Os Últimos. - Interativa. escrita por Guilherme Lopes


Capítulo 9
Oamri- Cap.08 - Até a ultima gota de sangue.


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai o capitulo de Oamri, espero que gostem e vou preparar já o próximo capitulo para postar hoje a tarde ainda e outro a noite.
Vejo vocês nos reviews o/



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Oamri


Nasci em 1756 nos Estados Unidos em uma cidade pequena localizada perto de Virginia. Era uma cidade habitada por membros do clã Arkansan, perdi minha família aos sete anos e fui treinado pelo líder do clã junto a outras crianças, ele gostava muito de crianças, assim poderia transformar sua ingenuidade em instintos assassinos, principalmente as órfãs. Nós éramos como irmãos uns para os outros e ele nosso grande pai. Aprendi a ser leal e todos princípios de nosso clã, e que lutamos não só pelas relíquias e também por nossa liberdade. Aos quinze anos entrei em uma equipe de reconhecimento, infelizmente não conseguir me tornar o líder por falta de experiência, mas eu tinha vontade carregada em meu coração. Em uma missão em busca de informações sofremos uma emboscada e metade do grupo inclusive o líder morreram, nesse dia então vi que se eu estivesse lá no lugar do líder estaria morto, e não quero morrer agora. Nunca soube quem matou meus pais, talvez ele só tenha sido morto por um assassino qualquer, nenhum tão importante, meus pais não eram importantes. Eles devem ter morrido somente para serem usados como aviso ou coisa assim, por isso nunca busquei vingança pois sabia que nunca a teria, é impossível de saber quem causou isso. Então meu único motivo para viver é poder viver mais a cada dia, não morrer. Matar todos que se oporem ao nosso grande líder e ser livre.


Capitulo 1.

Dia 27 de Novembro. – Inverno.

Local: Cidade de Boston.


É tarde em Boston, o sol está ocultado pelas nuvens que choram flocos de neve para todos os cantos, as pessoas caminham pelas ruas, becos e estradas cumprindo seus deveres ou somente fazendo um passeio com filhos ou parentes. Boston é uma cidade bonita, bem construída e rica. Mas suas feridas são grandes, o número de soldados na cidade é pequeno, a maioria teve que deixar a cidade e ir atrás de suas famílias ou causas pessoais, ninguém quer morrer despreparado. Esta falta de homens é o motivo pelo qual uma parte da cidade foi dominada por ingleses, a outra tenta resistir mas as coisas só se complicam, por um lado estão os americanos e do outro casacos vermelhos. As batalhas ocorrem nas ruas entre ambos os lados, eles querem o que é deles de direito mesmo um dia ela ter sido fundada por britânicos.

A cidade de Boston foi fundada em 7 de setembro de 1630 na colônia de Massachusetts, por colonos puritanos ingleses. A cidade começou com o nome de Trimountaine mas logo passou a chamar Boston, graças aos colonos, na cidade foi construída a primeira escola pública da América. Ela pode ser considerada a maior cidade da América, mas deixando a aula de história de lado.

Um dos becos está preenchido com três homens e duas cortesãs conversando sobre assuntos genéricos. O beco é uma passagem para a praça central quase perto do porto da cidade.

E neste beco mora um homem chamado Doutor White, um veterano da guerra dos sete anos e membro do clã Arkansan. Ele é formado em medicina e ganha sua vida trabalhando como doutor, raramente sai de sua casa para fazer consultas pois geralmente as pessoas vão até ele. O homem costuma cobrar muito caro por seus serviços por isso mora em uma casa vazia e de cabeça para baixo. Se fosse mais humilde e solidário talvez pudesse ter salvo centenas de vidas.

Na sala de estar do doutor se encontra Oamri Arkansan Gage, este que está recebendo uma sutura no braço direito do tiro que receberá a três dias atrás do Brantiano que roubará sua arca de prata. Ele está sem camisa mostrando seus músculos e uma cicatriz no peito esquerdo que nem se lembra como ganhou. Seus cabelos são ruivos e divididos ao meio não tão compridos, olhos negros com tons de roxo bem fracos. Deixou pendurado seu casaco negro que vai até os joelhos e sofre um pouco com o frio por estar meio despido.

Doutor White termina a sutura e também com a agonia do jovem.


– Obrigado Doutor, não sei nem como te agradecer.


– Dinheiro. – Diz o doutor guardando suas ferramentas em uma maleta pequena de couro. Depois ele sorri e pega uma garrada de vinho sobre a mesa para servir uma taça a ele.


– Obrigado. – Diz Oamri pegando a taça preenchida com o vinho frio e bem fresco.

Doutor White é um homem com cabelos brancos, mal cuidados e compridos até os ombros, barba grande também branca, olhos fundos com olheiras enormes, meio gordo e sempre veste um macacão sujo.


– Mas me diga, porque quer que eu mantenha seu prisioneiro aqui em meus aposentos? – Ele diz virando o copo de vinho em sua boca e tomando tudo de uma vez.


– Porque não posso andar pela cidade com um homem acorrentado não acha? Tenho que encontrar aquele desgraçado que roubou a arca que eu ia roubar! Sei que ele está aqui na cidade! – Exclama Oamri e depois também toma todo o vinho de sua taça e a bate na mesa irritado.


– Acho que ele não o matou por dó. – Isto é um insulto para Oamri, ele não consegue aceitar que foi derrotado por um Brantiano.


