My Dragon Tale escrita por Amy Baskervilly, Lady


Capítulo 4
Atônita


Notas iniciais do capítulo

Oies, pessoinhas lindas e viciadas em café.


Estamos de volta para arrebentar os seus lindos corações.

Estão prontos?

♥ Amy



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“Demorei muito pra te encontrar,

Agora eu quero só você”



Rogue acaba de tirar a espada das minhas mãos enquanto seu parceiro deixa o bandido inconsciente.



Eu tremo tanto que não consigo deixar de mirar o loiro.

— Lucy? – Rogue chama e viro-me para ele, deixando que a Lucy corajosa escape das minhas mãos rapidamente.

Meus lábios ficam duros e não consigo responder.

— Ei, Loira. – Sting chama por sua vez, estalando os dedos.

Novamente, nada respondo e começo a tremer ainda mais.

— Lucy? Tudo bem? – Pisco, pela primeira vez e sinto que ele tomou isso como um sim. Nik mira-me com um sorriso, que logo desaparece ao virar-se para Sting. – Vá na frente, se quiser. – Ele fala, levemente hostil.

— Eu estava indo mesmo. – O outro completa, entre resmungos. Vejo o loiro inclinar um pouco a cabeça e com olhos, mesmo que quase imperceptivelmente, analisa-me e morde o lábio inferior. Pisco.

Encaro-o partir e antes que eu perceba, meu corpo é envolvido pelos braços de Rogue. Consigo sentir o cheiro suave de hortelã e grama recém-cortada vindo de seus cabelos e respiro fundo, unindo isso a minha imensa vontade de chorar.

Eu estava assustada.

— Tudo bem? – Ele pergunta novamente e dessa vez consigo acenar em concordância. – O que aconteceu com aquela Lucy corajosa, hein? – Ele tira uma mexa desalinhada da frente dos meus olhos e arrumou-a atrás da orelha.

Estou confusa e perplexa demais com tudo o que senti que mal consigo dizer:

— Eu não sei.

— Tudo bem. – Ele completa, generosamente. – Vamos achar suas chaves primeiro, depois vamos encontrar Sting no hotel.

— Onde o Sting vai? – Pergunto curiosa, sem saber o porquê realmente.

— Ele vai levar o homem ao QG. – Informa-me ele.

— Que QG? – Pergunto curiosa e ele suspira, quase cansado.

— Vou te falar sobre isso no hotel. Acho que Sting fez danos permanentes na estrutura desse lugar e tenho medo que ele desabe sobre nós dois. Vamos achar a suas chaves e depois falaremos sobre isso. – Sua voz é calma, mas percebo que ele está apreensivo.

Isso faz com que um medo estranho se aposse de mim.

— Rogue-kun? – Suspiro, quando este começa a me arrastar na mesma direção que eu estava vindo.

— O que foi? – Ele segura mais forte a minha mão, entrelaçando seus dedos.

— Vamos logo. Eu tenho medo daqui. – Sussurro.

Talvez seja porque não consigo enxergar nada desde que Sting levou a única vela que tínhamos. Ou talvez seja pelo fato da casa ser terrivelmente assustadora.

— Certo, vou me apressar. – Acho que ele sorri a isso.

Nossos passos ecoam assustadoramente pelo chão de madeira velho. Algumas vezes, Nikkõ me puxa para os seus braços, antes que eu caia num buraco no chão.

— Desculpe. – Murmuro, envergonhada quando percebo que ele não tem mais a intenção de me soltar.

— Ah Lucy. Não fique assim e... – Ele para um segundo e quando olho na mesma direção que acredito que ele olha, percebo as minhas chaves no chão. Me sinto péssima por tê-las deixado sozinhas. – Ali! – Ele fala animado, talvez por sair logo dali.

Pegamos as minhas chaves e com isso meu medo passou a ser menor. Mas ainda assim, a mão do moreno estava bem presa a minha.

Quando saímos da casa, respirei fundo aliviada.

— Nunca vi uma pessoa tão feliz só por sair de uma casa. – Ele comenta, sorrindo. Seus olhos rubis estão fixos em mim até o momento que ele coloca óculos escuros para protegê-los. Seu sorriso é cordial.

— Não é a casa. É o Sol. – Explico e vejo que ele sorri novamente.

— Muito bem, dama do Sol. Não quer ir para o hotel e ter alguma de suas respostas? – Contrapõe ele e sei que não resistirei a tal curiosidade.

— Vamos. – Eu me aproximo e seguro sua mão, vendo meus cabelos ondularem ao vento.

