Number One (no.1) escrita por LadyAguri


Capítulo 2
A Voz de Deus


Notas iniciais do capítulo

Não pensem que por ter o nome Deus no capitulo, se trata de algo religioso (muito pelo contrario, huhuhu)
Aqui a historia pega rumo de verdade, por isso, não deixem de acompanhar :3



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Ahn? – eu abri os olhos e percebi que estava deitada numa clareira, sob uma grama macia e verdinha. O sol batia forte contra o meu rosto. Numa explosão mista de susto e pânico, me coloquei em pé, cambaleando para os lados – mas que diabos é esse lugar? – olhei em volta. Haviam mais pessoas jogadas na grama. Será que acordariam algum dia?

Automaticamente, minhas pernas se moveram para frente, em direção á uma garota que estava deitada á alguns metros de onde eu estava. Seus longos cabelos vermelhos eram familiares. Será que era... Sakura? O que ela estaria fazendo aqui? Quando percebi, estava correndo até ela, me ajoelhando ao seu lado e apoiando gentilmente sua cabeça em meu braço direito.

- S-Sa-Sakura! – eu disse em pânico, enquanto levemente a sacudia – Sakura! Acorda!

- hmm... – suspirou, abrindo os olhos lentamente – Sayuri? O-onde estamos? – ajudei-a a se sentar – que lugar é esse?

- eu... eu não sei. Eu estava caindo... e – refiz as imagens do acidente em minha mente. Apoiei meus cotovelos sob minhas coxas, pousando minha cabeça sobre minhas mãos, cobrindo meu rosto – tudo ficou escuro, e agora eu acordei aqui –olhei para Sakura, que me retribuía um olhar misto de confusão e medo – e você? Sabe como veio parar aqui?

- eu me lembro de ter ido dormir ontem á tarde, porque estava muito cansada, e agora eu fui acordada por você, nesse lugar – ela olhou em volta, dando um breve gritinho quando viu mais pessoas jogadas na grama – me ajude a levantar, precisamos socorrer aqueles ali – ela apontou para dois garotos deitados, também desacordados.

Corremos até os dois, o mais rápido que nossos corpos, naquela situação, nos permitiam. Uma intensa dor se apoderava de todos os meus músculos, e pelo que vi da expressão angustiada no rosto de Sakura, ela também deveria estar dolorida.

Sayuri! – Sakura gritou – são o Yamato e o Takeshi! – ela me olhou com os olhos arregalados. Ajoelhamo-nos do lado dos dois – o que eles estão fazendo aqui?! Mas que merda é essa? – Sakura dizia para si mesma.

Takeshi! Yamato! – dei um tapinha no rosto de cada um – vocês estão bem?

Takeshi e Yamato, juntamente de Shido, um loiro invocadinho, eram nossos amigos de infância. Quando pequenos, nós cinco vivíamos praticamente grudados. Fomos para a mesma escola, e passávamos o dia todo juntos, como irmãos. Achar dois deles aqui, no meio do nada, foi no mínimo chocante.

- Sayuri? Sakura? – disse Takeshi abrindo os olhos lentamente, após alguns segundos sendo estapeado – o que é isso? Eu e o Yamato jogávamos videogame, quando tudo se apagou, e... Eu senti uma dor intensa na nuca, como se tivesse levado um golpe, e acabei perdendo a consciência – ele pousou a mão direita sobre a testa, fechando os olhos, provavelmente tentando entender a situação – minha cabeça dói...

- Yamato! – Sakura exclamou, vendo o amigo se sentar, um pouco tonto – o que houve?

- Sakura! – ele ficou surpreso – eu e o Takeshi... - ele se interrompeu, como se sua voz tivesse acabado.

- Vocês perceberam? – eu disse – todo mundo que veio parar aqui, de alguma forma estava ‘apagado’, ou sofreu alguma coisa – fechei os olhos, lembrando-me do carro vermelho se aproximando – será que meus pais também estão aqui? – eu me levantei num pulo.

- seus pais? – disse Takeshi – o que eles estariam fazendo aqui? ALIÁS – ele levantou o tom da voz – O QUE NÓS FAZEMOS AQUI?!

Suspirei lentamente, tentando encontrar forças para falar.

- Antes... Antes de eu acordar aqui, eu estava indo visitar a minha Avó – fiz uma breve pausa – eu e meus pais estávamos no carro, naquela estrada que fica em cima da ponte da represa – fechei os olhos, sentindo um nó na minha garganta – aí então... O carro vermelho... Ele veio desgovernado pra cima do meu carro, e nós... Nós caímos da ponte – comecei a chorar – eu não sei se os meus pais estão aqui, ou se estão bem, ou até mesmo se estão vivos! – desabei no chão, o rosto roçando a grama. Lágrimas e mais lágrimas caíam dos meus olhos, regando a terra fofa. Sakura veio ao meu encontro, me abraçando. Os meninos fizeram o mesmo.

- está tudo bem, Sayu-chan – disse Takeshi – encontraremos seus pais.

