Os Últimos. - Interativa. escrita por Guilherme Lopes


Capítulo 4
Leon- Cap.03 - O desertor.


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai o personagem de Mr Eccentric. Espero que gostem dele e deixem seus reviews, ficou meio grandinho também, amanhã tem mais, falou o/



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Leon Lambert


24 de Novembro- Inverno


Nasci na França em Paris, minha infância toda fui criado por empregados, meu pai era um homem rico e sempre estava fazendo longas viagens e até esquecia que tinha um filho que precisava de sua atenção. Os negócios de meu pai eram bordeis, ele era o empresário de várias casas de cortesãs e tavernas de toda região, os lucros eram enormes. Quando completei doze anos meu pai me levou para os bordeis porque achava que eu já tinha idade o suficiente para cuidar dos negócios da família. Aprendi como trapacear, como utilizar bem minha barganha, como simpatizar-se com as pessoas e convence-las a fazer o que queria. O principal disso tudo era a sedução, isto aprendi com as cortesãs dos bordeis, elas ficavam nuas em minha frente e por achar que só porque eu era uma criança não veria malicia nisto, estavam enganadas. Meu pai se uniu ao clã Brant quando tinha vinte anos, ele era o homem que dava “diversão” aos homens. Por isso todos adoravam nossa família. Aos dezoito anos eu era um mulherengo sem igual, além de ser muito adorado por todos devido ao meu grande carisma e magnetismo com as pessoas. Todos pais das mais belas moças de Nova York, Boston, Virginia e Washington guardavam um ódio enorme de minha pessoa. Eu só queria me divertir desonrando as garotas. Me tornei um mercenário após uma discussão com meu pai, ele havia se casado novamente e desonrado a memória de minha falecida mãe, eu não aceitava isso por ciúmes de meu pai. E se ele escolhesse um dos filhos dela como herdeiro e não eu? Então fui até a central do clã e descobri várias coisas que nunca imaginaria antes, perto disto as aventuras nos bordeis de meu pai não eram nada. O tesouro de Hampshire, as relíquias magicas, tudo era incrível! Um ancião chamado Jonhson viu meu potencial e decidiu me treinar, aprendi tudo que não aprenderá com meu pai, a lutar, escalar, sobreviver. Então me tornei um homem perigoso e ao mesmo tempo sedutor, o que eu queria era riqueza e mulheres tudo isto para mostrar ao meu pai o quão bom eu posso ser. E o melhor de tudo ainda está por vir, o tesouro de Hampshire será meu.


Capitulo 1


O luar reflete nas rochas e em um lago escuro perto de Nova Iorque. As florestas americanas são verdadeiras selvas, cheias de rochedos, arvores gigantes, animais à espreita, gramados altos, plantas de todos os tipos, índios e todo tipo de perigo imaginável. Mas como é inverno, tudo está coberto pela neve fria e atormentadora. Encima de uma arvore a beira de um galho grande está Leon Lambert, um jovem de vinte e seis anos francês, alto com o corpo atlético e com alguns músculos definidos, cabelos negros e cacheados até abaixo de suas orelhas, pele branca, olhos castanhos escuros, nariz adunco e lábios finos avermelhados. Ele veste um casaco ajustado na cintura de cor azul escuro, um colete bordado com detalhes em dourado, calção extremamente justas bege e botas leves negras. Em sua cintura está sua espada, um sabre americano não muito grande preso na bainha vermelha de couro de cervo. Do outro lado da cintura fica sua pistola flintlock de dois canos de cor acizentada. Leon é um mercenário a mercê do clã Brant, ele não é o melhor mas consegue agir sozinho em algumas operações, a cerca de duas semanas recebeu a tarefa de assassinar Christopher Logan, um escritor americano. Ele não receberá as informações de porquê deveria matar o pobre escritor de cabelos loiros e roupas caras, o homem não consegue nem se defender de uma lebre inocente e indefesa.