Nossos passos ficam constantes.

— E então... – Falo depois de alguns minutos. Ele ergue os óculos e vejo seus olhos levemente arregalados. – Não tinha algo para me contar? – Inclino-me um pouco para a sua direção e ele dá-se por vencido.

— Eu tinha de falar para você do meu novo trabalho não é? – Ele fala e respondo com um monossílabo animado. – Eu e o Sting arranjamos um trabalho no conselho de magia.

Isso me pegou de surpresa, considerando a má fama que os magos da Fairy Tail falam dos homens do conselho.

— Não é tão ruim assim. – Reconsidera, notando a minha expressão. – Paga realmente bem e não é tão difícil assim. É o suficiente para que eu fique sempre por perto.

Sorrio:

— Eu gostei disso. – Informo-o, vendo o mesmo rir disso. Rir do meu sorriso.

— Eu sei que gostou. – E assim, ele puxa-me para perto de si e continuamos a caminhar juntos até o hotel.

E fico feliz dele ser tão longe, porque nesse meio tempo ficamos juntos e aproveitamos a companhia um do outro com um delicioso silencio.

O hotel é grande e parece ser muito caro.

Sinto que eu vou me acostumar a tais coisas perto dele.

— Vamos?

— Sim. – Sem pensar duas vezes entro com ele e sorrio, pensando se, algum dia, também entraremos assim em casa.

Subimos centenas de degraus e chegamos ao quarto, que fica na cobertura. Quando entro fico tão chocada que ele ri. Era tudo tão bonito... Aconchegante... Luxuoso e... Vermelho?

Notei que as cortinas, juntamente com as luminárias e os lençóis da cama eram na cor carmim dos olhos de Rogue:

— Porque é tudo tão vermelho? – Pergunto, sentindo a tentação daquela cor. Os tons rubis nos olhos do moreno ficam mais brilhantes.

— Acho que eles interpretaram errado o fato de eu estar com o Sting aqui. Eu pedi uma suíte para dois e eles nos deram isso. – O rosto dele fica vermelho e sorrio a isso, percebendo como ele fica fofinho assim. Sinto meu rosto esquentar quando percebo que, de alguma maneira estranho, só teria duas camas e que, incrivelmente, eu teria de dividir uma com alguém.

E dividir uma cama não é algo necessariamente constrangedor.

— O que foi? – Perguntou ele recomposto.

— Nada. – Falo, adentrando ainda mais profundamente o quarto. Noto duas figuras na cama, deitadas e adormecidas. Meu rosto volta ao normal quando caminho na direção das figurinhas.

— Eu sou Fro! – O gatinho de armadura se apresenta.

— E eu sou Lecter. – Apresenta-se o de pelagem ruiva.


— Fro. – Sussurro.


Reconheço-o.

Ele é o gatinho de Rogue e no mesmo dia que tive que partir senti que teria de levá-lo comigo.

É adorável e fofo, mas o outro também não deixa de ser isso. O gato de Sting, Lecter, é muito mais suportável que o próprio, mesmo que tenha sérias tendências do companheiro Dragon Slayer.

E eu acredito que ambos gostam de mim.

Aproximei-me devagar e acariciei a cabeça do pequeno Frosch. Era algo realmente relaxante de se fazer.

Suspirei, sentando-me a ponta da cama e voltando a encarar Nik.

Sua expressão estava um pouco diferente...

Observando as redondezas, notei que o loiro estranho e arrogante não se encontrava. E, aparentemente, Nikkõ... Meu Nik, também havia notado isso.

— Você está preocupado com o Sting? – Perguntei, puxando o gatinho fantasiado para o meu colo enquanto ele ronronava com sono.

— Ele já deveria ter voltado. – Completou o moreno. - Acho que algo aconteceu.

— E o que seria isso? – Inquiri, confusa. Lecter observava indagativamente o moreno também.

— Nós dois temos muitos inimigos. Acho que ele pode estar em apuros.

Voltei a suspirar.

— Melhor então você ir atrás dele... – comentei. – Ele parece do tipo que arruma confusão com extrema facilidade...

— E é... – murmurou Nik. Pude vê-lo morder o lábio indeciso, enquanto mantinha o olhar no chão.

— Pode ir Rogue-kun – sorri. – Estarei aqui lhe esperando quando voltar.

Vi-o devolver-me o sorriso.

Logo veio em minha direção e curvou-se, beijando-me. Fora apenas um toque entre nossos lábios, mas fora o suficiente antes de ele dar-me as costas e seguir para fora do aposento.

