O Filho Do Olimpo E A Faca Da Noite escrita por Castebulos Snape


Capítulo 14
Vou Para O Colégio De Gente Que Eu Odeio


Notas iniciais do capítulo

comentem!



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Dois dias depois eu esta tendo um ótimo sonho sobre com monstros, os deuses e com um centauro que gritava comigo para eu ser igual aos outros heróis,quando um trovão sacudiu minha casa e me acordou de supetão.

– Ontem eu fui dormir duas horas da manhã! – gritei para o céu sentado na cama – Eu preciso dormir mais! Daqui a três horas eu levanto.

Outro trovão pareceu derrubar a casa. Resmunguei um pouco mais e me levantei cambaleante.

Meus pais pareciam estar dormindo ainda, o que, levando em conta como eu acordei, é impressionante, então, bem devagar, abri a porta da geladeira e tirei o bife enorme que comprei alguns dias antes.

Fui para o quintal, fiz um monte de madeira e ateie fogo com uma lupa. O braseiro devia ser de um fogo retirado diretamente do sol e o meu ficou melhor do que eu imaginara. Atirei o bife no fogo.

– À Hera. Senhora, muito obrigado por me proteger.

Me sentei ali e observei o fogo ir apagando devagar até que só deixou cinzas. Loki estava dormindo com Falcon em suas costas. Dentro da casa ouvi alguém se levantar então fui para dentro.

Tomei café da manhã com meus pais e, pela primeira vez desde que eu voltara do Olimpo, nós conversamos sobre o ano e sobre Quíron. Quando mais eles falavam mais eu ficava zangado com o cara. Ele treinara os heróis que eu mais odiava. Ele era o ponto em comum de todos eles. Será que ele era o motivo de os heróis serem tão desprezíveis?

Ótimo,pensei,isso me aproxima dos heróis antigos. O que eu fiz para merecer isso?

Olhe por seu lado positivo, disse Vox, ele deve saber muita coisa sobre as historias antigas. Fofocas de três mil anos.

Idiota. Olhando pelo lado positivo ele foi educado por Ártemis e Apolo. Isso nos torna quase irmãos.

Lado negativo: ele é filho de Cronos.

Não é um lado negativo. Somos netos de Cronos. Hades é filho de Cronos. Não é só por ele ter um pai que era um traste não quer dizer que ele também é um trate.

Que bom que não nos comeram.

É mesmo.

Fui para meu quarto quando terminei de comer para arrumar minhas malas.

Bufei para o quarto bagunçado; fazia um mês que eu não o arrumava e ao ia arrumá-lo nos próximos oito anos. Era muita coisa para levar só meus livros... Abaixei a cabeça em pensar que teria que abandonar aquilo também. Meus livros, meus amigos, meus pais, meus discos, minha cama... Dei um pulo para trás quando percebi que o dente do Píton ainda estava em cima do meu criado mudo. Então olhei para a mochila preta em cima da cama.

Não era minha, com certeza.

Como isso veio parar aqui?,pensei comigo mesmo.

Eu não sou um Oráculo!,respondeu o enxerido mor com jeito de só estar me zoando.

Então cale a boca.

Você me fez uma pergunta.

Não, não fiz. Como você acabou de dizer: você não é um oráculo então não é obrigado a responder nada. Principalmente se for para me irritar.

Sobre a mochila tinha um papel dobrado delicadamente. Peguei-o inseguro e sorri ao ver quem era o remetente.


Jack, essa é uma mochila enfeitiçada vai caber qualquer coisa que quiser. Espero que chegue bem, Apolo está te esperando na Sala dos Tronos.

Boa sorte, filho.

Com

Ártemis.


– Obrigado, mamãe.

Coloquei o bilhete na carteira junto com o de Amanda e a lista de deuses.

Vamos lá, pensei.

Abri meu armário e comecei a colocar minhas roupas na mochila. Minhas meias primeiro, elas pararam no fundo preto como se nada tivesse acontecido. Depois coloquei minhas camisetas eram sete ao total, uma para cada dia da semana. Cinco eram pretas e o resto cinza. Essas foram seguidas por minhas cuecas que eram duas enquanto uma era lavada eu usava a outra.

Minha outra calça jeans preta, que eu nunca usava, foi por cima de tudo. Como já estava passando da borda da mochila empurrei para baixo até que a calça ficasse apenas no fundo preto como ficaram as meias.

Abri um largo sorriso e me passei para os vinis, estranhamente eu tinha poucos então os dei para meu pai guardar, não iam fazer muita falta.

Agora o mais importante, pensei, Meus lindos livros.

