e complicações, por mais que fosse difícil. Simplesmente tentaria, daria essa chance a si mesma por alguns minutos. 

 

                - Olhe, Hisana-sama. – Rukia apontou para uma das várias barracas ali. – Será que poderíamos chegar mais perto?

                - Claro, Rukia. Faça como- Rukia! – antes que pudesse terminar, Hisana fora puxada pelas mãos. Isso sim era algo se via todo dia.

 

                E observando as duas se afastarem, Byakuya vinha andando ao lado de seu avô a poucos passos atrás. Se fosse de seu feitio em meio a outras pessoas, poderia sorrir ali mesmo pela forma desconcertada de Hisana ao lado da irmã.

 

                - Agora que sabemos que Rukia não precisa se esconder, a situação ganhou certa facilidade a se conduzir. – comentou Ginrei sem olhar para o neto.

                - Sim.  – Byakuya agiu semelhante a ele. – Porém, o conselho do Clã exigiu certos esclarecimentos.

                - Lidaremos com o conselho depois. No momento, eu gostaria de lhe informar sobre um assunto referente à Seireitei, Byakuya. Foi o próprio comandante que falou comigo.

                - Suponho que seja sobre o fenômeno de hollows invadindo territórios de Rukongai.

                - Exatamente. – o ex-capitão tomou um tom mais sério. – Deves saber que o 5º (quinto) esquadrão foi encarregado de resolver o problema. No entanto, hoje houve uma intensificação no número de hollows, que forçou o recrutamento de mais um esquadrão, que foi o 3º (terceiro).

 

                Byakuya permaneceu em silêncio, ouvindo as palavras do avô com atenção.

 

                - Se continuar desta forma, creio que o 6º (sexto) esquadrão poderá ser recrutado também. Talvez esta seja a sua primeira missão como capitão; por isso... – dessa vez, voltou o olhar para o lado -, não me decepcione, Byakuya.  

 

***

 

                - Foi por pouco, Rukia. – procurava consolar Hisana à pequena, que já tomara uma expressão irritada no rosto.

 

                Estavam em uma das barracas, ao qual oferecia a possibilidade de se divertir com um simples jogo de derrubar garrafas empilhadas a certa distância. Bem... Para Rukia, isso não era tão simples.

                Seria a oitava ou nona vez que tentava? Por que era impossível! Sempre sobrava uma ou duas em pé. E aquilo não era tão difícil.

                Deve ter algo de errado... Eu já enfrentei coisa pior!

 

                - Acho que você pode conseguir outra hora, Rukia. – Hisana sorriu, vendo-a apoiada no balcão com um dos braços, sem desviar o olhar das benditas garrafas.

                - Gostaria de tentar de novo, senhorita? – o vendedor indagou.

 

                Rukia o encarou, diminuindo um pouco o olhar desconfiado. O idoso sorriu. Mas...

                Talvez seja trapaça?  Por que se assim fosse, ela jamais conseguiria vencer.

                Talvez o velhinho esteja mesmo... Não, Rukia, para! 

 

                - Ela irá tentar mais uma vez. – alguém decidiu por ela.

 

                Surpresa, ela olhou para o lado direito, encontrando Byakuya.

 

                - Será que você conseguirá agora, Rukia?

                - Byakuya-sama... – piscou. – Eu... Não sei... – franziu as sobrancelhas. – Deve ter algo de errado com... isso

                - Não é complicado. Você não acha, Hisana? – ele perguntou a esposa.

                - Bem... Presumo que não seja, mas... Nós já estamos aqui há um tempo considerável, Byakuya-sama.

 

                Ótimo, pensou a pequena. Até a própria irmã, que sempre a incentivava e elogiava, achava que ela não conseguiria. Droga de jogo!

 

                - Garanto que não é difícil. – Byakuya voltou a olhar para ela. – Apenas concentre-se, Rukia.

 

                Ela olhou para a pequena bola, que estava nas mãos do vendedor. Será que dessa vez poderia...

 

                - Que espécie de shinigami você seria se não conseguisse vencer um simples jogo?

 

                Ela arregalou os olhos.

                Byakuya a estava provocando!?

                Ah, não.

