Paradoxo Temporal: A Origem De Ginmaru escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 26
Epílogo - Uma viagem no tempo é sempre um desafio


Notas iniciais do capítulo

CAPÍTULO FINAL!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/349501/chapter/26

A passos decididos, adentrou a oficina do velho Gengai, que, como sempre tinha peças de metal, partes robóticas e outras parafernálias eletrônicas, cibernéticas e mecânicas espalhadas pelo local todo. Com mais cautela, andou até chegar ao dono do local. Ao avistá-lo, perguntou:

- Já está pronto?

- Quase. – o inventor respondeu enquanto fazia algumas pequenas soldas nos circuitos de um pequeno controle.

- Vai demorar quanto tempo esse “quase”?

- O tempo que levar para terminar de soldar estes circuitos. Tenha um pouco de paciência, rapaz.

- Falta só isso?

- Não é bom ser tão impaciente. Eu sempre falei isso ao seu pai e ele nunca me ouvia, Sakata-kun.

- Tá bom, tá bom. Eu espero, vovô.

Pegou seu telefone celular do bolso e começou a mexer no aparelho, a fim de tornar a espera ao menos suportável. Paciência nunca fora lá o seu forte. Os seus olhos vermelhos ficavam divididos entre o visor do telefone e o trabalho do inventor. Este, por sua vez, percebia a impaciência do albino à sua frente.

O tempo passou, e o garoto de oito anos cresceu. Sakata Ginmaru agora tinha dezoito anos, era praticamente um homem, que lembrava perfeitamente seu pai Sakata Gintoki – do qual não se tinha notícia havia dez anos, desde aquele fatídico dia.

Por mais que fossem reviradas à exaustão as memórias de todos os presentes naquele dia, nada fora descoberto sobre algum paradeiro do lendário Shiroyasha. Cogitou-se até a possibilidade de ele ter se tornado um mendigo como já lhe ocorrera, ou até mesmo que tivesse uma amnésia. Porém, todas as buscas praticamente andavam em círculos.

Oficialmente, Gintoki era dado como morto. No entanto, isso era contestável, apesar do longo tempo decorrido desde seu desaparecimento.

Nesse espaço de dez anos as coisas mudaram bastante por ali. Após a guerra, um acordo selado entre o Governo Central e o Shinsengumi garantiu a sobrevivência da organização policial dos homens de preto. E, nesse meio-tempo, o comando mudava de mãos... E de forma inesperada, pois, como prova de gratidão por ter sua vida salva na guerra, Kondo abdicou de seu cargo no Shinsengumi e colocou um par de óculos... Ou melhor, Shinpachi, para comandá-lo.

Para completar, o gorila estava agora casado com Tae e tinha uma filha-gorila chamada Hotaru – na verdade, parecendo a mãe, não um gorila de zoológico.

Ginmaru morava sozinho na Yorozuya. Ficou por cinco anos sob tutela de Otose, até sua morte. A partir daí, procurava se virar sozinho conseguindo fazer alguns pequenos trabalhos e continuando a treinar kendo.

- Já terminei, Sakata-kun. – Gengai o tirou de suas reminiscências. – Aqui está.

Ginmaru agradeceu e guardou o controle no bolso da calça branca, com a qual combinava uma camiseta preta sem mangas e tênis pretos do tipo “All Star”. Ouviu recomendações e instruções do inventor quanto ao objeto ser um protótipo suscetível a erros e outras coisas mais.

Por fim, conseguiu sair, mas ainda não usaria aquele controle. Tinha que ir a outro lugar antes. Andou mais um pouco por Kabuki, que aparentemente não mudara muito em dez anos. Alguns minutos depois, chegou até a oficina de Tetsuko, uma renomada ferreira de Edo... E que conhecera seu pai.

Aliás, difícil encontrar alguém que não o conhecia.

Adentrou o local e Tetsuko prontamente levou até ele o pedido já pronto: uma katana novinha em folha. Ginmaru desembainhou a espada, revelando sua lâmina reluzente. O porte de espada ainda era proibido em Edo, mas não estava nem aí. Era mais por precaução, porque não sabia o que o esperava em seu intento.

Embainhou novamente a nova espada e a prendeu no cinto da calça. Após passar uns trocados pelo serviço, saiu dali.

Logo que saiu dali, procurou um ponto não muito movimentado do Distrito Kabuki, um cruzamento entre duas ruas. Tudo ali indicava que aquele já fora um cruzamento bastante movimentado anos atrás.

Do bolso da calça, retirou seu telefone celular para olhar as horas e o guardou. Do outro bolso, retirou algo que há anos ele guardava consigo. Era aquela bandana dada por seu pai naquele dia em que ele desapareceu. Aquele aparentemente simples pedaço de pano branco o fez voltar dez anos no tempo em suas memórias.

Colocou a bandana em sua cabeça e viu sua imagem em uma velha vitrine ao seu lado. Seu reflexo denunciava que ele era quase idêntico ao seu pai, quando se vestira como o Shiroyasha. O diferencial ficava por conta de um brinco em sua orelha esquerda e a roupa. No restante, ele realmente se parecia muito com Gintoki.

