Os Últimos. - Interativa. escrita por Guilherme Lopes


Capítulo 16
Julie- Cap.15 - Coniglio.


Notas iniciais do capítulo

Bem, primeiramente quero agradecer a Hardy que recomendou minha historia e fiquei muito feliz quando entrei e li, muito obrigado, aquilo me incentivou bastante que até fiz um capitulo bem grande de aproximadamente 3.000 palavras.
Também quero avisa-la que sua personagem foi aceita e eu gostei pra caramba dela, tenho certeza que todos aqui vão gostar também, neste arco de capitulos não vai ter os de John pois o leitor desapareceu. Então vou colocar três novos personagens, Marlcon, Alba e Leonardo. Não vou falar muito deles mas tenho certeza que vão gostar.
É isso e espero que gostem, tem mais hoje! o/
Até.



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Julie


Capitulo 2

Dia 30 de Novembro.

Local: Boston.


Com o dinheiro do trabalho bem feito Julie trocou suas vestes por outras mais chamativas e provocantes, foi na melhor alfaiate da cidade e pediu para fabricar um modelo de roupa bem moderno com as cores preferidas, branco e vermelho. A jovem vestiu a roupa, um espartilho branco com uma faixa vermelha bem apertado com uma só ombreira bem pequena, na cintura fica um cinto grosso marrom com alguns compartimentos para guardar chaves ou venenos, além do espartilho na parte mais baixa fica uma pequena capa branca e por dentro vermelha tapando suas partes traseiras. E uma saia bem curta também branca mostrando suas pernas torneadas e chamativas, veste botas longas marrons e um capuz, os braços não são tapados pelo tecido, ficam a mostra e usa também luvas grossas de couro, no total gastou cem dólares com esta roupa, mas o motivo era que suas antigas estavam velhas e sujas também, mas o verdadeiro motivo é outro.

Carrega em suas costas seu fiel arco longo junto a alveja com várias flechas e na cintura sua alfanje curta de bainha marrom e guardados estão suas bombas de gás e explosivos. O livro ela carrega em sua bolsa de couro bem pequena que carrega.

Mas Julie não revelou ao resto do grupo que a dois dias atrás ela não resistiu e abriu o livro, e algo chamou muito sua atenção e deixou vidrada, o livro contém informações sobre todas relíquias, suas localidades e donos atuais, também notou que os nomes dos donos vão mudando a cada instante, ela decidiu guardar o livro para si e por motivo algum quer entrega-lo ao clã então acabou tomando uma decisão, fugir. Ela sabe que Makayla e Roman vão caça-la caso fizer isto, e eles são seus companheiros, mesmo não gostando de Roman ela não conseguiria mata-lo. Ele é mais forte.

Além da localização das relíquias no final do livro contém várias palavras separadas como em versos em uma língua distinta, ela não ousou ler nenhuma delas ainda.

Enquanto Julie compra frutas na principal feira de Boston, Roman recebe um novo corvo carregando a nova missão do grupo do outro lado da cidade.


“Assassinar Heather Daath, cidade de Crismon.”


Ele sorri sabendo que o grupo já tem um novo trabalha e guarda o bilhete em seu bolso, sai caminhando pela cidade a procura do resto do grupo, Makayla foi levada a um médico para fazer uma consulta devido ao ferimento que recebeu no estomago, não foi nada grave, ela só precisava dos remédios.

Julie se encontra com Cooper na feira.


– Julie eu estava te procurando! – Ele diz caminhando até a garota e nota suas novas vestes e se impressiona com sua ousadia. – Céus! Você está deslumbrante! – Ela sorri meio envergonhada.


– O que você quer?


– Eu vim lhe dar um presente! – Ele retira de dentro de seu casaco um coelho de pelúcia bordado a mão, os olhos de Julie exalam um brilho extremo e ela não se controla tomando-o das mãos de Cooper e o abraçando com muita força, o coelho com certeza.


– Muito obrigada! Eu amei! – Ela também dá um abraço forte em Cooper que sorri quase derrubando seus óculos. Mal sabe que o pobre médico é apaixonado por ela.


– Não foi nada! Eu comprei de uma velhinha costureira e... – As palavras saem da boca de Cooper mas ela nem ouve, está distraída demais com o coelho, ele tem trinta centímetros e é branco meio acinzentado, sua boca é semiaberta com um pequeno sorriso.


