Capitulo 7-

Sexta.

Dois dias se passaram arrastados, pareciam que não queriam ir embora. Quinn e Rachel estavam cada vez mais próximas. O que deixava Quinn com um pouco de medo, ela estava tentando ao máximo esconder seus sentimentos por Rachel, mas estava cada vez mais difícil, a judia também não facilitava, sempre cuidava dela, a abraçava durante a noite e sorria sem motivos, fazendo seu coração saltar.

Leroy investia visivelmente em aproximar as duas enquanto o outro pai da judia, Hiram, sempre agia como se Quinn fosse má influencia pra sua baixinha, encarando-a de forma estranha.

“Não faça barulho.” Puck apareceu do nada puxando Quinn pelo braço para seu quarto, ele tampara sua boca.

“O que você quer?” Quinn falou quando o garoto a deixou livre de suas mãos.

“Você...” Noah a puxou iniciando um beijo violento, ela tinha os braços sobre seu peitoral nu e tentava se soltar.

“Cahamcahm.” Uma morena fingiu tosse na porta do quarto do garoto, seus olhos estavam cerrados em raiva, ela entrara ali a procura da sua escova que é claro que seu irmão pegara pra pentear seu moicano idiota e então se deparou com ele praticamente engolindo a sua amiga, não, aquela não era apenas sua amiga, aquela era SUA GAROTA, e ela assumiu que estava doida de ciúmes naquele momento, tanto que poderia voar no pescoço do irmão e talvez até de Quinn.

“Então você está hospedada aqui por que gosta de se atracar com meu irmão as escondidas?” Rachel encarou a de cabelo rosa. “Não, espera, acho que dessa vez você quer ter gêmeos.”

“O nojento do seu irmão me atacou... e você está me ofendendo desta maneira, Rachel, você sabe por que eu estou aqui!” Quinn tentava não parecer tão magoada quanto estava ao ouvir aquilo da judia, era a pior coisa que lhe disseram nesses dias, bastava o pessoal da escola, agora sua própria amiga desconfiara dela?

Rachel apenas respirou, ela tinha passado dos limites, se arrependera do que disse minutos atrás, ela sabia que Quinn não se envolveria com o seu irmão de novo. “Me desculpe, Quinn.” Abaixou a cabeça. A de cabelo rosa não podia simplesmente aceitar isso, passou furiosa pela judia, marchando de volta ao quarto.

“Quinn... Quinn, me desculpe, e-eu... eu não quis...” Rachel a seguiu. Puck fechou a porta do seu quarto com um sorriso triunfante, seu plano deu certo, se Quinn não se afastaria de Rachel por bem ele a afastaria.

“O que está fazendo?” Rachel cruzou os braços vendo Quinn pegar varias roupas e joga-las na cama.

“Estou me mandando daqui, minha mãe chega segunda, vou pra casa, se você não confia em mim por que eu deveria ficar?” Quinn colocara com raiva algumas de suas roupas dentro de uma mala. Rachel não podia acreditar que por um segundo Quinn achava que ela não confiava nela, dormia ao seu lado a mais de três dias, não era possível que cogitasse isso. A morena começou a tirar as roupas que Quinn colocara na mala pra fora.

“O que diabos...!” Quinn a encarou.

“Eu confio em você, mais do que eu deveria! Não vou deixar você ir, você não entendeu que eu te quero aqui?” Rachel a abraçou, um abraço forte, a morena era pequena ao lado de Quinn e só conseguira envolver sua cintura.

“Rae... eu...” Quinn a abraçou de volta.

“Não! Eu não vou deixar você ir a lugar nenhum!” Rachel disse no seu tom mandão e Quinn se calou.

Sábado.

Quinn ficara, Rachel insistira tanto e ela não resistia ficar longe da judia de novo. Ela não fumava há dias, tinha uma ansiedade tomando conta do seu corpo e a deixando louca, mas só a loucura que Rachel fazia acontecer em sua mente a fazia esquecer que precisava fumar outra vez.

Elas marcaram de sair juntas no sábado a noite, abrira um parque em Lima e seria um meio de diversão pras duas. Ambas se arrumaram, Rachel vestiu um vestido que ia até o meio das suas chochas, bem confortável, de cor branca até o abdômen e azul até o fim, uma sandália rasteira. Quinn vestira uma blusa de manga até os cotovelos de cor branca e um cardigã amarelo, short jeans e tênis.

“Nossa, isso aqui está lotado!” Rachel arregalou os olhos ao ver o lugar cheio de pessoas pra lá e pra cá.

“Venha.” Quinn enlaçou os braços nos da pequena e andaram até um carrinho de bate-bate. “Sou mestra em pilotagem, vai encarar?” Quinn a desafiou.

