Empurrei a porta para que fechasse e logo no segundo seguinte Dimitri me prensou contra ela, seus olhos agora escurecidos, um sorriso malicioso no rosto, suas mãos passavam pelo meu corpo, minha pele se arrepiava ao seu delicado toque, seus dedos apertavam de leve minha cintura a qual ele puxava para mais perto de seu corpo, era como se qualquer aproximação não fosse o suficiente. Eu me via totalmente envolvida por ele, por seu cheiro, seus olhos, seu sorriso. Eu o queria, e queria agora, não tinha como voltar atrás, Dimitri começou a tirar meu bolero e jogando ao chão, eu fazia o mesmo jogando sua jaqueta também. 

Depois ele passou a mão pela minha coxa levantando meu vestido e acariciando minha bunda, ele a apertava e com isso minha barriga roçava pelo volume da sua calça. Percebi o quanto ele me  desejava, isso me fez sorrir enquanto o beijava. Logo em seguida ele tirou meu vestido por cima da minha cabeça e eu o empurrei em direção da cama, quando ele encostou nela eu o fiz se sentar e subi no seu colo. 

-Você é maravilhosa Roza. - ele murmurou em meu ouvido me fazendo morder o lábio. 

Seu beijo era faminto e excitante. Comecei a tirar sua camisa e o joguei na cama. Não conseguíamos nos separar. Quando finalmente Dimitri tirou a calça ele me virou, fiquei em baixo dele, suas mãos seguraram minhas pernas e as enrolei em volta de sua cintura. Estávamos completamente nus e tudo a nossa volta já não existia mais. 

Eu não queria parar mas eu não iria cometer um erro daqueles, disse a Dimitri para esperar um minuto e ele assentiu, deve ter se lembrando em cima da hora também. Na gaveta da cabeceira havia umas camisinhas, - Alberta me dizia que era sempre bom andar preparada- Bom, parece que agora entendo bem o que ela queria dizer. Vi que Dimitri parecia aliviado. Depois de já tudo pronto, chegou a hora que eu mais esperava, tinha que ser com Dimitri, agora eu sabia que não poderia ter feito minha primeira vez com outra pessoa que não fosse ele. Meu Dimitri foi muito carinhoso comigo, em tudo o que fazia, no inicio doeu um pouco sim, mas logo deixei isso de lado, eu pretendia aproveitar esse momento só nosso. 

Quando acabamos caímos os dois para o lado satisfeitos e tentando estabilizar nossa respiração, me senti completa e era como se todos os problemas do mundo tivessem desaparecido. Eu queria ficar com ele, agora mais do que nunca. 

Dimitri pegou em minha cintura e ficamos deitados de frente um para o outro fitando os olhares que dávamos, foi um acontecimento proibido, mas depois de tanta merda, eu merecia ser feliz. E agora sabia que essa felicidade nunca seria completa sem ele, sem o meu Dimitri. 

Ele me deu um beijo casto nos lábios e nos cobriu com o cobertor e enquanto acariciava meus cabelos ele disse.

-São lindos. 

-O que? - perguntei enquanto via seu sorriso aparecer, ele estava de guarda baixa e tranquilo, uma coisa bem rara. 

-Seus cabelos. - eu sorri com o comentário e segurei seu rosto, minhas mãos tocavam em seu lindo rosto e meus pensamentos eram apenas diretamente a este momento. Eu queria dizer que o amava, mas não sei se seria prudente fazer tal coisa.

Os minutos se passaram e logo adormeci, caí no sono profundo e sem sonhos, pelo menos foi por um tempo. Comecei a ouvir umas vozes em minha cabeça e elas eram voltadas a uma pessoa em especial. A voz era bem conhecida. Nathan.

"Belikov não erra minha cara."

"O que houve na viela foi apenas um jeito dele esconder seu... segredo!"

Abri meus olhos de leve e senti a claridade atingi-los, tateei o lado da minha cama mas não encontrei Dimitri ali, não era surpresa, se alguém nos pegasse juntos, não iria prestar. Eu sentia meu cabelo armado por completo, foi até bom, se ele me visse assim, com certeza iria terminar seu encanto por mim. Sorri com isso. 

