A Chave Do Segredo - Dark Mystery escrita por Cristina Abreu


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Senhor, um mês sem postar! Mil desculpas!!!! Espero que vocês não tenham desistido de mim! T-T
Minha desculpa: escola! E dorama também, eu tenho que ser sincera. São tão perfeitos *-*
Mesmo assim, me perdoem!!!!
O capítulo ficou... Chato. Mas mesmo assim eu tenho esperanças que vocês vão gostar. Até lá embaixo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/350877/chapter/17

Capítulo 16

Londres, Inglaterra.

Dias atuais.

Lauren.

Se eu soubesse que aconteceria do modo como aconteceu, eu não teria andado furtivamente pelos corredores da escola, cabulando todas as minhas aulas.

Não. Eu ainda não havia enfrentado Cameron. Ou Megan. Fugir estava sendo a definição pelo que eu vinha fazendo desde que chegara à escola. Ah, Derek também acabava entrando nessa lista. O problema é que ele é ele.

— O que está fazendo? – uma mão pegou minha cintura e puxou-me para perto. Dei de cara com uma camiseta preta.

— Indo para minha próxima aula? – tentei soar sarcástica, mas não deu muito certo. Por que minha voz sempre acabava tremendo quando eu falava com aquele garoto sombrio e imbecil?

— Hm... E por que será que eu ainda não te vi em nenhuma que temos juntos? – seus olhos negros encontraram os meus e meu rosto se incendiou.

— Por que eu não quero te ver? – algumas pessoas que passavam se viravam para nós e cochichavam. Malditos fofoqueiros. Coloquei minhas mãos no peito de Derek e o empurrei. Ele respondeu se colando ainda mais em mim, como se fosse possível. Bufei. Era uma droga ser fraca.

— Você ainda não avisou o Cameron, não é? Tic-tac, Laury. Seu tempo está passando. Ou você conta que está comigo, ou eu mesmo o faço. – ameaçou. Bem, do jeito como nossos corpos estão colados, nenhum dos dois contará nada, pensei com ironia.

— Ou você me solta, ou aquela garota que estava te encarando há uma semana vai contar para o Came, aí sua brincadeira vai por água abaixo. – indiquei uma aluna de nossa turma de Literatura que ficara caída por Derek. Ele olhou por sobre o ombro e sorriu.

— Não é brincadeira, docinho. – ele me soltou. Dei alguns passos para trás. – Eu quero mesmo que ele saiba que você...

— Que ela o quê? – uma voz grave perguntou às minhas costas. Mordi meu lábio e respirei fundo. Oh, droga!

— Lauren, está tudo bem? – Megan perguntou. Ótimo, ela também estava lá. Pelo menos, seriam dois coelhos mortos com uma cajadada só. – O que você está fazendo com esse daí...?

— Tudo, Megs. – falei, virando-me para ela e Cameron. Tentei sorrir, mas sabia que pareceu mais ser uma careta. – Sem problemas.

— Laury... – Came esticou sua mão e andou até mim. Seus olhos azuis demonstravam sua preocupação.

Porém, antes que ele pudesse sequer me tocar, Derek colocou-se à minha frente. Seus olhos se estreitaram.

— Oh, não... Não vai tocar nela. – ele disse em tom ameaçador. Cameron parou e buscou meus olhos.

Perfeito. Briga de galos. O que mais aconteceria para tornar meu dia ainda mais especial? Oh, Lauren, não dê ideias ao seu destino idiota. Mordi meu beiço, nervosa. Aquilo não estava ocorrendo do jeito que eu imaginara. Claro, não que um dia eu pensara em contar a Cameron que estava com outro cara.

— Acho que já entendi. – meu ex-namorado disse e voltou pelo caminho de onde havia vindo. Meu coração se apertou e me desvencilhei de Derek, correndo para o garoto que andava com pressa.

— Lauren... – ouvi lá de trás. Não dei importância.

— Came, Came... Droga, quer me ouvir? – gritei. – Espere, por favor!

— Para que, Lauren? Para você atacar na minha cara que está com ele logo depois de terminarmos?

