O Filho Do Olimpo E A Faca Da Noite escrita por Castebulos Snape


Capítulo 4
Encontro O Idiota Da Van Dourada


Notas iniciais do capítulo

oi de novo!
estou postando quantos eu posso até minha mãe me levar de volta para casa.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/350773/chapter/4

Depois de cruzarmos a cidade em uma velocidade impressionante, chegamos o aeroporto e de lá partimos para o Rio de Janeiro, de lá nos iríamos para Nova York de primeira classe. Aparentemente ser um deus dava muito lucro.

Será que aquela viagem era financiada pelo Olimpo? eu era tão importante assim?

– Acampar em um aeroporto mortal – esnobou Ares enojado enquanto estávamos na fila da lanchonete. Ele existira para que eu ficasse ali com ele. Por que? Que tal: me fazer sofrer um pouco – Não é coisa para um deus como eu fazer. Que ela traga Hefesto ou Apolo da próxima vez. Atena iria amar isso aqui, ela poderia estudar o comportamento mortal. Argh!

– Então por que esta aqui, se é tão desmoralizante? – perguntei irritado. Tinha acabado de assistir a morte da minha melhora amiga e, ainda por cima, tinha que ouvir um deus daquele tamanho reclamar de tudo – Poderia ter deixado com que Ártemis viesse sozinha.    

Eu preferia Atena, pensei.

Somos dois, admitiu Vox mal-humorado, Será? Eu não faço parte de você? Isso quer dizer que somos um completo? Bem, a questão que isso aqui esta uma chatice. Eu quero outro monstro.

Ótimo! Agora eu tenho um deus idiota perto de mim e um filosofo otário na minha cabeça. E eu não quero outro monstro é só você! Estou exausto só de pensar naquele bicho.

Ares me olhou com uma das sobrancelhas levantada e soltou uma gargalhada estrondosa e nem um pouco contagiante.

– Esse tem meu sangue – Eca. Uma “eca” gigantesca – E eu lá sei? Ahn... Acho que é porque eu sou seu pai e pela primeira vez eu me importo de verdade com um dos meus filhos. E você é realmente poderoso. Não podia Ártemis sair na frente contigo.

– Nooossa! – murmurei passando a mão pelo peito, aquele papo estava me deixando com azia e meu estômago estava vazio, se houvesse algo nele eu tinha colocado para fora – Que reconfortante, Papai Guerra – ele riu com o apelido – Quantos filhos você tem, afinal?

Quantos irmãos eu tenho, devia ser a pergunta, esnobou Vox.

Ignorei-o encarando Ares.

– Você quer que eu me lembre de todos? – ele suspirou e olhou para suas botas como se fizesse as contas, depois de vários minutos de silêncio: – Vários. Contente-se com isso que é a única coisa que vou lembrar.

Que ótimo!

Pelo menos ele sabe seu nome.

De novo: que ótimo!

Ele passou o braço entorno dos meus ombros como se fosse legal (não é legal). Eu me senti um idiota, mas um idiota com motivos para ser idiota afinal eu era filho de Ares. O que é triste. Inclusive escrever isso. Eu devia apagar, mas me comprometo com a verdade.

Quando chegamos ao caixa ele parou para pegar dinheiro na carteira de couro de cobra e a moça do caixa, linda só para deixar marcado, pareceu interessada nele. Não sou capaz de explicar o porquê desse interesse, talvez pena!

Eu não quero ver ou imaginar com isso vai acabar, pensei.

Eu quero. E posso facilmente. Vamos ganhar outro irmão!, disse Vox felicíssimo, Ou irmã! Espero que seja irmã, sempre quis uma irmã.

Obrigada Vox! Agora, graças a sua doce insinuação, eu tenho imagens pitorescas na minha cabeça.

Claro! Eu estou em sua cabeça, posso garantir isso.

E, continuei só para não deixar que ele desse a última palavra, se você quer uma irmã é óbvio que eu também quero! Mas não desse jeito. Eu quero uma filha de Atena. Se é que ela pode ter filhos.

E eu uma da Afrodite. Se Ártemis pode, qualquer um pode.

Cale a boca.

Ares levantou os olhos e sorriu vitorioso para a garota. Eu gemi e desejei morrer ali por um motivo qualquer ou apenas perder a consciência completamente.

A moça começou a falar do casaco dele e tocar em seu peito musculoso e ele a dizer como conseguiu as cicatrizes. Um papo ridículo. Não é lá uma coisa que eu quero descrever detalhadamente, ou consiga, meu QI é alto demais para isso.

