Bilhete Trocado? Pretérito Imperfeito escrita por seethehalo


Capítulo 3
III / IV


Notas iniciais do capítulo

Olha que capítulo enorme...
Teria que ser menor, aliás, beeem menor. Mas não deu.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/35522/chapter/3

Fernanda:

Os nomes não me eram estranhos. Mas continuei lendo os relatos da Giovanna, que a cada data ficavam mais interessantes.

Anotação da Giovanna:

Os dias passavam. Minhas conversas com Bill (e com Tom) eram cada vez mais frequentes. A sala sem o Tom era um saco, dava até desgosto ter que passar cinco horas por dia enfurnada numa sala que de tão quieta era possível ouvir as moscas voando. Fico pensando, eu nunca fui de fazer liçãozinha linda mesmo, mas sempre gostei de ir pra escola. Talvez por causa da agitação da molecada.

Não era igual às outras meninas, a começar pelos olhos e cabelos: enquanto todas eram loirinhas dos olhos claros, eu era a única com olhos e cabelos escuros, tem gente que acha que eu não sou alemã. Depois tem agendinha felpuda e cor-de-rosa, plástico encapando a mesa... fazia careta pra isso. Acho que era essa a razão pela qual nenhuma menina que vinha falar comigo permanecia muito tempo perto. E fora um estorvo na época dos 9, 10 anos; quando a guerra entre meninos e meninas está no auge da confusão; e eu ria das ideia toscas das minhas "amiguinhas", mas ambém não ficava muito do lado dos meninos.

Eu sei que sempre fui uma peça fora do quebra-cabeça, sempre falei com todo mundo e com ninguém. Mas nunca me senti mal por isso! Era a desinformação em pessoa em matéria de música - não escutava nem FM. Mas um dia, eu estava no maior tédio, quase dormindo, na casa de uma tia, de repente minha prima chega com um radinho na mão.

- Giovanna! Vem cá, cê já escutou essa música? Ouve aqui.

- Legal. Quem canta?

- Uma banda chamada... Tokio Hotel.

- Não conheço.

- Eu só conheço essa música. Mas é tão linda... Trouxe pra você ouvir, achei que talvez você pudesse gostar.

Realmente, a música era legal e tinha uma letra linda:

Hinter die Welt, ans Ende der Zeit

Bis kein Regen mehr fällt

Gegen den Sturm, am Abgrund entlang

Und wenn ich nicht mehr kann, denk ich daran

Irgendwann laufen wir zusamm'

Weil uns einfach nichts mehr halten kann

Durch den Monsun"

A letra da música me contagiou, e a voz do vocalista me lembrava... o Bill. Não, o Bill cantando? Difícil, então eu descartei, mas depois, quando o vi na escola e comentei sobre a tal música, ele disse que não conhecia, me pediu que anotasse o nome para que procurasse. Eu disse que ia procurar, já que eu tinha esquecido o paradeiro do papel onde tinha escrito.

Quando cheguei em casa fui em busca do papelzinho. Revirei a casa, e achei a anotação com o nome da banda amassado no bolso do casaco com que estava naquele dia quando ouvi a musiquinha legal. No momento em que passava num outro papel para entregar ao Bill, me lembrei od que ele disse, "anota pra mim que eu vou procurar"; me deu um estalo e eu fui na hora pra frente do computador. Digitei "TOKIO HOTEL" num site de busca e num décimo de segundo apareceram mil resultados.

No primeiro em que eu cliquei já recolhi informação suficiente: vi que o nome da música que eu tinha gostado tanto era "Durch den Monsun", e que os integrantes da tal banda, antes chamada "Devilish", eram, além de Georg Listing e Gusta Schäfer, os gêmeos Bill e Tom Kaulitz!!

Eu tive um treco quando li a informação, depois quando as imagens carregaram, vi que eram eles mesmos, meus colegas da escola. Quando me recuperei do susto, fiquei pensando se valia a pena tirar uma com eles, mas depois eu desisti de possíveis planos maquiavélicos e, no dia seguinte, chegei na escola ofegante e doida atrás dos dois.

Achei-os na cantina, e esperei que saíssem de lá pra falar do assunto. Bill já me cumprimentou perguntando:

- Achou o nome da tal banda?

- O nome da sua banda, você quer dizer? - disse, afobada, enfatizando bem a palavra "sua".

Isso lhes causou um susto, e quando eles recuperaram a fala perguntaram um uníssono:

- Cumequié??

Expliquei tudo (como se fosse necessário), e Bill realmente ficou atônito:

- Cê tá querendo dizer que... Durch den Monsun... tocou no rádio?

- Não sei em qual rádio, mas tocou. E, sinceramente... te devo parabéns. Como já te disse, adorei a música, e você canta bem pra caramba.

- Obrigado... - ele disse, ainda tentando digerir a informação.

Não sei o que aconteceu, se foi por causa da banda, aliás, do sucesso frenético da abnda; eles pararam de ir pra escola e eu acho que depois disso quase entrei em depressão. Sempre me resignei à posição de admiradora secreta, olhando e rindodas piadas deles; mas naquele último ano tinha me tornado amiga dos dois, e quando eles sumiram fiquei sozinha.

E então eu passava os dias escutando as músicas deles; sem exagero, o som do Tokio Hotel é muito bom. Mas eu ficava só nisso, era fechada pro mundo, mal saía de casa.

Já tinha passado bastante tempo, uns dois anos eu acho, quando estava andando pela cidade e passei em frente a uma loja de eletrônicos onde havia uma TV enorme na vitrine. Nem teria reparado no "detalhe" se não tivesse passado no exato momento em que o apresentador de um programa anunciava a presença de Tokio Hotel, a (já famosíssima) banda dos gêmeos Kaulitz. Parei um pouco à frente da loja e voltei, nos mesmos passos, como se eu fizesse parte de uma fita K7 sendo rebobinada.

"Ich muss durch den Monsun


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

calma que tem mais hoje



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bilhete Trocado? Pretérito Imperfeito" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.