O Filho Do Olimpo E A Faca Da Noite escrita por Castebulos Snape


Capítulo 5
Faço A Promessa Mais Idiota Da Minha Vida


Notas iniciais do capítulo

acho que três no dia tá ótimo, até a minha próxima chance de postar!
nesse tem conselho olimpiano!



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Se você nunca viu o Empire State nunca se sentiu realmente inferior. O lugar poderia ter 102 andares, mas dava a impressão de ser muito, muito maior e parecia emitir andas de puro poder isso o deixava mais assustador que já era, isso se não contarmos com, é claro, as nuvens de tempestade entorno do topo e os raios que tocavam o cume. Só pra variar.

Nós inundamos o salão vazio. O que pareceu muito engraçado porque me lembrou uma excursão escolar ao Olimpo.  

O guarda estava sentado atrás de um balcão. Ele lendo um romance adolescente, não sei o que ele vê nisso porque eu consigo entender essas historias. Levantou os olhos tediosamente para nós. Minha mãe olhou-o com desprezo.

– Quantos já chegaram?

– Todos na verdade, senhora. – respondeu ele preguiçosamente – Só faltava vocês dois e Dionísio.

– Eu disse – sussurrei para Apolo, que se virou para mim – Todas as mulheres já estão aqui.

– Elas sempre chegam primeiro. – respondeu ele falando mais baixo que eu, tanto que tive que me esforçar para ouvir.

– Exato. Elas são mais responsáveis.

– Ou malucas. – retrucou falando mais baixo ainda – Quem fica ansioso para uma ridícula reunião de família?

Deixei meu queixo cair e o encarei indignado. Ele me ignorou completamente e passou os olhos para a irmã com cuidado como se fosse machucá-la se olhasse de jeito errado.

Entendi, pensei, ela é a única família dele. Isso é estranho.

Não achei.

Cara, você só discorda comigo. Isso é divertido? Porque sinceramente...

Divertido demais.

Idiota.

O guarda olhou para as Caçadoras, contando-as rapidamente.

– O limite da carga é...

– Eu sei – interrompeu Ártemis secamente – Zoë, suba com metade das Caçadoras que eu subo com o resto depois.

– Sim, senhora – respondeu a tenente. Reuniu parte das garotas, o guarda lhe deu um cartão chave dourado, e elas entraram no elevador.

Minha mãe e tio se viraram para mim com expressões serias. Por um instante assustador achei que tinham mudado de idéia e que tinha resolvido me destruir logo, recuei.

– Jack – disse Apolo bem divagar, o que não melhorou meu estado –, você precisa aprender a se portar perto de Zeus e dos outros olimpianos. Se os deixar irritados vai acabar virando pó. Ou cinzas. Nas circunstâncias imagino que incendiá-lo seria mais divertido. Sabe; churrasquinho em família. – ele abriu um sorriso sarcástico achando que ia me fazer sorrir, mas eu nunca ouvir nada mais assustador na vida.

– Apolo – repreendeu minha mãe olhando minha expressão pasma – vai acabar deixando-o nervoso.

Nem um pouco, pensei sarcasticamente.

Só muito, completou Vox.

– Tá tudo bem.– interrompi sem acreditar no que estava fazendo – Eu já li tudo sobre comportamento humano. Não deve ser muito diferente, não é?

 “Primeiro: eu vou estar no território dele, quando se esta no território de outra pessoa ou deus, nesse caso, seria um insulto se espalhar de mais, interrompê-lo, olhá-lo nos olhos; isso seria um desafio. E eu não quero desafiar o Rei dos Deuses” Apolo sorriu como se disse: ‘Não mesmo’.

 “Segundo: imagino que como ele é o Senhor dos Deuses eu deva me ajoelhar em sua presença e só falar quando falarem comigo. Ficarei tão quieto que nem vão me reparar. Vou manter a cabeça baixa assim não vou parecer petulante ou arrogante. Um anjinho.”

Que eu não sou, pensei.

Não mesmo.

Agora você concorda comigo.

– Bem – disse Apolo levantando uma sobrancelha –, ele tem grande probabilidade de não ser morto hoje. A não ser que Atena esteja de mal humor. Ou Hera, bem mais fácil que seja Hera. Reze para que Hades também goste de você; assim você não vai ser morto de maneira tão cruel e vai ser bem tratado no Mundo Inferior.

Engoli seco, apavorado. Minha mãe revirou os olhos dramaticamente.