— Não! – gritei. As pessoas nos encaravam livremente, fazendo comentários maldosos sem pudor algum. Irritei-me e entrei no laboratório de Biologia, puxando Cameron comigo. Pronto, os outros que pensassem o que quisessem, mas não havia como ter aquela conversa sob os olhares de todos.

— Como isso aconteceu, hein? Eu pensei que ele era o cara que gostaria de ver-lhe morta! – acusou. Odiei ver que ele estava ainda mais machucado do que na hora em que pedi um tempo. Por que eu fizera isso com ele? Como pude fazer essa idiotice?

— Ele ainda quer. – sussurrei. Eu devia apenas falar logo, mas não conseguia fazer com que as palavras passassem por meus lábios.

— E onde está a lógica nisso? Você corre para a armadilha? – Cameron agarrou meus braços. Engoli em seco e tentei afastar-me, sem muito sucesso. Assim como Derek, Came também era bem forte.

— Pare... Vai me machucar. – falei, olhando para as suas mãos.

— Desculpe. – ele rapidamente me largou. Peguei suas mãos, gostando do calor que transmitiam. Ah, seria tão fácil amá-lo novamente... Não, isso eu já fazia. O que eu gostaria é de continuar apaixonada por ele.

— Tudo bem... – respirei fundo. – Há uma coisa que eu tenho que lhe contar...

— O que é, Laury? – sua voz soou cansada, mas um tanto quanto esperançosa também. – Você mudou de ideia sobre nós...

— Hm, não. – diabos, como eu falaria aquilo para ele? – Eu te amo, Came. Mas está sendo um tanto... Diferente.

— Diferente o quê? Olhe, sei que você está confusa quanto ao Derek, mas... Bem, eu também te amo, Lauren. E eu ainda quero você... Ah, para o inferno aquele tempo. Vamos apenas seguir nossos caminhos... Juntos.

— Não, Came. Desculpe-me, mas eu não posso. – minha voz quase não podia ser ouvida.

— Por que não? – seu dedo indicador ergueu meu rosto vermelho de vergonha. Seus olhos azuis eram tão belos...

— Não posso. – voltei a falar.

Ficamos nos encarando em silêncio, até que Cameron finalmente compreendeu o que eu queria dizer. Sua mão caiu ao lado do corpo e sua boca abriu-se em horror.

— Eu não... Não acredito! – gritou, passando as mãos pelos cabelos negros e sedosos. – Não posso acreditar que você...

— Aconteceu. Eu... Bem, não posso dizer que não desejei, porque se não fosse por mim... Isso nunca teria acontecido. Desculpe, Came... Por favor. – gaguejei. As lágrimas vazavam por meus olhos e encontravam o caminho em minhas bochechas.

— VOCÊ TRANSOU COM ELE! – berrou. Encolhi-me a cada palavra. – Como pôde fazer isso comigo, Lauren?! Ele é apenas...

— Eu também o amo, Came. E o problema é que estou apaixonada por ele. – chorei. – Posso tentar dizer que não era eu, mas...

— Fique quieta. – suspirou. – Por favor, cale a boca.

Engasguei com meus soluços e tentei fazer de tudo para contê-los. Quando minha respiração já estava calma o suficiente, voltei a falar, querendo trazer Cameron de volta do seu olhar fixo em meu rosto.

— Não quero te perder completamente... Não posso... Eu sinto muito.

— Não quer me perder? Sente muito? Meio tarde para isso, não é mesmo? – balbuciei algo como a palavra “amigos” e Cameron balançou a cabeça negativamente. – Fique tranquila. Vou sair do seu caminho definitivamente.

— Não! Eu não quero que isso aconteça...

— E sabe o motivo? – ignorou-me completamente. – Porque posso ser burro demais ao ponto de querer te perdoar, mas não vou.

Segui a silhueta de Cameron com o olhar quando ele saiu, até que sumiu. Novamente, abaixei a cabeça e comecei a chorar. Essa dor que estava sentindo era uma dor mais lacerante do que a anterior, quando acabamos.

