Como era possível ele ainda insistir nessa história? Já deixei bem claro um milhão de vezes que quem eu amo é o Miguel e não pretendo deixa-lo. Eu estava tão concentrada em meus próprios pensamentos que nem percebi quando ele se aproximou, apenas senti suas mãos em meus ombros como se tivessem me segurando para que eu não fugisse.

- Carol, me da uma chance que eu prometo te fazer feliz – falou suplicante

- Pablo não adianta... – fui subtamente interrompida por seus lábios colando nos meus, no primeiro instante tentei resistir, tentei empurra-lo mas nada pareceu adiantar ele continuava me segurando. Me vendo totalmente sem saída me entreguei ao momento, nossas línguas brigavam uma com a outra e quando o ar nos faltou ele separou nossos lábios.

Ele ficou me encarando enquanto me puxava pela cintura, minhas mãos estavam em seus braços e meus olhos presos em seu olhar penetrante. Ficamos ali por um bom tempo apenas nos olhando e desfrutando da companhia um do outro.

- Eu sabia que você sentia algo por mim – bastou aquelas palavras pra mim sair do transe, o que ele estava pensando que poderia me levar até seu quarto e transar comigo como se nada tivesse acontecido, esse foi seu maior erro, pensar. Nunca que eu traíria Miguel mas rolou um beijo o que foi um completo erro da minha parte.

Me soltei de seus braços e sai correndo de seu quarto, sua mãe estava na cozinha e perguntou se eu ficaria para o jantar, por ela eu até ficaria pois ela não tem culpa do filho ser um completo idiota mas eu não conseguiria olhar para ele novamente. Apenas neguei com a cabeça e fui direto pra casa, a casa parecia tão silenciosa mas na minha cabeça mil coisas estavam acontecendo ao mesmo tempo, um sentimento de culpa crescia dentro de mim eu não conseguiria esconder isso dele e se ele descobrisse por outra pessoa seria o meu fim, eu mesmo teria de contar isso pra ele.

Peguei meu celular e disquei seu número, só chamava e nada dele atender já estava ficando preocupada quando uma voz feminina me atendeu.

- Em que posso ajudar?

- Eu gostaria de falar com o Miguel, aqui é a namorada dele. – meu coração parecia que ia pular pra fora do peito

- Ele não me contou que tinha uma namora, ele não pode atender agora pois esta no banho. – respondeu a mulher – Quer deixar recado?

- Não, nem precisa falar que eu liguei.

Como ele teve a coragem de fazer isso comigo, na primeira oportunidade que teve levou outra para cama. Eu deveria saber que não duraria, talvez ele só estivesse comigo por pena ou coisa parecida o que mais me entristece não é o fato dele ter me traído e sim o fato de mentir pra mim falando que era o homem mais feliz do mundo por estar comigo. Eu acreditei, é claro que acreditei mas não deveria pois ninguém fica todos vão e me deixam sozinha, peguei o celular e dessa vez não liguei para Miguel.

- Pablo? Me espera no portão que eu estou indo pra sua casa.

Eu estava determinada do que iria fazer, se eu iria terminar com Miguel assim que ele voltasse eu também poderia trai-lo antes disso porque como diz o ditado: Chifre trocado não dói. Assim que entrei no quarto de Pablo meu celular começou a tocar, olhei para o visor e vi a foto de Miguel mas ignorei desligando o celular. Quando ele começou a me beijar e me deitar na cama senti uma pontada no coração, por mais que o Miguel tivesse me traído eu não poderia fazer isso com ele, toda aquela determinação que eu estava sentindo foi embora junto com a minha camiseta no momento em que Pablo a tirou.

- Pablo, para – falei empurrando-o

- Não, começou agora vai ter que continuar – me beijou novamente

- Socorro, alguém me ajuda – gritei assim que me livrei de seus lábios

Ele tentou me calar mas foi em vão porque seu pai já estava batendo na porta mas a mesma estava trancada, houve mais duas batidas e com um barulho ensurdecedor Pedro abriu a porta e tirou Pablo de cima de mim, sua mãe veio me ajudar.

- O que você estava pensando? Quando uma garota diz não, é não – seu pai falou – Pedro leva a garota pra casa

Coloquei minha blusa e Pedro pegou minha mochila, saimos apressados enquanto ouviamos seus pais gritarem com Pablo depois de alguns minutos andando em silêncio eu falei.

- Não culpe ele, fui eu quem começou mas quando me arrependi ele se revoltou.

- Depois de todo esse tempo você ainda não aprendeu que o Pablo não é uma pessoa em que se possa confiar – retrucou, logo o silêncio se instalou entre nós novamente depois que chegamos a minha casa ele falou – Evite ver ele novamente, o que ele sente por você é verdadeiro mas Pablo não consegue enxergar os limites quando quer algo.

- Obrigada! – falei baixinho e o abracei

Quando entrei em casa já estava com lágrimas nos olhos, Jessica e minha mãe tentaram me amparar mas o que eu mais precisava era ficar sozinha e pensar no que faria quando Miguel voltasse. Creio que passei a noite toda chorando porque só acordei no outro dia quando Miguel chegou.

- Porque esse olhinhos inchados? Pelo que estava chorando? – perguntou sentando na cama

Eu não disse uma palavra se quer, apenas o abracei e comecei a chorar novamente ele acariciava meus cabelos enquanto me abraçava forte.

- Eu já sei de tudo – quando ele disse essas palvras meu coração gelou e começou a pesar dentro do peito.

- Miguel, se você quiser terminar vai em frente. Você não tem motivos pra continuar comigo. – falei me soltando de seu abraço

- Terminar? Só porque minha prima atendeu meu celular e você pensou ser outra coisa.

- Então você não sabe!

- Não sei o que? Carol o que esta acontecendo?

- Eu... Eu fiquei com o Pablo – eu já estava soluçando, eu sabia que ele me deixaria.

Miguel teve uma reação totalmente contrária do que eu imaginei, ele não ficou furioso e nem começou a gritar comigo ele apenas me abraçou e sussurrou.

- Eu te amo minha pequena!