– É a coisa mais meiga que já ganhei em toda minha vida! Eu amo coelhos! – Cooper coça sua cabeça satisfeito com a felicidade de sua amada e esperava receber um beijo ou agradecimento especial, mas se contenta com o abraço e poder sentir os enormes seios de Julie.

Makayla se aproxima dos dois que estão sentados em um banco de praça, que está lotada. Roman está junto a morena. Ele pede para que levantem e dá uma olhada de desprezo ao coelho de Julie, ela o guarda em sua bolsa junto ao livro e em sua mente já o batizou de “Coniglio”.


– Eu recebi nosso próximo alvo. Ela se chama Heather e mora em um região chamada Crismon. – Diz Roman bem baixo procurando não alertar nenhum guarda ou pessoa.


– Fica longe daqui? – Indaga Cooper preocupado.


– Sim, mas já temos nosso transporte. – Responde Roman olhando para um homem montado em uma carroça de dois cavalos parado não muito longe dali.


– Mas já vamos? – Volta a indagar Cooper.


– Cooper, você já está me irritando! Vai logo! – Makayla o apressa irritada com a preguiça e falta de compromisso de Cooper.

Todos vão até a carroça e se adentram da parte traseira da carroça, ela é usada para levar mercadorias e é fechada somente com uma parte aberta atrás coberta por cortinas.

Julie se senta perto da saída da carroça segurando sua bolsa como se fosse um bebê. Mal chegou e já tem de sair.


A viajem até a área nomeada Crismon vai ser bem longa, durara o dia todo. Julie não hesita em dormir a viagem toda, está exausta de tanto trabalho.


Dia 01 de Dezembro.

Local: Floresta de Crismon.


A floresta recebeu esse nome devido a maioria das arvores terem as folhas avermelhadas, é uma beleza rara de se encontrar aqui pelos Estados Unidos, é encantador.

Já é manhã é o carroceiro parou em frente a um riacho cheio de rochas pontiagudas e com uma forte correnteza. Julie e seus companheiros descem e compreendem o motivo dele não poder mais seguir em frente. Ele recebe o pagamento e volta para Boston conformado com a quantia recebida de Roman.

A correnteza é forte por causa da cachoeira que tem no final do riacho, é muito grande e a queda mata qualquer um, pois a espera estão várias rochas em forma de estacas que vão do fundo do rio até a superfície. Julie vai saltando entre as rochas até chegar do outro lado do lago onde espera pelos outros que também fazem o mesmo, o único que mostra um pouco de dificuldade é Cooper.

Ela está admirada com a beleza das arvores e das folhas que caem sobre a neve. Nunca viu algo tão belo como a natureza, isto a deixa feliz. Roman nem se importa com a paisagem, o que ele quer é matar logo esta tal Heather e entregar o livro para os Brant’s do norte o mais rápido possível, não aguenta mais viajar com dois novatos. Makayla pensa diferente, ela se preocupa com Julie, já foi novata antes e sabe como é difícil lidar com as coisas no começo, também iniciou cedo sua vida de assassina e carrega sete cicatrizes em seu corpo além de traumas dos quais não dividiu com ninguém. Já Cooper não é bem um assassino, ele só é um médico que trabalha para o clã, estava à procura de trabalho e lhe ofereceram este, só não achava que seria o burro de carga.

Cada vez mais eles vão avançando na floresta vermelha, as arvores aqui não são muitas, o campo sim é grande, na primavera este local é o mais belo, muito visitado por casais apaixonados e por mulheres com dificuldade de engravidarem pois a diversas plantas que servem como estimulantes.


– Heather é uma caçadora, a casa dela deve ser aqui perto. Se separem e procurem, Cooper você vem comigo. – Ordena Roman.


– E o que faremos se a encontrarmos? – Pergunta Julie inocentemente.


– Matem-na. – Ele responde friamente e segue um caminho junto a Cooper, Makayla dá um olhar e um sorriso para Julie e também segue por outro caminho.

Agora Julie está sozinha e segue pelo campo coberto por neve a procura da caçadora. Já que está só a garota aproveita e pega o livro, começa a folheá-lo carregando seu Coniglio preso na cintura. Quanto mais anda mais vai entardecendo, alguns veados e castores estão na beira do riacho bebendo agua e comendo o que a natureza lhes dão. Julie é apaixonada por animais, coelhos, veados, castores, cachorros, gatos. Tudo que não lhe mostra perigo, ela prefere matar um ser humano do que um animal, isto é evidente. Pensa que eles não tem ninguém por eles e que por este motivo deve protege-los, por ser obrigada a matar animais ela se sente muito mal, fica tentando distrair sua cabeça e acaba se esquecendo do livro. Quando olha nota que a página que parou é uma das últimas e contém uma frase pequena só que com letras grandes.

