Meus olhos diminuem

A cada movimento que lhes dou

Ao longe, bela moça se aprumou

E, absorta, se afastou.

O dia nublado é tão belo como qualquer outro de verão.

E melhor: as senhoras nuvens ficarão.

E não me deixarão naquele grande azul vão.

Eu praguejo contra a estação de trem

Eu não sou nem serei ouvido por ninguém.

Não sei como ter ou fazer o amor de outrem, porém.

E o seu sorriso soa como a da minha mãe

Como cheiro antigo e quentinho dos matutinos pães

E das corridas dos garotos com seus achados-por-aí cães

Sombrio é o dia de hoje em seu entardecer

A luz do Sol, a tez a amolecer

Os bocejos aos poucos, de leve, a adoecer.

Esse dia que nasceu está a beira de morrer

É sobre um fim dessa noite idiota que vou ler.