                No mesmo instante, ela tomou com rapidez a bola. Segurava o objeto com firmeza, estreitando os olhos para poder focar melhor o alvo. Agora era pessoal.

                Iria conseguir! Teria que conseguir! 

                E lançou. Mesmo com velocidade, o caminho da bola pareceu ter ocorrido com lentidão perante os seus olhos. A ansiedade se manifestou em milésimos de segundo.

                Perto... Mais perto... Mais... E mais... E cada garrafa caiu, uma por uma.

 

                - Isso! – Rukia vibrou; deu um salto como uma criança.

                - Você conseguiu! – incrível, mas Hisana parecia estar da mesma forma; mas claro, de um jeito mais contido.

                - Você viu? – sorria. – Foi fácil demais!

                - Sim, senhorita. – o homem idoso falou, ainda não acreditando na última frase dita por ela. – Tome. Este é o seu prêmio. – e com uma das mãos, ele estendeu um pequeno mimo.

 

                Um broche em prata, adornado com pequenas pedrinhas em azul para o cabelo. Era notável a simplicidade do objeto, mas ela nunca se importou com isso. Era sua recompensa, e pela inocente felicidade que sentia, já era o bastante.

 

                - É lindo, Rukia. – disse Hisana, ainda sorrindo docemente para ela.

 

                Ela assentiu com a cabeça, mantendo a expressão boba na face.

 

                - Eu sabia que conseguiria. – agora foi Byakuya que falou.

 

                Rukia olhou para ele, sentindo aquele pingo de orgulho por sua humilde façanha.

 

                - É, eu também. – concordou.

 

                Ele ficou alguns segundos calado, encarando-a com uma expressão indecifrável.

 

                - Ambos sabemos que você achava que erraria, Rukia. Não se engane.

 

                Ela o olhou confusa. Por acaso ele...

 

                - Er... Sim, mas... – ela desviou o olhar, com um ar de desentendida. – Foi por pouco tempo. Se não, eu não teria tentado de novo.

                - Você está mentindo.

                - O quê!?

 

                De repente, os dois ficaram como mudos e somente se encarando, e de certo modo, percebendo como estavam se dirigindo um ao outro.

                Piscaram espantados.

 

                - Tudo bem, Byakuya-sama. O importante é que Rukia conseguiu, não é verdade? – interferiu Hisana, se pondo entre eles sorrindo. – Agora, o que acha de nós aguardamos os fogos de artifício? Tenho certeza que serão muito bonitos, como todos os anos.  

 

                Ele levou algum tempo para responder.

 

                - Como quiser. – educadamente Byakuya concordou, oferecendo um dos braços para ela. A esposa aceitou.

 

                E assim, começaram a caminhar calmamente. Já era normal as pessoas abrirem passagem no decorrer de cada passo que eles seguiam.

                Rukia, que vinha um pouco atrás, ainda sentia aquele pingo de irritação pelas palavras de Byakuya. Estava se tornando impossível o controle próximo a ele e suas... provocações? Por mais que soasse estranho, era a expressão mais semelhante às atitudes dele.

                Às vezes ele a irritava! Poucas vezes, mais com conseqüências notáveis.  

                Mesmo assim, teria que manter a calma. Ele era Kuchiki Byakuya; isso nunca mudaria.

 

                - Se não me engano, creio que já tenha lhe dito o quanto você está linda hoje, Hisana. – Rukia dirigiu os olhos a frente, ao ouvir a voz de Byakuya.  Este tinha os seus reservados apenas para Hisana.

                - Byakuya-sama me disse isso antes de virmos para cá. – respondeu com a voz doce, tendo as bochechas com uma cor avermelhada.

                - E espero que não se incomode que eu repita por várias vezes, porque nunca me cansarei. – ele concluiu, deixando escapar um discreto sorriso.

 

                Sorriso notado por ela. Presenciado por ela

                Sim, ele era Kuchiki Byakuya e o seu nome nunca mudaria, pois somente sua personalidade poderia receber tal qualificação. Somente os seus gestos poderiam manifestar o poder de tal palavra.

                Aquele sorriso... Tão vivo; tão satisfeito. Manifestação de felicidade... Amor.

                Ele amava Hisana, era mais do que visível. E ela, Rukia, teve certeza disso desde o momento em que o viu preocupado com a saúde dela.

