A saga crepúsculo - Lua azul escrita por Isa Holmes


Capítulo 15
Capítulo 15 - Que tal uma corrida?


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores! Yay! Podem comemorar. Estou de férias õ/ Chega de demora ou capítulos pequenos! SAUHSAHUSASAHUHSAUAHU'
:3



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A chuva forte ainda se desmanchava entre o telhado da casa dos Clearwater. Suspirei fundo e fechei a porta de madeira. O cheiro de sabonete de baunilha fazendo cócegas em meu nariz. Aproximei-me da pia, apoiando minhas mãos nela enquanto me olhava no espelho. Olhos escuros, cabelo bagunçado, rosto pálido, e expressão de espanto, essas eram as únicas coisas refletidas ali. Isso não me é surpresa, afinal, não são todos os dias que coisas malucas como ver mortos acontecem. Com tantas loucuras me acontecendo não consigo saber o que posso considerar como realidade ou imaginação. Talvez ver Rick possa ser considerado real, ou não?

Me agachei, abrindo o armário. Peguei uma toalha cor de creme e a coloquei em cima da pia, ainda dobrada. Liguei o chuveiro, colocando minha mão entre a água para medir a temperatura. Mais um trovão ecoou fazendo com que uma pergunta viesse á minha cabeça: Onde estaria Elliot agora?. Tirei minhas roupas, largando-as no chão, e entrei no chuveiro. Uma névoa de vapor já estava começando a se espalhar pelo banheiro.

Existem tantas coisas rodeando a minha cabeça, uma delas são todos os pesadelos, outra é o fato de existir um assassino sobrenatural vagando por ai enquanto mata pessoas. O que ele realmente faz com elas? As mata por diversão? As come? Pensar nisso já me deixa com expressão de nojo. Queria poder ter esperança de que essas pessoas pudessem ainda estar vivas, com suas famílias. Imagino o sofrimento de todos, igual ao que Leah teve por Andrew. Será que ele também está morto? Provavelmente, sim. A única pessoa que poderia fazer com que Elliot parasse está morta agora, outra está internada em um suposto hospício no mundo, no qual não foi revelado nas minhas pesquisas. Quem mais conhece ele daquela forma? Eu? Talvez. Posso até conhecê-lo de vista, mas e de personalidade? Não! Não sei do que ele é capaz naquela forma, o que ele realmente é, quais são as suas... Habilidades. Como posso derrotá-lo se nem sei o seu ponto fraco? Rick devia saber, mais do que adianta se as informações foram enterradas juntas dele?

Mais um trovão soou me arrancando dos pensamentos, a chuva parecia estar mais calma, mas ainda não deixou de ser violenta. Desliguei o chuveiro e enrolei meus cabelos sobre a mão, tirando o excesso de água dele. Sai do box, peguei a toalha de cima da pia, e me enxuguei, enrolando meu corpo em torno dela em seguida. Como previsto o banheiro estava ocupado por uma grande névoa de vapor. Peguei minhas roupas e meus tênis do chão, abri a porta de madeira, deixando com que um ar gélido invadisse o banheiro, e corri para o quarto da Leah, onde estava com a porta aberta.

Encostei a porta e segui para perto da cama, na ponta dos pés pelo chão estar gelado. Coloquei meu tênis no chão e as roupas em cima da cama. Leah havia deixado uma calça jeans preta e um blusão cinza para mim como troca de roupa. Vesti-me rapidamente.

Dobrei minhas roupas e as deixei em um canto da cama. Prendi meus cabelos cor de cobre em um rabo de cavalo com um elástico que estava no meu pulso. Peguei meu tênis, sem calçá-los, e desci as escadas. Parei entre o pé dela, apoiada no corrimão, quando avistei Leah lendo uma das Revistas New York Times.

– O-Oi. – Gaguejei, dando mais alguns passos à frente.

Leah desviou o olhar da revista, fechando-a em seguida, abrindo um grande sorriso no rosto.

– Olha só! – Ela riu. – Ficou muito bem em você! Fiquei com medo de que não houvesse alguma do seu tamanho. Se quiser pode ficar com elas, Se ficarem comigo só estarão ocupando o espaço do meu armário.

– Ah, hum, obrigada. – Sorri, olhando para os lados. – Cadê o Seth?

– Eu estou aqui! – Ouvi uma voz animada vinda da sala.

Aproximei-me dela. O sofá estava empurrado para traz, Seth estava sentado no chão de madeira, montando o tabuleiro do jogo. Olhei para a janela e percebi um raio cruzando o céu nublado, um trovão veio em seguida.

­– Então... Isso é Monopoly? – Me aproximei do sofá e debrucei sobre ele, largando o meu tênis no chão.

– Não. – Leah se aproximou de mim. – Seth lembrou que deixou o jogo na casa do Sam. – Ela apontou para a janela. Mais um raio cruzou o céu escuro. – E não dá para ir buscar o jogo agora. – Percebi que aquilo soou como Ironia. Leah olhou para Seth, lançando-lhe um sorriso sarcástico. – Conclusão: Escolhemos outro.

