Find Me and Stay [Hiato] escrita por soulsbee


Capítulo 2
Simplesmente incomum.


Notas iniciais do capítulo

"Tudo muda de uma hora para a outra, nos deixando sem reação, nos surpreendendo a cada segundo, entretanto, nunca imaginamos que um simples ato poderia mudar tudo lá na frente... Somos descrentes até ver o incerto se realizar... "

— Notas finais -



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PDV – Claire

Se você pode imaginar uma garota invisível ou que, deveria ser, mas que, apesar de usar aparelhos e um óculos tão grande quanto um fundo de garrafa atrai algumas pragas como meu amigo ou colega de infância, sei lá o que somos, e o idiota do capitão do time de futebol da escola que só quer me incluir em sua extensa lista, parabéns você acabou de me imaginar.

Entretanto, nem sempre fui assim. Aos 14 anos eu era uma das mais populares da escola, já namorei tantos garotos diferentes e fiquei com tantos outros que até perdi as contas – se bem me lembro, quatro namorados e sei lá quantos ficantes -, mas tive alguns problemas que me fizeram usar esse maldito ferro nos dentes e essas malditas lentes na frente dos olhos. Depois disso, eu mesma decidi me excluir de todos e fazer as coisas diferentes. Minha popularidade era boa, minha fama não e depois que mudei, muitas coisas ficaram diferentes.

Apesar de tudo, ainda sou segura, não tenho medo da reação das pessoas e não tenho medo de agir do jeito que eu quero, tenho apenas medo de perder as pessoas que mais amo, pois sou minha maior inimiga quando o assunto são os sentimentos...

Sempre me pergunto “Por que algumas coisas aconteceram daquela maneira?” Há 17 anos venho tentando inúmeras e falhas vezes encontrar resposta para minha dúvida... Até que encontrei uma resposta provisória... ”Porque foi preciso para me trazer até aqui...”.

Sou magra, meio pálida, tenho olhos azuis-escuros, cabelos lisos, negros e longos... Divirto-me com meus amigos e quando o assunto é amor o levo a serio, mesmo nunca tendo me apaixonado de verdade por alguém... Prazer, me chamo Claire Lavigne, nasci no Oklahoma dia 25/03/1996 no Oklahoma e estou cursando o primeiro ano do ensino médio ou tentando, pois Dean e Bryan sempre resolvem causar para aparecer e ontem não foi diferente.

Dean me tirou do sério a manhã inteira me atormentando e fazendo suas piadinhas sem graça, ele só pode ter prazer em me irritar. Praga. Como se não bastasse, Bryan, o boneco de plástico, não me deixou em paz, para que tantas indiretas? Eu não sinto a menor vontade de ficar com ele, não por não ser bonito ou coisa do gênero, e sim por ser um total idiota que acha que todas as garotas da escola cairiam aos seus pés. Parece que a 8ª série não foi o suficiente para que ele entendesse que eu não curto muito aquele jeito dele.

Enfim, pragas e bonecos a parte, hoje não terei de ir para a escola, finalmente, em um longo e incansável mês vou poder faltar sem que meus pais me atormentem por isso e, finalmente, irei remover essa droga de aparelho que tanto me atormenta e esses óculos enviado do inferno para aterrorizar a minha vida. Não consigo conter tanta animação, desde que eu sofri aquele acidente de bicicleta eu não tenho tido uma vida normal.

– Peter desgraçado – Resmunguei. Há dois anos, Peter, na saída da escola, todo apressado apostando corrida com seus amigos, me atropelara de bicicleta e fizera isso comigo. Fiquei com algumas poucas cicatrizes espalhadas no corpo e alguns dentes tortos... Permaneci um mês trancada dentro de casa devido ao estado que meu rosto ficou; Vermelho, cortado, inchado e cheio de marcas que hoje não são mais nada. E por incrível que pareça Dean não participou desse desastre, ele estava doente. Um ponto a menos para a minha lista de “Coisas pelas quais odeio Dean” e um a mais na lista “Milagres acontecem” – 99 a 2 – Sorri levemente quando me lembrei da primeira e única vez que ele foi incrivelmente bondoso comigo. – Não vem ao caso agora – Pensei.

– Claire, vamos. – Meu pai me chamou da soleira da porta do meu quarto. Levantei-me da cama, me espreguiçando, e o acompanhei até o carro para ir ao dentista.

– Animada? - Perguntou depois de um longo tempo rompendo o silencio mortal dentro do carro.

– Muito. – Respondi – Finalmente, não acha?

– É. O Dean ainda é da mesma escola que você, não é? – Questionou.