– O senhor Zeus, lembre sempre de chamá-lo de senhor, vai convocá-lo para que se prostre diante dele, quando fizer isso se ajoelhe aos seus pés. Não fique nervoso – ela tocou meu rosto fazendo com que todo o medo fosse embora e que uma chama brotasse dentro do meu peito me aquecendo –, eles têm mais curiosidade do que medo.  

Aquilo não me tranqüilizou nem um pouco. Normalmente, quando as pessoas têm medo de alguém, elas não cessam até destruí-lo completamente para que não represente mais perigo. Os deuses não iam gostar de se sentirem acuados por um garotinho (seja lá o porquê se sentirem assim), e a curiosidade ia ser menor que a raiva, com toda certeza. 

Eu acenei tentando não parecer nervoso (difícil) e a porta atrás dela de abriu.

Eu me encostei-me à parede mais distante das meninas dentro do elevador, como elas gostavam, e Apolo ficou bem ao meu lado. Minha mãe se aconchegou entre suas Caçadoras, ela colocou o seu cartão de entrada na abertura e um botão escrito 600 apareceu. Apolo o apertou

Provavelmente tinha uma musica de fundo, mas minha cabeça estava distante dali. E tentava descobrir que deus eu estava mais ansioso para conhecer. Hades, o Senhor dos Mortos; Atena, a Deusa da Sabedoria e da Guerra Justa; Hefesto, o Deus Ferreiro; Hestia, o Lar ou Zeus, o Rei dos Deuses.

Plim. E as portas se abriram perto de mais do meu rosto.

Dei um passo e me vi em um corredor estreito sem nada dos lados, olhei para baixo e dei de cara com New York há quilômetros de distancia. Há alguns passos de onde eu estava tinha uma escadaria, que levavam ao cume de uma montanha com neve cobrindo a ponta.

– Como isso pode estar aqui?! – perguntei atônico – É uma montanha. Em cima de Nova York. Com praças, ninfas, uma cidade de mansões e... aquilo é um Coliseu? O que diabos um coliseu faz no Olimpo? É Romano e não Grego. Erro histórico! O coliseu fica em Roma não em Atenas.

As Caçadoras passaram por mim indo direto para a escadaria em fila dupla (organizadas, né?). As portas do elevador se fecharam. Os dois deuses pararam do meu lado.

– É a Névoa. – disse um dos dois, eu estava estático demais olhando para o Olimpo. – Impede que os humanos vejam isso, monstros ou qualquer coisa de nosso mundo. E isso aqui é o Olimpo não Atenas.

– Tem na Ilíada. Os monstros e deuses transitavam entre multidões e não eram notados. Isso aqui também não é Roma – lembrei-me.  

Não ouvi a resposta, se é que teve uma, por que meus olhos começaram a doer, eu soltei um grito sufocado e cai de joelhos, eles se ajoelharam ao meu lado então as portas do elevador se abriram.

– Dionísio... – disse Apolo.

Ouve um “ahn” desinteressado e então minha dor diminuiu, mas meus olhos estavam estranhos embaçados. Meu tio me ajudou a levantar, olhou meus olhos e disse com certa acusação:

– Púrpura.

O homem se colocou a minha frente. Não consegui vê-lo direito só reparei em seu moletom com estampa de onça.

– Isso é vinho. Grande clichê! – afirmou e subiu as escadas de mãos dadas com uma mulher. Provavelmente Ariadne, mas eu estava nervoso demais para reparar em uma das pessoas que eu mais admirava.

– Seus olhos mudaram de cor na presença de Dionísio vai acontecer com todos os deuses. – disse minha mãe em algum lugar bem perto, não consegui ver onde – Nos estamos controlando, mas acho que pegamos o Deus do Vinho despercebido, pelo menos – sua voz ficou ameaçadora –, assim espero. No Conselho vai ficar branco e só vai incomodar um pouco. Você não esta acostumado, mas logo não vai mais incomodar.

–O.K.– respondi míope.

Minha visão voltou quando nós estávamos em frente ao Tribunal dos Deuses. (Que oportuno, não?) Eu podia sentir o poder irradiando das portas, fazendo minha pele formigar. Péssima sensação. Se eu estava me sentindo mal do lado de fora do prédio ali parecia que eu tinha morrido e se esqueceram de me avisar

As Caçadoras estavam atrás de mim, elas estavam inquietas confirmando minha impressão que sentiam a mesma coisa sobre a sala. Respirei fundo algumas vezes, não queria entrar ali, não mesmo. Meus instintos me diziam para dar meia volta e correr o mais rápido possível para o outro lado. Mas engoli meu medo (não todo) soltei todo o ar de meus pulmões e tentei relaxar.

