Pov. Rosalie

Agora sim, hora do presente.

Kebi já tinha terminado e estava limpa de todo glacê.

Acenei para Emm, que veio em minha direção com Kebi de mãos dadas.

Entramos e nos sentamos no sofá da sala. Só nós três.

-Querida, este é nosso presente pra você. – Peguei suas mãozinhas e as coloquei sobre a caixa marrom com furinhos em cima do sofá. A ajudei abrir.

Ela ficou surpresa ao passar a mão dentro da caixa e notar que havia algo peludo, macio, pequeno e que se mexia.

Emm tirou o animalzinho de dentro e o colocou no colo de Kebi.

-É um gatinho, meu bem. Acho que você sempre quis um bichinho de estimação e agora que já esta grandinha, já pode cuidar dele. – eu lhe expliquei.

-Dela. É uma gata. – Emm me corrigiu.

-Isso, dela. – sorri para meu marido.

Kebi abraçou a gatinha e a beijou. Graças a Deus ela não tinha alergia a animais.

-Mamãe eu adorei! Ela é tão fofinha. –minha princesa estava agarrada a gata sorrindo de orelha a orelha.

-Que nome quer dar a ela, princesa? – Emm perguntou.

-Hmmm... Já sei: Kimmy!

-Kimmy? Adorei! –Coloquei a mão embaixo do queixo de minha filha e a encarei. –Que bom que está contente, Kebi.

-Muuuito, mamãe!

-Agora vamos mostrar aos seus amiguinhos sua gatinha? – Emm sugeriu se levantando.

-Vamos papai. Eba! Vamos Kimmy.

Meu marido guiou nossa filha pra fora. Os segui. Um aglomerado de crianças se juntou para ver a pequena gata, marrom de olhos verdes com fita rosa no pescoço, nos braços de minha filha. Todos acariciaram a gatinha, mas Kebi não a soltava de jeito nenhum.

-Ótima ideia Rose. Mas se Kenzie vier me pedir um bichinho, vou mandá-la pedir a você. – Alice falou se aproximando de mim. Eu ri de seu comentário.

O resto da tarde seguiu bem e divertida.

A festa foi perfeita.

Quando estava anoitecendo, os convidados foram indo embora.

Alice, Esme e o restante de minha família se ofereceram para ajudar a arrumar tudo. Até Robert ajudou recolhendo as mesas que foram alugadas. Talvez ele não fosse tão ruim assim, talvez fosse apenas coisa de minha cabeça.

Kebi e Mackenzie brincavam no chão da sala com Kimmy.

Na pequena lavanderia de casa, atrás da cozinha, estava montado um cantinho para a gatinha. Tinha cama, pote de ração e água. Além de brinquedo de borracha e pelúcia.

O dia fora maravilhoso. Kebi se divertiu com as crianças e os convidados também. Emmett, sem comentários. Até Jaz entrou na brincadeira com sua filha e as outras crianças.

Agradeceria a Deus todos os dias por ter amigos e uma família maravilhosa como essa que tenho o prazer de conviver.

Tudo estava perfeito quando o resto do pessoal foi embora.

Perfeito demais.

Eu e Emm guardávamos o resto do bolo e doces na cozinha depois de termos feito todos os convidados levarem um pouco. Kebi brincava com Kimmy no tapete da sala e Kellan dormia no carrinho parado ali.

A campainha tocou.

-Deixa que eu atendo amor. – falei dando um beijinho nos lábios de meu marido e fui ver a porta.

Abri e havia no chão uma caixa vermelha e uma carta pregada nela. Somente. Mais nada nem ninguém.

Na carta estava escrito:

‘’Para sua filhinha,

Pena ela não poder ver o quanto é parecida com a mãezinha dela.

Feliz aniversário, monstrinha!’’

Só podia ser coisa de Jane. Ela insistia em me provocar. O Ultimo “presentinho” que ela deixou quase destruiu meu casamento.

Fiquei meio relutante em abrir a caixa. Mas teria que abri-la para ver qual seria a armação da vez. Ainda mais que era direcionado para minha filha.

Dei um grito rápido de espanto ao abrir a caixa e a deixei cair no chão. Emmett correu para ver o que havia acontecido. Kebi agarrou a gata que se assustou. Kellan, por sorte, não se mexeu no carrinho.

-Rose o que foi? – Ele perguntou preocupado.

Abaixei para pegar o que tinha dentro da caixa e lhe mostrei. Ele me olhou confuso ao ver em minhas mãos uma boneca com cabelos loiros totalmente bagunçados, roupas rasgadas, o rosto completamente rabiscado de caneta preta e alfinetes espalhados pelo corpo de pano. Em uma de minhas mãos estava a cabeça da boneca, na outra o corpo.

-O que é isso Rose? – ele chegou ao meu lado com os olhos espantados.

-Eu não sei, mas deve ser mais uma daquela louca: Jane. Só pode ser. – falei, quase espumando ao pronunciar o nome daquela infeliz.

Mostrei-lhe a carta e ele ficou indignado ao ler. Amassou o papel e me abraçou, jogando a boneca monstruosa com a carta no chão.

-Calma querida. Nada nem ninguém, muito menos aquela maluca, vai tirar nossa paz. Não vou deixá-la fazer mal a você nem a Kebi ou a Kellan. Prometo.

Chorei em seus braços de raiva, nervoso e até medo, mas confiei em suas palavras.

Só meu Emmett, que é meu escudo e porto seguro, conseguia me acalmar.

Jogamos aquele presente ridículo no lixo e entramos.

Jane não tiraria nossa paz tão fácil assim.

Repeti mentalmente as palavras de Emm em minha cabeça.