Estava abraçada com o meu pai há minutos, estava ouvindo o coração dele bombear,ele estava mais nervoso que eu pois o ritmo das batidas estava mais forte a cada minuto,eu estava me sentindo pior,pois sabia que tudo aquilo era culpa minha.A porta bateu atrás de nós,meus olhos foram na direção ao barulho,era Mel,ela estava com uma sacola cheia de chocolates.Olhei confusa para ela e a morena sorriu:

–Graças a Deus você está bem. –Ela jogou a sacola para Gabriel que estava apoiado na parede ao lado da porta,ele conseguiu pegar a sacola na hora. –Agora come e não enche a paciência Gabriel. –Ela disse ríspida e vindo na minha direção.

–Graças a mim também que essa loirinha está salva. –O arcanjo disse querendo os créditos do meu salvamento,para ele eu devia estar com uma plaquinha na minha cabeça com os créditos do salvamento. –Agora me traga algo para beber Marylin. –O sorriso dele se tornou travesso ao olhá-la.

–Por favor, dá um tempo. –Ela disse olhando irritada para ele enquanto se sentava na cama, meu pai separou o abraço e se levantou da cama, enquanto eu só olhava confusa para Mel,desde quando essa menina conhecia o arcanjo? –Está tudo bem com você Anna? –Mel perguntou preocupada enquanto olhava o meus braços enfaixados.

–Desde quando se conhecem? –Perguntei olhando para Mel e apontando para o arcanjo enquanto ele ria da minha pergunta. –Qual é o problema? –Levantei uma sobrancelha e estranhei o comportamento do feliz homem de jaqueta verde musgo.

–Sua amiga não te contou? –Ele parecia se divertir muito com aquilo,o sorriso dele só me deu mais vontade de bater um martelo na cabeça dele,ele decidiu prosseguir pois viu que eu não estava entendendo nada. –Sua amiga que te trouxe para cá,tudo isso foi uma emboscada. –Ele piscou para Mel. –Agora vai pegar o meu refrigerante,vai. –Ele disse apontando para a porta e sorrindo debochado.

–Desde quando ele manda em você? –Perguntei curiosa,pois Mel odiava ser empregada de alguém. –E porque você me trouxe para cá? –Virei à cabeça um pouco parecendo o Castiel-Cachorrinho.

–Depois te explico. –Ela disse se levantando da cama,andando até a porta e cochichando algo no ouvido do arcanjo,que só assentiu e depois sorriu. –Já volto. –Ela disse abrindo a porta e saindo do quarto.

–Sua amiga te trouxe para cá porque eu não podia te proteger lá na sua casa. –Ele olhou para Meg e fez uma cara de desgosto,ele só revirou os olhos e viu que eu não havia entendido nada. –Sua mãe quer que eu te protejo não é?Não essa ai. –Ele apontou para Meg como se ela fosse uma coisa nojenta grudada no sapato dele.

–Ei. –Protestei me Levantando da cama e olhando irritada para ele. –Ela é minha amiga. –Meg só riu e mostrou a língua para o arcanjo, a cara de bolacha parecia uma criança, ele só revirou os olhos e voltou para a sacola de chocolates.

–Mas voltando ao assunto,sua amiga só trouxe você até o lugar certo e bum. –Ele fez uma explosão com a mão e sorriu como se ganhasse o Oscar. –Agora eu posso te proteger. –Ele abriu uma barrinha de chocolate,o que fez revirar meu estomago e fazer uma careta. –Que foi loirinha?

–Como você não engorda? –Perguntei olhando para ele com ânsia de vômito, pois era a 10º barrinha que ele comia enquanto eu estava acordada, se fosse comigo eu já estava com 10 quilos a mais e fazendo exercícios na aula de educação física.Era o único jeito que eu tinha para tirar nota alta naquela matéria.

–Eu corro bastante,levanto peso,sou um atleta. –Ele piscou rindo e comendo mais um pedaço de chocolate. –É sério,adoro correr me exercitar. –Ele parecia ficar feliz fazendo toda aquela confusão na minha cabeça.

–Ele é Gay. –Dean disse sorrindo e pegando um chocolate de dentro da sacola que Gabriel segurava. –Eu aposto com você filha. –Ele piscou para mim e abrindo o pacotinho de chocolate.-Vamos apostar quanto?20 dólares?

–Dean já são 20:34,vamos deixar a Anna dormir. –Meg disse empurrando meu pai,Sam e o Gabriel para fora do quarto enquanto falava,e naquela altura do campeonato o Castiel já havia sumido. –Que tal ir dormir baixinha?Amanhã temos um longo dia pela frente. –Ela disse piscando. –Boa noite.

–Boa noite. –Falei passando a mão pelos meus braços e sentindo uma dor de cabeça horrível e forte.

