Vocês devem estar pensando, “Carol você já se apaixonou pelo Miguel? E o Pedro?”

Bom o Pedro é apenas um amigo e não, eu não estou apaixonada pelo Miguel mas, devo confessar que ele é lindo e um pouco mais. Poderia ate estar atraida fisicamente mas apaixonada não, ele tinha um olhar misterioso e triste ao mesmo tempo e isso me deixou intrigada. Queria saber quem ele era, queria saber mais sobre ele.

Estava perdida em pensamentos quando meu celular tocou:

-Alo?

- Carol? – ouvi a voz de Pedro

- Oi Pedro,  aconteceu algo? – perguntei

- Não só queria saber como você estava, voce saiu daqui com uma cara tão perturbada. Aconteceu algo com voce? – ele parecia realmente preocupado

- Nada, não aconteceu nada mas, obrigada por ligar – falei

- Que bom, queria saber aceita sair amanha?

- Claro! Pode ser depois do serviço?

-Pode sim, ate amanha

- Até!

Pedro era um fofo, tenho certeza que sera um grande amigo. Fiz o que sempre fazia, me joguei no sofá e por la fiquei, estava quase dormindo quando alguem bateu na porta. Abri sem antes olhar pelo olho magico, e acabei dando de cara com Pablo.

-O que você quer? – perguntei normalmente

- Quero me desculpar por tudo que fiz com voce, e por favor aceite minhas desculpas – falou em um tom suplicante

Quem não o conhessece até acreditaria mas, como eu ja o conheço sabia que depois disso ela não pararia.

- Ok Pablo aceito suas desculpas – falei logo querendo acabar com aquela conversa

- Serio? Não sabe como isso me deixa feliz – falou sorrindo, sorrindo ate demais eu acho

- Sem querer ser chata, agora me da licença que preciso fazer algumas coisas – e fechei a porta em sua cara

Ele disse algo mas não prestei a atenção, voltei pro meu querido sofá e fiquei assistindo tv ate minha mãe chegar. Eu sei sou uma imprestável, não faço nada o dia todo, tenta pensar do meu jeito, fui pra escola o que é bem cansativo e depois foi pra clinica animar um grupo de pacientes, o que mais eu poderia fazer? Isso mesmo, nada.

(...)

Ajudei minha mãe com o jantar e depois fui tomar banho, a agua me relaxou, me deixou até mais leve. Eu fico empressionada comigo mesmo por me perder em pensamentos tão rapido, estava novamente pensando em Miguel, tentando decifra-lo mas não era possivel, levei um susto quando Fe bateu na porta gritando. Sai do banheiro e fui pro quarto, coloquei um pijama e deitei na cama.

Queria muito ter dormido tranquilamente mas , não foi isso que aconteceu, dessa vez não sonhei com Pablo, agradeci muito por isso. No sonho eu estava sozinha em uma sala totalmente escura, ouvia passo mas não via ninguem, ouvia vozes mas não as entendia, estava estudando o espaço em que eu me encontrava e de repente tudo mudou, a sala ficou clara, não havia nenhum tipo de móvel ou janelas, apenas um porta toda preta. A porta se abriu revelando Miguel, meu coração veio parar na boca, ele estava vestido todo de preto, parecendo um vampiro de serie americana, ele olhou pra mim e sorriu.

- Olá Carol – falou se aproximando

- Ãn... Oi – falei

- Não quero fazer nada com você, fique tranquila

Não respondi nada, apenas dei um passo para trás e ele se aproximou mais ainda, a cada passo que ele dava eu ia indo pra trás até ficar encurralada pela parede, fechei os olhos esperando que algo acontessece mas , nada aconteceu.

Abri lentamente os olhos e ele estava proximo, muito proximo. Ele estudava meu rosto mas não pronunciou nenhuma palavra, abri a boca pra falar mas ele me calou com um dedo e terminou com a distancia que havia entre nós, eu sentia sua respiração contra a minha. Seu perfume era maravilhoso e seus olhos eram mais bonitos de perto, achei que ele me beijaria mas, em vez disso ele virou o rosto e se distanciou.

- O que você quer? – perguntei

Não obtive resposta, ele apenas me olhou e eu voltei a realidade, meu relogio despertava, tateei o criado mudo e o desliguei. Fiquei uns 5 minutos olhando pro teto pensando em meu sonho.

Me recuso a descrever meu dia na escola, só digo que Pablo estava estranho, ele me agradava e não zuou comigo nenhuma vez, o que me deixou ainda mais intrigada. Marcos me levou pra casa e decidi que como Pablo ja não estava me encomodando ele não precisaria mais me buscar. Mas mesmo assim qualquer emergencia ligaria pra ele.

