As atividades dos clubes acabaram e depois todos foram embora ficando apenas quem tinha interesse nas atividades.

Sasame ficou sentada na arquibancada com o coração trancando, pensando que talvez Kise pudesse estar ali mas a única pessoa que apareceu foi Ichinose com o uniforme da Too de futebol.

– Não vai embora? – ele perguntou ofegante, por causa do treino.

– Ainda não, estou esperando uma amiga para vermos o acerto de um amistoso.

– Hum... Esta ficando tarde vou para casa daqui a pouco vai ficar?

– Que horas são? – a menina perguntou preocupada, pois já deveria estar em casa.

Ichinose olhou o relógio de pulso.

– Já passa das cinco.

Sasame arregalou os olhos e pediu o celular do amigo emprestado para fazer uma lição a mãe; psicótica do jeito que é deve estar em nervos. Torcendo para que ela ainda estivesse no trabalho, ela ligou. Tocou, tocou, mas ninguém atendeu. Nesse meio tendo Ichinose foi trocar de roupa deixando o celular nas mãos de Sasame, certamente voltaria para buscar o aparelho.

A morena foi até o banco de saída, onde o esperava caso saíssem mais cedo. É tanta coisa que anda acontecendo que andar por ai sozinha não é recomendável; ela esperou um bom tempo, bom tempo mesmo, até que se cansou e teve de ir atrás do garoto, não queria ficar com o celular dos outros. Olhou nos armários, perto do vestuário, e por fim foi atrás da arquibancada de futebol.

Quando viu Ichinose voltou para trás, ele não estava sozinho, a loira que o havia puxado mais cedo estava lá quase se encostando no garoto.

Por alguma razão ela resolver ficar para ouvir, sabe se lá Deus porque, aquilo a incomodou. Mesmo sabendo que era errado encostou-se nos ferros da arquibancada e apurou os ouvidos.

– Maeda! – a menina gritou – você sempre soube não se faça de desentendido.

– Engano seu, eu não sabia de nada. E já que veio me contar era melhor estar preparada para resposta, ou nem ter falo. – respondeu com certa alteração na voz.

– É? – a voz da garota loira se alterava no choro – eu iria guardar esse sentimento só para mim até quando?

Ichinose suspirou impaciente.

– Me perdoe Karine-chan, não posso retribuir seu sentimento, é isso.

Passos. Sasame já ia correr pela frente da arquibancada quando eles cessaram.

– Você gosta de outra?

Outro suspiro impaciente.

– Céus Karine, pare.

– Se me disser eu prometo que me conformarei. – Karine disse obviamente, mentindo.

– Sim... Gosto.

– E quem é?

– Você não precisa saber.

Pronto; começou ali um escândalo. Para evitar maiores complicações a penetra voltou para o portão decidida a ir embora com o celular do menino, mesmo querendo saber quem era a sortuda que merecia o amor de Ichinose. Momoi estava no portão esperando pela Urashima, com toda aquela pontualidade de sempre.

– Sasame-chan, desculpe a demora estava decidindo o que fazer.

– E...?

– O amistoso não poderá acontecer.

Sasame olhou para ela com cara de “é mesmo?”; ela já sabia amistosos de uma hora para outra com academias tão grandes não são fáceis de arranjar.

– Imaginei. Um jogo do campeonato se aproxima e sem duvidas a Too vai estar nas quartas de final. – disse usando toda a sua má ironia.

Amigas que não se vêem há tempos se comunicariam melhor, mas elas simplesmente não passavam de colegas, agora conhecidas. Antes que Momoi com toda a sua doçura atacasse Sasame fez isto.

Momoi riu.

– Se um dos reis não pudesse fazer isso...

– Que seja.

A menina saiu caminhando, não via à hora de chegar em casa e ter seu merecido descanso depois de tantos impedimentos. Entretanto não deu nem cinco passos e Maeda gritou por ela novamente... “Deus, daí-me forças”.

– Sasame-chan me espere.

– Esperei por mais de meia hora – disse e estendeu-lhe o celular – Tome.

Ele pegou o celular e ela agradeceu.

– Sasame, você não quer ir à lanchonete? Kise-kun está lá esperando por você.

Gritou Momoi, meio que acenando com a mão.

Ela virou-se para Momoi, encarando-a e tentando não ter um treco. Deveria ir ou era melhor evitar? Será que Kise estava ainda mais bonito do que antes, sentiu-sena obrigação de conferir.