Os dois deuses se entreolharam; nervosos, colocaram as mãos nas duas portas enormes e as empurraram. Meu coração acelerou quando viu a enrascada em que me meti.

Os doze olimpianos tinham no mínimo seis metros de altura e estavam sentados em tronos colocados em U invertido. Todos nos encaravam, bem a mim na verdade e eu não gostei disso; era assustador. Tanto poder concentrado em um só lugar e tantos olhares poderosos em cima de mim... Primeiro eu tive mais fascinação do que medo por tudo aquilo, o que me acalmou um pouco, mas depois me toquei que provavelmente estava sendo desrespeitoso.

No trono do centro estava Zeus olhando-me severamente, a primeira coisa que eu notei foram os olhos, azuis, mas não azuis comuns eram como o céu em um dia lindo e iluminado. Ele estava de terno, sua barba me lembrou uma nuvem de tempestade era cinza e preta. Acho que ele era bonito, não sei bem dizer.

Desvie o olhar, suplicou Vox, ele é Zeus vai nos matar se sentir afrontado. Eu não quero morrer, se você quer não é da minha conta. Eu quero sair dessa cabeça.

Então saia. Não te chamei para dentro.

Mas eu obedeci porque não queria morrer ali e porque não queria ouvir a voz suplicar por isso de novo. Enterrei o olhar nos ladrinhos contando-os repetidas vezes. Meus olhos incomodavam um pouco como se eu tivesse ficado tempo demais sem piscar.

Fiquei parado lá. As Caçadoras não entraram, inseguras. Apolo e Ártemis voltaram a se entre olhar, nervosos, e foram para os seus lugares e eu fiquei tremendo, assustado e sozinho de frente para o Conselho Olimpiano. Todos estavam em silencio me olhando, pude sentir a tensão da sala e o poder em cima de mim e não gostei de nenhum dos dois. O Deus dos Raios esperou até Apolo e Ártemis se sentarem para falar:

– Aproxime-se, Filho do Olimpo.

Minhas pernas tremeram; ele estava falando comigo, obviamente. Gostei do nome, criativo. Tão criativo quanto “Vox”. Eu abaixei a cabeça o máximo que pude e cruzei a enorme sala com passos largos. Quando cheguei perto dele o ar se encheu de ozônio o que fez minha cabeça girar um pouco. Ajoelhei-me aos seus pés:

– Meu senhor.

Exagerado, disse Vox, nervoso, você devia ter dito só senhor.

Ah, não enche ou eu vou encará-lo direto nos olhos e chamá-lo de Tio Tomadinha.    

Aquilo pareceu deixar Zeus curioso, o bastante para fica em silencio e me observar, de vez em quando ele olhava Ártemis. Aquilo pesou sobre mim e chegou a fazer meu pescoço doer um pouco.

Distraia-se, disse a mim mesmo, ele pode demorar o quanto quiser e você tem que ficar quieto.

Eu comecei a reconhecer os deuses a minha volta com o canto do olho. À esquerda de Zeus estava uma mulher elegante, com um olhar cruel, bonita e com o vestido decorado com penas de pavão.

Hera, disse Vox monotonamente, Dã, é obvio. Filha de Cronos e Reia, irmã e esposa de Zeus; Deusa do Casamento e da maternidade. A Rainha dos Deuses. Desvie o olhar essa aí também é maluquinha, vai colocar um pavão enlouquecido em nossa cola.

Mais fácil que seja um leão.

Ou uma vaca.

Assustador.

Nem me fale.

Olhei para sua esquerda, lá estava uma mulher com aparência orgulhosa e sábia. Seus imensos olhos cinza-tempestuosos que me encaravam como se pudessem ler minha sinceridade e minha mente.

Atena; continuou, pare de encarar. Deusa da Sabedoria e da Guerra Justa. Filha de Zeus e sua primeira esposa, Metis, a prudência, rival de Posidon e Ares.

Um choque percorreu meu corpo; Ares era meu pai. Ele devia odiar os filhos de Ares. Tentei esquecer aquilo e relaxar.

Também sou filho dela, disse a mim mesmo rapidamente.

Ah, é.

Minha mãe estava entre ela e uma mulher que usava um vertido bonito dourado e verde, cabelos em trança e jeito que não queria ter muitos amigos.

Deméter, a Deusa da Agricultura, mãe de Perséfone, filha de Cronos e Reia. Ah! Essa é a maluca que não conseguiu se distanciar da filha. Bonita.

O que diabos importa se ela é bonita?, pensei, Não é relevante.