– Eu vou atrás de Ártemis – murmurei, infelizmente ele me ouviu e, apertando meu ombro com mais força do que o necessário, me forçou a ficar ali. Foi doloroso ouvir toda aquela baboseira sobre armas, motos e roupas de couro (mais doloroso do que a mão destruindo os meus ossos), da qual, não sei por que, a garota parecia estar gostando.

Almocei um sanduíche enorme escolhido por Ares. Ele não deixou que eu pegasse o que eu escolhi, que eu ia comer, que já era grande demais para mim, (“Você vai ter que parar de comer essas coisas naturebas e começar a ganhar forma de homem. E não ouse me fazer passar vergonha na frente da garota”) com refrigerante, que (impressionantemente) não matou minha fome. Ares tomou uma cerveja e fez um desenho abstrato na garrafa com as unhas para passar o tempo. Bem depois de um tempo percebi que não era um desenho abstrativo era uma... Como posso descrever aquilo? Não, não posso. Tem crianças lendo isso.

Nota da edição:

Verificar A Classificação Indicativa Deste Livro.

Bem, acho que posso dizer que era a moça do caixa.

Ficamos algumas horas no aeroporto esperando o vôo das 18 horas. Eu me sentei de frente para uma televisão, com a intenção de ter alguma coisa brasileira na cabeça quando levantássemos vôo com, sei lá, escolas de samba ou algum cantor antigo que era realmente bom. Mas o que passava, infelizmente, era o jornal me lembrando do que eu não queria me lembrar.  

O repórter estava na minha ex-escola, de costas para o local em que eu matei a cobra e respondendo uma pergunta do ancora que não lembro o nome:

“Foi exatamente aqui que essa barbárie aconteceu, Fulano-De-Tal!

“Nesta manhã no norte do Maranhão a sucuri que causou toda essa tragédia foi vista pela primeira vez por moradores locais. Aparentemente a cobra nativa da Amazônia tinha aproximadamente dez metros.

“Esse monstro descontrolado rumou para a capital do estado do Piauí, Teresina sem ser detida, numa velocidade impressionante. Muitas autoridades tentaram frear o bicho, mas, de acordo com relatos de militares, as balas pareciam não ter efeito na pele do animal. Como se a atravessassem sem causar danos.

“A sucuri destruiu todo em seu caminho antes de chegar, por uma terrível peça do acaso, ao colégio onde me encontro”, o câmera virou-se e filmou a entrada do colégio praticamente destruída.

“De acordo com testemunhas a cobra perseguiu um garoto de 12 anos identificado como Jack Leal até o telhado atrás de mim, que desmoronou. Um caco de telha atingiu Amanda Soares colega de classe e amiga intima de Jack diretamente no estomago que causou hemorragia interna e a matou na hora.

A foto de Amanda sorrindo de branco comigo do lado, também de branco, apareceu na tela. Era o Dia das Mães, nós íamos para uma caminha idiota da escola e ela estava muito animada porque estávamos promovendo a paz na caminhada também e isso era incrível!

Eu acho que a respondi:

“Grande coisa! Nós estamos em guerra conta Martins. Nunca se esqueça que não podemos falar de paz até que isso tenha acabado. Afinal, pegou os balões de tinta?”

No meio da passeata nós subimos em um dos prédios por onde ela passava e jogamos balões de tinta vermelha em cima dos alunos e professores. A maioria dos alunos sabia que tinha sido nós dois e levaram na esportiva. Os professores e a diretora (Amanda e eu tínhamos jogado dois balões exatamente em cima dela por pura sorte) ficaram “vermelhos” de raiva, mas nunca conseguiram provar nossa culpa.

Eu puxei para frente o boné dos Yankees que Ares empurrara na minha cabeça para esconder meu rosto e chorei um pouco mais, porque o mais triste era saber que ela estava comigo todos aqueles momentos e agora não ai mais estar em nenhum. 

“Nem a cobra nem o menino foram localizados. Autoridades locais pedem para que os moradores tenham cuidado esse animal é perigoso e esta a solta. Quem encontrá-lo deve ligar imediatamente para policia militar e manter distancia...”

Pelo menos, pensei, espero que o animal perigoso seja a cobra e não eu.                         

A transmissão ao vivo foi encerrada e outras notícias foram passando. Eu me levantei e corri para o banheiro. Quando entrei chequei se estava vazio e tranquei a porta.