Logan está sendo exportado por um camponês, é um destes viajantes que cobram para transportar passageiros e mercadorias. Ele foi esperto, pensava que ninguém o seguiria logo após pegar um misterioso baú bem pequeno que leva em sua bolsa feita de pele de lebre das quais ele morre de medo de enfrentar. Leon vai acompanhando a carroça por cima das arvores com muita cautela, ele é muito bom em pequenas acrobacias e é bem furtivo. Ele dá saltos para alcançar os galhos das outras arvores, faz tudo isto sem chamar atenção e sem fazer barulhos altos. O homem que chicoteia os dois cavalos nem nota sua presença de tão concentrado que está. Em meio a outro salto arriscado ele para de pé de um galho fino e nota que o homem que segurava o chicote está jogado na neve com sangue jorrando pelo pescoço, tudo fora tão rápido que ele nem tem tempo para raciocinar e salta encima da carroça que continua em movimento, o teto dela quebra com a força da queda e ele cai ao lado de Logan que dá um grito agudo parecido com o de uma mulher, Leon se levanta deixando os pedaços de madeira caírem no solo da carroça em movimento.


– Não me mate! – Grita o pobre Logan desesperado por saber que perderá a vida em questão de segundos. Sem nenhuma cerimônia Leon desembainha seu sabre de lamina brilhante e bem afiada e o levanta pronto para cortar o pescoço do homem covarde que nada faz a não ser fechar os olhos e se contorcer em seu canto sentado no acento de madeira da carroça.

Antes mesmo de descer a lamina para executar Logan o sabre escocês de Leon é atingido por um machado que ricocheteia e cai do lado de dentro da carroça, a lamina de Leon é baixada com o golpe e ele rapidamente procura o estranho. Ele notará com sua enorme percepção um outro homem saltando também entre os galhos das arvores, este veste um casaco negro, calças e botas negras. Ele não consegue enxerga-lo muito bem e acaba de notar que a carroça já parou, os cavalos cansaram e Logan aproveita o momento de concentração de Leon, abre a porta e sai da carroça correndo o máximo que pode pela estrada destacada em meio a selva coberta por neve. Leon desce da carroça sem preocupações, saca sua pistola flintlock e dispara atingindo as costas de Logan que cai a uns doze metros de cara no chão, ele errou o tiro. A fumaça sobe pelo cano direito de sua arma, ele a gira com as pontas dos dedos e assopra o cano mas não a guarda no coldre, ele sabe que o homem que atirou o machado em seu sabre está escondido detrás de uma arvore a sua direita.


– Saia daí. – Leon diz caminhando lentamente olhando em direção a enorme arvore esperando por uma resposta.


– Você é bom para um Brant. – Detrás da arvore sai o homem misterioso, é alto e forte, cabelos ruivos não tão compridos e lisos, os olhos são negros e com tons de roxo, são olhos raros nos dias atuais, ele carrega nas costas uma espada embainhada. É uma lamina italiana fina e comprida, pode causar grandes estragos nas mãos de quem sabe utiliza-las bem.


– Está me insultando? – Os dois começam a andar em voltas observando um ao outro.


– Talvez, mas se eu fosse insulta-lo realmente diria que seu sotaque de merda me dá enjoo. – Leon abre um sorriso recheado de ódio pelo jovem misterioso.


– O que faz aqui? Por acaso é o guarda pessoal de meu alvo?


– Seu alvo também é meu alvo. – Ele dá risadas altas que ecoam na floresta somente habitadas por lebres, veados e lobos ao redor.


– Você é um Delawere? Sempre se intrometendo onde não devem.


– Delawere? Está enganado, sou um Arkansan.


– São todos uns merdas de qualquer jeito! – Enquanto a discussão dos dois continuam em meio a insultos Logan rasteja com a pouca força que lhe resta, o tiro de Leon não foi mortal, atingiu uma região superior de suas costas e a bala que é uma bola de chumbo bem pequena ficou alojada perto de seu ombro direito, mas mesmo assim ele perde sangue a cada instante. Ele quer sair dali, se acha jovem demais para morrer de maneira tão estupida mas não tem coragem o bastante para enfrentar os dois homens que foram contratados para assassina-lo.