A porta do quarto bateu, e mesmo com Fro em meus braços, permiti-me suspirar. Ele apenas encostou seus lábios nos meus e isso aconteceu. Essa sensação imperceptível até que ele esteja por perto, que faz com que tudo se resuma aos seus lábios colados nos meus.

O vermelho do quarto se combina com o vermelho do meu rosto.

Não acredito que... Nos beijamos novamente.

— Ei Loira! O que faz deitada na minha cama? – Resmunga a voz irritante e aguda de Sting, entrando pela janela ao lado da cama.

— O que você faz aqui?! – Inquiri surpresa. – Rogue foi te procurar sabia?

Ele riu disso:

— Ah é? Ruim pra ele, não acha? – Falou, no mínimo provocante.

Sabe aquele momento em que você deseja muito bater a cabeça de alguém dezenas de vezes contra a parede? Pois é, estou sentindo isso nesse exato milésimo de segundo.

Como pode existir alguém tão idiota e prepotente?

Não me mexi, limitando-me a dar um olhar reprovador no loiro, que ainda sorria debochado.

Um dia... UM DIA... eu o mato. Talvez o Nik até acabe me ajudando...

— O que foi? – ouvi o entoar de sua voz arrogantemente idiota. – Sou lindo demais não é? Por isso fica me encarando.

E assim ele cruzou os braços fazendo uma pose, na minha opinião, ridícula.

Ergui a sobrancelha.

— A humildade esqueceu de nascer com você não é? – indaguei-o.

— O grande Sting Eucliff não precisa de humildade – alegou-o de volta. – Isso é para os tolos e fracos, vê por que o Rogue gosta de alguém tão ridiculamente fraca e incapaz como você.

Rangi os dentes.

— Deve ser por isso que ninguém gosta de você. – bufei. – Ignorante. Prepotente. Loiro abelhudo dono de um ego maior que o país. Hunf, fico admirada pelo Rogue-kun ainda te aturar.

Vi-o para a minha frente de braços cruzados.

— O que quer dizer com isso Blonde irritante? – a irritação estava mais presente que nunca em suas feições.

Pus Frosch sobre a cama e fiquei de pé encarando face a face esse maldito Eucliffe problemático.

— Exatamente o que entendeu problemático.

Ele riu, aproximando-se:

— Duvido que resista a mim, garotinha.

— Quem você acha que é, imbecil? – Ralhei, quase furiosa.

— Eu ensinei ao Rogue tudo o que ele sabe sobre garotas. – Informou-me ele, com um sorriso grande nos lábios. Totalmente irritante. – Eu sou praticamente o mestre dele.

— É o que vamos ver. – Eu fiquei com tanta raiva que nem sabia onde estava indo, mas que precisava ficar longe daquele idiota.

Fui até a cozinha e abri abusadamente a geladeira, ficar menos de dois minutos perto daquele maníaco egoísta e egocêntrico havia me dado tanta raiva que eu estava com fome.

— Ei... Essa geladeira não é sua. – Respondeu ele, fechando a porta e quase pegando a minha mão.

— Imbecil! Você quase pegou a minha mão!

— Se foi quase você está no lucro, baby. – Ele sussurra, galanteador.

Viro de costas para ele e volto para cama, atirando-me nela e rugindo furiosa. Agora acho que o vermelho desse quarto só me dá mais raiva.

Escuto ele suspirar:

— Será que você pode ser menos impertinente, Lucy? – Noto uma mudança notável em sua voz, e, se você acha que ele falou essa frase carinhosamente está completa e totalmente errado. Sua voz pingava em malicia e rudeza, fazendo-me levantar a cabeça apenas para encará-lo sentado no balcão onde deveríamos comer.

— O que quer que eu responda? “Sim senhor” obedientemente como uma das suas boas cachorrinhas? – Disparo.

— Ainda não consigo compreender o que você viu no Rogue. – Suspira ele, enquanto vem até mim, depois de pular do balcão de mármore branco. – Vocês são completamente os opostos. Totalmente opostos.

— Digo o mesmo. Não entendo como Rogue conseguiu te aguentar até hoje. Vocês são como água e vinho.

Depois dessa miséria frase o Eucliffe passou a gargalhar ferozmente, divertido. Eu estava em pé a sua frente, depois de cinco minutos de pura confusão ouvindo seus risos, quando ele finalmente parou.

— O que você tem, débil mental? Queimou o ultimo neurônio? – Injuriei e este levantou-se com seu melhor sorriso galante. Isso me assustou um pouco na verdade.