Tá, tá. A próxima é Afrodite, repete que beleza não é relevante pra ver o que te acontece. Vai lá!  

A última usava um vestido rosa discreto, mas muito bonito com detalhes delicados e atraentes, tinha maquiagem perfeita e um rosto belíssimo que me tirou o ar: a Deusa do Amor e Beleza. A original, a mais linda de todas; de acordo com Paris.

[Minha garota é melhor.]

– De pé semideus. – ordenou Zeus com a voz vacilando – Você, pelo menos, tem alguma noção de respeito.

E você continua sendo assustador, pensei.

Pare com isso, gemeu Vox.

Eu me levantei tremendo mais ainda. O Rei dos Deuses começou com um discurso sobre s perigos que eu representava. Eu, definitivamente, não queria ouvir aquilo, e não devia porque se meu nervosismo piorasse meu celebro iria virar purê, então resolvi me distrair com os deuses do lado direito.

Ao lado de Zeus estava um homem vestido como um pescador comum, com cicatrizes nas mãos e olhos verdes como o mar. Nesse não precisei da voz para saber que era Posidon, o Senhor dos Mares.

Logo à sua direita estava um homenzarrão com uma barba negra, espessa e em combustão, rosto bronzeado, marca por cicatrizes estranhas que o deformavam e mãos enormes cheias de calos. Meu coração acelerou: era Hefesto, o Deus Ferreiro, o deus que eu mais admirava e adorava. Tive que me controlar para não virar completamente a cabeça em sua direção. Ótimo: feio, mas brilhante.

Um cara com calças compridas de corredor e camiseta sem mangas com um celular nas mãos estava ao seu lado. Logo acima do celular flutuavam duas cobras verdes. A imagem de um caduceu apareceu na minha frente.

Era Hermes o Mensageiro dos Deuses ou de Zeus, vai de cada um.

Ele tinha a sua direita Apolo, Ares e Dionísio.

O ultimo, Dionísio, fazia lembrar um corredor obeso, brega, baixinho e mal-humorado que era amigo do meu pai. Usava um moletom com estampa de leopardo e roupas de corrida muito estranhas. Os olhos injetados de cor púrpura me encaravam com nojo.

Atenção: ele odeia heróis (com bons motivos, melhores que os meus) e eu, infelizmente, era um herói. Você não faz idéia de quanto é ruim escrever isso, mesmo depois de tantos anos não me acostumei com a triste realidade desse fato.

Perto a lareira estava Hades e Perséfone. Os reconheci imediatamente por que ele estava com um elmo de ferro negro com detalhes feitos a mão, Elmo das Trevas, embaixo do braço era a cara de Zeus exceto pelos cabelos negros e rebeldes e a barba mal aparada. E ela era, basicamente, a cara da Deméter menos os olhos que eram ora azuis como os do pai ora violeta ora milhares de outras cores.

Sentada em frente à fogueira tinha uma garotinha ruiva mexendo no fogo alegremente: Hestia. Hades aparentemente ficava despenteando seus cabelos por diversão. Ela tentava desesperadamente arrumá-lo sem gritar com o irmão e ele tentava não rolar de rir.

E sim, isso é bizarro. Com toda a certeza. Deuses são irmãos implicantes isso não é de impressionar depois de ler sobre Ares e Atena ou depois de ter conhecido Ártemis e Apolo, mas Hades e Héstia? É como dizer que Hera e Deméter são amigas inseparáveis. O que não são, eu esperava pelo menos.

– Todos nós sabemos o perigo que este semideus representa – disse uma voz diferente, rígida, musical e bela. Eu resisti ao impulso de olhar diretamente para a pessoa que falava, mas tinha um bom palpite de quem era – Todos nós sabemos que uma única gota de néctar ou uma pequena mordida na ambrosia pode torná-lo um deus...

Eu parei de respirar e acho que eles perceberam, pude sentir seus olhares, tão pesados quanto o de Zeus, na minha nuca. Mas não era com isso que eu me preocupava; eu não podia ser um deus, não podia ser imortal.

– Não. – minha voz concordou com os pensamentos involuntariamente enquanto eu sacudia minha cabeça para os azulejos – não, não, não, não, não, ah não. E-e-e-eu não posso ser um deus – eu esqueci tudo a minha volta e olhei diretamente para Zeus –, eu sou desorganizado, impulsivo, irresponsável, mesmo que e fosse o deus de limpar a sola do sapato, eu – minha respiração pesada me interrompeu – estragaria tudo. Eu não posso ver mais ninguém que eu amo morrer, se eu virar um imortal...