– Acho que você vai gostar desse Nessie. – Seth jogou um dado preto no ar e o pegou de volta. – Ele é de investigação.

Olhei para a televisão e percebi que alguém havia mudado o canal. Agora estava passando um filme bizarro. Quando voltei minha atenção para os meus amigos Leah já estava acomodada de frente para o Seth. Sentei-me de frente para a T.V. Leah ficou do meu lado esquerdo, e Seth, do direito.

– Tudo bem então. – Seth sorriu, entregando-nos todos os objetos que precisávamos para começar o jogo. – Pronta para resolver uma investigação Ness?

– Mas, eu nem sei jogar. – Olhei para o Seth. Leah deu um risinho.

– Ah, é... – Seth pois a mão atrás da nuca, mostrando-se desentendido. – Tudo bem, hum, pronta para a explicação então, Ness?

– Claro. – Sorri.

Seth começou suas explicações. Ele fazia esquemas com o jogo, repetia explicações diversas vezes, e de cinco em cinco minutos me perguntava se eu estava entendo. Quando a aula de como jogar Clue acabou Seth, fez sua mesma pergunta de antes: Então? Pronta para resolver uma investigação Ness?. Claro! Porque não treinar para a investigação real?

##########

Foi o coronel, na cozinha, com uma arma! – Respondi apontando para os objetos.

– Caramba! Você aprende rápido. – Seth pareceu surpreso, mas depois sorriu. – Acho que eu nem preciso afirmar quem foi o vencedor.

– Parabéns Nessie. – Leah disse afastando suas peças do jogo para o tabuleiro – Você é a primeira que conseguiu derrotar o Seth nesse jogo.

Sorri para ela e também empurrei minhas peças para o tabuleiro. Levantei e olhei para o relógio cinza da parede: 18:12h. Ficamos jogando por bastante tempo, tempo o suficiente para que a chuva parasse. Voltei os olhos para Seth. Ele estava fechando a caixa do jogo, pondo-a em seguida em cima do sofá. Leah já havia levantado do chão, quando a vi novamente ela estava na cozinha fuçando nos armários, pegando uma embalagem de Doritos. Seth se aproximou dela e tentou pegar alguns salgadinhos, mas Leah tentava impedi-lo colocando a embalagem para o alto. Ele conseguiu o que queria depois de muito esforço e resmungos como: Leah! Deixe de egoísmo, me dá!.

– Você sabe que eu te amo bobinho! – Ela bagunçou seus cabelos negros. Ele deu de ombros, colocando a embalagem em cima do balcão, depois de ter enchido sua mão direita de Doritos.

Sentei no braço do sofá e comecei a calçar meu tênis. Minha cabeça pesava ao pensar que eu deveria voltar para casa, à noite.

– Você já vai? – Olhei para frente, era o Seth.

– C-Como você sabe? – Apertei o cadarço do meu tênis, o deixando de lado em seguida.

Seth apontou para o tênis bem amarrados nos meus pés.

– Apenas deduzi. – Ele sorriu limpando sua mão amarelada na calça Jeans. – Quer que eu vá com você?

Levantei uma das minhas sobrancelhas.

­– Sério?

Dava para ouvi o ruído das árvores se debatendo uma contra as outras. Eu podia jurar de ter ouvido um galho se quebrando. Olhei para as janelas, mas, não havia nada.

– Claro! – Ele se aproximou do sofá e pegou um casaco verde escuro que estava jogado em um dos acentos. Seth o vestiu e fechou o zíper, parando o sobre o peito.

Levantei do braço do sofá e desamassei minha blusa. Leah se aproximou de nós, a embalagem de Doritos estava em suas mãos.

– Só... Só tomem cuidado. – Ela sussurrou. Assenti com a cabeça.

Seth pareceu não escutar. Sua única reação foi dar um sorriso, como se aquilo fosse divertido, como se não houvesse problemas.

Querendo quebrar aquele clima estranho me aproximei da porta. Quando Seth já estava ao meu lado eu a abri, uma rajada de vento gelado se desmanchou sobre o meu pescoço, suponho que tenha acontecido o mesmo com ele.

Leah havia grunhido um Tchau, e então, a porta foi fechada. Houve um mar de silêncio, apenas o barulho das árvores balançando. Eu mordia a parte de dentro da minha bochecha com tanta força que jurei sentir o gosto de sangue.

– Uau! – Seth se afastou da casa com passos largos, quebrando o silêncio, Seu dedo indicador apontando para a lua. – Olha lá! Ela ta azul!

Aproximei-me de Seth, senti meu coração acelerar. Estreitei os olhos e olhei para o céu; A lua estava azul, as nuvens dançando em sua volta.

– É-é, ela, eu nã...

Ouvi mais um galho se quebrar ao longe, fazendo com que eu não terminasse a minha frase. Antes que eu a começasse novamente Seth se pairou na minha frente:

– Que tal uma corrida até a sua casa? – Ele sorriu. A luz da lua fazia com que seu sorriso parecesse medonho. – Até que não ta tããão escuro. Vamos!