Continuei em meio às lágrimas e nem percebi que alguém tinha entrado. Foi só quando uma mão tocou meu ombro que eu me virei para encará-lo. Derek.

— Ei, docinho. Não chore. – falou, enxugando algumas lágrimas que escorriam por meu rosto. Afastei sua mão com um tapa. – Pelo menos você contou, e agora ele finalmente sabe.

— Como não chorar?! Você não ouviu o que eu ouvi! - grunhi.

— Ah! Acredite, eu ouvi, mas não se preocupe. Estou aqui por você. - seu braço tentou envolver minha cintura. Afastei-me dele.

— Ótimo! Você já retirou minha alegria e agora retira minha privacidade! - frustrei-me. - Mas que bom que você ouviu. Porque foi culpa sua! Foi você que me aparece aqui do nada! Você que matou meus pais e me separou do meu namorado.

Derek deu de ombros e sentou-se em cima de uma mesa qualquer, mantendo contato visual. Seus olhos eram egoístas, mostrando claramente que ele não ligava para nada disso. Que ele só ligava para si mesmo.

Dizer que fiquei indignada não era um sinônimo forte o bastante para descrever o ódio que senti vendo-o tão frio e controlado.

— Vá para o inferno, Derek. Bem, quero dizer, aposto que você já vai pra lá mesmo. – rosnei.

— Sabia que você fica ainda mais linda quando está com raiva?! - exclamou não dando a mínima importância para minhas palavras. - Ora, vamos... Deixe disso. Somos perfeitos um para o outro. Somos um do outro.

— Não diga mais isso. Não sou sua. - falei. - E nem somos perfeitos juntos. Não sei se você já se esqueceu, mas você quer e ainda vai conseguir me matar. Você não me ama, não como Cameron.

Derek perdeu qualquer resquício do humor, e em um piscar de olhos já estava segurando meus pulsos e me prensando contra a parede.

— Não me compare a ele. E não pense que sabe de algum dos meus sentimentos. - falou, sua voz mais baixa e nervosa do que nunca.

— Exatamente. Não sei. - disparei. - Mas o que faz comigo não é amor. Você só quer o que não pode ter.

— O que eu não posso ter?! - exclamou. - Francamente, Lauren. Você foi minha noite passada. Entregou-se e deixou que meus braços te puxassem para mim. Fiz-lhe mulher. Então, não fale que eu não posso ter tudo. Porque eu posso, e sabe disso.

Fiquei vermelha de raiva e lhe assassinei com o olhar. Ficamos em silêncio, até que a pressão em meus pulsos aumentou e contorci para me soltar, sem sucesso.

— Me solta. - gritei. - Está me machucando, me solte!

Mas ele não me soltou, continuou com a pressão e soltei um gemido de dor. Em uma última tentativa de me livrar lhe dei uma joelhada na virilha. Derek xingou baixo e livrou-me do aperto.

Rapidamente corri para o outro lado da sala e respirei fundo. Não conseguiria fugir. Derek já tampava a passagem, trancando a porta e encostando-se à ela, com os braços cruzados sobre o peito.

— Deixe-me ir. - pedi. - Por favor.

— Não. - respondeu simplesmente. Em sua voz não se encontrava nenhuma pontada de dor. Culpei-me mentalmente por não ser mais forte.

— Vai me matar? - um sorriso abriu-se em meu rosto. - Já?! Pensei que me faria sofrer um pouco mais, você não tem sentimentos mesmo... Então por que me daria uma morte rápida?!

Ele balançou a cabeça frustrado.

— Não vou lhe matar, deixe de ser boba. - respondeu.

— Então me deixe. - sussurrei e olhei para a janela. A última rota de fuga.

— Ah! Eu não me jogaria da janela se fosse você. Aí sim que vai morrer, com certeza. - sua voz era fria e séria.

— O que quer? - perguntei desejando que ele me soltasse logo.

Derek riu e o som me aqueceu um pouco. Não era uma risada fria, mas tampouco era humorística.

— Você não me ouviu naquela noite?! - sua cabeça se balançou, e outro curto riso escapou de seus lábios. - Vou repetir: amá-la. Fazê-la feliz.