Ela acabou desligando a luz e fechou a porta me deixado sozinha naquele quarto com cheiro de mofo e gelado,deixei na cama,peguei o lençol e me cobri,e fechei meus olhos.Mas não consegui dormir,pois meus machucados coçavam e ardiam,senti a faixa começar a apertar o meu braço,não estava desse jeito,elas estavam largas e não estava apertando tanto,comecei a coçar meu braço por cima da faixa mais nada adiantava.

“Deixe-nos sair Anna” uma voz quase macabra sussurrou na minha mente,com o susto eu me levantei da cama e olhei para os meus braços,eles estavam com um brilho rosa alaranjado,e o problema que não eram as faixas,eram os meus braços,minha respiração ficou pesada,e meus braços começaram a querer “explodir”,eles estavam crescendo,como uma bexiga enchendo de ar ou algo assim,o inchaço também começou na mão o meu me fez fechar os olhos de dor,tirei as faixas rapidamente...

–Enquanto isso-

–Povs Dean Winchester-

Alugamos um quarto para passar a noite no mesmo hotel,ao lado do quarto em que Anna estava,caso ela precisasse de alguma coisa,eu estaria lá,enquanto Sam tomava banho,eu estava pesquisando mais um caso,Meg estava no mesmo quarto que nós,só que em é e encostada na porta,brincando com uma faca de matar demônios.

–Sei por que o Crowley quer a Anna. –Meg disse olhando para a faca em suas mãos e sorrindo como se brincar com o perigo a divertisse muito.

Parei de olhar para a tela do computador e olhei para a morena,ela só sorriu divertida,estava na cara dela que escondia alguma coisa,eu podia matar ele naquele momento,mas eu sabia que seria pura burrice,eu precisava arrancar aquilo dela,tortura?

–Porque? –Perguntei me levantando da cama e pegando a arma que estava no bolso da minha jaqueta na parte de dentro.

–Elisabeth me contou. –Ela começou a prestar atenção na brincadeira que ela fazia com a faca com o mesmo sorriso divertido de antes. –Mas não posso te contar,são ordens dela. –O sorriso debochado ficou estampado no rosto dela.

–Ordens dela? –Falei rindo debochado,aquilo era a gota d’água,alem da minha filha estar correndo perigo eu tinha que ouvir um não por ordens da mãe que havia deixado a Anna comigo e não mandado mais noticias. –Desde quando ela dá ordens? –Perguntei apontando a arma para ela. –Agora diga,porque o Crowley quer a Anna?

–Dean,vamos ser sinceros,me matar não vai mudar nada. –Ela disse parando de brincar com a faca,depois me olhando e sorrindo. –Se eu morrer eu não posso te contar,e se eu ficar viva também não vou te contar. –Ela parecia estar se divertindo fazendo toda aquela confusão. –Mas... –Ela disse levantando um dedo para cima e parecendo pensar.

–O que? –Perguntei impaciente e com a arma mirada na cabeça da Meg.Ela conseguia tirar todo mundo do sério.

–Vamos dizer que a Anna tem um parentesco comigo. –Ela disse sorrindo maldosamente,ela piscou e depois soltou uma gargalhada em bom som.

–Quer saber Meg,isso é a gota d’água. –Falei irritado e guardando a arma no bolso da minha jaqueta e olhando para Meg para ela sair da minha frente,pois ela estava atrapalhando a passagem.

–Volte logo querido. –Ela disse sorrindo gentilmente, enquanto ia em direção a cama,se sentava nela e balançando a mão como se quisesse dar tchau.

Sai do quarto irritado,andei até o Impala e fui até o bar mais próximo.

[...]

Estacionei o Impala na frente de um bar chamado “Skyfall”,sai do carro e entrei no bar,uma garçonete passou por mim,ela usava uma blusa decotada e uma mini saia,não pude deixar de olhar para as suas coxas quando ela passou.No fundo do bar tinha um palco pequeno,me sentei em um balcão.Uma mulher loira me atendeu.

–O que deseja? –Ela perguntou limpando o balcão de baixo e sorrindo docemente.

–Cerveja. –Falei ainda olhando curioso para o palco,e depois ouvindo o barulho de copo na minha frente.

–Daqui a pouco vai ter uma apresentação se é que quer saber. –Ela disse um pouco entusiasmada enquanto colocava a cerveja no meu copo.

Ela se virou para terminar o que estava fazendo,levei o copo a minha boca e bebi um gole da cerveja, uma melodia suave começou:

Close your eyes, give me your hand, darling

Do you feel my heart beating?

Do you understand?

Do you feel the same?

Am i only dreaming?

Is this burning an eternal flame?

I believe it's meant to be, darling

I watch when you are sleeping

You belong with me

Do you feel the same?

Am i only dreaming?

Or is this burning an eternal flame?

Say my name the sun shines through the rain

A whole life so lonely

And then you come and ease the pain

I don't want to lose this feeling

Oh, oh

Close your eyes, give me your hand, darling

Do you feel my heart beating?

