Safe And Sound escrita por Brends


Capítulo 39
Novas adaptações...


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo é meio chatinho mas é só pra você poderem entender o que acontece e tal...



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Eu estava em um estado totalmente deprimente mas isso já era esperado, durante o café da manhã ninguém tocou no assunto e Alexandre me olhava com pena, mas eu não queria que sentissem pena de mim apenas quero que tentem entender minha dor e me deixem senti-la. Catarina não proferiu nenhuma palavra desde o momento em que acordamos, ela nem se quer consegui olhar pra mim. Miguel estava sendo o mais atencioso possível mas toda essa atenção estava começando a me irritar, levantei repentinamente e segui em direção à praia.

Apesar de estarmos no verão o sol estava escondido entre as nuvens, uma leve brisa vinha do mar e o som das ondas me acalmava. Fui até a pedra que tinha ido na noite anterior e fiquei olhando a paisagem, mil coisas poderiam estar acontecendo ao meu redor mas o que vinha em minha mente era a cena dos meus pais passeando de mãos dadas na praia, eu faria qualquer coisa só pra presenciar este momento mais uma vez. Eles podem ter falhado comigo mas eu perdoaria todas essas falhas porque eu os amo e sei que o sentimento é reciproco, essa foi uma coisa que aprendi tarde demais, não vale a pena guardar rancor das pessoas nem mesmo as mais despreziveis pois no fim vamos todos para o mesmo lugar, um buraco debaixo da terra.

Não sei por quanto tempo fiquei sentada ali olhando para o nada mas quando Miguel se aproximou fiquei assustada, ele deu um meio sorriso e se sentou ao meu lado sua companinha era tão agradável e nessas circunstancias indispensável. Acho que depois de Felipe, Miguel é meu único porto seguro se algum dia eu o perdesse minha vida viraria de cabeça pra baixo, com certeza eu voltaria a me cortar e quem sabe o que de pior poderia acontecer.

– Meu pai mandou um helicóptero para nos levar de volta – falou quebrando o silêncio – Ele chega em 10 minutos.

Provavelmente estou a mais de 8 horas sem falar uma palavra se quer, todas as minhas resposta consistem em balançar a cabeça positivamente ou negativamente. Afirmei com a cabeça e voltei para o quarto, guardei minhas coisas que estavam espalhadas e me deitei esperando Miguel vir me chamar, quando ele apareceu eu estava quase dormindo.

Um vôo de helicópitero seria lindo se eu não estivesse tão deprimida, em poucos minutos deixamos a linda praia e estavamos sobrevoando a cidade, acho que a viagem não durou mais do que meia hora mas francamente eu não estava me importando com mais nada. Nesse momento eu só queria deitar em minha cama e chorar um pouco, hoje de manhã depois que acordamos Miguel fez questão de me falar que não permitiria que eu me cortasse novamente e que ficaria de olho em mim assim como todas as pessoas próximas a mim. Pousamos na casa de Miguel, Fernanda já nos esperava e assim que me viu não falou nada apenas me abraçou e me levou até o carro onde seu motorista me esperava.

– Miguel você vem? – foram as primeiras palavras que falei no dia, ele apenas negou com a cabeça e se aproximou colocando a mão em meu rosto.

– Acho que esse é um momento pra você ficar a sós com seu irmão, nos vemos no velório.

Dita tais palavras ele beijou minha testa e eu entrei no carro, o trajeto parecia mais longo que o normal mas era porque eu estava ansiosa para ver como meu irmão estava ou por medo ver como estaria minha casa depois do ocorrido. Depois de alguns minutos percebi que ele estava me levando para a casa de Marcela então deduzi que não teria ninguém na minha casa agora, pedi ao motorista que me levasse para minha casa e que não importasse quais teriam sido suas ordens anteriores. Ele não discutiu, apenas fez o que eu havia pedido.

Só de olhar por fora dava pra perceber que a casa não era mais a mesma, as janelas estavam quebradas e na porta havia um fita amarela da polícia. Assim que entrei vi o sofá virado e uma mancha de sangue perto da porta, entrando um pouco mais era visível que meu pai ou minha mãe tentou se defender pois todos os vasos e pequenos objetos decorativos estavam quebrados. O rastro de destruição se seguiu até o quarto antes usado por meus pais, a cama estava manchada de sangue e todo o resto quebrado. Meu quarto e o quarto de Felipe estava intactos, como se não tivesse acontecido nada no restante da casa, o silêncio no momento era reconfortante mas logo foi interrimpido por passos quando me virei para verificar dei de cara um um policial.

– O que está fazendo aqui? Não consegue ver que isso é uma cena de crime? – falou exasperado – Vou te levar pra delegacia!

– Calma, não é o que está pensando eu posso explicar! – falei assustada – Eu moro aqui, as vítimas eram meus pais.

– Sinto muito, mas você não pode ficar aqui. Vou te levar até a delegacia para entrarmos em contato com seus familiares.

Apenas concordei com a cabeça e deixei que ele me guiasse até a viatura, pra minha sorte ele estava sozinho então não precisei ir no banco de trás. O silêncio dentro do carro era desconfortável mas confesso que não queria ter uma conversa amigável com um policial, assim que chegamos ao destrito de polícia liguei para Felipe. Dentro de alguns minutos ele apareceu, confesso que não estava preparada para ver meu irmão, ele estava com os olhos levemente inchados assim como eu mas definitivamente ele estava com uma aparencia melhor que a minha, Jessica agradeceu aos policias por cuidarem de mim e depois me levou até o carro enquanto Miguel trocava algumas palavras com o delegado.

Assim que chegamos em sua casa Marcela me recebeu com um abraço e me levou até um quarto, ela parecia muito abalada mas com certeza estava melhor que Felipe e eu.

– A casa não é muito grande mas você pode usar o quarto da minha filha mais velha, e é próximo ao meu quarto. Qualquer coisa é só me chamar, não tenha vergonha – falou amigávelmente

Felipe trouxe minhas malas e ficou um tempo comigo, sei que suas intenções eram boas mas no momento eu queria ficar sozinha, queria um tempo pra pensar e poder absorver tudo que estava acontecendo. Assim que ele me deixou tomei um longo banho e depois me sentei junto a janela e fiquei olhando as pessoas passarem na rua, eu ainda precisava de um choque de realidade e ficar assim sozinha era bom pra mim.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham aproveitado, depois volto com mais...



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