PDV Tiago:

Depois que meus pais saíram, eu fiquei conversando com Erika por mais algum tempo, mas ela teve que ir embora e eu fiquei sozinho novamente. Meu pé não doía tanto assim depois de tomar o néctar e comer um pouco de ambrósia, e eu ainda me pergunto, porque diabos eu tenho que passar a noite aqui? Mas se eles acham que eu vou ficar aqui sem nem reclamar e obedecer como um bom garoto, estão muito enganados.

Bem, eu sinceramente não tenho mais nada de interessante pra falar para vocês, porque afinal, o que tem de interessante em uma enfermaria? Nada.

Espera... Pensando bem... Não, não tem nada de interessante.

Mas vocês devem estar se perguntando se eu vou ou não sair daqui, pois é, eu vou sair, o que eu não sei é como eu vou fazer isso.

Passaram-se segundos, minutos, quase horas e eu ainda estou aqui, #Tédio.

Até que...

–É isso! Eu falei em voz alta, acabo de ter uma ideia.

...

Esperei até que todos os curadores saíssem para jantar e trazer a nossa comida e levantei-me ainda com um pouco de dificuldade e saí sorrateiramente pela janela.

Mas assim que pus os pés do lado de fora lembrei de uma coisa que faria toda a diferença, pra onde eu vou?

Eu não posso simplesmente ir até o pavilhão do refeitório e me sentar na mesa de Poseidon como se nada tivesse acontecido, os outros campistas não iriam prestar muita atenção em mim, mas meus pais provavelmente estarão lá, e agora? Quem poderá me ajudar?

Consciência: Eu, chapolin colorado!

Cale a boca! Falei para mim mesmo. Eu só posso estar maluco falando aqui sozinho.

Caminhei em silêncio até a praia e me sentei na areia.

Mesmo quando eu não tenho para onde ir, eu sempre terei o mar, ele me acalma, eu poderia ficar ali para sempre se não fosse por um rugido vindo de trás de mim.

–Ah não, eu resmunguei.

Virei-me e dei de cara com um mantícore.

–Olha o que temos aqui, ele disse. O filho de Percy Jackson.

–Quem é você? Eu perguntei.

–Sou Dr. Espinheiro garoto, ele disse calmamente. Eu já lutei com seu pai, mas vejo que ele não está aqui para te defender não é?

Eu sinceramente estou com medo, meu pé ainda está machucado, eu mal posso andar quanto mais correr, mas se eu vou morrer, vou morrer lutando.

Tirei minha chave do bolso.

você deve estar querendo saber o que eu vou fazer com uma chave, deixa eu explicar, foi um presente de Poseidon para mim em uma das vezes que eu apareci de surpresa em seu palácio, é só eu girá-la três vezes na mão que ela se transforma em uma espada de bronze celestial.

Girei-a e em segundos ela adquiriu sua forma de espada, acho que Dr. Espinheiro ficou um pouco surpreso, mas logo se recuperou.

–Como seu pai você também tem seus truques garotos, mas diferente dele, você não pode me vencer.

–Como pode ter tanta certeza? Eu perguntei e nem esperei por sua resposta antes de atacá-lo.

Ele se defendeu do meu ataque e me atacou com a cauda, consegui desviar por pouco, e ataquei novamente tentando acertar sua pata, ele era muito rápido e com um pé machucado eu nem de longe conseguia acompanhá-lo, então atacar a pata dele é uma boa estratégia.

Consegui feri-la, não foi um corte muito grande nem muito profundo, mas acho que consegui retardá-lo.

–Você não vai conseguir me derrotar, admita garoto.

–Posso até não conseguir, mas vou morrer tentando.

Assim que eu disse isso, ele me atacou novamente com a cauda e dessa vez eu não fui rápido o bastante, ele me atingiu, fui lançado longe e bati a cabeça em uma pedra, a única coisa que eu me lembro antes de apagar é da risada do monstro e ele dizendo, eu avisei, e cai na inconsciência.