Eu tinha dezenas livros. Três series de oito livros sobre histórias fantásticas, dois sobre psicologia, três sobre leitura das expressões quinze livros sobre mitologia grega antiga, outros quinze sobre o Budismo, mais vinte sobre a magia e o xamãnismo, outros catorze sobre a história mística egípcia, dois sobre runas gregas e outros três sobre a mitologia nórdica, cinco sobre simbologia, o candomblé, o vodu, o Panteon romano,... Resumindo eram muitos livros. E todos couberam facilmente na mochila e ela nem ficou pesada.

Voltei a colocar todos os presentes divinos, mortais e a carteira em seus lugares de direito. O dente do Píton foi parar no compartimento pequeno da mochila onde eu pretendia esquecê-lo.

Minha mãe entrou no quarto silenciosamente e me encarou por alguns segundos. Eu a abracei com se fosse a ultima vez. A dor que ela estava sentido era mais do que evidente, ela praticamente me gritava que eu não fosse embora.

– Se acontecer qualquer coisa eu ligo para vocês – murmurei durante o abraço – Quer saber? Vou escrever todo o mês. E ligar todo dia para saber se estão bem. Se preparem para saber tudo sobre espadas, centauros e sátiros.

Meu pai riu e me abraçou por alguns minutos. Ele finalmente chorou depois de me prender em seu ali pelo dobro do tempo normal para um abraço e me ordenou voltar logo.

Depois de algumas horas de vôo Loki e eu descemos na mesma sacada do salão de festas. Nada tinha mudado só a parte das barracas que não estavam mais lá.

Mamãe não esta aqui, pensei, Que pena. Queria vê-la.

Vamos vê-la logo, disse Vox, Afinal somos seus únicos filhos.

Únicos não. Se ela ama suas Caçadoras e as trata como se fossem suas filha, então são minhas irmãs.

Nossas irmãs.

Nossas irmãs... Feliz?

Segurei as rédeas de Loki, Falcon pousou em minha cabeça e se prendeu em meus cabelos. Caminhei para a Sala dos Tronos onde era feito Conselho Olimpiano tentando não chamar muita atenção, mas Loki não parecia querer fazer isso. Ele balançava o rabo, babava e saltitava como se o mundo fosse lindo e inédito.

Quando entrei me deparei com Apolo deitado no chão do salão em seu tamanho humano (mais uma vez senti aquela coisa estranho nos olhos, mas passou rapidinho). Ele parecia dormindo, mas quando me aproximei percebi que ele estava cantarolando alguma coisa.

– Hã, tio? Tudo bem?

Ele ficou de pé em um pulo e me olhou radiante. Seu sorriso ia de uma orelha a outra como se eu fosse um enorme baú de ouro.

– Acho que preciso explicar algumas coisas sobre... Eu estava curioso quanto à... O que nós discutimos... Imagino...

– Zeus proibiu isso, Apolo – disse a voz de Hera.

O queixo de Apolo travou e ele endireitou as costas como se aquelas palavras o açoitassem.

Olhei em volta procurando a Rainha dos Deuses. Ela estava fuzilando Apolo com o olhar á alguns passos de nós. Então se voltou para mim com um sorriso maior que o de Apolo.

– Olá, Jack! Obrigado pelo bife, mas da próxima vez... Eu gosto de galinha. Seu tio não pode dizer algumas coisas então... – ela voltou a olhar Apolo com nojo – Vá direto ao assunto, querido.

Apolo que rangia os dentes de ódio, acenou com a cabeça. E me puxou pelo ombro até a porta mais distante.

– Com sua licença, Alteza – rosnou.

– Claro. Acho que meu marido esta me chamando.

Apolo me arrastou furioso pelo jardim do palácio resmungando e imitando Hera com uma voz infantil. Loki nos acompanhava rosnando um pouco com se sentisse a tenção no ar, Falcon sumiu no meio daquilo, eu não o culpo a velocidade em que íamos tiraria qualquer passageiro do serio. Normalmente eu teria ficado preocupado, mas ainda conseguia ouvi-lo piar em algum lugar das árvores.

Ele parou de frente para uma fonte, seu rosto estava contorcido em puro ódio. Algumas ninfas que estava lá saíram de fininho quando viram sua expressão.

Meu marido – imitou-a – Ela esta se esquecendo que o marido dela amou minha mãe. Aquela assassina. Eu odeio aquela mulher. Ela é... Argh!

– Não acredito que levou isso a serio – falei displicente – Ela estava brincando com você. Bem cruel. Esperto até. Na verdade foi uma jogada explendia. E aparentemente funcionou. Deixe-a para lá.

