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Miragem: fenômeno físico que nos faz ver nitidamente uma certa imagem,

no entanto, em momento algum poderemos toca-la.

Mas será que não poderíamos utilizar este mesmo conceito para uma situação

ao qual podemos tocar em algo que julgamos impossível ser real?

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CAPITULO 01 – APENAS UMA MIRAGEM?

- Mae... Sode no Shirayuki!

 

Neste momento a Sereitei estava sofrendo uma invasão de hollows, ao qual coube ao 13º esquadrão controla-la, por ser o mais próximo do alvo.

No começo parecia uma simples invasão em que poucos hollows, por pura sorte, conseguiram atravessar a barreira que separava o Hueco Mundo da Soul Society. Mas naquele momento, em meio a batalha, não tinha mas tanta certeza disso.

- Cuidado, Kuchiki! - advertiu um dos shinigamis, fazendo com que Rukia desse um salto se afastando do hollow, que havia acabado de aparecer atrás de si.

- Que ótimos reflexos, shinigami. - ironizou a criatura.

 

O que Rukia sabia sobre o inimigo naquele momento? Era apenas um hollow, raro, com inteligencia e habilidades acima da média de outros de sua espécie. Tinha o poder de criar portais, que utilizava com maestria para desaparecer e surgir em qualquer ponto do campo de batalha. E o pior de tudo isso: a cada vez que o hollow sofria um ferimento e logo após utilizava um de seus portais, quando aparecia novamente, não possuía mas nenhum machucado.

Literalmente, qualquer dano que tentasse causar, era em vão. Sumia como se nada tivesse acontecido.

- Droga! - murmurou Rukia. Se ao menos pudesse mante-lo fixo em um lugar. Poderia congela-lo, não poderia? - Escute. - voltou a atenção para um dos companheiros ao seu lado – Eu vou tentar congela-lo, nessa hora ele não irá poder fugir. Use esse tempo para ataca-lo, está bem?

- Hai. - assentiu ele ficando em posição de ataque.

 

Sabia que se Ukitake estivesse ciente da gravidade do inimigo, não teria mandado um grupo pequeno para enfrenta-lo. Na verdade, duvidava que ele a mandasse para lá nessas circunstâncias. Mas não poderia pensar daquele jeito. Tinha confiança naquilo que havia aprendido, em suas habilidades; e teria que utilizar o que pudesse para voltar com a vitória para o Gotei 13.

- Chega de brincadeira, shinigami. - falou o hollow – Chegou a sua hora. - logo desapareceu em um piscar de olhos.

 

“Lá vem ele!” - pensou ficando na defensiva.

- Prepare-se. Ele está... - Rukia parou de falar e se viu em estado de choque ao notar o shinigami ao seu lado com as garras do hollow atravessadas em seu corpo. - N-Não pode ser... - “Tão rápido!”

- Infelizmente o seu plano falhou. - disse a criatura pegando Rukia pelo pescoço e soltando o corpo já imóvel de sua outra vitima. - Mas foi divertido! - uma risada maligna saiu de sua boca.

- Maldito! - a voz dela saiu com um pouco de dificuldade, enquanto tentava se soltar.

- Não se preocupe! Farei com que a sua morte seja bem rápida e dolorosa. - apontou uma de suas garras para o estomago dela. - Adeus, shinigami.

- Shire... Senbonzakura.

 

Logo, a onda de lâminas de pétalas vieram em direção ao hollow, que ao perceber tal façanha, se deixou levar pelo desespero, abrindo um portal imediatamente e o atravessando. O fato era, o sua surpresa foi tão grande graças ao repentino ataque, que acabou levando Rukia junto consigo.

- Boa, Taichou! - Renji aclamou o seu capitão.

 

Porém, o líder do Clã Kuchiki apenas o ignorou, correndo o olhar pelo campo a sua volta. Alguma coisa estava errada...

- Mais dois insetos para eu me divertir? - falou aquele ser surgindo novamente – Estou com muita sorte hoje!