Do you understand?

Do you feel the same?

Am i only dreaming?

Or is this burning an eternal flame?

Meu queixo caiu,eu não podia acreditar,ela estava maravilhosa como sempre,seus cachos estavam arrumados,e ela estava com um vestido vermelho,porque diabos eu estou reparando nisso?Elisabeth estava cantando naquele palco,mas que merda ela estava fazendo ali?Uma coisa que ela odiava era freqüentar bares.

[...]

Sai do bar e fui até a porta dos fundos para ver se ela sairia dali,peguei a minha arma e fiquei posicionado ao lado da porta,até que ouvi umas risadinhas,e uma loira saiu pela porta,ela estava com o cabelo preso,peguei ela pela gola da blusa que ela vestia e a prensei na parede segurando-a pelo ombro,senti uma faca na minha barriga,a respiração dela estava acelerada demais,ela parecia não conseguir respirar.

–Elisabeth sou eu,o Dean. –Falei calmo e colocando o meu rosto aonde tinha luz,os olhos verdes dela ainda estavam arregalados.

–Seu idiota. –Ela me empurrou me fazendo se afastar dela. –Quem mandou você vim pra cá?Porque não ficou onde estava? –Ela disse completamente irritada e me olhando furiosa. –Não era para você estar aqui.

–Porque? –Perguntei ainda com a arma na mão e olhando para ela completamente confuso. –Não queria que eu soubesse onde você estava? –Agora o irritado era eu.

–Dean,só queria que a Anna ficasse segura com você. –Ela disse olhando para os lados. –Vamos para o seu carro,aqui não é seguro. –Ela parecia aflita com alguma coisa.

Seguimos até o Impala,entramos no carro,ela suspirou pesadamente como se alguma coisa a tivesse incomodando.

–Dean,eu só estou aqui porque tem demônios nessa cidade, eu atrai os demônios para esse bar porque se eles encontrarem a Anna,pode ser tarde demais. –Ela disse me olhando rapidamente e pegando uma faca na base que ela guardava na barriga.

–Porque o Crowley está atrás da Anna? –Decidi abrir o jogo. –O que ele tanto quer? –Minha paciência já estava se esgotando.

–Dean,isso não é hora para conversar sobre isso. –Ela disse me olhando com raiva e depois olhando para os lados. –Só quero que me faça um favor.

–Mais um?Você deixou a Anna comigo e nunca mais voltou,nunca ligou para dar noticias. –Falei da boca para fora,mas aquilo para ela soou como uma ofensa.

–Está me dizendo que não quer cuidar da Anna? –E ela entendeu completamente errado. –Olha senhor Winchester se cuidar da Anna é ruim demais para você me avisa, pois eu só a deixei com você para salvar a vida dela. –Ela queria gritar,dava para perceber,mas ela só disse completamente irritada.

–Como é? –Perguntei tentando ligar os fatos. –Pensei que você a tivesse deixado comigo para tentar protegê-la de alguma coisa.

Ela engoliu seco,talvez ela tivesse falado demais,pois ela só desviou o olhar para longe e fingiu que eu não existia.

–Dean,só me prometa uma coisa. –Ela voltou a me olhar,mas os olhos da loira estavam mais distantes que as estradas. –Se a Anna começar a sentir dor de cabeça ou as mãos dela ficarem inchadas, leve-a para esse lugar. –Ela disse pegando um papel e uma caneta do bolso,e anotando um endereço,e depois me entregando o papel.

–Mas o que? –Falei lendo o que estava escrito no papel. –Clínica Psiquiatra? –Olhei para ela confuso. –Nossa filha não é louca! –Exclamei um pouco irritado.

–Sei disso,mas quando chegar a hora você promete que vai levar ela para lá? –Ela me olhou com esperanças que eu disse-se sim,mas era difícil,não queria que a minha filha fosse dada como louca.

–Elisabeth eu não... –Fui interrompido pela loira.

–Só prometa Dean,eu preciso que você faça isso não só por mim,é pela nossa filha. –Ela disse ainda olhando para os lados e depois me olhando como se implorasse.

–Tudo bem. –Falei sem certeza e olhando para o papelzinho de novo.Havia um numero de telefone e 2 nomes. –Blood?Debby?–Perguntei olhando para ela mais confuso ainda.

–Quando chegar lá procure por elas. –Ela selou nossos lábios por um momento e depois voltou a me olhar. –Olha,só leve a Anna para lá,ela estará mais segura. –E depois ela saiu do carro,me deixando sozinho com perguntas vagando no meu pensamento.

–Na manhã seguinte –

–Povs Anna –

Minha cama estava pegando fogo,havia sangue escorrendo pelas paredes,eu não havia dormido a noite,sussurros perturbavam meu sono,meus braços doíam e minhas mãos estavam vermelhas,eu não estava bem,Deus o que está havendo comigo?