Dark Angel escrita por docin1


Capítulo 3
Surpreendente


Notas iniciais do capítulo

Ooooi!. Leiam, curtam e compartilhem plz' *-*
***
Atualizado/editado em 16 de fevereiro de 2017



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Ouvi a primeira batida na porta e ignorei. Não importa quem seja, esses são pequenos momentos na minha vida que eu aprecio o sono, e alguém estava interrompendo isso.

Mais batidas, mais violentas, dessa vez.

— Lícia!

Suzana Lane, impossível de ignorar. Se eu continuasse me fingindo de morta, ela pediria a chave para síndico e eu estaria perdida. Abri a porta deixando o meu descontentamento evidente no rosto.

— Suzana, são sete horas da manhã, você não tem respeito pelo sono alheio?

— Nossa, amiga, sua casa está triste! Você precisa arrumar isso. - E foi entrando, passando por mim.

— O que você quer?

— Não é óbvio? - Esticou os braços, exibindo o corpo em roupa de ginástica. - Vamos para a academia! As meninas da recepção falaram que você cancelou o plano depois de um mês! Vamos comigo?

Eu saí depois de um mês porque era mais fácil malhar na academia durante a madrugada, porque assim eu não assustava ninguém. E aquela porta dos fundos com senha era uma piada.

— Você quer que eu saia da minha casa num sábado de manhã para ir para a academia? Suzi, eu trabalho! Com os seus pais, aliás.

— Papai me falou que hoje é a entrevista dos funcionários novos, já que o Mike saiu e a Lu só vai ficar meio período. Então você está liberada.

— Su-

— Por favor! Eu não quero ir sozinha.

Suspirei, derrotada. Eu estava começando a entender como era mais fácil tê-la como amiga quando fora do país.

***

— Como você aguenta? - Ela perguntou depois uma hora de esteira, quando eu já estava fazendo flexões.

Tive que diminuir o ritmo, para parecer mais sedentária.

— Eu sentia falta de malhar.

— Você é um estímulo e tanto.

— Então levanta essa bunda daí e vamos treinar os braços.

— Sabe quem ia gostar dessa energia toda? O Dick Grayson.

— Oh, não. - Lamentei sabendo a direção do assunto.

— Vamos lá, me conta o que rolou!

— Não rolou nada.

— Não vem com essa, vocês ficaram sozinhos a noite toda e depois ele te levou em casa... Talvez ele tenha entrado para tomar um café... Ou um banho! - Rolei os olhos e ela riu.

— Ele não me levou em casa.

— Não?

— Uma garota apareceu. Ela não estava bem, aí eu falei para ele levá-la.

— Um ponto à menos para o Grayson. Que garota?

— Jenny.

— Não conheço, vou pesquisar.

— Esquece isso, Sue.

— Mas vocês estavam no maior clima. - Resmungou.

Depois de mais algum tempo treinando, Suzi me convenceu a almoçar na casa dos Lane com a promessa de uma torta, depois do almoço. Quando entramos na casa de comercial de margarina, todos estavam em frente à TV, com os olhos vidrados num plantão fora de hora do jornal do canal 52.

— Oi, família! – Suzi foi bem animada, mas ninguém se mexeu. – Nossa, que clima. O que está rolando?

— Parece uma guerra.

— Como assim? – Sentei no braço do sofá, ao lado de Mike.

A apresentadora loira começou a explicar o que nem mesmo ela entendia. Ela chamou de “gangues” o que obviamente era mais que isso. O cenário de guerra sendo sobrevoado ao vivo era na área do Museu de Gotham, havia carros tombados, fumaça e explosivos. Homens e mulheres vestidos em roupas coladas em azul marinho, roupas de agentes secretos. Contra os azuis, homens e mulheres em preto. Não chegava a ser roupa de agente secreto, mas era bem padronizado. Quando a câmera tentava focar em algum rosto, a transmissão caía. Não dava para ver rostos, mas eu conseguia ver pingentes dourados balançando nos pescoços como o que eu tinha guardado no meu armário. Sem informações sobre os reféns dentro do museu.