Olhei no relógio e tomei um susto, eu estava atrasadíssima para ir a escola, tomei o banho mais rápido que podia e me troquei pegando a primeira roupa da minha frente. Uma calça jeans rasgada, camisa de manga romântica preta e all star, - sim, eu estava toda de preto-

Desci rapidamente até a cozinha e dei de cara com Belikov e Tanner, estavam me olhando e vi um olhar de divertimento de Mikhail, revirei meus olhos. Foi incrível o modo como agi normalmente perto de Dimitri, e ele era perito em fingir que nada estava acontecendo.

Os apressei dizendo do horário e apenas fomos eu e Dimitri como sempre. A viajem até St. Vladimir foi calma, enquanto nos aproximávamos ele pergunta sorrindo de lado.

-Tudo bem? 

-Sim, estou apenas apreensiva por causa do horário. Tenho um prova muito importante hoje. 

Ele assentiu e continuou dirigindo, vi que deu uma leve acelerada e logo já tínhamos chegado. Ele estacionou o carro e saí em disparado para a sala, já não havia mais ninguém no pátio, isso me preocupou. 

-Merda! - murmurei para mim quando estava na frente da porta da sala do meu professor de Física. 

Dimitri deu uma olhada companheira para mim, mas eu sabia que ele estava achando graça do meu desespero. Respirei fundo e então bati na porta e a abri. Todos já estavam fazendo a maldita prova, e logico que os olhares chegaram em minha direção. Um deles foi de Mia que me olhava sorrindo cinicamente. Pedi licença ao professor e me desculpei pelo atraso, felizmente ele não era tão mau comigo então me deixou entrar, mas se eu fizesse de novo eu ficaria para fora da sala. Dimitri não era oúnico guardião de St. Vladimir, aqui era um colégio onde a maioria dos alunos tinha pais como Abe. Dimitri ficaria no final da sala acompanhado de outros três homens.

Depois do desastre na prova eu estava para sair da sala quando Dimitri fecha a porta atrás de si.

-O que esta fazendo camarada? - estávamos só nós dois lá dentro. E ele parecia sério.

-Não te desejei bom dia hoje... - antes que eu fosse dizer qualquer coisa, ele me pega pela cintura e puxa meu corpo contra o seu e me dá um beijo de tirar o fôlego. Quando me solta eu ainda estava de olhos fechando tentando estabelecer minha respiração e ele também. Nossas testas ainda estavam coladas e ele murmurou. - Bom dia Roza. 

-Muito bom dia camarada. - falei sorrindo. -É melhor sairmos daqui antes que nos peguem. 

Ele concordou e me soltou, quando saímos da sala alguns olhares não passaram despercebidos por nós, até por que meu guardião era um homem muito bonito e acho que todos se lembravam da dança que havíamos tido na festa passada. 

O dia foi chato como sempre até que na hora do almoço Eddie veio conversar comigo, eu estava na fila para pegar comida. 

-Rose eu queria lhe pedir desculpas por ontem... eu não sei o que deu em mim. -sua feição era mesmo sincera.

-Hey, está tudo bem. Só não faça isso de novo se não eu te dou um chute no meio das suas pernas. - eu sorri e ele não aguentou a risada triste. - Você é meu amigo Eddie, e não vou perder sua amizade por qualquer coisa. 

Até por que se não fosse por ele, talvez eu nunca teria ficado com Dimitri ontem a noite. 

Ele me abraçou e então disse que estava me esperando na mesa com Mason e com Avery. Achei estranho, o que ela estaria fazendo lá, respondendo minha pergunta silenciosa ele falou que Mase queria conversar com ela já tinha um tempo e agora era hora.

Peguei batatas fritas, maçã e um sanduíche que não sei do que era. Estava curiosa demais para chegar logo na mesa e falar com ela. Sentei-me logo a sua frente enquanto Eddie e Mason cada um ao lado dela. Lissa me dizia que ela parecia comigo, tenho que dizer que parecia mesmo, mas eu preferia não me igualar muito a ela, nunca fui com a cara de Avery.

-O que vocês querem comigo? - ela perguntou indiferente. 

