Os Últimos. - Interativa. escrita por Guilherme Lopes


Capítulo 30
Ácmon. - Cap.29 - Uma nova descoberta.


Notas iniciais do capítulo

Aqui está, como prometi, dois capítulos e.e
Espero que gostem, vou responder os reviews. flw.

Ácmon.
Nível: 3
Exp: 31/50

Força: 2
Velocidade: 2
Resistência: 4
Mira: 4
Inteligência: 4
Espirito: 1
Lábia: 5
Furtividade: 3



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            Ácmon.         Capítulo 4- Uma nova descoberta.

                Dia 25 de Novembro.

        Os dois estavam tentando se esconder nas trincheiras mas sabiam que duraria pouco. Os vários ingleses saltavam por cima do buraco escuro que os dois se escondiam.

        Do lado de cima ocorre a guerra, tiros, sangue e gritos. As balas de canhões causam um enorme estrago nos ingleses. Eles também retribuem com suas armas, canhões, mosquetes e espadas. Um inglês de estatura magra e armado com um mosquete está no meio na batalha perfurando os inimigos com a baioneta. Um tiro atravessa seu companheiro a frente e a bala se aloja na perna do jovem inglês. Ele dá um grito de dor e gira seu mosquete atingindo o pescoço de um americano, o corte faz o sangue jorrar em seu rosto. Com a mão esquerda o jovem passa em seu rosto e vai caminhando para trás cegado pelo sangue. Uma bala de canhão atingi o centro do campo de batalha, quatro ingleses e dois americanos foram mortos, seus membros voaram, ossos expostos e vários outros foram lançados com o impacto. Inclusive o jovem que cai dentro da trincheira onde estão Eleanor e Ácmon. Ele cai de costas encima de sacos de areia. Está com a perna ferida e o rosto todo cheio de sangue.

       

- Está morto. – Diz Eleanor impedindo que Ácmon perfure seu coração com sua espada. Ele chuta o corpo do jovem algumas vezes e guarda a espada. O garoto não faz movimento algum, forja sua morte ali mesmo.

- Melhor sairmos daqui antes que a batalha acabe e eles nos peguem. Imagine só se capturarem uma mulher bonita e um francês que lutou contra eles. Vão me reconhecer logo que baterem os olhos. – O garoto segura a respiração e faz o máximo de esforço para não se mover. Eleanor bate a mão no ombro de Ácmon e sobe a trincheira. Ela ajuda o francês a subir também.

        Lá encima eles veem o estado do campo. Os homens ainda lutam até a morte, vários corpos, destroços e crateras formadas pelas balas de canhões. Eles estão abaixados e evitando chamar atenção.

- Ali! – Eles ouvem um grito vindo da trincheira. Ácmon se vira e vê o garoto com o rosto manchado de sangue apontando para os dois. Ao olhar para cima notam a pequena tropa inglesa rumo ao casal.

- Eu não vou me render! – Diz Ácmon já sacando sua espada. Eleanor sabe que o pior pode acontecer se ela se render. Mas também sabe que pior ainda pode ser se ela não se render.

- Largue a arma Ácmon, eles vão te matar!

- Vão me matar de qualquer jeito! – Os ingleses apontam os mosquetes para os dois.

- Largue a espada! – Grita um deles segurando uma arcabuz.

- Mudei de ideia. – Ácmon larga sua espada e se rende junto a Eleanor.

        Eles são acorrentados e levados junto a um comboio inglês até seus acampamentos. Vários prisioneiros também estão sendo levados, a maioria são negros e índios. Eles retiraram todas armas e dinheiro dos dois.

- Haja como um prisioneiro comum, evite falar muito. – Diz Ácmon tentando instruir Eleanor a não chamar atenção, porém, ele já sabe que por ela possuir cabelos ruivos e cacheados já será um grande destaque. Ela assente, está assustada.

        Eles chegam no acampamento, fica na beira de um grande rio perto de um navio que está prestes a partir cercado por ingleses e mercenários. Os outros que não são ingleses, se tratam de contrabandistas, chineses, irlandeses e entre outros. É um acampamento bem grande e cheio de soldados, jaulas e animais também presos. Está a noite e todos os homens estão comendo ao redor de fogueiras e maltratando os presos.