- Rá, é o que veremos! - o tenente do 6ª esquadrão empunhou sua katana logo a liberando.

 

Porém, antes que Abarai avança-se com o seu ataque, Byakuya deu um passo a frente o impedindo. Seu cenho estava franzido, o seu olhar estava mais empenetrante do que o de costume.

Um pequeno detalhe havia passado despercebido por Renji...

- Desgraçado! - começou o Kuchiki – Onde está Rukia?

- O que? - agora Renji se viu com a mesma pergunta em mente.

 

A verdade era: o hollow sumiu com Rukia, só que, apareceu novamente sem ela.

- Aquela shinigami? - disse com desdem soltando uma gargalhada – Creio que ela está bem longe agora. Tão longe, que nem eu mesmo sei onde ela está.

 

Aquela resposta só fez com que Byakuya perdesse ainda mais a paciência.

- Então, creio que terei que faze-lo descobrir o paradeiro dela. - ele soltou Senbonzakura, que logo atravessou o chão – Bankai...

~o~o~o~

Rukia sentia uma certa formicação em todo o seu corpo. Respirava com um pouco de dificuldade, graças ao estrangulamento que estava recebendo daquela criatura. Por um momento achou que era o seu fim; mas pode ouvir a voz de Byakuya atrás de si, invocando sua zanpakutou.

Mais um salvamento para acrescentar a sua lista, não era? Era incrível como ele conseguia chegar na hora certa, e era mais incrível ainda como ela conseguia ficar em situações perigosas, sempre precisando de ajuda. Não suportava isso!

Uma leve brisa bateu em seus cabelos, e a fez perceber que estava deitada... na grama?

Abriu os olhos rapidamente, a luz do sol embasou a sua visão; mas logo se acostumou podendo assim enxergar onde estava. Se viu surpresa ao perceber que estava na... Mansão Kuchiki?

Como poderia estar lá? Conseguia se lembrar muito bem do momento em que o hollow a puxou para dentro do portal junto com ele, sendo essa a sua ultima lembrança. Por acaso havia desmaiado e Byakuya a tinha levado para a mansão novamente? Se for assim, por que a deixou estirada no meio do jardim? Aquilo não combinava com ele.

Apoiou-se com os cotovelos, se pondo de pé. Cambaleou um pouco, afinal fazia pouco tempo que havia saído de uma batalha.

Olhando em volta, pode identificar algo diferente na mansão. Curiosamente não sabia o que era, e nem fazia a minha idéia o porque de está com aquela impressão. Mas não poderia negar, a mansão tinha algo á mais naquele momento, ela estava mais...

- Você está ai. - aquela voz firme soou atrás dela.

 

Rukia se virou para fitar o dono daquela voz. O conhecia muito bem, lógico.

- Nii-sama? - murmurou baixinho, tanto que ele não pode ouvir.

 

Algo realmente notável estava em Byakuya naquele momento. Especificamente em suas vestimentas. Byakuya estava sem o seu uniforme de capitão, vestia um quimono de seda, o que todo nobre usa. Porém, era curioso o porque dele estar vestido daquele modo. Por acaso ele não estava em serviço naquela hora no 6º esquadrão?

- Estava lhe procurando, Hisana. - finalizou ele.

- C-Claro, Nii-sama. Eu só estava... - espera um minuto - Hisana? Porque o senhor me chamou de Hisana, Nii-sama?

 

Alguns segundos de silêncio, enquanto Rukia o olhava confusa.

- Você está bem? - ele o quebrou, dando alguns passos se aproximando dela – Por que está me chamando deste modo, Hisana? E onde conseguiu essas roupas? - a olhou da cabeça aos pés. Porque estaria ela usando uma roupa de shinigami?

- Essas roupas? - olhou para si mesma querendo descobrir o que havia de estranho – São minhas roupas de shinigami, Nii-sama. - mesmo respondendo a pergunta, aquela conversa não estava tento nenhum sentido para ela. Parecia que não estavam falando da mesma coisa...

- Shinigami? - murmurou ele. Definitivamente aquela conversa não estava tendo sentido até mesmo para ele.

