Bilhete Trocado? Pretérito Imperfeito escrita por seethehalo


Capítulo 39
Bill


Notas iniciais do capítulo

Bom, mais um capitulinho pro povo curioso!
A coisa tá ficando cada vez melhor 66]
Espero que gostem desse!!



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Eu estou tentando lembrar
Porque eu estava com medo
De ser eu mesma e deixar as
Cobertas caírem definitivamente
Creio que eu nunca tive alguém como você
Para me ajudar, para me ajudar a me adaptar
Em minha pele
Eu nunca me senti desse jeito antes
Eu estou exposta
Ao seu redor
Isso te mostra?
Você vê através de mim
E eu não posso esconder
Eu estou exposta
Ao seu redor
e nunca me senti tão certa
Naked - Avril Lavigne

 

     - Ele sempre gostou de você. Desde criança, toda hora ficava olhando. Mas o que isso tem a ver... ah, não. Já sei. Giovanna, olha pra mim e responda: Você... você gostava de mim?

     - Ai, Bill... – ela respondeu virando o rosto.

     - Fala, Gih. Nós somos amigos. Confidentes. Certo?

     Ela sorriu.

     - Certo?

     - Certo.

     - Então me fala.

     - Bill...

     - Fala, vai. Responde apenas, sim ou não.

     - Tá. – ela suspirou – Não sei se você vai acreditar nisso... Até ontem eu diria que sim, com certeza, mas agora... Esse episódio todo com o Tom fez uma bagunça na minha cabeça.

     - Posso interpretar como um “sim” à minha pergunta?

     - Sim e não. Nessa última hora tá acontecendo tudo de uma vez... Olha, Bill. Agora, nesse momento aqui... posso dizer... que eu nunca percebi se eu gostava de você ou não.

     - Como assim?

     - Eu resolvi contar toda essa história pra Feer... pra tentar explicar direito pra mim mesma o que realmente aconteceu. Mas, tudo foi acontecendo, e quanto mais eu tentava esclarecer mais confusa eu fiquei. E agora parece que caiu a ficha.

     - Me explica isso.

     - Vocês me chamam a atenção desde o jardim de infância. Eu assistia às suas baguncinhas, ria das suas piadas. Mas nunca me via ali, junto com vocês. Até que naquela bela manhã, eu cheguei atrasada, sentei atrás de você e você me mandou u bilhetinho.

     - Eu nunca mais vou mandar um bilhetinho na vida. Nem que seja a última forma de comunicação existente no mundo.

     - Por quê?

     - Se uns que eu troquei contigo rendeu essa confusão toda... Motivo não falta.

     - Né não.

     - Aliás, dona Giovanna, que eu me lembre, até hoje a senhorita não respondeu à pergunta que eu te fiz num dos primeiros bilhetes.

     - Que pergunta?

     - Sobre você ter dito que eu tava “diferente”. Eu pedi pra você procurar o Tom e tirar uma conclusão decente... e até hoje você não disse nada.

     - Ah, isso. Acho que acabei esquecendo depois. Mas você não vai querer saber disso a essa altura do campeonato, né?

     - Ah... Fala. Uéh. Se você quiser... – Bill se fez de indiferente.

     - Espera um pouquinho aí... Você não disse isso esperando resposta! Tava era me induzindo a... Safado!

     - Ai! Fui descoberto! Eu e minha boca, por que que eu tinha que perguntar isso!?

     - Haha! Brincs. Mas também se não fosse sua boca não cantaria tão bem.

     - Chiu! Você é suspeita pra elogiar.

     - Hahaha! Mas você perguntou mesmo pra me induzir a olhar pro Tom, né?

     - Claro! Ele vivia enchendo o saco falando de você, então quando você sentou atrás de mim lá, eu vi a oportunidade ideal pra... er... pagar o cupido.

     - Que coisa meiga. Realmente uma pena no início ter tido o efeito contrário. Eu acabei olhando mais pra você, isso sim...

     - Ai, que vergonha...

     - Haha, nunca achei que ouviria as palavras “que” e “vergonha” juntas de você.

     - Nem eu, mas realmente... Então o Tom tava certo, pelo menos em parte.

     - Não sei... Eu olhava pra você, e pro Tom também. Por isso que agora te disse que não sei se eu gostava de um dos dois. Acho que gostava dos dois. Sei lá, eu sempre tive um laço mais forte com você, mas o Tom era indispensável ali no meio. Tanto é que na tarde em que eu fiquei conversando com voc... com o Tom achando que era você, eu sonhei com ele à noite.

