1 mês depois...

Com o passar do tempo eu achei que minha estadia na clinica fosse me ajudar a recupar o ocorrido, mas pelo contrario eu comecei a piorar cada dia mais.

Meu relacionamento com Miguel não estava nada bem. Utimamente tenho tido pesadelos horriveis, é sempre a mesma coisa.

Estou sendo perseguida por uma figura, um homem pra ser mais exata, no inicio eu não via sua face mas de uns dias pra cá ela se revelou. Eu esperava que fosse Pablo, por tudo que me fez passar, mas quando o homem finalmente se revelou era Miguel.

Fiquei apavorada, comecei a evita-lo e conversava diariamente com meu psicólogo. Ele me instruiu a conversar com Miguel e contar o que estava acontecendo, e foi o que eu fiz. Ele ficou meio chatiado e depois me disse que nunca faria algo assim comigo e que se eu precisasse ele me daria todo o espaço.

Depois dessa conversa continuei tendo os pesadelos, que foram ficando cada dia piores. Nas últimas noites acordei aos gritos, e só voltava a dormir na presença de Miguel. Por mais que os pesadelos envolvesse ele somente sua presença me tranquilizava.

(...)

Dr. Branco estava tentando um tratamento novo, ele me hipnotizava e tentava me fazer esquecer os pesadelos. A princípio funcionou, mas ninguém esperava que eles voltassem do nada. Em um momento eu estava fazendo minhas atividades e no outro estava tendo um surto psicótico.

Diariamente tenhos alucinações que me tiram totalmente do mundo real, em um momento estou conversando com Miguel e no outro tento mata-lo com minhas proprias mãos.

Depois dessas alucinações Dr. Branco me diagnosticou totalmente incapaz de conviver com outras pessoas, então mais uma vez fui mandada para o isolamento. Mas dessa vez era um quarto com apenas uma cama. Me avalivam diariamente e algumas vezes Dr. Branco até me dava alguns livros.

Aos poucos fui conseguindo me controlar, toda vez que tivesse as alucinações Thiago, Dr. Branco, me pedia pra fixar minha visão em um determinado objeto ate voltar para a realidade. Até agora estava funcionando, demorava um pouco mas eu consegui voltar a mim sem fazer muitos estragos.

Continuo tendo os pesadelos mas agora eles não tem um rosto específico, é apenas um homem oculto pelas sombras da noite que insiste em me perseguir. Aliás os pesadelos estão menos frequentes, e quando tenho as alucinações me concentro no anel que Miguel me deu.

(...)

Thiago, ou melhor, Dr. Branco disse que já posso me juntar aos outros pacientes. Apesar de tudo que aconteceu Miguel me recebeu de braços abertos dizendo que sentiu muito a minha falta.

Eu estava feliz pois não apresentava mais nenhum perigo a ele e curtia cada segundo a seu lado. Se antes eramos bobos estamos bem piores agora. Para não ficarmos colados um no outro concordamos em fazer as atividades em horários diferentes, então sempre temos o que conversar no fim da tarde.

Maria incluiu aula de fotografia entre as atividades, o que achei bem legal da parte dela, passo muitas horas do meu dia conversando com a minha professora de fotografia.

- O que aprendeu com a Paloma? – perguntou Miguel assim que cheguei ao seu quarto.

- Nada de mais, ficamos repassando algumas coisas – respondi dando de ombros

Ficamos conversando e fazendo brincadeiras como sempre, tiramos algumas fotoas também.

- Do que o amor é feito? – perguntei de repente

- Não sei, acho que ele é moldado em momentos felizes e em momentos tristes também, porque nada é perfeito e tudo tem defeitos. – respondeu pensativo

- Nossa que coisa gay – comecei a rir descontroladamente

- Ah é, vou te mostrar o gay.

Ele prendeu meus braços com as mãos, ficou por cima de mim e começou a me beijar. No inicio era  um beijo calmo que logo se tornou desesperado e cheio de desejo, suas mãos estavam em minha cintura e ele começou a descer os beijos por meu pescoço.

- Miguel – o parei

- Ah sim, deculpe – falou saindo de cima de mim

Ele sentou na cama e eu me sentei em seu como de modo que ficassemos de frente um para o outro, fiquei acariciando seus cabelos enquanto ele abaçava minha cintura.

- Isso que fazemos já esta virando rotina, fazemos a mesma coisa quase todos os dias – falei

- Então temos que inovar – rebateu

- Já tenho uma ideia mas não vou te contar ainda – falei sorrindo

Ele não disse nada, apenas ficamos ali até o inspetor nos separar. Voltei para o meu quarto, tomei um banho e meu plano ja estava bem claro em minha mente. 

Esperei  dar meia noite e então verifiquei se não havia ninguém no corredor e fui para o quarto de Miguel. Como eu tinha pensado, ele ainda estava acordado.

- O que voce... – coloquei um dedo em seus lábios

- Apenas me faça sua – falei baixinho

Acho que entendeu o recado, porque no mesmo instante ele me puxou para um beijo.