Pegou o controle feito por Gengai. Parecia um simples controle de alarme de carro ou algo assim, porém era um gerador de portal que permitia que a pessoa viajasse no tempo em alguns passos. Foram cinco anos de pesquisa do velho inventor para que se chegasse àquilo.

Fitou aquele controle em sua mão por alguns instantes, ainda bem pensativo. Fora alertado dos riscos que corria por conta da aventura que pretendia empreender pelo tempo. Poderia conseguir ser bem-sucedido, mas também poderia nunca mais voltar à sua linha temporal.

No entanto, estava disposto, sim, a se arriscar. Por dez anos, esperou ansiosamente por esse dia, em que finalmente conseguiria ir à busca por ajuda para encontrar seu pai desaparecido. Ginmaru sabia que não poderia interferir demais no passado, apenas o necessário.

De onde tirara a ideia de uma viagem no tempo? Das Shounen Jump velhas que seu pai guardava. Uma pena que já fazia tanto tempo que essa revista não circulava mais, porque ao lê-las, sabia a razão de seu pai adorá-las tanto.

Ele digitou a data para a qual queria viajar. Decidiu que voltaria vinte anos no tempo, pois assim chegaria ao dia onde ainda não era nascido e o Trio Yorozuya ainda existia em sua formação original.

Após digitar a data pretendida, acionou um botão vermelho, que abriu uma espécie de portal. Hesitou por alguns instantes, mas, por fim, deu o primeiro passo. Atravessou o portal que, logo em seguida, sumiu no ar.

*

Uma forte luz surgiu em uma das ruas do Distrito Kabuki e, após ela desaparecer, surgiu Ginmaru batendo a poeira da roupa e passando a mão pelo nariz dolorido por ter caído de cara no chão.

Para uma viagem inaugural, até que parara bem perto do local pretendido. Uma margem de erro até pequena, diferença de um quarteirão. Ouviu um carro buzinando e saiu do meio da rua. Nisso, ouviu uma voz muito conhecida:

- Volta aqui, ladrãozinho de meia tigela! Devolve a minha carteira!

Viu chegando ali ao cruzamento um homem albino, na casa dos vinte e poucos anos, vestindo camisa, calça e botas pretas. Por cima, um quimono branco com detalhes em azul, vestido pela metade e preso à cintura com uma faixa roxa e um cinto preto colocado de forma relaxada, mas seguro o suficiente para ser possível carregar uma bokutou com a inscrição “Lago Toya”. Ele corria atrás de um batedor de carteiras e estava completamente possesso.

Na rua à esquerda, aparecia um garoto de óculos, vestido com um quimono branco com detalhes em azul, cor que se repetia no hakama que usava e seu “suporte” tinha a maior cara de nerd.

Na rua à direita, surgia uma garota ruiva, de pele pálida e olhos azuis, trajando uma roupa chinesa vermelha e usando um guarda-chuva roxo para se proteger do sol. Estava montada em um grande cachorro branco, que avançava com rapidez para também ajudar a pegar o ladrão.

Estava diante do Trio Yorozuya original, sua viagem ao passado dera certo! Ali estavam Sakata Gintoki, Shimura Shinpachi e Kagura, acompanhada de Sadaharu. Ginmaru, por enquanto, não pretendia se revelar e continuou sua observação.

O trio cercou o ladrãozinho ordinário e Gintoki ameaçou, apontando para ele a sua espada de madeira:

- Se você não me devolver a carteira, você vai se arrepender do dia em que nasceu!

- Sem essa, babaca!

O ladrãozinho pé-rapado saiu correndo na direção do jovem viajante do tempo, que, num rápido movimento, retirou sua katana da bainha e acertou o cabo no queixo dele. O ladrão caiu duro com a pancada e Ginmaru pegou a carteira e a devolveu a Gintoki.

O Yorozuya o encarou com estranheza. Um olhar de peixe morto encarava outro olhar de peixe morto. Ginmaru fitava os olhos de Gintoki com ansiedade, queria se revelar logo, mas ainda não era o momento.

Não pensou duas vezes e se ajoelhou à moda nipônica, dizendo:

- POR FAVOR, PRECISO DA SUA AJUDA, SAKATA-SAN!!

A partir dali, sabia que sua missão no passado deveria ser cumprida. E faria de tudo para ser cumprida, com o objetivo de encontrar seu pai desaparecido em sua linha de tempo.

Sua jornada começava ali, diante dos olhares confusos do Trio Yorozuya. Mas isso já vai ser história para outra fanfic!

Fim!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pessoal, cá estamos em mais um final de fanfic... Eu adorei escrever este projeto nesses últimos seis meses e fico feliz em terminar esta história hoje!

Obrigada a todos que acompanharam esta fanfic até aqui, não só aqui como nas outras duas histórias desta série "Paradoxo Temporal". Obrigada mesmo por me acompanharem até aqui!

No mais, até as próximas histórias! Vejo vocês lá!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Paradoxo Temporal: A Origem De Ginmaru" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.