Almocei e descansei um pouco, tomei um banho e me arrumei pra ir pra clinica. Assim que cheguei fui falar com Pedro.

- Oi – falei entrando na sala

- Ei! – falou vindo me abraçar – E ai o que achou de ser monitora de atividades?

- Adorei, me diverti bastante e minha turma, são bem animados – falei sentando no balcão

- Que legal, espero que fique bastante tempo aqui – falou

- Ficarei até concluir o ensino medio, depois irei procurar um emprego pra pagar a faculdade

Estavamos tendo uma conversa agradavel quando Maria entrou na sala.

- Posso saber o que esta acontecendo aqui? – perguntou nos olhando séria

- Nada – Pedro respondeu e voltou pra trás do balcao

- Mocinha você vem comigo. E voce! – apontou pra ele – Tem entregas da lavanderia pra fazer

Ela saiu andando e eu fui atras. Ela parou na frente de uma porta, me entregou uma prancheta e falou:

- Esta é a lista de exercicios para hoje e este – apontou pra porta – é o quarto do Miguel. Voce tera que convence-lo a fazer alguma atividade

Eu ia argumentar mas ela saiu andando. Então respirei fundo e bati na porta, ouvi um entre abafado e abri a porta.

- Com licença – falei entrando – Miguel posso falar com voce?

- Foi Maria quem te mandou? – falou virando pra mim

- Como sabe? Bom não interessa, estou aqui porque ela pediu que voce participace de alguma atividade. – falei tudo de uma vez

- Não gosto das atividades, não gosto desse hospital, não gosto de voce – falou se aproximando

Quando ele fez isso a cena do sonho veio a minha cabeça e eu fiquei nervosa.

- Mas voce não me conhece, como pode não gostar de mim? – falei um pouco irritada

- Voce é como todas as outras – falou balançando o braço

Nesse momento pude ver que havia cicatrizes em seu braço, acho que ele percebeu que eu estudava seu braço pois o colocou pra tras.

- São iguais as minhas – falei mostrando os pulsos

Sua expressão se suavizou e então ele me abraçou, a principio fiquei em choque mas depois retribui o abraço, ouvi um soluço então percebi que ele estava chorando.

- Ei! Por que esta chorando? – falei em seu ouvido

Ele se afastou e começou a falar:

- Eu sei que não te conheço mas sei que fazemos isso – estendou os braços – por motivos parecidos

- Voce só precisa de alguem pra conversar – conclui

Ele apenas afirmou com a cabeça

- Então vem comigo, participa das atividades e depois eu venho aqui conversar com voce – falei e estendi a mão pra ele

Ele afirmou com a cabeça e segurou minha mão, fomos de mãos dadas até a sala de jogos, assim que entramos o grupo inteiro aplaudi, não entendi o porque mas, Marta me falou que eu fui a primeira pessoa a convenser Miguel a sair do quarto. Fiquei orgulhosa de mim mesmo.

- Então pessoal vamos fazer os exercicios da Maria – eles vaiaram e eu ri – e depois irei fazer algo diferente com voces – eles aplaudiram dando vivas

Coloquei uma musica pra distrair enquanto faziamos os exercicios, ate Miguel estava acompanhando, assim que terminamos eu falei:

- Eu queria fazer uma aula de dança, o que acham?

Ele deram vivas e eu considerei como um sim

- Certo, vamos começar. Façam um circulo enquanto eu coloco a musica – falei indo ate o radio

Todos estavam na roda menos Miguel que estava sentado nos observando, resolvi não chama-lo ja estava de bom grado ele ter feito os exercicios.

- Vamos fazer da seguinte forma, cada um vai ate o centro mostre seu melhor passo de dança e chame outro para o meio. Entenderam? – falei

- Sim – responderam em unissono

- Vamos começar com o um veterano, que tal voce Marta?

Ela me respondeu rebolando indo pro meio da roda, Murilo puxou um ritmo de batidas com as mãos e todos o acompanharam. Estava muito divertido, uma vez ou outra eu via Miguel me encarando mas, fingi que não vi. Todos ja tinham dançado entao Luciano me puxou pro meio da roda e todos começaram a gritar animados, arrisquei um passinho e depois fui a te miguel e o puxei comigo ate a roda, então começamos a dançar juntos.

Estamos em um ritmo perfeito, quando a musica acabou ele me abaixou lentamente e ficamos nos olhando.