“Vivificabit quod dissolutus”

Ela diz bem baixinho as palavras, a garota reconhece a linguagem, está em latim e diz algo como “Reanimar o que está inanimado”. Julie fecha o livro e o guarda, não desconfiando de nada continua a sua procura pela caçadora.

Então em meio ao silencio da floresta ouve uma voz aguda vindo de perto, bem perto, como se tivesse preso a ela:

– Finalmente! – Julie se assusta e já retira sua alfanje curta da bainha e a aponta para todos os lados, não vê nada, então a voz continua a dizer. – Aqui! Aqui em baixo! – Julie olha para baixo e só vê a neve e seus pés, então com medo de estar na mira do inimigo começa a correr sem um destino traçado, somente corre desviando das arvores e rochas. – Aqui sua idiota! – Julie leva outro susto e tropeça em uma rocha despencando em um barranco a garota vai rolando se amortecendo na neve até cair de costas perto de uma arvore.

Ela se levanta empunhando sua espada ainda e sente seu corpo sendo puxado para cima, cai de ponta cabeça e é levada até o topo de um galho pendurada pelo pé. O livro, Coniglio e seu dinheiro caem de sua bolsa. Ela está a três metros do chão e o sangue já começa a ferver descendo em sua cabeça.


– Peguei um! – Escuta uma voz feminina, então surge uma mulher com roupas nada femininas e um chapéu, cabelos alaranjados e olhos verdes com sardas empunhando uma espingarda belga marrom de cano longo apontando para todos os lados. A mulher olha para Julie e não se mostra espantada. Se abaixa e pega o livro, começa a folheá-lo.


– Uau... O thesaurus, vejo que peguei uma bem cheinha. – Julie usa sua alfanje para cortar a corda e cai de costas no chão já na mira da inimiga. – É melhor não tentar nada senão vou estourar sua cabeça aqui mesmo, você está sozinha. – O cano está encostado entre os olhos da garota meiga de cabelos castanhos, ela se mostra amedrontada. – Onde conseguiu este livro? – Julie não diz nada, somente fixa seu olhar na caçadora. – Responda logo!


– Foi de um velho a dois dias atrás.


– Hum... – Ela está com o livro aberto em uma mão e na outra segura a pesada espingarda. – Você é Brant, vejo isto em seus olhos. Não sei porque vocês continuam com essas guerras sem sentido.


– Eu... – Ela tenta procurar uma resposta mas não consegue encontrar. Então se cala e começa a se questionar o porquê de eles lutarem tanto entre si.


– Eu também já fui uma Brant e muito tempo atrás, mas diferente de vocês eu questionei e me libertei. Não sacrificaria minha vida para enriquecer os peixes maiores com tudo o que eles querem. Vocês não percebem que são manipulados? Que essa guerra não faz sentido? Porque de qualquer forma vão acabar sendo somente lacaios e os mais importantes ficarão com seus frutos. Vocês são ignorantes! Estupidos! Burros! – Julie nada diz, comente ouve a caçadora dos cabelos alaranjados, mesmo sabendo que pode morrer a qualquer instante a garota quer ouvir mais. Isto está despertando seu lado questionador, ela tenta se libertar desta ancora Brant mas é puxada para baixo, aquilo é tudo o que ela tem. Mesmo que se libertasse que é algo que ela pensa todos os dias, não teria como sobreviver, ou morre agora ou é caçada depois por desertar o clã. – Você merece morrer como todos os outros! Brant, Delawere, Arkansan, cavaleiros da luz, todos devem morrer! – Julie nunca ouvira falar sobre cavaleiros da luz, é algo novo em seu dicionário. Perdida em meio a pensamentos e a pressão do momento, ela fecha os olhos esperando pelo pior. – Pode sair daí, eu já te vi. – Ao abrir os olhos nota algo estranho parado encima de uma rocha detrás da mulher. – Você fica parada, se eu sentir algum movimento seu, você morre. – A mulher vira e aponta sua arma para quem estava tentando ser sorrateiro.