Tirei o boné e me olhei no espelho. Eu definitivamente estava horrível. Meu rosto estava ralado, vermelho; minhas olheiras pareciam mais profundas que o normal, eu não tinha dormido na noite anterior pensando na prova.  Meu cabelo anormal estava na altura dos ombros e desgrenhado. A pele morena estava esbranquiçada e parecendo sem vida e os olhos, negros, enlouquecidos e vazios, ninguém da minha família tinha olhos realmente pretos, outra coisa que não encaixa. Provavelmente tinha herdado aquilo de algum olimpiano.    

É. Eu sou um animal perigoso.

Nosso vôo chegou e eu estava uma pilha de nervos. Eu sentei entre os dois. Ártemis no corredor brincado com um canudo de plástico parecendo aborrecida e Ares ficou olhando para a janela com tédio. Ele tinha tirado os óculos logo que se sentou. Eu pensei que ele teria olhos castanhos como eu imaginava os de Hera, mas não. Suas orbitas eram vazias e cheias de fogo como mini explosões. Não é uma coisa legal de se ver.

Tentei me distrair, já que e não ia conseguir dormir mesmo (e não queria por que eu iria acabar sonhando com Amanda mesmo) e como também não queria falar com nenhum dos dois, e imaginar como seria o Olimpo, mas a única imagem que me vinha a minha cabeça era o Parthenon. Aí me lembrei que o Olimpo era uma cidade: vários Parthenons cheios de deuses menores e ninfas e musas...

– Você sabe falar inglês? – perguntou Ártemis de repente no meio da viajem.

Respondi que sim com um aceno de cabeça.

Inglês, Francês, Italiano, Latim e Espanhol..., recitou Vox, tediosamente. 

Minha atenção estava em outra coisa de novo. E instintivamente comecei a coçar o rosto.

Tentei imaginar o que meus amigos estariam pensando de mim naquele momento. Que eu era culpado da morte de Amanda e estaria fugindo? Que tinha entrado em uma terrível depressão e meus pais me trancaram em casa? Ou, o mais provável, que eu esteja me sentindo culpado o bastante para não colocar a cara na rua?

Aí me lembrei que a ultima era a correta, só que dois deuses gregos tinha me arrastado para fora de casa. Isso meus colegas nunca imaginariam.

Pelo menos espero que não, pensei, fumar maconha é crime.

Não espere tanto dos mais anormais, disse Voz, aquela Letícia do terceiro anos médio é meio maluquinha e nos sabemos que ela faz as coisas mais improváveis. Deve fumar maconha também.

Eu ri comigo mesmo e Ártemis me olhou com uma sobrancelha levantada.    

Então olhei para Ares como se ele tivesse feito uma coisa engraçada (Ridículo! No dia que aquele brutamontes tiver um senso de humor que me agrade, o mundo terá acabado, sei lá Cronos vai comer novamente seus filhos), mas reparei que ele estava olhando para fora acompanhando com o olhar um carro esporte prateado que seguia o avião.

Eu me estiquei para ver melhor.

Tinha um cara loiro pilotando o carro de Ártemis e sorrindo como se estivesse prestes a ganhar milhões, o que parecia iluminar a noite densa, como se fosse o próprio sol. Logo que ele me viu acelerou e girou entrono do avião passando a centímetros das turbinas, como ele não desestabilizou o avião eu não sei. 

– Apolo esta nos seguindo dês que cruzamos a fronteira. – disse Ares tediosamente – Ele roubou sua carruagem. E vai acabar nos derrabando desse jeito.

– Eu sei – respondeu Ártemis sem sequer tirar os olhos do canudo – Se ele não bater em nada, tudo bem. E ele não vai nos derrubar sabe que eu ficaria furiosa.

Depois dessa eu não consegui nem mesmo relaxar até que nós descemos do avião no JFK. Não me lembro bem, mas acho que devemos ter feito alguma escala, Ares deve ter me carregado para o outro avião. Depois de ver um cara voando em um cara com um carro do lado de um avião, eu fiquei um pouco... Apavorado? Não é uma palavra forte o bastante... Aterrorizado?

Na porta do aeroporto eu percebi que estava tudo cheio demais, tinha crianças demais. Então eu entendi, eram garotas usando os mesmos casacos prateados e calças camufladas. Elas começaram a se agrupar ao lado da saída com um cara loiro, com um sorriso brilhante e óculos escuros; Apolo.