        Ácmon e Eleanor são levados por dois homens até a maior barraca que fica perto do rio. Os dois ouvem os gritos dos homens insultando Ácmon e provocando Eleanor. Eles são colocados frente ao capitão Nathan. Um homem de barba comprida negra. Olhos azuis, careca e usa um chapéu de destaque preto e vermelho. Ele é alto e gordo.

- Vejamos o que trouxe. Capitão Ácmon Tailleur e... Uma garota que vai foder muito hoje à noite! – Os homens gritam entusiasmados com a carne nova. Raramente o capitão lhes concede uma garota prisioneira, ele que as pega. – Não gosto de ruivas, então essa fica para vocês. – Os homens já se aproximam para levar Eleanor que revira seus olhos para todos os lados com seu coração acelerado. – Mas não agora. – Os homens param.

        O navio que está parado na beira do rio está recebendo os vários prisioneiros que os ingleses traziam no comboio. Alguns ficaram devido à falta de espaço. O capitão Nathan recebe em suas mãos um pergaminho com os nomes dos prisioneiros, ele começa a ler procurando pelas mulheres.

- Me tragam três morenas e um adolescente. – Ele ordena a um soldado que rapidamente vai em busca dos quatro prisioneiros. – Amarrem o francês naquela viga. – Ácmon é pego por dois soldados, eles o amarram com uma corda em uma viga de madeira entalada na terra misturada a neve. Eleanor o olha de relance, ela está assustada. – Você aguenta quantos paus em sua pequena vagina? – O homem faz a pergunta fitando Eleanor. Ela nada responde. – Não vai responder? – Ela continua quieta. – Que seja assim. A garota disse que aguenta o acampamento todo sozinha! – Ele grita chamando atenção dos homens. Estes se levantam e vão até a garota, e puxam pelos cabelos até o matagal. Ela grita por socorro e leva socos e pontapés dos homens.

- Não façam isso com ela! – Diz Ácmon irritado com a selvageria dos homens. O capitão fuma um charuto sorridente, ele vai até o francês e o encara frente a frente.

- Quer que façam isso com você?

- Deixe a garota! Ela é filha de um poderoso lorde inglês!

- Ela vai ser a filha fodida de um poderoso lorde inglês agora. – O homem apaga o charuto no rosto de Ácmon e esfrega com muita força, ele solta gritos de dor que se juntam aos gritos e choros de Eleanor. O charuto de Nathan cai no peito de Ácmon preso na corda.

        Ácmon tenta se soltar da corda, faz força mas não consegue, ele não é forte o suficiente para tal ato.

        Enquanto isto, os homens já rasgaram toda roupa da garota e a deixaram nua, um monta nela e tenta penetra-la mas leva vários socos no rosto. Ela recebe um chute em seu queixo e quase perde a consciência.

- Que vadia selvagem! – Ela recebe mais um soco no rosto e sente as mãos apalparem seus seios e vagina.

- Me deixa foder ela primeiro!

        Nathan observa o luar em frente à sua barraca, ele se vira a Ácmon que está quieto olhando para o chão. Neste momento o navio já partiu.

- Escuta? – Ele pergunta para o francês. Alguns sons bem baixos são ouvidos do matagal onde levaram Eleanor. – Já desmaiaram a garota, é sinal que já começou. – Ácmon se lamenta por não poder ter salvo Eleanor, ele se sente triste por isto, poucas vezes em sua vida algo tocou seu coração.

- Quando eu sair daqui... – Diz o francês ainda olhando para o chão.

- Quando você sair o que?! – Grita Nathan se aproximando novamente. – Vai me foder igual estão fodendo sua namoradinha é?! – Ele cai diante dos olhos de Ácmon com um machado atravessado em seu crânio.

- O que foi isto?! – Grita o francês espantado com a dinâmica do movimento. Ele olha ao redor e vê vários homens armados com machados, espadas, lanças e pistolas invadindo o acampamento. São negros e índios.

        Os ingleses foram pegos de surpresa e a chacina começa. Ácmon sente uma faca cortando as cordas que o prendem. Ele se vira e vê Eleanor vestida com um casaco longo de cor bege. Ela está com o rosto todo ferido, abraça Ácmon e chora.