Não é um veado, não é um coelho, não é um castor, não é um lobo, não é um urso e não é humano. Sentado encima de uma rocha está Coniglio, o coelho de pelúcia de Julie, ele está diferente, agora tem expressões como a de humanos e começa a falar para o espanto das duas.

– O que você vai fazer? Atirar? – O coelho de pelúcia falou e Julie arregala seus olhos assustada, a mulher também abaixa sua arma com o susto e observa o coelho boquiaberta. – Finalmente eu acordei... De novo.


– Você é um demônio? – Indaga Julie espantada com o coelho de pelúcia falante.


– Não!


– É um anjo? – Agora a pergunta veio da mulher de cabelos alaranjados.


– Também não!


– Então o que é você?! – As duas falam ao mesmo tempo.


– Sou o espirito guardião do thesaurus. – Julie começa a ficar tonta acreditando estar sonhando, a mulher volta a empunhar sua arma.


– Que tipo de truque é este?! Acha que pode me enganar? – Ela grita esperando que alguém surja mas se decepciona, o coelho de pelúcia realmente está vivo.


– Deixe de ser idiota Heather, você conhece muito bem a história do thesaurus.


– Mas eu não achava que esta parte seria real! – Grita Heather já se acalmando do choque levado.


– Sim, é real. O indivíduo que recitar as palavras com o livro em mãos será o novo guardião protetor do thesaurus. – Julie se lembra da frase que leu a pouco tempo atrás e se levanta tentando cair na realidade.


– Eu li! – Heather aponta a espingarda para Julie novamente.


– Você não leu nada! E não pense que não vou matá-la! – Ela ameaça apertar o gatilho e abrir fogo mas Coniglio a interrompe.


– Se fizer isto o livro perderá seu encanto e todas páginas ficarão em branco durante cem anos. – Isto tirou todo incentivo de Heather, ela reconhece que se matar Julie perdera a oportunidade de ter o thesaurus só para ela. Então abaixa a arma.


– Merda! Eu esqueci dessa parte! – Julie sente um alivio imenso e suas mãos param de tremer.


– Já que Julie recitou, ela será minha ama até sua morte. Devo aconselha-la e nunca trair sua confiança. – Julie está pálida por fora e com o coração bombeando muito forte por dentro, sente vontade de abraçar o coelho falante e beija-lo. Mas se segura.


– M-Me aconselhar em que? E para que?


– Te aconselhar a como usar o thesaurus e de onde encontrar as chaves.


– Q-Que chaves?


– As chaves que abrem o baú! oras! – Diz Coniglio já impaciente.


– Que baú?


– O baú que Hampshire ganhou de Daemon Maris a trezentos anos. – Ela e Heather nunca tinham ouvido falar desse tal Daemon Maris.


– Quem é Daemon Maris? E porque tenho que abrir esse baú?


– Daemon Maris é o demônio que vive no fundo do mar, em uma parte onde ninguém consegue chegar, nem mesmo os peixes. Ele vive na escuridão, está preso lá antes da primeira civilização, antes mesmo dos animais. Antes de tudo. – Responde Heather seriamente, ela está frustrada por não ter encontrado o livro antes de Julie.


– O baú já está aberto, você tem é que fecha-lo. Se ele continuar aberto e outra pessoa sem ser o guardião o abri-lo novamente vai libertar o grande Daemon Maris. – Diz Coniglio calmamente.


– E o que acontece se esse tal Daemon Maris acordar? – Julie faz tantas perguntas pois não consegue cair na realidade, a pouco tempo era uma assassina de clã e de um minuto para outro se tornou guardiã de um livro de bruxarias.


– Não sei, mas tenho certeza que coisa boa não é. – Coniglio sai de cima da rocha e começa a caminhar com dificuldades, ele anda usando somente dois pés. – Se você não aceitar eu entenderei, mas saiba que você é a única que pode fazer isto.


Julie desaba, cai no chão de joelhos, ela não sabe o que fazer, abandonar os Brant e ser morta, encontra estas chaves e ser morta, ou simplesmente morrer de velhice como uma pessoa comum. Ainda não acredita no que lhe fora dito, é algo que vai além de seus conceitos e teorias sobre a realidade e vida. Demônios, relíquias, livros de bruxaria e coelhos de pelúcia falantes. Heather fica quieta junto a Coniglio esperando por uma resposta.


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Notas finais do capítulo

Qual será sua decisão Julie? O que fará? Detalhes.