– Mana! – exclamou ele fazendo Ares rir – Vocês demoraram. Eu pousei, foi pegar as meninas e voltei vocês ainda não tinham chegado.

– Não me chame de mana, cabeçudo! – disse Ártemis tentando segurar o sorriso de satisfação em ver todas aquelas meninas e o irmão, mas sem muito sucesso.

O cara a ignorou e colocou sua atenção em mim.

– Então esse é meu pequeno orgulho? – perguntou abrindo os braços.

Meu corpo ficou tenso; eu tinha matado a Píton o mesmo monstro que Apolo ficou famoso por matar. Seu sorriso se ampliou tornando quase difícil de olhar.

– Bem vindo à família, moleque! Cara você cresceu. De ultima vez que te segurei no colo você tinha acabado de nascer. Tão pequeno. Tão careca. Tão rosa! – ele me abraçou e me deu uns tapinhas no ombro. Rosa... – Adorei como você matou aquela coisa irritante. Mamãe ia adorar – seu olhos desceram para minha mão que ainda estava vermelha – Isso foi o veneno da...

Ele arfou, pegou minha mão direita olhando meu rosto parecendo confuso, então a fechou nas suas e, em um brilho dourado, curou meu ferimento deixando apenas a marca descolorida.

– Valeu.

– Como é que você estava segurando a dor? – ele serrou os olhos me analisando – Sinceramente você devia estar em agonia.

– Aaaah...

Acho que se eu respondesse: Nem estava sentindo seria estranho, mas eu não poderia mentir para ele.

– Não sei bem – Não deixa de ser verdade, tá legal? – Obrigada, senhor.

– Na boa, moleque – Mas ainda me olhava curioso – Talvez só tenha destruído suas terminações nervosas... Ah, deixa para lá. Não é importante.

Por que não sãos suas terminações nervosas, pensei.

A garota que estava logo atrás de Apolo me fuzilava com o olhar. Ela tinha uma pele cor bronze, era mais alta e graciosa que todo o resto e usava um diadema nos cabelos que a fazia se destacar entre as outras. Eu desviei o olhar para não parecer arrogante.

– Jack, estas são minhas Caçadoras.– disse Ártemis orgulhosa.

As garotas desviaram de Apolo e deram um passo a sua frente me encarando como se eu fosse a caça, não é uma sensação boa, acredite.

– Esta é Zoë Doce-Amarga, minha tenente – a garota diferente das outras estendeu a mão direita para mim, sei que ela não queria estender a mão queira me bater com ela. Eu apertei sua mão e senti que ela tinha nojo e raiva de mim. Isso não é legal. Ela parecia má e poderosa, o fato de não gostar de mim era péssimo.

– Pegai. – disse ela me entregando uma jaqueta preta de couro parecida com a de Ares só mais curta indo somente até meus joelhos, cheia de bolsos – Senhor Apolo achou melhor você ter uma, lá fora deve estar realmente frio.

Eu agradeci aos dois imaginando por que “Pegai” e por que parecia que ela não tinha certeza se estava frio. Ártemis me apresentou todas as Caçadoras e nós saímos. No exato momento que as portas do aeroporto se abriram eu senti o vento gelado entrar carregando um pouco de neve para dentro. Zoë podia não ter certeza, mas estava absolutamente certa.

Eu estremeci involuntariamente. Apolo passou o braço em torno dos meus ombros, o que me aqueceu um pouco. Fechei o meu casaco novo passando uma aba por cima da outra e cruzei os braços escondendo minhas mãos por dentro das dobras dos braços.

Nós andamos até a van amarela do lado de fora. Falcões de caça enormes estavam pousados em cima dela. Eles me lançaram um olhar amarelo, assustador e cruel. Encolhi-me mais para perto de Apolo (que sorriu para mim) e olhei para Ártemis que ouvia atentamente alguma coisa que Zoë dizia.

Ares foi até sua moto que apareceu ali num passe de mágica e partiu roncando loucamente na nossa frente.

Na lateral da van estava escrito:

CUIDADO! Perigo Mortal.

Transporte infantil: mantenha distancia.

Gostei desse cara!, disse Vox, Ele é realista.

Fique calado. Eu chego até a gostar de você quando está calado. E não se esqueça que somos crianças.

Mais perigosos que você é difícil de encontrar.

O pior que é verdade.

Na van minha mãe (estava me acostumando com a idéia) e Apolo (que tinha insistido para que eu o chamasse de tio, que eu não ia chamar), se sentaram nos bancos da frente, eu me sentei logo atrás dela e as quinze Caçadoras o máximo longe de nós, bem de mim e de Apolo.