– Sim... – Suspirei me lembrando do tombo caótico de ontem.

– Ele não é uma boa companhia, veja o que fez você passar.

– Ele não participou daquilo – Respondi tranquilamente. Ele deu de ombros. – Pai...

– Só não gosto dele. – Concluiu. Não que fosse discutir por isso, afinal, não importava se ele gostava ou não gostava de Dean. Não éramos namorados e, talvez, nunca nos tornaríamos, a menos que ele mudasse sua atitude e realmente conseguisse me conquistar, como fizera na 8ª série, escrevendo poemas lindos, expondo todo o seu pensar em relação a tudo o que o afligia. Ele era um ótimo escritor, tinha talento e era um garoto tranquilo, diferente dos outros, não dava em cima de todas e essas qualidades criaram um forte desejo de conhecê-lo melhor, até ele namorar com uma de suas amigas e destruir todo o encanto criado pela minha mente.

Encarava a estrada a minha frente enquanto permanecia imersa em meus mais profundos pensamentos, imaginando tudo o que aconteceu naquele ano e nos outros em que convivemos juntos. Foram coisas memoráveis, algumas lembranças eram boas, outras nem tanto.

Não demorou muito para que chegássemos ao destino. A dentista, como sempre animada, recebeu-me com um grande sorriso no rosto, sorri em troca mostrando aquele maldito aparelho que eu tanto odiava e que hoje iria sumir dos meus dentes para sempre.

Ela puxou assunto comigo o tempo todo, falando sobre sua viagem para a Inglaterra e contando tudo o que eu poderia fazer lá quando finalmente conseguisse realizar meu desejo de passar uma temporada no país. Entretanto, não podia respondê-la muito, pois ela estava mexendo nos meus dentes – obviamente – então ela falava e eu alternava entre assentir com a cabeça ou sorrir.

Minha permanência no consultório não durou mais que uma hora e logo estava a caminho de casa novamente, porém, durante o percurso, meu pai passara em uma ótica e pegara uma caixa de lentes de contato transparentes para mim. O dia não podia ficar melhor, eu estava me livrando de tudo que me incomodava. Em pouco tempo já estávamos em casa. Meu pai teve que sair, para onde? Não sei, apenas sei que era e extrema urgência... Às vezes, desconfiava se ele não tinha outra família, mas só desconfiava...

Ainda estávamos na semana de prova – maldita semana -, todos pensam que sou nerd por me enfiar de cara nos livros quando, na verdade, busco apenas uma boa nota para estar satisfeita comigo mesma e alegrar meus pais, afinal eles querem que eu de um ótimo exemplo para Emma e querem falar de mim para todos os seus amigos...

– Abre a porta! – Alguém disse e bateu diversas vezes na porta de entrada do meu apartamento. Quem seria a essa hora? Não havia combinado nada com Sophie!

Deixei os livros de lado e caminhei até a porta. Olhei pelo olho mágico e notei ser Dean. O que aquela praga está fazendo aqui?! Levei alguns minutos para raciocinar e abrir a porta.

– O que você está fazendo aqui, praga? – Indaguei surpresa ao vê-lo ali. Olhei-o por inteiro e percebi que suas roupas estavam surradas, assim como seu rosto inchado e ensanguentado.

– Eu tive uns problemas... – Respondeu meio mole e ofegante.

– Percebi... Como você sabia onde era a minha casa? – Perguntei espantada, não me lembro de tê-lo apresentado o local onde eu morava tampouco dito onde ficava.

– Moro descendo a rua... Há algumas quadras – Suspirou profundamente. – Não vai me convidar a entrar? – Pediu. Sua mão direita estava apoiada no batente da porta e metade de seu corpo já estava dentro do apartamento. Assenti com a cabeça e segurei seu outro braço oferecendo-lhe mais apoio. Levei-o até o sofá onde ele se sentou e soltou um longo suspiro de cansaço e dor.

– O que realmente aconteceu? – Perguntei assim que ele descansara um pouco. Ele estava terrivelmente machucado como se um caminhão houvesse passado por cima de seu corpo, nem sei como ele conseguiu chegar até aqui.

– Bryan e companhia... – Revirou os olhos.

– E como aconteceu? – Não que ele precisasse explicar alguma coisa, pois aquilo já bastava para esclarecer tudo, mas queria distrai-lo enquanto ia ao banheiro e arrumava alguns curativos para colocar nele.