“Você ERA mestra, até eu aparecer e acabar com você!” Rachel passou pelo homem que arrecadava os tickets e sentou-se em um carro cor de rosa. Quinn revirou os olhos e riu sentando-se em um roxo.

As duas bateram os carrinhos de um lado pro outro, em meio a gargalhadas, quando saíram do brinquedo estavam tontas e ofegantes.

“Te desafio a encarar a montanha russa!” Rachel a puxou pela mão e lá iam elas se aventurarem outra vez. Ficaram com a parte da frente do brinquedo, a que é mais aterrorizante.

“Assuma, está com medo!” Rachel gargalhou vendo uma Quinn pálida ao seu lado antes de o brinquedo andar, Quinn apenas bufou fingindo não estar e apertou a mão no ferro de segurança quando começaram a subir.

“Oooooh!” Rachel gritara feito louca quando o ‘dragão’ descera em alta velocidade, Quinn se ajeitou no banco quando sentira a mão de Rachel apertar a sua.

Três voltas inteiras, Rachel não soltara a mão de Quinn por nada, fora assim até saírem do brinquedo.

“E eu quem estava com medo...” Quinn zombou.

“Ah! Eu não estava com medo, só...” Rachel ia dizendo e Quinn a interrompeu com uma gargalhada. “Tudo bem, eu senti medo... mas você também sentiu!” Rachel bateu seu ombro no da garota ainda sem soltar sua mão enquanto caminhavam.

“Tudo bem, ultimo desafio...” Quinn sorriu e andaram até uma barraca de tiros.

“Qual é, eu não sei atirar, Quinn... vai ganhar fácil.” Rachel resmungou enquanto Quinn pagava por três tiros.

“Não se preocupe, eu te ensino, vou primeiro.” Quinn pegou a arma, tinham cinco patinhos de borracha a sua frente, ela se posicionou, mirou por um tempo e atirou certeira em um dos patinhos amarelos.

“Uau” Rachel arregalou os olhos.

“Sua vez.” Quinn entregou a arma pra Rachel, que a segurou com dificuldade, na mão de Quinn a arma parecia ser leve, mas quando pegara levou um susto de tão pesada. Quinn riu e parou atrás da judia, segurou sua cintura e ajeitou a postura da pequena, pegou uma das suas mãos e segurou junto o cabo da arma e ajeitou o dedo dela no gatilho. “Pronta?” Quinn meio que sussurrou ao seu ouvido.

Rachel sentiu seu corpo vibrar em um arrepio, um frio correu toda a sua espinha ao ouvir a voz rouca de Quinn ao seu ouvido, ela apertou o gatilho de nervoso, se assustando de súbito. Quinn deu uma leve risada e voltou a segurar a cintura da judia. “Calma, mire bem ali...” Ela ajeitou a cabeça da baixinha em direção a um pato e fez o mesmo com a direção da arma. “Agora.” Ela assentiu pra que Rachel seguisse com o tiro.

A pequena estrela prendeu a respiração e atirou, acertando o patinho, soltou a respiração e deu um leve grito. “Eu consegui!”

“Muito bom pra sua primeira vez, tem certeza que nunca fez isso antes, Rae?” Quinn deu um sorriso fingindo desconfiança e Rachel revirou os olhos rindo.

“Dois tiros certos, dois prêmios, senhoritas.” O homem da barraca sorriu pras duas e deu duas batidas na prateleira a frente delas.

Quinn encarou a prateleira e apontou voltando seus olhos pra Rachel, que a encarava de volta com um sorriso meigo.

“Aqui.” O homem chamou atenção e entregou a Quinn o que ela apontara.

Quinn não deixou Rachel ver, apenas virou a garota de costas e abriu o fecho da gargantilha, passou em volta do pescoço de Rachel e fechou sorrindo. Rachel se virou pra de cabelo rosa e encarou a gargantilha, que tinha uma flor como pingente.

“O que é isso?” Rachel perguntou e olhou pra Quinn.

“É um lírio.” Quinn sorriu.

“O que significa?” Rachel fitou a de cabelo rosa sem saber.

“Significa: Eu te desafio a me amar.” Quinn olhou os olhos da baixinha a sua frente. Rachel não disse nada, apenas pegou a outra gargantilha igual a que estava ao seu pescoço e colocou em Quinn, deixando suas mãos ainda em seus ombros.

Ficaram se olhando por um longo tempo até que Quinn quebrou o silêncio. “É melhor irmos.”

“Tudo bem.” Rachel se recompôs e começaram a andar, a morena tremia de frio e Quinn tirou seu cardigã e a envolveu com ele.

“Melhor?” Perguntou e Rachel acenou segurando a sua mão, foram a pé pra casa dos Berry pela noite que estava um pouco fria e silenciosa.