– Vocês nem sequer tem dinheiro para manter seus homens em pé! – Exclama o Arkansan irritado com os insultos de Leon.


– Olhe! A conversa está boa mas eu quero terminar meu trabalho. – Ele gira sua flintlock e aponta para Logan que continua a se arrastar tentando sair da estrada. O jovem chuta a mão dele fazendo com que sua pistola caia em um monte de neve, isto o irritou bastante.


– Você não vai terminar trabalho algum. Este é meu trabalho! – Leon continua com a mão estendida como se ainda segurasse a pistola em mãos, ele abaixa-a lentamente e sorri olhando para o chão.


– Você é um cara irritante.

– Meu nome é Oamri, gosto que minhas vítimas saibam meu nome antes de manda-las para o outro mundo. – Então ele retira sua espada de origem italiana toda enfeitada com escritas em latim, o cabo é azulado e com a borda prateada. Gira a lamina usando uma só mão provocando o inimigo.


– Foi uma ideia muito ruim me dar o seu nome agora, se não mata-lo hoje eu vou caça-lo. – Leon também ergue sua espada a manejando com uma só mão, os dois estão prestes a entrar em combate.

O primeiro golpe é feito por Leon que dá um giro com seu corpo e direciona sua lamina na reta do estomago do oponente que apara seu golpe estendo a lamina verticalmente. Ele empurra o sabre de Leon e gira sua espada fazendo um ataque vertical de baixo para cima, ele desvia jogando seu corpo para o lado oposto de onde a lamina está indo e acerta o peito de Oamri com uma ombreada o afastando em meio a passos tortos. Leon joga seu corpo para frente e dá uma estocada em seu inimigo que desvia a lamina com sua espada e gira seu corpo no ar acertando um chute bem preciso no rosto de Leon fazendo com que ele cuspa um pouco de sangue e caia de costas ajoelhado no chão largando seu sabre. Oamri puxa-o pelos cabelos deixando seu pescoço pronto para receber o golpe de sua morte, ele posiciona a espada no pescoço de Leon que rapidamente puxa-o pelas mangas do casaco e se levanta o jogando de costas no chão utilizando seu próprio corpo. Leon retira sua pistola do coldre e aponta para a cabeça de Oamri que estende a lamina de sua espada deitado no chão na direção de seu oponente. Antes do ataque de ambos os lados uma explosão emerge a alguns metros dali, para ser preciso oitenta. Eles perdem o foco um no outro e observam a enorme explosão ao leste de onde estão. Leon gira sua pistola e sai andando até Logan que já está quase inconsciente de tanto agonizar com a terrível dor. Oamri levanta irritado com a perspicácia do oponente em abandonar a batalha. Leon vai até Logan que o encara com seus olhos cheio de medo e pavor. Ele pega sua bolsa de coro de animais que não está tão cheia e aponta a arma para o jovem escritor que fecha seus olhos esperando pela morte novamente.


– Desgraçado! – Grita Oamri pronto para atacar Leon novamente, este que em vez de atirar em Logan dispara contra o dono da espada italiana que cai no solo de costas sofrendo com a terrível dor do chumbo penetrando a carne de seu braço direito.


– Isto é para lembrar de minha pessoa. Pode matar o idiota aqui. De qualquer maneira vai ser um trabalho cumprido. – E ele deixa os dois que estão baleados na estrada e segue seu caminho correndo pela selva cheia de neve. É um verdadeiro desonrado.


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Notas finais do capítulo

Decisão, escolha, rota.
Agora fica em suas mãos Mr Eccentric sobre o que seu personagem fará no próximo capitulo.
Ele irá para Nova Iorque? Ele voltará para a cidade do clã Brant? Ele irá para a cidade em uma taverna ou algo assim? Decida, pode ser o que quiser além destas coisas que disse. Você faz o destino dele.