– Cale-se! Está me humilhando! Eu que vou ter que poupar a vida dele! Aquele Brantiano de merda! – Ele diz em um tom alto com fazendo gestos com os braços.


– Tá tá tá, mas faça isso logo, se os ingleses baterem na minha porta eu estou ferrado! Então seja rápido.


– Os ingleses dominaram esta parte de Boston? – Ele pergunta indignado, além de ser um fiel Arkansan, também é patriota como todos americanos, luta pelo pais como luta pela própria vida. Ele ama essa nação e não admite a folga dos ingleses com o intuito de domina-la.


– Sim, a batalha foi sangrenta anteontem na praça central. Rebeldes se uniram com soldados e frontiçeiros, todos armados para enfrentar os ingleses mas foram surpreendidos por uma armadilha que acabou resultando na morte de todos. Então estamos sendo oprimidos por eles desde então.


– Isso é uma desgraça! E porque não fez nada?! – Ele se levanta mais irritado do que antes. Nada fere seu orgulho mais do que isto.


– Porque eu sou um velho com vários problemas de saúde e minha época já se foi...


– Merda! Não posso simplesmente ir atrás de um desgraçado que atirou contra mim e deixar que meu povo seja oprimido por forasteiros!


– Então faça algo.


– E farei, matarei todos os ingleses que dominaram esta parte da cidade! – Ele pega sua camisa branca com botões dourados e a veste, depois o seu casaco negro.


– Deixe de ser estupido garoto! Você não consegue matar sozinho todos aqueles homens, são uns quarenta ou mais!


– É um número grande mas não será problema algum. – Oamri vai até a mesa onde está a garrafa de vinho quase vazia e pega sua espada de origem italiana, comprida e bem afiada. Ele a coloca nas costas embainhada e presa por uma cinta que atravessa de seu ombro até as costelas como suporte para a espada.

– Cada vez que você fala mas me convenço que é um idiota! – Doutor White resmunga tomando o resto do vinho direto da garrafa.


– E o que sugere que eu faça? Que assista meu povo morrer?


– Pelo menos reúna alguns homens para lutar, uns dez armados.


– E onde vou encontrar pessoas dispostas para isto?


– É só conversar com Philip no armazém aqui perto, ele conhece uns fronticeiros que são loucos para ficar uma faca no coração destes ingleses malditos.


– Ótimo! Vou reunir um grupo e ataca-los ainda hoje, depois irei atrás do Brantiano. Ou farei o contrário... Pensando bem, meu povo pode esperar algumas horas, então... – Ele fica encarando Doutor White que já está saindo um pouco de si com a quantidade de vinho que ingeriu hoje. – Você pode conversar com Philip e pedir para que reúna alguns homens, diga que sou o assassino procurado e que esperem em frente a grande torre do relógio na praça do sul as oito horas em ponto.


– Quer mesmo que eu saía daqui para conversar com Philip? Como você complica as coisas. – Diz White se irritando com a indecisão de Oamri. Mas ele acaba aceitando o plano do jovem e vai conversar com Philip depois de se vestir corretamente.

Oamri sai pela cidade a procura do Brantiano. A cidade é grande e cheia de ruas de terra cobertas com neve. Vários homens, mulheres, crianças, soldados ingleses, cavalos e carroças perambulam por todos os lados. Ele bota o capuz de seu casaco sobre a cabeça para não ser reconhecido facilmente pelos soldados ou pessoas. Oamri é procurado em boa parte do pais, ele luta por ele mas é mal visto também.

Depois de andar por quatro quadras chega a uma barraca onde se encontra um homem careca e barbudo que vende carne de guaxinim, ele se aproxima do homem e entrega uma quantia em dinheiro de cinquenta dólares. Era muito dinheiro.

O homem pega o dinheiro e o guarda nos bolsos, depois chama Oamri para o lado de dentro da barraca e sussurra.


– Ao leste da cidade perto do porto. Lá você vai ver o navio, o que você procura se encontra lá dentro. – Este homem é um espião dos Arkansan, ele é o melhor de Boston e tem vários outros trabalhando para ele espalhados por cada canto. Ninguém desconfia de um homem careca que vende carne e pele de guaxinins.


– Está certo. Obrigado pela informação. – Oamri deixa o local e vai direto ao leste de Boston rumo ao porto.


Os flocos de neve continuam a cair sobre a cidade e Oamri se aproxima mais ainda de seu objetivo. Ele já consegue ver o enorme porto de Boston com vários navios e barcos pequenos, um deles chama mais sua atenção pois tem erguido a bandeira dos Brant. Seu sangue esquenta no momento que o vê entrando no navio pela ponte junto a outros Brantianos, é Leon com um sorriso estampado no rosto e a arca carregada debaixo de seu braço.

Ele caminha entre as barracas de peixes e outras coisas não importantes e o navio está prestes a velejar, ele para de andar e olha para trás em direção a cidade, está parado no porto encima da madeira cheia de sujeira e fedida. Se ele se infiltrar no navio ele vai partir para sabe se onde mas assim conseguira matar Leon e recuperar sua Arca que ele deveria ter roubado. Mas assim será culpado pela morte de Philip e seus homens por não ter comparecido lá as oito horas. “Merda”, ele pensa confuso sobre qual decisão tomará.


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Notas finais do capítulo

Qual sua decisão Oamri?