Mas, antes que eu pudesse negar e dizer que aquilo era algo familiar e assustador, Seth já havia disparado. O barulho dos seus passos rápidos desapareciam à distancia, junto com sua silhueta entre as árvores. A última coisa que escutei vinda dele foi: Vem!. Sua voz era alegre, como se houve perigo. Como ele pode ser tão confiável assim?

Passou-se alguns segundos até que eu me desse conta de segui-lo.

Seth! – Gritei apertando o passo, cada vez mais rápido. – Espera!

##########

Meu coração bate descontroladamente. Seth desapareceu. Em um minuto eu via sua silhueta à minha frente, e no outro... ela sumiu.




Eu estava correndo freneticamente atrás dele, sentia que lágrimas começariam a escorrer por minhas bochechas. O vento gelado se desmanchava sobre meu rosto, meus olhos lacrimejavam. As árvores e arbustos tentavam impedir a minha passagem. Senti algo arranhar um dos meus braços, com certeza fora algum galho trapaceiro. Por sorte estou com uma blusa de manga comprida.






Eu queria poder avisá-lo que aquilo não era uma boa idéia, que a lua azul e as árvores medonhas já me traziam a lembrança de um dos meus sonhos. O maldito sonho onde A carta aparece. Mas a ansiedade teve que vencer não é? Droga!. Agora, estou aqui, parada, da mesma forma, no mesmo lugar, com o mesmo medo e o mesmo pressentimento ruim que tive no maldito sonho.




Minhas pernas estão bambas, minha respiração pesada. Eu não sabia o que tinha acontecido antes de estar aqui, mas agora eu sei. Eu tive uma corrida, e sim, eu estava voltando para casa.


Suspirei fundo, o cheiro de terra molhada invadiu o meu nariz.

Seth?! – Gritei – Seth?! Você ta ai?!

Eu realmente não queria passar por isso de novo...

Olhei para trás, meu coração acelerado, suor frio escorrendo por minha testa. Nada. Apenas árvores balançando de um lado para o outro, enquanto faz ruídos com os galhos. Uma brisa leve atingiu meu pescoço e desceu pelas minhas costas.

Ouvi mais um galho se quebrar. Um vulto apareceu sobre a luz da lua.

Comecei a correr, o que mais posso fazer? Tudo está acontecendo como antes; Lágrimas começam a brotar nos meu olhos, as árvores atrapalham a minha passagem, uma grande rajada de vento se desmancha em meu rosto, e... Uma queda.

Novamente soltei um grito curto e agudo. Em vez de sentar no chão e ficar em posição fetal, levantei. O corpo estava lá, ele era real. A pele pálida, os olhos saltados, a luz da lua fazendo com que ele brilhasse....

Comecei a andar para trás. Percebi um vulto passar, meus cabelos esvoaçaram. Novamente galhos se quebram, árvores se mexem, arbustos se balançam e o vento volta, forte. E com ele? Ah, sim... a folha de papel rasgada e amassada com sua escrita sangrenta.

A nova rajada de vento gélido bateu contra o meu rosto. Meu olhos lacrimejaram com o frio, mas como previsto, eu lutei para mantemos aberto. Não estou de brincadeira, eu posso ser mais perigoso do que você pensa!. Li a frase apenas uma vez, já sabendo o que tinha por vir.

O céu da minha boca começou a formigar, amassei o papel entre as minhas mãos, um grande ruído ecoou pela noite. Fiquei quieta. Um trovão soou, com uma rajada de chuva. Eu jurei ter ouvido alguém gritar o meu nome.

Se eu não estiver errada, será agora onde ele aparecerá. O que farei? Lutarei? Ou... não? Mais um trovão soou, um raio cruzou o céu. A lua azul estava encurralada entre as nuvens.

Lágrimas quentes começaram a escorrer pelo meu rosto.

Nessie?! – Ouvi alguém gritar. – Nessie, cadê você?!

Seth?

Seth?! – Olhei para os lados. – Seth é você?!

Senti alguém tocar meus ombros, com o coração na garganta, virei na defensiva.

– Calma! Sou eu! – Era apenas ele. – Preciso da sua ajuda!

– Você está maluco Seth Clearwater?! – Sibilei – Por que sumiu assim?! Quer me matar?!

Mais um trovão ecoou. A chuva encharcava tanto o corpo dele, quanto o meu.

– D-Desculpa! – Ele gaguejou. – Mas... Nessie, se eu não me separasse de você, e-eu... Olha, eu encontrei alguém, ele está machucado. E-Eu... Eu não sei o que fazer! – Seth suspirou, ele parecia prestes a chorar. – D-Desculpa por ter me perdido de você, Mais, eu... Olha, posso explicar depois?

Assenti com a cabeça.

– Q-Quem foi que você encontrou? – Perguntei guardando a folha de papel no meu bolso esquerdo.

– O Nome dele é Andrew. – Seth ligou uma lanterna que segurava na mão direita. Ele começou a me puxar por entre as árvores.

Esperai ai... Andrew?

##########
(Roupa da Nessie: http://www.polyvore.com/lua_azul/set?id=86744721)



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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? Comentem! :3