Bilhete Trocado? Pretérito Imperfeito escrita por seethehalo


Capítulo 44
Tchau, tchau


Notas iniciais do capítulo

Contagem regressiva mode ON!
Buaaaaaaaaa, eu também não queria que a fic acabasse, mas como nada é feito pra durar pra sempre, vai fazer o quê. É a vida, faz parte.
Enquanto isso, tem mais capítulo pra vcs.
Enjoy.



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     - Eis o que vai ser feito.

     Pegou o telefone, discou o número e esperou que fosse atendida.

     - Alô? – uma voz sonolenta estava do outro lado da linha.

     - Bill?

     - É... Quem é?

     - Giovanna. ‘Cê tá ocupado hoje?

     - Ah, oi. Bom dia pra você também.

     - Mals, bom dia. Te acordei?

     - Adivinha.

     - Hehe. Acho que sim. ‘Cê tá ocupado hoje?

     - Não...

     - Pode me fazer um favor?

     - Hm. Manda.

     - Assim, semana que vem a Fernanda vai embora, e ela queria ir ver como anda o Tom... Você pode levá-lo ao hospital?

     - O Tom não anda. Tá com a perna engessada. Mas pra quê?

     - Tu tá dormindo mesmo, hein, Bill! Esqueceu que a gente combinou que eu só vou falar com o Tom quando ele tirar o gesso? Só tô tentando cumprir a minha promessa.

     - Anhé. Tá bom, então. Mas pode ser mais tarde? É que agora eu tô no meio de um compromisso importantíssimo com o meu travesseiro.

     - Hahaha! Não acredito que eu ouvi isso! Eu não acredito que você ainda fala isso! Hahahaha!! Então tá, Bill, mais tarde você vem. Beijo.

     - Boa noite, mãe.

     Gih desligou o celular e olhou o aparelho com cara de “eu hein”.

     - Que medo...

     - O que foi, Gih?

     - O Bill. Tá meio fora da casinha. Mais tarde eu ligo de novo, por via das dúvidas, acho que ele não entendeu o recado.

     Bom, pra encurtar a história, de tarde Bill foi levar Fernanda ao hospital. Vamos pular a parte chata do diálogo, em que ele pergunta como é o Brasil, e esses afinzinhos.

     - Bill... Sobre a Gih... Tenho que te avisar de uma coisa.

     - Diga.

     - Ontem eu conversei com ela; ela não quer olhar na cara do Tom de jeito nenhum. Ela disse que daria um jeito de fugir, sumir do mapa. Coisas assim, sabe? Eu dei uma bronca nela, mas não sei se funcionou.

     - Desculpa a estupidez, mas que novidade! Pode ter certeza de que não funcionou. Teimosa do jeito que ela é... Isso me lembra um irmão gêmeo que eu conhecia...

     - Né. Ela e o Tom são idênticos, um caso perfeito de confirmação das leis metafísicas.

     - Leis metafísicas? Que merda é essa?

     - É uma teoria que diz que os opostos se repelem e os semelhantes se atraem.

     - É, nesse caso faz sentido.

     - Então, como eu tô voltando na semana que vem, achei bom te avisar, que aí qualquer surpresinha não será tão imprevista assim.

     - Sim. Obrigada pelo aviso.

     Nesse meio tempo chegaram ao hospital e Fernanda foi ver como andava, er, estava o Tom.

     - Ih! – Tom exclamou quando a viu entrar no quarto. – É a amiga brasileira da Gih! Que não falava!

     - Bom, agora eu falo! – sorriso de tacho mode ON – Como ‘cê tá?

     - Bem, apesar de estar com dez quilos a mais do que habitualmente... O que te traz aqui? Onde tá a Giovanna?

     - A Gih não veio porque tava ocupada, e eu vim porque tô indo embora na semana que vem.

     - Pro Brasil?

     - É. E eu queria ver se você tá bem.

     - Ah, tá!

     [cri cri cri cri]

     Feer queria dizer mais alguma coisa, mas e a coragem? Acabou por admitir que não tinha mais assunto e saiu com o mesmo sorriso de tacho com o qual entrou. Bill a levou de volta pra casa, desejou boa viagem, obrigado pelo aviso, etc.