                Byakuya segurava a mão de Hisana com tanta... necessidade. Como se dependesse daquilo para continuar a respirar, viver. E talvez essa fosse a verdade.

                Rukia parou, observando os dois seguirem juntos. Os lábios formando uma singela linha, comparada a um sorriso simples... invisível?  

                Claro, ela sentia-se feliz. A felicidade de Byakuya Nii-sama a contagiava, não negaria. Entretanto, agora... Ele não era seu Nii-sama. Não. Era tarde e já se convencera da verdade.

                Então... Talvez fosse esse o motivo?

                Será porque já tinha consciência de que aquele não era seu irmão adotivo, que não conseguia sentir uma felicidade completa? Que aqueles sentimentos estranhos a atordoavam?   

                Levou uma das mãos a testa.

                Por que estou assim?

                Não fazia sentido. Simplesmente não fazia. Deveria estar de outra maneira.

                Tudo estava bem. Tudo!

                Rukia deu as costas, seguindo para a direção contrária. Aonde ia? Nem mesmo sabia. Nem percebera que, pouco a pouco, estava se afastando de tudo. O espaço era aberto e não tinha limites. E ela estava ao ponto de correr.

                Até que, como se a razão despertasse e retornasse ao lugar, Rukia diminuiu a freqüência de seu andar. Razão desperta não somente pela mente, mas também pela ação externa, presente nos sons e nas várias cores presentes no céu.

                Os fogos de artifício.     

                Ela olhou para cima. Amarelo, vermelho, azul, roxo; a cada segundo, uma cor diferente com um brilho independente e único.

                Apesar do barulho ocasionado pelos fogos, nada poderia ofuscar e desqualificar a beleza daquilo. Realmente era lindo, como Hisana havia dito.

                Hisana...

                Rukia olhou para os lados, notando algumas árvores, e logo após para traz, vendo as luzes do festival, curiosamente, longe. Ficou em duvida – Se afastou tanto?

                Provavelmente Hisana-sama deve estar preocupada.

                Decidida a voltar o quanto antes com o intuito de não causar problemas, Rukia poderia até mesmo ir correndo. Não. Na verdade, era o que faria.

                Hisana nem perceberia que ela não estava lá. Se bem que...

 

                - Eu encontrei você... Shinigami.

 

                Ela parou no mesmo instante. Seus movimentos, e até o próprio pensamento, se tornaram lentos. Era como se tivessem ejetado uma droga em seu corpo.

                A voz... Grave e irada... Maligna...

                Ela conhecia aquela voz. Não esqueceria, pois o seu dono fora o causador de seus problemas neste exato momento. Ela estava ali por causa daquilo!

                Entretanto, era improvável. Impossível. Como poderia estar ali?

                Teria que ver para crer. E seus olhos não a enganaram quando encontraram a estranha criatura...

                ... O Hollow que controlava o tempo.

 

                - Como...? – com os olhos arregalados em pânico, ela olhava a criatura improvável.

 

                Sim, era ele! O Hollow!

                E a criatura estava em um estado deplorável. Com o corpo curvado, coberto por sangue graças a vários cortes em diferentes partes. Algumas de suas enormes garras danificadas, partidas ao meio ou arrancadas. E a máscara branca... Com um corte profundo entre um de seus olhos negros.

 

                - Maldita... – pela voz dele, conseguia ver o quanto ele estava fraco. – Olhe o que você me... Causou...

 

                Ainda em choque, Rukia recuou um passo. Para ela, o fato do monstro estar ali ainda não havia se tornado totalmente aceitável. Pouco, mais ainda duvidada.

 

                - Por sua causa... Eu estou assim... – agora foi ele que andou, mesmo que mancando uma dos membros. – Por causa daquele... Shinigami...

 

                Shinigami?

 

                - Você irá pagar por tudo! – gritou. E sumiu.

 

                O monstro sumiu de sua visão.

                Espantou-se. Porém, antes que pudesse manifestar alguma reação em defesa, Rukia fora jogada com velocidade contra uma árvore. Forte. Todo o seu corpo fora atingido.