— Eu sei porque você finge não gostar de mim... – Começa ele.

— Finjo não gostar de ti? – Interrompo, quase a rir subitamente.

Mas ele se antecipa e segura meu queixo, erguendo o mesmo para ver meus olhos nitidamente.

— Hum... Como eu pensei, Lucy Heartphilia. Eu sei por que você me trata dessa maneira. – Inicia-se ele, solenemente. – Você sabe o quanto somos parecidos e que, alguma hora, vai derreter-se em meus braços. – Completa e fico tão chocada que nem ao menos rio de sua cara.

Foi apenas um.

Um ‘plaft’ que ecoou pelo cômodo e por minha mente.

Minha mão ainda ardia, mas minha vontade era apenas e bater mais uma vez.

Recuei um passo vendo-o levar uma das mãos a bochecha vermelha devido ao recente tapa.

Quando virou-se para mim, fora apenas para demonstrar a surpresa e a raiva misturadas a um toque de humor que estampavam-se em seu olhar.

Sequer tive tempo de pensar quando ele avançou sobre mim agarrando-me nos ombros e aproximando nossas faces.

— O que me diz sobre isso? – fora uma indagação um tanto humorada demais. – Pensa que um tapa como esse vai fazer eu me afastar, ou mesmo me fazer pensar que me repudia?

Céus eu realmente o repudio nesse momento.

— Qual é Lucy, sou um Dragon Slayer. – alegou sorrindo torto. O aperto em meus ombros tornando mais forte. – Esse tapa não fez mais que cócegas. – seu rosto se aproximou mais do meu.

Temi que ele me beijasse. Céus não quero nem imaginar ele me beijando. Oh, Nik por que eu tive que te pedir para ir atrás desse idiota? Seria muito melhor estar aqui sozinha com você do que com ele.

Ele estava mais próximo a cada segundo.

Céus, não!

Fechei os olhos com força, debatendo-se sobre seu aperto de ferro.

NÃO! Ele não pode de forma alguma me beijar, apenas o Rogue-kun pode.

— Largue-me! – ordenei.

Senti seus dedos prenderem-me com mais força. Certamente eu ficaria marcada.

— Não. – respondeu. – Irei lhe mostrar quem você realmente quer...

— Eu quero o Rogue, e apenas ele. – aleguei suplica. – Largue-me Eucliff!

Não pude pará-lo e seus lábios tomaram os meus com intensidade e ferocidade. Quis resistir, mas ele era forte demais. Forçava sua língua na minha boca e não importava quantas vezes o mordia, ele não parava.

Quando me soltou, seu lábio inferior sangrava e saliva escorria num fio fixo da sua boca até a minha.

— O que você acha disso, agora? – Ele pergunta, com um sorriso malicioso.

— Vá para o inferno. – Respondo e antes que eu possa fechar os olhos meus lábios são atacados novamente.

Dessa vez, as minhas mãos não estão mais sendo apertadas e o loiro é mais carinhoso. Não consigo me controlar e lágrimas caem pela minha face, temendo pelo que teria de passar se Nikkõ chegasse agora. Temendo pelo que mais me era importante.

O beijo foi interrompido de supetão.

Sting foi atirado com força contra o chão e quando abri os olhos surpresa, vi o moreno me encarando, com um misto de fúria e magoa em seus olhos. Ele abaixa a cabeça e respira fundo, sem olhar-me e sei que o magoei mais do que posso imaginar.

Comecei a chorar ainda mais.

— Rogue... – Murmurei e antes que ele viesse ao meu encontro ouço as suas palavras:

— Se você encostar nela novamente, eu te mato Sting. Juro que te mato. – Ele vocifera, em fúria. Meus soluços agora são mais audíveis. – Eu... Eu realmente não esperava isso de você, Sting.

— Ela me beijou Rogue. – Ele mente, na cara dura.

— Então porque seus lábios estão sangrando? Porque os pulsos da Lucy estão quase roxos, Sting?! – Ele eleva a voz e tremo, sentindo seus poderes vindo até mim.

Oh, Nikko me perdoe. Por favor...

Eu chorava implorando internamente, já que as palavras era impossíveis e dolorosas demais de se pronunciar.

Meu corpo tremia entre os soluços.

Me encolhi abraçando meu corpo notando Sting erguer-se com uma das mãos nos lábios sangrentos.

Como ele ainda pode se por de pé? Por que ele ainda jogou a culpa em mim? O que ele quer de mim?

Solucei mais, me encolhendo a cada segundo que sentia o poder de Rogue se tornar mais denso e grandioso.