     - Ôh louco... Você tá mesmo numa confusão, hein.

     - É...

     - Mas bom, como eu te disse, eu nunca quis mais do que a sua amizade contigo. O Tom é que gosta de você, e eu respeito isso.

     - Bill...

     - Hm.

     - Posso fazer uma pergunta?

     - Por que pergunta? Claro que pode.

     - Como pode existir no mundo um amigo tão perfeito como você?

     - Perfeito... Eu não sei. Se com isso você quer dizer “apenas sincero” ainda dava pra pensar.

     - Eu te amo.

     - Eu também.

     Os dois passaram horas relembrando a infância e contando histórias do resto do mundo.

     Lá pela madrugada receberam outra notícia sobre o estado de Tom: melhorou tão rapidamente que talvez em 24 horas estaria acordado. E que com certeza ele se recuperaria totalmente, e em pouco tempo.

     - Ouviu isso, Giovanna? Ele tá bem!

     - Claro, Bill! Ele tá bem e vai melhorar mais ainda!

     - Ele vai melhorar e contar tudo pra gente. Vai, eu sei. Agora... Gih, você... Você vai ouvi-lo? Vai ouvir o que ele tem a dizer?

     - Claro. Com certeza. Eu fui infantil correndo dele na rua, e olha no que acabou. Eu o ouvirei, sim.

     - Que bom te ouvir dizer isso... Que bom...

     - Engraçado... A gente aqui, lembrando infância, dizendo eu te amo sem a menor cerimônia... Se fosse no Brasil diriam que a gente tem um caso e não quer admitir.

     - A mídia também. Mas por quê?

     - Lá não se acredita que pode haver uma amizade sincera entre um homem e uma mulher...

     - Que bobos. Olha nós aqui.

     - Né. E a mídia? Aí já é outra história.

     - Sim. Mas eu tô me lichando pra mídia. Me importo mais com a minha consciência do que com a reputação que me é dada, sabe? Reputação é o que acham que eu sou. Consciência é o que eu realmente sou. E a minha consciência tá limpa.

     - Nossa! Isso foi profundo!

     - Mas não é?

     - É... Uaaaah...

     - Tá com sono?

     - Hmm, eu tô.

     - Quer ir pra casa?

     - Não. Quero estar aqui quando o Tom acordar.

     - ‘Cê que sabe. Se quiser ir pra casa eu te levo.

     - Não... Uaaah... Não precisa.

     - Você tá caindo de sono. Se não quer dormir em casa, deita e dorme no meu colo.

     - Mas eu não quero... dormir... – ela deitou no colo do Bill e apagou.

     Bill continuava acordado e atento, esperando qualquer notícia do estado de saúde de seu irmão.

     O relógio marcava 7h30 quando Bill sentiu uma vontade incontrolável de usar o toalete.

     “Ai, que hora!”, pensou.

     Giovanna dormia profundamente em seu colo, como um anjo, e ele fazia cafuné em seus cabelos negros. Em poucos minutos já não aguentava controlar o “chamado da natureza”. Não queria acordá-la, mas também não a deixaria deitada sozinha na sala de espera. Abordou então um enfermeiro que passou, e pediu-lhe que arrumasse um quarto para que Gih pudesse dormir tranquilamente.

     - Vai rápido, sim? – pediu.

     - Claro, mas por que a pressa? – o enfermeiro perguntou.

     - É que eu preciso ir ao banheiro... – Bill respondeu com a voz esganiçada.

     - Tá bom, então. Vai lá que eu cuido dela.

     - Valeu, cara... Er... Onde é o banheiro?

     - No fim daquele corredor ali, à esquerda – o rapaz apontou o caminho.

     - Obrigado!

     Bill saiu correndo em direção ao WC, e Giovanna foi levada a um quarto. Enquanto isso, Simone chegou ao hospital e espantou-se ao notar a ausência do filho.

     - Onde está o Bill? E a Giovanna?


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Notas finais do capítulo


Peraí que eu vou fuzilar a Gih ali e já volto. EU QUERO DEITAR NO COLO DO BILL!! *=*

Avisinho: fiiiinalmente acabei de escrever a fic.
Calma, sem desespero, vcs ainda vão me aguentar por um mês.
Vídeo da música: http://www.youtube.com/watch?v=_cO_Gn15Ba0
Até sexta povo o/'