Podia sentir o choro vindo em minha garganta. Isso não podia estar acontecendo naquele momento. 

– Eu quero morrer, quer dizer um dia, é claro, não agora, imediatamente. Dês de pequeno eu me apeguei com a idéia da minha morte, e até gostei dela e ansiei por ela algumas vezes, mas não com a dos outros. Não posso suportar nem mesmo o sofrimento de alguém que amo imagine a morte. Não, de novo não. Eu não posso suportar a idéia.

Os deuses se inclinaram para frente como se não estivessem me entendendo.

– Nunca vi ninguém ser tão sincero – disse Atena, incrédula com a mesma voz que me fez pirar. Meu palpite estava certo.

–Nem eu. – afirmaram Zeus e Poseidon em uníssono depois se entreolharam por uns segundos.

– Esse garoto é realmente sincero em tudo que fala. – disse Apolo – Na minha carruagem, vindo pra cá, ele falou... Posso dizer?– perguntou a mim.

Eu dei ombros ainda respirando pesadamente.

– Claro. Por que não?

 ­­– Ele falou que era feminista e que as mulheres eram melhores que nos. E falou com a maior sinceridade que já vi.

– E por que não? – perguntei – Com todo a respeito, eu prefiro virar pó a ser uma coisa que não sou ou dizer uma coisa que não acredito. Depende do momento é claro e do motivo, mas é terrível, minha consciência é cruel. E sim as mulheres são melhores que nós e muito.

Atena ergueu a sobrancelhas delicadas do mesmo jeito que Zeus e Ares.  

– Ele poderia se tornar um deus muito poderoso – afirmou Atena – Foi um erro conceder tais bênçãos. Mas, pelo jeito, o garoto não tem nenhum desejo de ser um deus, o que é estranho, em minha opinião, mas mesmo assim não poderíamos evitar, vai acontecer algum dia. Proponho que ele faça algum juramento.

– De fato é uma boa idéia, Atena. É claro. – concordou Zeus monotonamente.

Ares me olhou com as sobrancelhas levantadas como se dissesse: “Não te disse?” Deixei um pouco de a tensão desaparecer e sorri para ele; lá no fundo eles era os deuses que eu tanto admirava só que do século XX.

“Jack, você estaria disposto a fazer uma aliança permanente com o Olimpo? Quero deixar bem claro que não vai ter volta. Ou cumpre ou te matamos”

Cara legal!, murmurou Vox

Eu respirei fundo; queria gritar “Não!” sair correndo e me jogar do 600º andar, mas eu precisava fazer aquilo. Se eu tinha poder o bastante para deixar os deuses nervosos poderia ajudar em alguma coisa.

Eu era uma criança e estava inseguro, tá legal?

– Sim, meu senhor – respondi com a voz míope.

– Filho – chamou minha mãe me virei para ela, – você jura, pelo Rio Estige, que irá ser leal ao Olimpo, protegê-lo e a todos os deuses que te abençoaram, aconteça o que acontecer, mesmo que isso... – ela engasgou com na ultima frase – cause sua morte?

– Eu juro, juro pelo Rio Estige – um trovão selou o acordo.

– E, por favor, fique longe de ambrosia e néctar – disse Zeus me olhando com o cotovelo apoiado no braço da cadeira e massageando a testa se previsse uma grande enxaqueca. Estranhamente tive a sensação de que ele tinha todo razão. Uma sensação horrível. Não por eu ser uma dor de cabeça, mas pelo fato de Zeus ter razão.

 – Sim, senhor. Obrigado. – respondi fazendo uma reverencia desajeitada.

– Quem se opõe à aceitação da promessa e à decisão de manter o menino vivo, levante a mão.

Olhei em volta discretamente, sem respirar; ninguém se opôs. Soltei o ar e peguei uma tragada de ozônio e oxigênio. Meu mundo girou em 720° e tudo que ouvi foi um estalar de dedos vindo de Hera. Três seguranças vestindo azul bebê apareceram do nada. As portas se abriram em um rompante e as Caçadoras entraram.

– Levem o meio-sangue e as Caçadoras para o salão de festas – ordenou ela – Querido, dê início ao Conselho do Solstício de Inverno de verdade.

Zeus riu sobriamente para mim como se dissesse: “Você não é oficial!” eu lhe lancei um olhar de: “Obrigado por avisar antes!” e ele sorriu. E nós fomos levados para o salão ao lado.


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Notas finais do capítulo

por favor, comentem, nem que seja só um dos três de hoje!
próximo cap. tem festa e barraco!



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