        Um homem negro, alto, musculoso, com a barba grande, vestindo um colete de couro e calças justas está lutando com três ingleses perto dos dois. Ele empunha um machado pequeno e é bem habilidoso. Abaixa desviando do mosquete do inglês e acerta seu estomago em cheio. Em seguida recebe um golpe de sabre, o negro bate com a machadinha no pulso do agressor decepando sua mão e finaliza o ultimo cravando-o em seu queixo. O homem com a mão decepada rola de tanta dor e é morto com um tiro de um dos invasores.

        O negro do machado vai até os dois, guarda sua machadinha e diz.

- Por pouco evitei uma tragédia. Meu nome é Malcolm. – Ele estende a mão, Ácmon a aperta. – Vocês estão livres agora. – Depois de dizer isto o homem vai até o corpo de Nathan, retira seu machado e pega o pergaminho com os nomes dos prisioneiros.

- Se acalme Eleanor, eles fizeram alguma coisa com você? – Indaga Ácmon mostrando preocupação com a garota. Ela nega com a cabeça se debulhando em lágrimas. Ele a abraça forte.

- Eu e meus irmãos matamos todos eles antes de fazerem algo com sua mulher. Eu não gosto de matar mas quando vi a brutalidade que estavam tratando-a, acabei me revoltando... – Ele se ajoelha em frente ao corpo de Nathan, fecha seus olhos e diz algumas palavras em uma língua distinta. Em seguida crava seu machado no solo.

- Porque fez isto? – Indaga Ácmon ainda abraçando Eleanor.

- É uma marca nossa. Toda vez que vencemos uma batalha, fincamos um machado no solo sinalizando nossa glória e liberdade. Se quiserem, podem vir conosco. Não é seguro andar só por estas áreas. – Eleanor sessa as lágrimas, está bem ferida. Ácmon a ajuda a caminhar. Eles decidem seguir Malcolm e seu grupo junto aos outros escravos que foram soltos.

        O acampamento teve boa parte dos ingleses mortos. Somente alguns dos “Salvadores” morreram. Eles por pouco não pegaram o navio onde estão os prisioneiros.  

        Eles chegaram a uma fazenda que é estadia temporária do grupo. Fica localizada a norte e é bem escondida por colinas altas e pinheiros. Eles dormiram em uma única barraca.

       

        Dia 26 de Novembro.

        Eleanor ganhou roupas de uma bela mulher, além de comida. São vários os homens e mulheres que estão acampados ao redor da fazenda. Ácmon está sentado em um tronco comendo, ele recebe a companhia da ruiva que agora está trajando um vestido não muito longo de cor laranja e florido. Ela está com alguns esparadrapos em seu rosto tapando os cortes causados pelos golpes que recebeu.

- Você está melhor? – Diz Ácmon calmamente olhando para Eleanor.

- Estou. Você está machucado. – Ela aponta para o queimado no rosto do francês. Ele passa a mão no ferimento e sorri.

- Isso não é nada... Já vivi coisas piores.

- Mas precisa de cuidados médicos. Aqui eles tem ervas medicinais que podem tratar isso ai.

- Eu repito. Isso não é nada, logo vai se fechar. – O buraco é pequeno, escuro e coberto pela casca já amadurecendo. -  O que achou deste lugar? – Ela olha ao redor, vê as várias pessoas comendo e conversando. Estão livres, graças a Malcolm e seu grupo.

- Eu gostei, cheira a liberdade. Eles salvaram não só as nossas vidas, mas a de todas estas pessoas... – Ácmon não se mostra impressionado com o grupo. Ele já contrabandeou escravos um dia, a maioria dos grandes nomes de elite já fizeram isto.

- Quando vamos encontrar com as outras pessoas do seu clã?

- Espero que breve.

- Acabei nos metendo nesta situação. Saímos com vida agora, mas a sorte não se repete várias vezes.

- Não vamos precisar de sorte, da próxima vez vou lutar até a morte. Você abriu meus olhos, se não matarmos, coisas piores que a morte acontecerão conosco. – Ele sorri satisfeito com o novo modo de vida de Eleanor. Assim não terá interrupções em suas batalhas futuras.

