Find Me and Stay [Hiato] escrita por soulsbee


Capítulo 19
Decisão


Notas iniciais do capítulo

Eu demorei um pouquinho? Nem sei, enfim, hoje estou trazendo um capitulo fresquinho - avá- pra satisfaze-los antes do Natal. Queria avisar que esse é o ultimo capítulo que publico esse ano, porque eu ainda tenho que cuidar de mais três antes de tirar uma curta férias e preciso me afastar desse aqui por hora, mas até 10/01 estarei de volta com muitas novidades e com a Claire, para matar a saudades de todas as leitoras que me perguntaram dela.
Espero que gostem, tirem suas conclusões sobre o novo rumo da história e é isso.



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As aulas foram uma loucura... Eu estava surtando ali dentro com aqueles babuínos tacando terror na aula dos professores, principalmente a de história – que era muito boba e gritava a cada milésimo de segundo – e o de física por ter língua presa. Ri o suficiente a ponto de chorar, foi divertido. Pela primeira vez em muito tempo estava me sentindo feliz, livre e leve como antes de sair do Oklahoma. Estava me divertindo, passando o tempo de um jeito irreverente ao lado de desconhecidos.

Becky esteve ao meu lado o tempo todo, suas aulas, exceto a de Sociologia, coincidiam com as minhas. Ela era mais divertida que qualquer outra garota que conheci, ao mesmo tempo, reservada, silenciosa, quieta, sorridente, feliz, maluca, sombria, misteriosa, linda ela era um misto de emoções em uma única pessoa, não sabia como isso era possível, mas era ela. Seu jeito deixaria qualquer garoto confuso e atrapalhado apenas em trocar algumas poucas palavras.

Entretanto, quando tudo fica bom é porque está acabando, não foi diferente dessa vez. O sinal da ultima aula bateu e eu segui para o estacionamento acompanhado de Becky.

– Ah, liberdade... – Suspirou jogando os braços pra cima e saltitando pelos corredores.

– Você é sempre assim? – Perguntei com um sorriso curioso no rosto.

– Na maior parte do tempo – Deu de ombros. – Mas se você me provocar, conhecera o inferno – Olhou para mim com um sorriso parcialmente irônico e ameaçador.

– Todos dizem isso por aqui... – Resmunguei baixo. Karla tinha a mesma teoria até onde sabia.

– Porque todos estudam em um prédio que outrora foi um hospício, o governo simplesmente disse – Ela fez uma pausa, pigarreou algumas vezes e prosseguiu com uma voz grave de jornalista: “ Hey, esse é o lugar de vocês, apenas colocamos outro nome pra não soar tão rude” – Não consegui evitar a risada. Ela pareceu gostar do que fizera e eu também, era bom sorrir naturalmente com algo tão bobo.

– Você não se importa com o que dizem, é algo que não se vê constantemente – Observei. Afinal, a maior parte das garotas estavam preocupadas em sua roupa, na opinião alheia e na maquiagem enquanto os garotos queriam saber de seus jogos, corpos perfeitamente esculpidos e festas.

– Você não pode deixar que digam o que você deve ou não fazer – Suspirou profundamente imersa em um pensamento distante – Apenas siga seu coração, ele sempre estará certo no final...

– Mas ele nos faz cometer loucuras insanas... – Disse me lembrando de uma amiga que conheci que fugiu dos Estados Unidos ilegalmente apenas para ver o namorado dela no Canadá, cujo o qual seus pais a proibiram de ver.

– Em um mundo caótico, uma loucura a mais não mudará nada, apenas seja diferente - Caímos em um silencio mortal após ela concluir sua frase. Uma boa frase por sinal, digna de ser refletida.

Fui levado para um passado muito distante me lembrando das vezes que irritei Claire com todas as minhas forças, me lembrando das nossas ultimas zoeiras e armações para cima das garotas idiotas, queria voltar para lá, viver novamente aquilo, mas não sabia se seria capaz de fugir daqui tão cedo. Talvez, com o natal chegando eu pudesse voltar para lá, talvez eu convencesse minha mãe de me mandar de volta, talvez eu ficasse preso aqui para sempre...

– Dean? – Estalou os dedos na frente dos meus olhos me chamando de volta para a terra.

– Sim...?

– Algo errado?

– Não... você me acordou para a realidade – Disse apressadamente abraçando-a fortemente e beijando sua testa.

Sai de perto dela, me afastando em passos largos, enquanto isso digitava o numero de Claire, meus dedos pareciam voar naquelas pequenas teclas. Esperei chamar algumas vezes, acho que foram quatro toques antes dela me atender, mas aquilo parecia uma eternidade interminável, pareciam ter sido mil toques antes de finalmente ouvir sua voz doce, suave e meio rouca do outro lado da linha.