Eu... E-Eu... Estou com medo.

— R-Rog-gue... – chorei. – Me d-desculp-pe... – implorei entre soluços e lágrimas.

Senti o olhar enraivecido, magoado e decepcionado de Nik em mim.

– P-Perd-dão... – solucei, ouvindo não apenas meu choro.

Com todo esse barulho Frosh acordara. Com tudo o que aconteceu, se quer notei-o me observando e, também, choramingando.

— Sting-kun... – fora o murmúrio de Lecter. Um murmúrio afogado em decepção.

Mais uma vez vi Rogue avançar sobre o loiro maldito agarrando-o pelo pescoço.

— O que achava que estava fazendo Sting? – indagou, a irritação escapando de si como vinhas sombrias.

— Tsc. O que ela queria. – arregalei os olhos ante aquela afirmação. – Afinal, ela estava dando em cima de mim minutos atrás.

Abri a boca, mas as palavras estavam entaladas. Como se houvessem sido presas por correntes de aço.

Mas... Era mentira aquilo. Eu jamais, sob hipótese alguma faria isso. Não tinha o por que dar em cima desse loiro prepotente, tinha meu Nik, ele é mais que o suficiente para mim. Na verdade é muito mais do que eu mereço.

Incapaz de revidar tal afirmação deixei-me afogar ainda mais em lágrimas enquanto tornava a baixar a cabeça e fechar os olhos.

Podia sentir o olhar penetrante e dolorido sobre mim. Podia sentir que Nikkõ me encarava esperando uma resposta, talvez esperando algo que contradissesse tudo o que fora afirmado.

Mas eu me via impossibilitada de qualquer ação, exceto por chorar.

— É mentira Rogue-kun... – fora Frosh quem se pronunciara mediante o silencio sepulcral que tomara o quarto. – Fro viu... F-Foi o S-Sting-k-kun q-que...

Mal pude ouvir o pequeno continuar quando o som de um corpo chocando-se violentamente contra um móvel – do outro lado do quarto – ecoou.

— De todas as pessoas que eu desconfiei você seria a ultima delas, Sting! – Gritou o moreno, chutando o parceiro com ferocidade. – Você é como um irmão para mim como pode me trair dessa maneira?!

— Ela me agarrou! – O loiro gritou também, revidando.

Eu a amo, Sting! – Gritou novamente Nik e dessa vez, o loiro não rebateu ou se movimentou, sendo acertado com força pelo soco do moreno. – Que o tivesse agarrado! Você nunca deveria retribuir! Eu a amo com todas as minhas forças e... E você fez isso comigo. Depois de todos esses anos que fiquei ao seu lado, é assim que me agradece? – Choro ainda mais. E noto, que pela primeira vez desde que o vi, Sting também parece se sentir culpado. Noto que, seu rosto não é desfigurado pela dor física e sim pelas palavras do moreno.

— Rogue... – Sussurra ele, quase em pranto.

Por que ele fez isso se o Rogue-kun era quase um irmão para ele?

Droga Sting por que você tem que ser tão idiota?

— Que raiva! – grunhiu jogando tudo que estava no balcão no chão. – Você ao menos uma vez pensou em como eu me sinto?

Encolhi-me ao tom de sua voz. A cada misero segundo sentia-me mais amedrontada, tal como o pequeno Frosch e Lecter, ambos que agora encontravam-se em meus braços, ambos trêmulos de medo.

— Nunca me importei com esse seu jeito galinha, ou mesmo com esse seu ego idiota. – qualquer um podia sentir a magoa presente em sua voz. – Estive sempre do seu lado, e agora quando encontro alguém que amo... – pude ouvir o rangir de seus dentes, este sendo baixo comparado ao som pesado de seus passos.

— Rogue... – iniciou Sting, quando ergui olhar foi apenas para ver Nik ergue-lo pelo pescoço mais uma vez.

Mordi o lábio fortemente, impedindo Lecter e Frosch de ver o que aconteceria a seguir.

— Você achava o que Sting? Que ela estava apenas me usando para ficar perto de você? – sua voz soava assustadora. – O mundo não gira apenas em torno de você Eucliffe! – e assim prensou mais forte o loiro contra a parede, fazendo-o ficar sem ar.

— R-Rogue... N-Não... – os olhos avermelhados voltaram-se para mim. Novamente me encolhi, e o silencio se estabeleceu.

— O... O q-que...?


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Notas finais do capítulo

Bem...

A velocidade do próximo capitulo sai devido a quantidade de reviews.

Beijinhos.

Amy ♥