Ele me olhou de maneira estranha como se me admirasse de algum jeito e sorriu da minha aparente insanidade.

– Sabia que se ela ouvisse isso te transformaria em pó?

Assenti rindo sínicamente.

– Seu olhos estão dourados, deve ser por minha causa – Ele negou com a cabeça com um sorriso sínico e estalou os dedos. Meu mundo girou e quando percebi estava sentado num chão de terra molhada com um enorme prédio à minha frente. Isso não era estranho afinal eu estava em New York, mas o prédio era rodeado por árvores enormes e bonitas.

À minha volta dezenas de crianças e adolescentes me encaravam. Eles pareciam ter de seis a vinte anos e todos estavam armados com espadas, facas, lanças e arcos de bronze celestial (Eu aprendi a reconhecer.). Todos usavam agasalhos e armadoras.

Um garoto alto, atlético, moreno e com a pele queimada de treinar no sol avançou e me ajudou a levantar. Ele estava com um arco preso no braço e uma faca na cintura.

– Obrigada – arfei.

Ele sorriu.

– Por nada. Filho de quem?

Eu levantei a cabeça e abri a boca para responder, mas ele me encarou de olhos arregalados:

– É ele! – ele apontou para meu rosto e olhou para trás – O cara da TV Hefesto. O Filho do Olimpo. O que lutou contra o Píton e deu uma surra naqueles mortais. Cara você arrasou! – ele agarrou minha mão e sacudiu meu braço – Seus olhos estão laranja, isso é normal? Meu nome César Elfman, filho de Dionísio, não posso dizer que com orgulho. Você esta legal?

– Estou. TV Hefesto? Surra? Laranja? – eu sobrenadei (boiei) bacana – Ah... Tudo bem, é normal meus olhos mudarem de cor... Eu vou matar o deus do fogo se o encontrar de novo. Agora cadê a criatura esquisita que me trouxe para cá?

César franziu a testa e o ar ao seu lado tremulou. Apolo apareceu em segundos com Falcon no braço. Todos à nossa volta inclusive César deram um salto para trás.

Falcon piou alto, olhou em volta e voou para a floresta, ele me pareceu animadíssimo. Loki bufou no chão a poucos metros, depois se levantou. Todos arregalaram os olhos e engoliram em seco em sincronia, o que foi o máximo, e ele foi correndo para a floresta.

Apolo cumprimentou seus filhos enquanto eu resgatava minha mochila de cima de uma árvore. Quando eu pulei do galho e cai ileso no chão varias pessoas arfaram.

Olhei para o enorme prédio com paredes cinza e o nome pintado em preto: Caminho aos Elíseos. Engoli seco quando Apolo colocou a mão no meu ombro e me levou para dentro.

Admito que, levando em consideração a fachada, eu esperava grades, celas, gente gritando e sangue pelas paredes, mas tudo era tão claro e quente que me senti em casa instantaneamente, foi exatamente do mesmo modo que me senti quando Héstia me deu a bênção.

A nossa frente tinha um corredor comprido que dava em uma recepção. Apolo continuou me levando rápido e com o maior sorriso da terra.

Percebi que o corredor era repleto de salas de aula. Adolescentes davam aulas para outros adolescentes e escreviam nomes de deuses e monstros no quadro.

Quando percebi estávamos de frente para o balcão. A garota que conversava com Apolo era baixa, loira e tinha unhas e olhos verdes.

– Pinha, pode chamar Quíron para mim? – perguntou Apolo – Preciso urgente falar com ele.

– Claro – responde ela, depois puxou um microfone de debaixo da mesa– Quíron, o Senhor Apolo esta aqui e deseja falar com você.

– Obrigado – disse-lhe Apolo – Hã, Jack, Pinha é uma ninfa, uma dríade. A árvore que ele protege é aquele pinheiro ali – ele apontou para um pequeno pinheiro em um jarro muitas vezes maior que ele no canto da sala – Logo ela terá que ser replantada na floresta ai fora, não é legal? Pinha esse é Jack, ele é o Filho do Olimpo.

– Oi – murmurei ainda olhando o jarro.

– Olá! Vi você na TV Hefesto.

– O que raios é a TV Hefesto afinal? – perguntei.

– Canal de televisão de Hefesto, se não é obvio. É onde passa o Noticiário dos Céus, previsão do tempo com Éolo, aventuras de heróis e o resto de programas que são relevantes para os deuses e semideuses – sentiu a propaganda? – Todos do nosso mundo que são inteligentes assistem assim é fácil saber o paradeiro dos deuses – eu nunca vi coisa mais estranha, isso queria dizer que eu não era inteligente?