– Dean...? – Perguntou surpresa. Há algum tempo não ligava para ela, me arrependia por isso, mas estava uma zona e eu precisava me adaptar a isso tudo.

– Oi Claire... Desculpe-me por não ter ligado antes, estava uma bagunça aqui, eu to enlouquecendo longe de você e de tudo! – Disse apressadamente quase sem fôlego.

– Está tudo tão sem graça sem você aqui... – Murmurou suavemente como no dia em que eu fui embora, senti uma pontada de dor por me lembrar daquele momento perfeito e triste ao mesmo tempo.

– Eu vou voltar... Nem que seja por uma semana, mas eu vou... – Fui direto, estava decidido a fazer isso, Becky me ajudara inconscientemente a chegar a uma conclusão.

– Como? – indagou curiosa e feliz ao mesmo tempo.

– Não importa, me espere até o fim dessa semana! – Pedi.

– Sempre

– Dean! – Derek me chamou do outro lado do corredor correndo na minha direção.

– Tenho que ir, te amo – Desliguei meu celular e o guardei de volta no meu bolso. Forcei um sorriso amigável para Derek que me deu um soco leve no ombro ao parar do meu lado.

– Vamos garotão, precisamos fazer algumas coisas antes de termos a casa livre esse fim de semana – Disse animado com a idéia. Provavelmente estava planejando dar uma festa ou chamar sua namorada, coisas assim. Ele era um bom garoto, ele sua irmã, entretanto, parecia que eles não podiam fazer nada sem que seus pais pegassem em seus pés e os proibissem. Isso era triste demais.

– Onde está sua irmã? – Perguntei enquanto caminhávamos pelos corredores cheios da escola em direção à cantina para pegar um atalho mais curto para o estacionamento.

– Ela anda tão desaparecida ultimamente... – Suspirou em desaprovação – Você pode procurá-la para mim? – Ele parou na minha frente e apertou meus ombros, ele era um pouco mais alto que eu, precisei olhar para cima para enxergar seus olhos. Assenti com a cabeça. Sabia onde ela estaria.

Esperei Derek se virar antes de eu tomar o caminho oposto e seguir em direção àquela mata fechada. De longe, consegui ouvir algumas vozes, pareciam estar discutindo alto, uma gritaria enlouquecedora. Apressei o passo me deparando de frente com Sidney e Ellie discutindo, ambas estavam cheias de lagrimas no rosto e com um olhar semicerrado, pareciam estar discutindo muito feio que não tiveram o menor cuidado de proteger seu “esconderijo”.

– Não podemos fazer nada! – Sidney gritou jogando as mãos para frente.

– Vamos dar um jeito! – Ellie respondeu no mesmo tom de voz que a outra garota.

– O que aconteceu? – Perguntei me intrometendo, não me preocupei em receber um coice por isso, estava me importando em ajudá-las.

– Vá embora! – Sidney me fuzilou com seu olhar, parecia que me comeria vivo se pudesse. Aquela garota era assustadora.

– Ele pode nos ajudar! – Ellie disse apressadamente fazendo a garota pensar enquanto andava apressadamente de um lado para o outro.

– É uma coisa nossa, o que importa é que ela precisa sair daqui por um tempo, ir para bem longe! – Explicou rapidamente.

– Porque? – Indaguei.

– Não importa, se você puder ajudar, ótimo, se não, saia daqui – Foi seca e objetiva. Como odiava ficar sem saber de nada.

– Eu vou para o Oklahoma no fim da semana, você pode vir comigo... – Não sabia se seria uma boa idéia, se conseguiríamos, mas não custava tentar. Só precisávamos de dinheiro para pegar um avião ou um ônibus e ir para lá e talvez ela fosse me ajudar muito com isso. Seria uma troca de favores.

– Ótimo, leve-a consigo – Sidney empurrou Ellie pelo braço em minha direção.

– Não vou! – Gritou indo para cima dela.

– Vai ficar tudo bem... – Ela pegou o rosto da garota em suas mãos, olhou profundamente em seus olhos e a beijou intensamente, como se fosse a ultima vez que fossem se ver. – Agora vá... – Pediu as lagrimas.

– Vamos... – estendi a mão para Ellie que a pegou. Caminhamos em direção à saída, o mais rápido possível, antes que ela mudasse de idéia.

De repente, percebi ter prometido a mesma coisa para duas pessoas diferentes. Se eu estava enrascado uma vez, estaria em dobro, mas agora não dava para voltar para trás. Apenas seguir meu coração, como Becky me disse mais cedo. Só espero que tudo de certo...


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