- Eu não posso...

     - Tom, você não é cego, não é surdo, nem mudo e muito menos aleijado. Você não pode o quê?

     - Eu não sei se eu consigo... não tô pronto...

     - Olha, povo, eu é que não vou falar nada, pelo menos não por enquanto. Mas eu não sei por quanto tempo eu vou aguentar esconder isso da Gih.

     - ‘Cê tá certa, quem tem que contar pra ela é esse tonto aqui. Mas eu é que não vou perder o meu tempo implorando. Ele que sabe se e quando vai deixar de ser besta.

     - Por favor, gente, eu vou contar... Eu mesmo, Tom Kaulitz, frente a frente com ela... assim que eu estiver pronto.

     - Quando você vai “estar pronto”? Quando 32 de fevereiro cair numa sétima-feira?

     - Não, Bill, só não dá pra ser agora.

     - Er... eu preciso ir. – Eloisa se pronunciou.

     - Ah, eu te levo até a porta. – Bill disse – Obrigada por vir e desculpa qualquer coisa.

     - Imagina! Tchauzinho!

     - Tchau.

     Looh foi pra casa pensando. Disse aos Kaulitz que não falaria nada para Gih, e pretendia cumprir a promessa. Mas conhecendo a “boa vizinhança”, era bom não duvidar de que logo a história viraria manchete de site de fofoca, do tipo “GÊMEOS KAULITZ BRIGAM POR UMA GAROTA NA CASA DA MÃE”, pois até que chegue na mídia com certeza os fatos seriam distorcidos. Contudo, não queria que a prima ficasse sabendo disso por terceiros; mas vai saber quando... SE e quando Tom estaria pronto pra falar com Giovanna.

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     Uma semana se passou e por incrível que pareça a discussão de Bill e Tom não caiu na boca do povo.

     E Gih recebeu um novo e-mail:

     “Me desculpe.”

     - Mas era só o que me faltava! O infeliz ainda teve a audácia de responder!

     - O que foi, Gih?

     - Olha isso aqui!

     Fernanda leu a mensagem e declarou:

     - Incrível como em qualquer lugar do mundo dá pra encontrar gente que não se garante... Onde o mundo vai parar?

     - Não sei, viu. Só sei que se o Bill não me der sinal de vida ainda hoje eu sei que o desocupado mandador de e-mail vai parar atrás das grades!

     (8) [Celular tocando]

     - É o Bill.

     - Que sintonia, hein... – Feer ironizou.

     - Alô?

     - Alô, Giovanna?

     - É, conseguiu alguma informação?

     - Er... alguma, mas nada que seja útil pra encontrar a tal pessoa.

     - Droga. Acredita que o cidadão respondeu o e-mail de aviso que eu mandei?

     - Como é?

     - É isso mesmo. Eu escrevi dizendo que não hesitaria em procurar a justiça se não fosse você; mas é claro que eu não escrevi o seu nome; e ele respondeu “me desculpe”! Vê se pode?!

     - O cara tá brincando com a nossa paciência.

     - Nem me fala...

     - Enfim, só te liguei pra te dar notícia, faz uma semana que não te aviso de nada... Beijo.

     - Beijo. Tchau.

     - Caramba! Giovanna, sua telepata! – Feer brincou. – Foi só você falar que ele ligou! Me ensina a fazer isso?

     - Oh, claro! Contatei o Bill e pedi pra ele me ligar... um fenômeno também conhecido como coincidência.

     - Hahahaha!...

     - Hmm, vou tentar fazer isso pro ser que tá me mandando mensagem se revelar. Vai que funciona!... Aunnnnnnnnnn...

     - Hahahahaha!! Para! – Fernanda rolava de tanto rir.

     - Aahhh, quem dera isso funcionasse... – Gih suspirou.

     Mal ela sabia das forças do pensamento.

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     - Ô BILL!! – Tom gritou do quarto.

     - Quié?

     - VEM AQUI!

     - Fazer?

     - VEM LOGO! É SÉRIO!

     Tô indo. – pausa. – Que foi?

     - Eu vou.

     - Você vai...?

     - Eu vou falar com a Gih.

     Bill chegou perto, pos a mão na testa e depois no pescoço do Tom, como se verificasse se ele estava com febre.

     - ‘Cê tá bem?

     - Tô ótimo.

     - É por isso que chove... Mas você pretende ir lá na casa dela ou... sei lá?

     - Tanto faz.

     O gêmeo mais novo foi até a janela, deu um assobio alto e berrou:

     - ELOISAA!

     Em dois minutos Looh apareceu na sacada.

     - Bill?

     - À noite chove.

     Looh fez cara de “hã?”

     - Tom vai falar com a Giovanna.

     - Ele vai na casa dela ou... sei lá?

     - Por ele tanto faz.

     - Por que não a chama para lanchar aí?

     - Boa ideia. O Tom vai fazer isso, né, Tom?

     - É, vou. Fazer o quê...

     - Que ânimo, hein... – Eloisa ironizou.

     - Acho que... ah, sei lá...

     - O que foi agora? – Bill perguntou fazendo careta.

     - Desisto.

     - Ohh, palmas pro meu irmão! Tava demorando! Bem que eu achei que isso era conversa dele, aplausos! – Bill fez graça, batendo palmas com gosto.

     - Eu juro que eu acreditei. – disse Looh.

     - É, eu também. Mas fazer o quê se ele amarelou de novo... Tchau.

     - Bill, peraí.

     - Que foi?

     - É que... er... – ela hesitou em pedir, mas foi em frente – Bill, eu não vou aguentar esconder isso por muito tempo.

     - Sabe que nem eu? – ele suspirou – Agora pouco eu liguei pra ela e quase contei tudo... Tive que me segurar pra não dar com a língua nos dentes nem desligar na cara dela.

     - Que barra...

     - Mas e aquela amiga dela, a brasileira...

     - A Feer?

     - Ela mesma. Te alivia um pouco se ela ficar sabendo?

     - Olha, aliviar até alivia; mas a Gih e a Feer são quase irmãs também, sei lá... A Feer guarda.

     - Sem contar que, pô, eu nem imagino o que ela faria quando descobrisse que foi a última a saber...

     - Ela entenderá. E olha, a Feer vai saber guardar segredo, até porque ela também acharia melhor que a Gih ficasse sabendo pela boca do Tom do que por outra pessoa.

     - Então fala com ela... Mas toma cuidado, você sabe que ela habita o ‘terreno proibido’.

     - Haha, você falando assim parece que estamos numa missão secreta.

     - Em parte não deixa de ser... Tchau.

     - Tchau.

     Na mesma hora Looh ligou para Feer.

     - Alô, Feer, é a Looh.

     - O que foi?

     - Me liga assim que você puder, mas a Gih não pode saber.

     - Tá bom, ela tá na cozinha... o que tá acontecendo?

     - A história é comprida, não sei se dá pra resumir.

     - Manda.

     - O Bill já sabe quem é que mandou os e-mails pra Gih.

     - Quem foi? Peraí, que história é essa? Você andou falando com o Bill? Seguiu ele?

     - Não é nada disso, escuta. Se estiver em pé, senta. Você vai ficar tão abismada como eu... e como o próprio Bill.