Assenti e já ia perguntar como eu tinha parado na TV Hefesto quando:

– Apolo! – exclamou uma voz rouca da nossa direita.

Eu me virei para a voz e dei um salto para trás. Eu já esperava algo daquele tipo, mas nada pode te preparar para certas coisas. Eu tinha lutado com o Píton, tinha um cão infernal, mas aquilo ia longe demais. Era um homem de meia idade, barba e cabelos castanhos, casaco tweed e da cintura para baixo um alazão branco, muito bem escovado para sua informação.

– Quíron! – exclamou Apolo com muita naturalidade – Como esta?

– Ótimo! – ele pousou os olhos atenciosos e calorosos em mim – Então você é o Filho do Olimpo que todos estão de que todos estão falando?

Assenti devagar olhando sua calda que ia de um lado para o outro. Sua calda!

– Ele vai preencher uma daquelas fichas – disse Apolo sério – e eu preciso falar com você.

Quíron assentiu e indicou uma sala a direita onde se lia: DIRETORIA. Nós entramos e eles me sentaram de frente para uma mesa de mogno.

Olhei para a sala grande e bagunçada. As estantes estavam cheias de livros e as paredes que não tinham estantes estavam lotadas de armas antigas e lembrancinhas das convenções dos Pôneis de Festa. O que era isso, eu não sabia.

– Jack – chamou Quíron, ele pousou a mão em meu ombro e sorriu, nenhum professor agia assim comigo, nunca, resisti ao máximo à vontade de recuar –, normalmente os estudantes não sabem quem é seu pai imortal até que sejam identificados. Os que sabem se responsabilizam por qualquer dano que podem causar se cometerem um erro. É ridículo. Mas quem sou eu para discutir?

“Como você sabe que são seus pais, preencha isso aqui.”

Ela caminhou até um armário de metal no canto da sala, pegou um papel e colocou-o na minha frente e me entregou uma caneta. Olhei e li no cabeçalho: Ficha Inscrição.

– Quíron – chamou Apolo apreensivo –, eu realmente preciso falar com você em particular.

Apolo e ele saíram da sala e eu, se me esforçasse, podia ouvi-los murmurando coisas. Imaginei que, se fosse para eu escutar, eles falariam na minha frente neguei com a cabeça e acionei a caneta. Me passei para o formulário. Era bastante simples como uma das provas do colégio. Depois que terminei me levantei e bati na porta como se estivesse querendo entrar.

Os dois entraram com expressões serias e me olharam como se eu fosse um condenado a pena de morte. Não é uma expressão que você ia gostar de ver um deus doido e um centauro de três mil anos, acredite em mim.

Nada bom, pensei, Se aconteceu alguma coisa para deixar Apolo preocupado foi uma coisa realmente seria.

Eu devia ser a voz na mente de alguém menos azarado, disse Vox como se estivesse sido derrotado em uma guerra contra o destino.

Eu queria ser menos azarado. E não ter uma voz em minha cabeça. Ah... Esse mundo seria tão bom.

Ah! Cala esse bocão!

Não posso estou pensando e não falando. Há! Dessa vez fui eu quem te dei uma volta!

Parabéns!

Apolo pegou minha fixa de inscrição e leu-a algumas vezes.

– Coloque Experiente aqui – apontou apagando com o dedo o que eu tinha marcado – e marque Bastões, Lanças e Arcos e Flechas aqui.

– Como posso ser experiente em habilidade com armas se lutei apenas uma vez? E eu nunca mexi com nenhuma dessas armas.

– Lutou só uma vez, mas foi contra Ares e você o venceu– seus olhos ficaram sonhadores – Ah, cara! Se depender de mim e de Hermes ele nunca vai esquecer isso na vida. Você tem a bênção de Atena, Ares e a minha. Marque logo. Mude o nome do pai olimpiano para Olimpo. E coloque o nome dos documentos, o nome falso. Você é Jack Johan St. James agora. E nunca vai mudar isso.

– Desculpe – esnobei fazendo o que mandava – Ainda não me acostumei com o nome falso. E não esperava ter que colocá-lo na minha fixa de inscrição – ele me deu uma bofetada atrás da cabeça – Ai!

Pegou um carimbo do bolso dourado, estalou os dedos e no papel surgiu um lugar para a assinatura do deus, então carimbou o lugar.



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Notas finais do capítulo

o próximo tem dormitórios e brigas.
tentei colocar a ficha, mas não consegui.



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