— E onde foi parar a polícia de Gotham? Ou o Batman?! Quando as coisas ficam ruins assim, é ele quem costuma resolver, não é? – Suzi perguntou.

— Ele não deu as caras. – Theo suspirou, decepcionado com o Cavaleiro das Trevas.

***

Fiquei presa na casa dos Lane até muito depois do almoço por conta da bagunça em Gotham. Eu não estava satisfeita em ficar presa ali quando podia estar perto da ação, investigando e podendo caçar vários dos homens com pingentes num mesmo lugar. A frustração de não poder sair acabou dando lugar à um sentimento tranquilo, de estar em família como eu não ficava há muito tempo.

Depois do almoço e de um tempo na sala, fugi para o quarto de Suzi, para usar o computador. As melhores fonte de informações sobre os (super)problemas de Gotham, eram os blogs, sites e o Twitter. Tudo o que eu sabia é que, depois das 16h, os problemas acabaram, tudo estava sendo consertado por empresas terceirizadas e o estrago no Museu estava pago.

— Ei, gatinha, não vai sair desse quarto? – Mike se aproximou e encostou no batente da porta.

— Vou, claro. Já estou indo para casa. – Fechei as janelinhas do Windows e levantei da cadeira giratória roxa.

— Não, não, não... – Ele repetiu vários nãos de uma vez e, num movimento rápido, me puxou pelo braço e colocou contra a parede, ao lado da porta. – Eu não quero que você vá. – Sussurrou com o rosto próximo do meu segurando meus punhos colados na parede, ao lado dos meu ombros.

— Mike, ficou doido? – Perguntei surpresa. – Já falamos sobre isso.

— Eu estou cansado de falar. – Ele se aproximou, o hálito fresco no meu rosto e os olhos embaçados de desejo.

Comecei a me arrepender de ter provocado ele por algum tempo, quando voltava de Metrópolis para passar os feriados em Gotham. Ele ficava louco e, para mim, era só uma brincadeira.

— Que droga, Mike! Me solta! – Forcei as mãos e ele avançou.

Arregalei os olhos quando ele colou a boca na minha, depois pressionou o corpo no meu. Fechei os olhos depois, aproveitando o que tinha para aproveitar daquele beijo tão... surpreendente. Tão diferente daquele beijinho que ele me roubou anos atrás, numa noite de natal segurando um visco sobre a minha cabeça. Agora era quente, intenso. Retribuí o beijo recitando mentalmente que iria me arrepender. Ele soltou minhas mãos e agarrou minha cintura e minha coxa, levantando-a para si. Agarrei sua nuca e puxei seu cabelo levemente. Ai, que droga.

— Não! – Eu o empurrei com força, tentando controlar minha respiração. – Chega disso.

Mike jogou o peso na cama de Suzi, ofegante e com um sorriso sacana no rosto.

— Não acredito que você parou.

— Não acredito que fez isso!

— Eu que não acredito que demorei tanto para fazer! Não sabia que você ia gostar tanto assim. – Ele mordeu o lábio levemente inchado e me deu vontade de fazer o mesmo. Não respondi. – Se você não tivesse gostado, eu não teria ido em frente.

— Nós somos quase irmãos!

— Mas não somos! – Ele ficou em pé, se aproximando de novo.

Ele foi chegando mais ousado que antes, envolveu minha cintura com a mão e mordeu o próprio lábio enquanto olhava para o meu. Quando foi que aquele menino ficou tão... homem? Eu devia ter percebido. O cabelo já não ficava tão grande quanto antes, não tinha mais aquela franja que ficava escapando do boné. Quase não tinha boné mais! Sempre foi alto, mas agora também era forte. E tão sedutor, mesmo com o sorriso de menino. E mesmo com a fama de “pegador” que ele tinha desde os 16, eu nunca consegui vê-lo como algo além de um tipo de... primo chato.

Espalmei minha mão em seu peito antes que ele estivesse próximo o suficiente e o empurrei.

— Sai dessa, Mike.


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Notas finais do capítulo

Já que leu, comente vai? O que acharam?? *-*O que estão achando.. Sobre tudo?