     Na semana seguinte, Fernanda estava embarcando de volta ao Brasil.

     - Essa semana passou rápido pacas. Nem acredito que eu já tô voltando.

     - Ah, Feer, mas vai fazer o quê? Adorei que você tenha vindo conhecer a Alemanha.

     - E eu amei a Alemanha. Mas vê se toma juízo, dona Giovanna, não quero saber de você fugindo do Tom, falou?

     - Tá bom, Feer. – Gih respondeu revirando os olhos e fazendo uma figa com a mão nas costas. Fernanda viu. – Bom, teu ônibus já vai sair.

     - É... Então eu vou indo.

     - Tchau, Feer. Boa viagem. E de novo, obrigada por ter vindo pra cá. Você me ajudou pra caramba nesses dois meses. – Giovanna deu um abraço na amiga.

     - Tchau, alemã.

     - Afe! Não me chama desse jeito!

     - Ok, ok, mas antes que eu vá embora rindo do que chorando, né?

     - É. Ai, vai logo antes que eu te agarre e implore que fique até perder o ônibus!

     - Que medo! Tá bom, tchau, Gih! Beijo!

     - Au revoir.

     Nisso Feer entrou no ônibus e foi embora.

     - Eu já devia ter me acostumado com essas coisas... – Gih pensou alto enquanto cruzava os braços com frio, e foi pra casa sob o vento forte de fim de tarde.

 

___________________________________________________________

 

     Dois dias depois Tom, que já havia tido alta e já estava com o braço bom, voltou ao hospital para tirar o gesso da perna. Seus planos eram ir atrás de Giovanna direto, mas o ortopedista recomendou-lhe que ficasse mais um dia em casa. Sem alternativa, acabou cedendo, iria atrás da Gih no dia seguinte.

 

___________________________________________________________

 

     Giovanna usou os dois dias entre a volta de Feer e o encontro com Tom para seguir a sugestão dada por Bill: reler todos os e-mails trocados com Tom. Mas, por mais que colocasse na cabeça que as mensagens que recebera eram do Tom, todas as que enviara eram para o Bill. Não adiantava; ela lia, mas não conseguia associar o enviado com o recebido. Custou a conseguir transformar dois anos de correspondência que ela achava que era com Bill em uma longa conversa com Tom, afinal tudo aquilo não era um reles documento de Word em que você localiza e substitui todas as vezes que uma palavra aparece por outra; aliás, um gêmeo pelo outro. Não foi fácil.

     Mas o dia em que Tom falaria com ela chegou. E Gih, consciente ou inconscientemente, saiu de casa de manhã sem dizer para onde ia.

 

___________________________________________________________

 

     - Tom! – Bill chamou o irmão, que estava vendo TV.

     - Quê?

     - Não vai ir falar com a Giovanna?

     - Putz, é mesmo. Quase esqueci. Ain, Bill, vem comigo?

     - Vou, né. Parece que eu sou a sua alma, sem a qual você não pisca. Vam’bora.

     Porém, ao chegar à casa dela, receberam a notícia de que Giovanna não estava em casa.

     - Que beleza! Bem que a Fernanda me avisou de que ela fugiria! – Bill disse dando um soco na mão.

     - Era só o que me faltava! Tem ideia de onde ela esteja, Bill?

     - Pior que não. E, se eu não tenho, imagina você.

     - Né. Mas agora eu vou atrás. Eu não cheguei até aqui pra recuar agora. Só não sei como vou fazer isso, mas vou.

     - Nossa, Tom! O que te fez mudar de ideia desse jeito?

     - Três brigas com você, um acidente, duas semanas sem andar e agora isso! Além do mais, a gente combinou que eu falaria com ela, não? Então, vou cumprir minha a parte no acordo.

     - Sim. Olha, Tom, não sei onde ela está, mas sei quem pode saber. Entra aí no carro e vam’bora.


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Notas finais do capítulo

Taí um caso em que as leis metafísicas erraram um pouco. A Gih me disse que não parece nem um pouquinho com o Tom.

Não queria dizer isso mas preciso comunicar que: NÃO POSTAREI MAIS CAPÍTULOS EM NOVEMBRO!
Só mês que vem.
Dia primeiro, terça, o triúltimo capítulo. Hehe.
Até o mês que vem.