- Assim é melhor.

- Quero conversar com Malcolm. Você vem?

- Sim. Aliás, você está linda com este vestido. – A garota nada diz, somente repete o que disse antes e os dois seguem até a casa conversar com o líder do grupo.

       

        Malcolm está conversando com um velho perto da janela. A seu lado está sua esposa, Cherise. Uma mulher branca de cabelos loiros e olhos azuis. Foi ela quem cuidou de Eleanor e lhe deu o vestido. Eleanor e Ácmon são guiados por dois homens até o líder.

- Vejo que estão melhores. – Diz Malcolm em um tom de simpatia. – É um belo vestido que concedeu a garota dos cachos ruivos. – Ele sorri olhando para sua esposa. Ela retribui.

- Eu mesma quem o fiz. Sou costureira, caçadora e cozinheira. Aprendi com a melhor. – Ela abraça Malcolm pelas costas. O velho está sentado em um banco, ele está mostrando os sinais da falta de saúde devido a sua idade.

- É um belo vestido mesmo. – Afirma Ácmon ao lado da garota. Ela sorri encabulada.

- Vocês estão com dúvidas? Querem algo? É só pedir! – Diz Malcolm segurando as mãos de Cherise.

- Só viemos conversar. – Diz Eleanor.

- Ótimo, adoro conversar! – Fala Cherise se soltando de Malcolm. Ela serve chá para todos.

- Nós estamos em uma reunião. Poderíamos conversar depois?

- Reunião? Estavam discutindo sobre o que? – Indaga Ácmon interessado na conversa. Malcolm olha para o velho esperando por uma resposta, mas ele somente acena com a cabeça baixa.

- Estamos planejando atacar o forte inglês onde foram levados os prisioneiros daquele navio. Só que para isto teríamos de ir pelo mar.

- Pelo mar? Por acaso este forte que foram levados os prisioneiros é a ilha de Sillas? – Ácmon diz dando alguns goles no copo com chá. Malcolm confirma acenando com a cabeça. – É loucura! Aquele é o forte mais bem protegido. Nem com todos seus homens você conseguirá toma-lo.

- Nós Salvadores não usamos a força. Usamos a cabeça.

- Quantos prisioneiros estão confinados lá? – Indaga Eleanor também bebendo do chá.

- Quatrocentos.

- Porque levam os prisioneiros para esta ilha?

- Eles os usam para fabricar armas para os ingleses. São escravos. Lutamos pela liberdade.

- Isso é terrível! – Exclama Eleanor terminando seu questionário.

- Sim. De acordo com esta lista. Foram levados também soldados americanos e camponeses. Eles levam também mulheres e crianças. As mulheres são estupradas pelos guardas e as crianças usadas como copeiras. Tenho que dar um fim nisto.

- Posso ver a lista?

- Sim. – Malcolm entrega o pergaminho com os vários nomes dos homens levados. Eleanor começa a lê-los seguidamente e um dos últimos nomes desperta seu coração.

        “Willian Vanger.”

- Meu deus! – Seus olhos começam a derramar lágrimas e suas mãos tremem. Ela se sente emocionada por saber que o irmão está vivo mas também preocupada com sua estadia e saúde.

- O que houve? – Indaga Cherise preocupada com o choro de Eleanor.

- Meu irmão! Ele foi levado! – Ela se debulha em lágrimas de emoção. Ácmon toma o pergaminho e o checa. É verídico, o irmão dela está no meio dos prisioneiros. 


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Notas finais do capítulo

O ataque de Malcolm está previsto para uma semana.

O que farão Ácmon e Eleanor?
E Malcolm, o que fará?

Ácmon ganhou 15 de exp pelo cap. 31+15= 46.
Eleanor ganhou 8 de exp pelo cap. 30+8+8 pelo review.= 46.
Malcolm ganhou 15 de exp pelo cap. 30+15+7 pelo review=52 (Subiu para o nível 4.)

Malcolm. +1 ponto para gastar em um atributo, escolha qual.
Força: 4
Velocidade: 3
Resistência: 4
Mira: 2
Inteligência: 3
Espirito: 4
Lábia: 1
Furtividade: 4