– Foi rápido demais, só me lembro de tê-lo visto e ficado inconsciente, depois disso, minha ultima memória foi de ter acordando no meio de uma rodovia e caminhando até aqui... – Disse enquanto se lembrava de poucas coisas que vinham à mente. Levantei seu rosto para estancar o sangramento em seu nariz e não pude evitar olha-lo nos olhos. “Verde-escuro, uma linda cor...” Pensei instantaneamente e corei logo em seguida, como se ele pudesse ter ouvido aquilo.

– Você está diferente... – Observou-me. Pigarreei tentando afastar aquele meu pensamento sobre seus olhos e esse comentário.

– Diferente tipo? – Perguntei desviando o olhar.

– Você está... Hm... Esquece. – Sorriu torto tentando mudar de assunto.

– Fala – Ordenei. Puni-me mentalmente por ter parecido tão grossa.

– Você está bonita, só isso – Disse encarando o chão. Apertei levemente seu ferimento fazendo-o reclamar.

– Hum... Obrigada. – Agradeci um pouco sem jeito e logo terminei os curativos em seu rosto.

– Estava fazendo o que? – Perguntou olhando à sua volta.

– Estudando... – Ele revirou os olhos com minha resposta. – O que? Temos prova – Respondi e novamente ele revirou os olhos.

– Estudar é para os fracos – Debochou já fazendo graça.

– Você melhora bem rápido – Bufei. – Todos os dias você poderia estar machucado – Resmunguei.

– Quanto amor, porque não casa logo comigo?! – Riu. Há um tempo atrás eu até poderia ter cogitado essa ideia maluca, mas claro, jamais contaria isso a ele, até porque, me arrependia por ter pensado isso.

– Acho que você já pode ir – Caminhei até a porta enquanto ele continuava rindo.

– Desculpe. Sério, se você precisar de ajuda em alguma matéria... Pode contar comigo... – Disse gentilmente. Seu comentário me fez gargalhar alto.

– Você? Me ajudando? – Indaguei irônica.

– É, também sou um bom aluno – Murmurou.

– Aham – Controlei o riso mantendo apenas um sorriso no rosto.

– Hm... Enfim, mudando de assunto. Você viu que terá uma excursão na escola, não viu? – Perguntou ignorando e esquecendo a cena que acabara de acontecer. Balancei negativamente a cabeça respondendo a sua pergunta. – É claro, ainda não foi divulgado... Organizei um passeio para uma cidade “fantasma” e o diretor aprovou, disse que seria bom para o que estávamos estudando em história e em geografia...

– Interessante. Duas perguntas: 1º o que você considera fantasma e 2º quem te deixou organizar isso!? – Quase tive outro ataque de risos deixando-o sem graça.

– Pare de debochar de mim, sou um bom aluno! – Defendeu-se novamente. – digamos que é uma cidade um pouco distante daqui que, se bem me lembro, teve apenas 200 habitantes que construíram casas e outras coisas lá para passarem o tempo e que está desabitada há pouco mais de cinco anos... O diretor deixou – Explicou resumidamente. – Alias, vamos de noite para que o clima fique mais assustador – Nesse instante, ele pareceu meio fora de orbita tramando alguma coisa.

– Quem você irá assustar? – O conhecia ha muito tempo e sabia que ele não tomaria uma iniciativa assim se não tivesse segundas intenções.

– Megan e suas amigas... E, se Bryan e companhia estiver lá também, vou ficar realizado – Afirmou a minha suspeita.

– Sabia que você estava tramando algo. – Sorri satisfeita.

– Quer participar? – Convidou-me

– Não. – respondi rapidamente.

– Vai ser divertido, quer participar? – Insistiu, ele era bem teimoso, assim como eu.

– Não sei. - Respondi em dúvida cogitando a ideia de ver aquela idiota sofrendo.

– Você vai poder se vingar de algumas “brincadeiras” que a Megan fez com você... – Disse lentamente como se quisesse que eu saboreasse aquele pensamento. – Quer ir? Não vou te chamar de novo.

– Posso pensar? – Pedi. Eu ainda não estava acreditando que iria pensar nessa ideia idiota que ele estava me propondo. Ele assentiu com a cabeça. – Anda, está na hora de ir embora – Lembrei-me que minha meu pai poderia voltar a qualquer momento e eu não queria ter que dar a ele explicações sobre o porquê de Dean estar comigo em casa e sozinhos na sala.

Antes de pedir de novo, ele já estava na porta de casa e se despedira de mim com um beijo na bochecha, gesto que me deixara irritada na hora, mas que me fizera sorrir mais tarde, antes de dormir...


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo também foi editado, porém, não tirei aquela essência do Dean e da Claire juntos e também não tenho muito o que falar, por isso, chega de conversa e bora ler o próximo!



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