-Quem é sua mãe e seu pai? - Mason era bem direto mesmo. Ela parecia desconfortável com a pergunta. 

-Minha mãe morreu quando eu nasci e meu pai desapareceu. -Avery não tinha cara de quem ficava triste com o assunto. 

-E quem é responsável por você? - pergunto. 

-Meu irmão mais velho Reed Lazar. Mas pra que isso? 

-Soubemos que você tem uma tia. - comentou Eddie. - É a professora Karp, não é? 

Ela revirou os olhos e cruzou as mãos em cima da mesa, seus olhos azuis parecia penetrar em minha alma, não gostei nada daquilo. Sua expressão de desgosto me dava nojo. Tinha algo nela que não descia mesmo. 

-Por que quer saber Rose? 

-E o que te faz pensar que sou eu quem quer saber? - ah querida, duas podem jogar esse joguinho.

-Você é a mais interessada, sei o que esta acontecendo com sua família. 

-Você não sabe de nada Avery. - digo mas sem transparecer minha raiva. Pensei um pouco e perguntei. - O que acha que sabe aliás? 

Ela arqueou uma sobrancelha e dando um sorriso torto falou. -Você acabou de dizer que eu não sei, então eu não devo saber mesmo. Agora eu vou embora, com licença.

Ela se levantou da cadeira mas antes que fosse embora me coloquei em sua frente e com um olhar ameaçador provoquei.

-Sua tia deve estar muito preocupada com você. Mas por que parece que você não se importa? 

Sua expressão irônica de antes agora desapareceu, dando lugar a um olhar assustado. Coisa rara de se ver nela.

-Acha mesmo que não quero saber como ela está Rose? - ela hesitou- Tenho certeza que seu pai também está. Agora sai da minha frente! 

Eu sorri "docemente" e dei um passo para o lado, sentado-me de volta Mase e Eddie me olhavam estranho. 

-O que foi? -pergunto sem paciência.

-Ela sabe de mais coisas. - ouvi a voz de Adrian atrás de mim. -Se quiser posso falar com ela. Usar meu charme sempre funciona. 

-Claro que sim. - bufei e olhei para os lados, vi Dimitri me observando, ele conversava com Tasha, mas sua atenção era pra mim. -Fique a vontade, se eu tentar conversar com ela de novo, eu sou capaz de te dar um soco. 

Ele se sentou ao meu lado enquanto Mason e Eddie saíram dizendo que tinha outra coisa pra fazer. 

-Então, já conseguiu o que eu queria? - murmurei para ele.

-Ainda não, estou fazendo uma pesquisa afundo. -ele pegou uma de minhas batatas fritas, eu o olhei feio e vi seu sorriso. 

-Por que a demora?

-É muita gente envolvida pequena. 

Resolvi deixar a conversa de lado quando Natalie e Lissa chegaram, elas não deviam saber disso. Não Natalie pelo menos.

Eu já estava em casa e pronta para mais um dia de treinamento, passando pelo corredor onde ficava o escritório de Abe, ouço ele falar com alguém pelo telefone, e parecia muito aflito.

-Como assim em perigo? Me diga o que quer exatamente... -nunca vi meu pai tão desesperado assim, ele nunca abaixava o nível dessa maneira.

Antes que eu pudesse ouvir mais alguma coisa, ouço um barulho estranho da janela ao lado. Olho rapidamente e não vejo nada vindo de baixo, resolvo continuar ouvindo o que Abe estava dizendo mas os passos que se aproximavam me fizeram descer, Abe não iria ficar feliz de saber que eu estava o espionando.

"Que droga de barulho é esse?" Pensei ao ouvir o mesmo barulho da janela vindo do lado de fora, atrás da porta para o quintal. Eu sabia que tinha que descer pra treinar com Dimitri, mas minha curiosidade falou mais alto.

Indo lá para fora a escuridão já começava a tomar conta, a noite caia rápida, olhando para os lados não vejo ninguém, quando me viro para entrar sinto que há uma pessoa atrás de mim. Então com um reflexo eu dou um chute para trás e sinto que pego na barriga de alguém. Estou pronta para continuar atacando quando meus olhos se acostumam com a escuridão e fitam o rosto dela. 

-Sonya?