                E com precisão, seus sentidos a alertaram, e Rukia abriu os olhos a tempo de desviar do possível golpe, que cortou ao meio a árvore que antes estava encostada. Engatinhando, ela desviou mais uma vez de um golpe ao ar, e logo depois se colocou de pé, começando a correr.

                O monstro a perseguia, arrancando qualquer galho que pudesse atrapalhá-lo.

                Ela ouvia os passos atrás, causando tremor. Ouvia cada tronco que era cortado cair ao chão. E continuou a correr. Para ajudar, rasgou a barra do kimino amarelo, melhorando assim os movimentos com os pés. Contudo, o tempo que levou para fazer isso ajudou na aproximação do hollow.  

                Não poderia apenas fugir.

                Se ao menos estivesse com Sode no Shirayuki...

                E infelizmente, esta nunca veio consigo. Sua zanpakutou ainda continuava no “futuro”.

                Mas não era tempo para pensar. Usaria as habilidades que tinha no momento. Sabia muito bem como usar um kidou.

 

                - Hadou#4 – Rukia virou levemente o corpo para traz. -, Byakurai! – e lançou o raio azul contra o oponente, que atravessou o céu.

 

                Já era esperado que o monstro se desviasse. Mas feri-lo não era sua real intenção.

                Ela queria espaço, tempo... Uma ‘brecha’ por poucos segundos. E teve êxito!

 

~o~o~o~

 

                - Não faz sentido... Ela estava ao meu lado há poucos minutos. – dizia Hisana, incrédula e mais do que preocupada pelo ‘sumiço’ de sua irmã.

                - Acalme-se, Hisana. Rukia não deve estar longe. – Byakuya procurava tranqüilizá-la com paciência, restringida somente a ela.

                - Não há motivos para se alarmar. – porém, Ginrei era diferente neste aspecto. – Ela provavelmente está por perto. Não criem problemas que não existem.  

 

                Byakuya resolveu acreditar nas palavras de seu avô. Rukia deveria estar por perto e logo apareceria. E, claro, ele a advertiria sobre esse tipo de atitude que proporcionava preocupação a Hisana e... Para ele também.

                No entanto, não tinha motivos para preocupação. Rukia estaria bem, não estaria?

                E como uma contradição a esperança de seus pensamentos; além de tudo, dos fogos que iluminavam o céu com cores, Byakuya avistou algo incomum adiante.

                Um raio azul. Um kidou, manifestado em meio ao bosque que os cercava. 

                E pela primeira vez em sua vida, Byakuya viu que Kuchiki Ginrei poderia estar enganado.

 

~o~o~o~

 

                - Não se esconda... Shinigami... Sabe que eu vou encontrá-la. Não adianta se esconder. Então... Apareça!

 

                Apenas a voz da criatura ecoava por todo ambiente bosqueado. Era como se tudo houvesse se tornado silêncio, para que somente o hollow pudesse falar, e assim, as palavras chegassem com clareza até ela.

                Em meio à escuridão da noite, amparada por uma árvore, Rukia permanecia imóvel. Ela sabia o quanto o hollow estava perto, entretanto, ele não notara sua presença. Teve que diminuir o máximo que pôde sua reatsu para que isso acontecesse.    

                O cansaço era mostrado em sua respiração. As roupas já sujas pela terra. Seu kimono amarelo se tornara amarronzado. Os fios negros desorganizados, grudados em sua testa.

                Ela puxou ar dos pulmões. Com cautela, tentou enxergar a criatura a pouco afastada. Mas... Onde ele estava? Em dúvida, ela procurou pelo espaço escurecido.

                Nada.

                Ele se foi?   

 

                - Eu disse que não adiantava se esconder.

 

                Rukia arregalou os olhos em surpresa. O hollow estava ao seu lado.

                Procurou virar o corpo rapidamente, mas não conseguiu. Era tarde. Um espinho pontilhado saiu do pulso da criatura, e perfurou em questão de segundos uma das pernas de Rukia.

 

                - AH! – ela gritou, levando as mãos ao ferimento.

                - Idiota... Desde o dia em que você caiu dentro de um dos meus portais, eu sinto o seu cheiro há quilômetros.

 

                E pela segunda vez, Rukia sentiu o corpo ser lançado com fúria. No chão, ela não conseguia se levantar. O ferimento em sua perna era profundo. Tentava retirar o espinho, mas não tinha forças. Todo o seu corpo doía.