- Nii-sama, por acaso o senhor ficou ferido na luta contra o hollow? - perguntou ela. Poderia ser esse o motivo de não está usando suas roupas de capitão.

- Não compreendo o porque de você esta me chamando desse jeito.

- O que? - não compreendeu. Por acaso havia dito algo informal?

- Acho que você precisa descansar um pouco, Hisana. - disse ele. Tinha um palpite para aquela situação, que de certa forma o preocupava muito.

 

Byakuya se aproximou dela, que ainda o olhava confusa. Sem pedir permissão, tomou Rukia nos braços a carregando.

- Nii-sama!? Nii-sama, o que está fazendo? - falou ela meio desconcertada.

- Pare de me chamar deste modo, Hisana. - dizia ele andando em direção a mansão – E você sabe o quanto sua saúde é frágil, por isso não pode ficar se esforçando muito. Já lhe disse, vamos encontra-la.

- Encontrar? Eu não compreend...

- Shh! Sei o quanto está preocupada esses dias por causa da sua irmã. Por isso lhe afirmo novamente, vamos encontra-la. Você não precisa se preocupar tanto. - a olhou brevemente.

 

Para Rukia, por mais que aquelas palavras não estivessem lhe fazendo algum sentido, por mais que não estivesse compreendendo; algo nelas a chamava a atenção, lhe comovia... Pode sentir algo sincero naquelas palavras, algo que nunca pensou que iria presenciar de seu irmão.

Num certo momento se viu atravessando a porta do quarto do... “Nii-sama?”. Byakuya gentilmente a colocou sobre a cama, dando um leve beijo em sua testa após isso. Rukia se viu atordoada após tal gesto. “Quem é ele e o que fez ao Nii-sama?” - questionava-se.

- Descanse um pouco, minha querida. - o tom da voz dele saiu de um jeito diferente, enquanto passou docemente as mãos pelos cabelos dela. Era impressão sua, ou eles estavam diferentes naquele dia?

- Nii-sama, por que o senhor me trouce para o seu quarto!? - questionou ela – Isso não é apropriado! Seria melhor eu ficar no meu. - ousou fazer um movimento para se levantar, mas ele a impediu.

 

Quarto? De que quarto ela estava falando? E porque insistia tanto em chama-lo de “Nii-sama”? Será que a doença dela havia se agravado tanto que atacou o seu consciente?

- Estou começando a me preocupar com você, Hisana. - se assentou ao lado dela na cama – Irei mandar uma mensagem agora mesmo para Unohana Taichou vir lhe examinar. Por enquanto descanse, e o melhor é tirar esta roupa de shinigami... - ao dizer isso, Byakuya levou a suas mãos ao laço do kimono de Rukia, que arregalou os olhos ao ver aquele ato.

- O que está fazendo!? - rapidamente segurou as mãos dele o impedindo de continuar.

 

Ele a olhou imediatamente. Rukia se espantou ao perceber que ele estava tão surpreso quanto ela.

- Apenas iria ajuda-la a se trocar, já que pensei que estava desconfortável nesta roupa e... - a olhou nos olhos – O que há de errado com você? - teve a necessidade de perguntar.

 

Como assim o que há de errado com ela? A única pessoa que estava agindo estranhamente era Byakuya, não era?

- Nii-sama, acho que o Senhor...

- Byakuya-sama - aquela doce voz soou da porta. - Os empregados me disseram que estava me... procurando?

 

Rukia se viu mais do que atordoada ao ver aquela figura. Não poderia ser verdade. - N-Não pode ser... - sussurrou aquelas palavras para si, enquanto seus olhos estavam maiores graças ao espanto.

Ao ver a expressão no rosto dela, Byakuya voltou o seu olhar para a dona daquela voz, logo se encontrando no mesmo estado do que o de Rukia.

- O que significa isso? - murmurou ele.

 

Estaria Kuchiki Byakuya louco? Estaria sua visão o enganando com uma miragem? Duas Hisanas!?

Continua...