Instantaneamente me lembrei de suas palavras. Ele as falou pela primeira vez quando ainda nem nos conhecíamos. Enquanto eu não o conhecia.

— E essa é a parte complicada. - completei por ele, que assentiu.

— E não só por causa do sobrenatural. É por sua causa também. Você complica o descomplicado. Nega-se a me amar e a ficar comigo. Nega que gostou que eu tenha aparecido e que a tenha mudado.

— Não gostei no que me transformou. Não em uma... - respirei fundo. - Não sou uma vagabunda, ou não era. Sei que ele saiu pensando isso de mim, porque é esse o meu pensamento também. Céus, eu não tinha acabado com ele fazia um dia quando você veio à minha porta sem ser convidado! Por que não jogou limpo ou, sei lá, esperou que eu não estivesse sensível o suficiente para cair em cima de você?

— Ah! Mas, eu não jogo limpo. - deu de ombros. - E você seria minha de qualquer jeito mesmo. Cameron não sabe como prender uma mulher. - ele riu. – Mas vamos, você mesmo disse que não se arrependia do que aconteceu entre nós.

— E não me arrependia! Mas bem, como eu disse, poderia ter se passado um pouco mais de tempo... Assim eu não me sentiria culpada... Aliás, eu nunca sequer teria beijado você! – corei. Sim, eu teria, mas ele não precisava saber desse fato. – E não, você também não sabe como prender uma mulher.

— Deu certo com você. – falou, gélido.

— Idiota! - acusei. - Derek, você não passa de um idiota. E eu também. Céus, por que você?! Cameron é perfeito para mim, ele é o certo! Porém, mesmo assim...

Parei. Mesmo assim eu te amo.

— Não diga blasfêmias. Você sabe que não é verdade. Você gosta de mim, docinho. Quando está perto, só quer chegar mais perto e deixar que eu a conduza. E nem tente negar. - acrescentou quando abri minha boca para tal fim.

Não tentei mais fazer isso. Com um movimento dos ombros, confirmei que era verdade. Que não era eu quando estava com ele, que era uma mulher completamente diferente.

— Mas isso não significa que não esteja cansada. - sussurrei baixando meu olhar para minhas mãos trêmulas. - Você mal apareceu e já me cansou de tudo. Cansou-me de você. É complicado e perigoso demais.

— Já disse que não vou te machucar. E não somos um casal tão complicado assim. - fez uma pausa e deu um sorriso malicioso. - Prometo, só vou lhe cansar na cama. Do mesmo jeito que fez comigo ontem.

Meu rosto ficou em brasa e me lembrei de como suas mãos tocaram meu corpo ontem à noite. Fora tudo tão maravilhoso! Não, eu confirmava meus pensamentos anteriores de que não me arrependia. Tive que admitir para mim mesma que foi o momento perfeito; nenhum outro serviria. Com mais ninguém.

Mas era diferente de eu ter que admitir isso para ele.

Respirei fundo e me lembrei de que as mesmas mãos que me tocaram com amor, em meu sonho me mataram. E sabia que isso aconteceria se eu permitisse.

— Foi você. - murmurei.

— Eu o quê? – perguntou, franzindo as sobrancelhas.

— No meu pesadelo. - ergui meus olhos para os seus. - Foi você. Você me matava, Derek. E é o que vai acontecer, não é?! Não vamos poder nos unir e ser uma família feliz. - minha voz soou sarcástica na última frase, mas meus olhos estavam sérios.

Ele não respondeu. Ficou parado em frente à porta e eu caminhei até ele - pegando minha mochila no caminho -, o empurrando e girando a maçaneta. Seu braço tentou puxar o meu, mas esquivei-me e saí para o corredor.

Continuei andando, para longe do garoto que era meu pior pesadelo e meu maior desejo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?! Espero que tenham gostado! Não se esqueçam de comentar, sim?? E eu vou tentar postar rápido o próximo. Por favor, não desistam de mim!
Beijos, amores :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Chave Do Segredo - Dark Mystery" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.