Depois de alguns minutos constrangedores uma das Caçadoras me chamou (não imagine que foi: “Jack?”, não, foi mais: “Garoto?”), aquela com o nome Kelly.

Eu me virei olhando-as em um todo, afinal elas agiam como se fossem um e me matariam em conjunto mesmo.

– Então; qual a sua opinião? – perguntou me olhando nos olhos.

– Sobre o que? – perguntei erguendo as sobrancelhas e sentindo um sorriso bobo se formar no meu rosto.

–Tudo isso. – disse-me outra que estava sentada ao lado de Zoë.

Eu me inclinei para frente ficando sério.

– Olha, aqui cá entre nós, eu sou meio burro, bastante estúpido pra falar a verdade. Olha quem é meu pai! Por isso eu estava no colégio nas férias. Então vocês vão ter que explicar melhor, muito, muito melhor.

– Ser filho de nossa Senhora e dos outros olimpianos – esclareceu Zoë de mal-humor por ter que falar comigo, ela colocou ênfase em cada sílaba como se falasse para uma pessoa de mentalidade inferior. E falava, mas não precisa esfregar isso na cara do pobre coitado. Então sorriu sinicamente – Que acha disso?

– Aaaah, entendi! – exclamei. Ela fechou a cara para mim como se disse: “Bom para você” – Sabe; eu sempre gostei da mitologia grega e dos deuses, mas ser um semideus... Tá eu admito que sempre tive essa vontade e tal, mas os heróis do passado eram tão... errados. Eles eram egoístas e desleais eu nunca tive o desejo de ser um deles.

– Então você não admira nenhum herói? – perguntou Apolo me olhando pelo retrovisor – Heracles, Aquiles, Teseu... Nenhum?

– Não. Eu detesto Teseu, o que ele fez com Ariadne foi... – segurei minha raiva – Desprezível. Eles normalmente só conseguem as coisas explorando alguém. Normalmente uma mulher. – eu coloquei minha cabeça no encosto do banco – Você vai achar muito engraçado, mas eu sou feminista.

O Deus do Sol se virou surpreso para mim depois olhou para minha mãe (eu já estava gostando de pensar nela assim) e ela o ignorou como se não estivesse escudando uma palavra. Eu queira que sim porque, sei lá, era divertido ouvir ela comentar alguma coisa que eu falava.

– E ele esta sendo sincero. Esse garoto definitivamente não é normal – disse Apolo para se mesmo. Grande novidade, aqui cá entre nós – Impressionante. Ele me lembra o...

Ártemis olhou para ele e o silenciou. Não pude ver seu rosto mais senti sua intensidade de longe e entendi porque Apolo calou a boca. Um ar tenso inundou o van e as Caçadoras se remexeram, desconfortáveis, em seus assentos. 

– Tudo bem, tudo bem – murmurou Apolo infeliz em resposta ao olhar – Já pedi desculpas, achei que já tinha me perdoado. Foi por ciúmes e... Eu vou calar a boca agora. Tudo bem. Então, Jack, continue falando, me livra dessa, garoto, você puxou a garganta de Atena.

– É claro que estou sendo sincero – disse eu com os olhos indo de um deus a outro – Mulheres são muito melhores que nós. São mais maduras, responsáveis, fortes, decididas... Literalmente são mais e melhores em tudo! Sem contar que são quase divinas afinal elas geram a vida e isso é divinal. Concorda? – ele se virou mais uma vez e sorriu como se dissesse: “Não!”

“O mundo estaria bem melhor se as mulheres estivessem no poder. O que era a umas centenas de anos. Não haveria coisas tão ruins assim. Pelo menos nós, homens, coisas estúpidas que somos, estaríamos devidamente controlados.   

“Por exemplo: Atenas foi por muito tempo a cidade mais prospera da antiguidade e quem tinha o patronato? Atena, uma deusa. Esparta, por outro lado, só conseguiu guerra, destruição e muita, muita desgraça. Eu culpo Ares.”

Ninguém se atreveu falar mais nada (o que quer dizer que o argumento era bom, eu acho ou péssimo, o que mais provável) até a van parasse na frente do Empire State. Quando eu disse: “uau” como o grande idiota que eu era, sou, sempre vou ser. Pela eternidade e além.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

no próximo cap tem Conselho Olimpiano!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Filho Do Olimpo E A Faca Da Noite" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.