–Obrigado por nós dizer o obvio Nico...

Disse Percy com sarcasmo. Depois se virou para o restante de nós no carro e falou:

–Nico e Annabeth vamos acabar com essa coisa, Suzanna e Lucy vocês ficam aqui, saiam do carro pro caso de aquele monstro vir para cá, mas não se aproximem muito é perigoso...

Dito isso todos saíram do carro e seguiram as ordem dele, ele tinha uma aura de líder que Lucy não havia reparado até agora.

Lucy e sua mãe ficaram ao lado do carro, preparadas para correr ao menor sinal de perigo.

As duas perceberam quando os três correram na direção da hidra, e ouviram Percy perguntando a Annabeth:

–Annabeth... como é que se mata essa coisa?

Ela se virou seria para ele e falou:

–Bom... Hércules cortou todas as cabeças e ateou fogo nela, mas não conseguiríamos rápido o suficiente então sugiro acertá-la no coração.

–Então dividir e conquistar?

Perguntou Nico ao lado dela, Annabeth deu um sorriso puxando uma longa faca de bronze celestial da manga e disse:

–É... Dividir e conquistar...

Percy puxou uma caneta esferográfica do bolso de sua camisa e tirou a tampa, no mesmo instante ela começou a se alongar e se tornou uma longa espada de bronze celestial. Nico puxou sua espada de ferro estígio da bainha e os três se separaram. E foi ai que a coisa ficou perigosa.

Percy foi pelo meio, distraindo as cabeças da hydra que foram todas em sua direção ao mesmo tempo, ele mal teve tempo de desviar, mas conseguiu rolar para o lado no último momento, desviando por milímetros de umas das cabaças que não pareceu nada feliz em abocanhar a terra. E foi quando Percy cometeu seu maior erro... Virou-se para ver onde os outros estavam à hidra talvez por sorte, resolveu atacar naquele pequeno momento de distração. Uma das cabeças o atingiu em cheio fazendo-o voar pelo menos uns 2 ou 3 metros da onde ele estava, ele bateu em um muro com força suficiente para fazê-lo perder a consciência.

Annabeth vendo seu namorado voar e bater em um muro notou o quão tola havia sido a ideia de dividir e conquistar. Mas agora já era tarde e a única coisa que poderia fazer era se reagrupar com Nico e os dois atacarem em conjunto, ela se virou para ver onde Nico estava e bastou uma olhada em seu rosto para perceber que ele havia chegado a mesma conclusão que ela chegara. Os dois estavam prestas a atacar quando algo inesperado aconteceu... A hidra percebeu que aqueles adolescentes com quem lutava não eram os únicos alvos por ali. E correu para a direção de Lucy e sua mãe. Annabeth sabia que ela e Nico jamais chegariam a tempo para socorrê-las, a única chance delas agora, era conseguir desvia da enorme hidra que corria em sua direção e procurar abrigo. Nico e Annabeth correram atrás da hidra, sabendo que nunca chegariam a tempo.

Lucy percebeu que a hidra havia mudado seu alvo, e que ela era o novo alvo, ela sentiu seu coração acelerar, sua pressão sanguínea subir, a adrenalina viajar por seu sangue... Tudo começou a passar em câmera lenta... Ela ouvia o som das patas do monstro quando entravam em contato com o chão, e sabia que tinha que esperar até o último momento antes de sair da frente, ou a hidra ainda conseguiria pega-la. Três metros, Lucy se preparava... Dois metros, Lucy separou um pouco as pernas pronta para saltar para o lado rolando... Um metro... Lucy pegou impulso e saltou para o lado rolando e aterrizou segura do outro lado, mas ainda assim ouviu o som inconfundível de algo sendo abocanhado atrás dela, e ela soube naquele momento que havia acontecido algo pior do que ela ser morta por uma hidra, ela ouviu um zumbido em seus ouvidos, seu coração ficou ainda mais acelerado, sua pele gelou, ela se virou lentamente para trás ainda a tempo de ver sua mãe sendo arremessada da boca da hidra para o chão, depois o monstro se virou e voltou a lutar com Nico e Annabeth.

Lucy caminhou lentamente até onde estava sua mãe, e ela sabia que não havia salvação para a sua mãe.

Ela estava em um estado lastimável, Havia uma enorme marca de mordida que cobria todo o seu abdômen, escorria um filete de sangue do canto de sua boca, sua respiração era acelerada e quase desesperada. Lucy se ajoelhou ao lado da cabeça de sua mãe e disse com lágrimas começando a correr por seu rosto:

–Mãe... Por favor, não me deixe sozinha...

–Você não está... Você tem... Pessoas que vão... Vão cuidar de você... Você vai ficar bem...

Lucy viu um vulto, parecia uma figura feita completamente de névoa, um homem com uma capa negra e asas negras nas costas, e Lucy soube imediatamente quem era e o que estava fazendo ali e gritou em desespero:

–Não... Você não pode levá-la... Eu não tenho mais ninguém...

–Desculpe-me...

Ele se aproximou e se abaixou ao lado de Lucy, passou os braços em volta das pernas e cintura de Suzanna como se fosse levantá-la, mas o corpo não se mexeu, apenas uma sombra reluzente com feições tremeluzentes se levantou nesse momento o zumbido no ouvido de Lucy tornou-se quase insuportável. Ela jogou a cabeça para trás e gritou um grito de dor misturado com ódio....

Até mesmo a hidra parou de atacar para saber a causa daquele grito, Nico sabia o que havia acontecido, ele também podia sentir quando alguém morria.

Os dois olharam Lucy que se levantou do nada, seus dentes trincados, seus punhos cerrado e as juntas brancas tamanha era a força a qual usava para mante-los cerrados, mas quando olharam em seus olhos foi quando realmente perceberam que eles tinham um grande, grande problema. Onde antes negros, agora eles estavam preenchidos por um intenso vermelho sangue, e onde eles deveriam ser brancos, estavam completamente negros, Annabeth sentiu um arrepio percorrer todo o seu corpo semente por encará-los, mas Lucy não olhava para eles, sua fúria estava totalmente direcionada para a hidra.

O tempo mudou drasticamente, um vento muito frio começou a soprar, uma névoa densa começou a se formar em volta de Lucy e foi se espalhando ao poucos, as sombras tremeluziam e circulavam o corpo de Lucy. A garota deu um sorriso, não um sorriso feliz, mas um sorriso diabólico, macabro e assustador. Nico e Annabeth sentiram um medo que não havia sentido nem na presença de Cronos, aquela garota possuía uma aura tão maligna que até mesmo a hidra deu um passo para trás.

Lucy então falou com aquele sorriso perturbador ainda nos lábios:

–Vamos brincar um pouquinho?

E começou a dar passos lentos na direção deles, sem interromper o sorriso macabro...