- é! Vamos procura-los! – disse Yamato, animando-se.

- fiquem quietos – disse Takeshi – parece que tem algo se mexendo por entre os arbustos – todos fizeram silêncio, olhando atentamente para os arbustos enormes que se mexiam. Ouvíamos barulhos nítidos de passos se aproximando.

- SHIDO? – exclamamos todos juntos – MAS O QUE?

- PESSOAL! – ele exclamou, correndo até nós – eu ouvi vozes conhecidas nesta direção! Eu estava deitado a uns metros daqui. E, aliás, o que estamos fazendo aqui? – ele coçou a cabeça.

- também estamos nos perguntando isso – disse Sakura, em tom de deboche.

- parece que agora o grupo está completo – disse Takeshi.

Agora o Shido também estava preso nessa floresta estranha. Até quando teríamos que esperar por respostas? – pensei comigo mesma.

Eu estava perdida em pensamentos, quando, assustadoramente, a terra começou a tremer. Levantamo-nos aterrorizados, sem saber o que fazer. Todos se entreolharam, desesperados. Corremos o mais longe que pudemos. A terra começou a se rachar á nossa volta, nos deixando sem saída e fazendo-nos parar. De longe, eu podia ver ainda mais pessoas floresta adentro, e por um momento, me perguntei quantas mais pessoas poderiam ter se perdido nesse lugar, assim como eu e meus amigos.

Tudo á nossa volta ficou escuro. A mesma coisa aconteceu quando eu estava caindo. A floresta sumiu, ficamos apenas nós, e mais aquele tanto de gente que estava no meio da floresta. Eu não sabia mais o que pensar, quando uma voz estrondosa começou a falar.

- Olá a todos – a voz masculina saudou-nos. Não dava para saber de onde ela vinha – eu sou Deus.

- Deus? – eu gritei – se é mesmo Deus, porque está nos fazendo de idiotas?

- Não me interrompa – gritou a voz, que mais parecia um trovão – eu ainda não terminei – uma pausa longa – Eu sou o Deus desse jogo.

- Jogo? Estamos em um jogo? – disse Yamato, num misto de felicidade e confusão. Estar em um jogo é tudo o que um verdadeiro otaku mais deseja, e com o Yamato não era diferente.

- Deixe-me explicar. Ao contrário do que vocês pensam, isso não é realidade virtual, mas não deixa de ser um jogo. O objetivo é pressioná-los, tirando tudo o que vocês mais amam, que é a sua rotina. Os humanos se apegam fácil a uma rotina miserável, sempre acordando, comendo, indo á escola ou ao trabalho, voltando para casa e indo para a cama. Como podem se contentar com tão pouco? Como podem se acostumar a viver uma vida mixuruca cheia de falsidade e enganação, sendo que têm potencial para grandes coisas? Foi por isso que eu criei esse mundo – outra pausa – então, escolhi pessoas que podem desenvolver um grande potencial aqui dentro, e os transportei para cá. Como eu sei que vocês tem potencial? Simples. Eu sou Deus. Eu sei tudo sobre vocês. E agora, desenvolvendo habilidades especiais, vocês vão lutar um contra o outro, até que reste só um de vocês. E no final, o ultimo que restar aqui, poderá voltar á sua vida normal. Enquanto vocês são muitos, vocês se juntarão, e formarão clãs que serão fortes, mas até quando? Até quando vocês terão rivais? Chegará um dia em que você terá que se ver matando o seu melhor amigo. E por quê? Pense no tempo em que você ficará preso aqui, e o quanto você quer rever a sua família, ou até mesmo dormir na sua cama quentinha. Vocês não terão em quem confiar, e suas vidas estarão em perigo constante.

- mas... Por quê? Ninguém aqui pediu por isso! – ouvi uma pessoa gritar.

- eu tenho minhas razões. Sintam-se privilegiados por estarem aqui – respondeu a voz, num tom autoritário que me causava arrepios – logo, me comunicarei com vocês novamente. Enquanto isso sigam á oeste. Há um quilometro daqui, tem uma cidade que deve ser povoada por vocês. Lá vocês encontrarão comida, abrigo e armas. Esperem até segundas ordens. E, antes que eu me esqueça... BEM VINDOS AO NUMBER ONE!

Em meio á escuridão, um pequeno caminho por entre a floresta se iluminou. Esse caminho levava á oeste. Com certeza era o caminho para cidade que a voz havia mencionado segundos atrás.

- vamos... – Shido apontou para o caminho estreito – ...antes que isso aqui fique cheio demais – ele apontou para a multidão de perdidos que vinham caminhando na mesma direção que nós.

Então, ainda assustados com tudo o que acontecera, seguimos em frente, rumo ao caminho que nos levaria á cidade de Number One.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, principalmente a parte em que Deus finalmente da as caras, huhuhu (minha parte favorita u.u)
Logo tem mais (eu espero) depende da minha criatividade :C
Continuem comentando, sem o apoio de vocês eu não consigo continuar ♥



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