 

                - E foi nesse mesmo dia... – o monstro já estava a sua frente. -, que aquele maldito shinigami fez isso comigo!                  

 

                Ela ergueu o rosto para cima, encontrando o hollow.

 

                - E como vingança... – ele continuou. – Matarei você lentamente e sugarei sua reatsu. O mesmo farei com aquele shinigami. Morra sabendo disso. – apontou as garras para ela. – É o seu fim!

 

                Rukia fechou os olhos, aguardando o golpe fatal. Não havia maneiras de se defender. Ela não tinha saída; não sabia como escapar, como preservar a própria vida.

                Não tinha meios! Não tinha!

 

                 - Eu não pensei que veria você de novo nessas circunstâncias, Kuchiki Rukia.

 

                Ao invés do golpe, que jamais chegou até ela, Rukia ouviu, sentiu a apresenta de outra pessoa. Reconheceu a presença. E mais uma vez ela pareceu estar sonhando, mesmo com os olhos abertos.

 

                - Kaien-dono... – sussurrou o nome.

 

                Não era ilusão, ele estava ali.

                E era incrível como o jovem Shiba, apesar de ainda estar olhando para ela, conseguia segurar o pulso do hollow com força, impedindo qualquer movimento. 

 

                - Quem é você, MALDITO!? – o monstro bradou em raiva.

 

                Kaien pela primeira vez lançou um olhar para o hollow. Olhar totalmente diferente, indecifrável, contrário a aquele que tinha para Rukia.

 

                - Você irá se arrepender pelo que fez. – essa foi a resposta que Kaien dera, e o seu próximo movimento fora preciso.

 

                Logo, os gritos de dor do hollow ecoaram após este ter o seu braço direito sendo cortado pela espada do Shiba.

                 E ignorando qualquer manifestação da criatura, Kaien retornou para Rukia, desta vez, ficando ajoelhado em frente a ela.

                Ela ainda o olhava incrédula; desconfiada da realidade. 

 

                - Você está ferida. – foi ele quem falou, e aquilo não seria uma pergunta.

 

                Rukia o fitava apenas, sem dizer uma palavra. Até que os olhos de Kaien conheceram os dela, e foi como se lessem cada palavrinha engatada em sua garganta.  

                Tremeu.

                Com cautela, ele a carregou em seu colo, e ela não teve tempo para pensar em discordar de tal atitude. Ela apenas o olhava.

 

                - Não se preocupe. Tudo ficará bem. – ele disse em um tom brando.

 

                E no mesmo instante, o pingo de paz que ainda restara em seu peito, cresceu e tomou conta de todo o seu corpo.

                Apesar da cicatriz em sua alma ser dolorida e ter lhe deixado marcas, inconscientemente, Rukia acreditou.

 

 

Continua...

 

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NOTA:

 


HADOU#4: BYAKURAI - Lança um raio branco da ponta dos dedos do
usuário, perfurando o inimigo certeiramente.

 

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Notas finais do capítulo

Alguns devem estar se perguntando:
"Como raios o Hollow-que-controla-o-tempo foi parar aí no passado!?"
Apenas digo que tudo logo, logo será explicado!

"E o Kaien? Como ele apareceu também?"
Dou a mesma resposta de antes.

Mas ambas as perguntas podem ser semi-respondidas pelos detalhes que eu coloquei no capítulo, então será que alguém notou? ôõ

Gostaram desse capítulo?

Acho que um pouco de ação que faltou no último foi colocada neste (além da formatação, que ficou melhor no Nyah!).
E o engraçado que eu adoro fazer isso. Quem lê minhas outras fics deve ter notado: 'quando um capítulo vem cheio de paz, calmaria e felicidade; pode ter certeza que o próximo é confusão!'
Na maioria das vezes é assim! XD

Enfim, eu agradeço de verdade a todos que estão lendo! Muito obrigada pelo apoio e carinho! *.*

Já sabem, qualquer pergunta, eu terei o prazer de responder (claro, sem spoiler da fic! Rsrsrs!).

Não esqueçam de deixar um review e fazer essa autora feliz! =D

Beijos!
Fiquem com Deus!



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