Like A Crazy escrita por Joan Missing


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Não me matem.



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Quatro meses. Caralho, e parece que foi ontem que minha vida virou um inferno e eu me mudei para a Espanha. Sorri e toquei minha barriga que já estava um pouco
grande, uma menina! Eu vou ter uma menina! Meus olhos marejaram e eu olhei para o medico que sorria na minha frente.
– Parabéns Elizabeth, eu espero encontra-la novamente daqui a vinte dias!
– Obrigada Dr. Granado, até logo. - Disse levantando e ele me acompanhou até a porta -
– Qualquer coisa ligue e marque logo a consulta com Mercedes, está bem? E se cuide.
Eu não conseguia parar de sorrir. Uma menina, céus, minha mãe e Luca vão surtar e Marco, bem, ele está começando a aceitar a ideia de que eu vou ter um filho, nós voltamos a nos falar quando minha mãe foi bater no hospital por causa de uma aplicação de botox. Só queria saber até quando ela vai continuar a agir como um adolescente.
– Ai, porra! - Gritei sentindo minha bunda no chão e instintivamente levei minhas mãos até meu ventre. - Olha por onde anda cara! - Disse berrando em espanhol enquanto tentava me levantar e o cara continuava de cabeça baixa catando uns trecos - Idiota.
– Olha aqui moça... - Ele falou se virando... Fudeu. - Liz?
Aqueles malditos olhos castanhos me fitaram com uma intensidade que eu nunca tinha visto antes. Ele abriu e fechou a boca algumas vezes, mas não falou nada e eu simplesmente travei. Eu queria soca-lo até seu rosto incrivelmente lindo ficar desfigurado, queria o fazer sofrer como ele me fez, queria chorar e perguntar por que ele tinha feito tudo aquilo comigo, porra, eu queria que esses malditos olhos não tivessem tanto poder sobre mim. Respirei fundo, juntei toda a mísera força que me restava e virei de costas para Jon e comecei a caminhar, eu estava quase correndo na verdade, mas tropecei nos meus próprios pés e senti mãos fortes me segurando pela cintura.
– Você não muda nunca mesmo! - Falou próximo ao meu ouvido e eu me afastei dele -
– Me deixa em paz cara! - Disse enquanto colocava as mãos nos bolsos laterais do meu casaco negro e cobri a barriga -
– Continua a mesma garota birrenta, mal criada e marrenta de sempre. - Ele sorriu triste, tinha tristeza no seu olhar, eu conseguia ver, e tinha outras coisas não identificadas também. - Me perdoa, eu fui um estúpido, idiota, covarde e tudo mais! Eu fiquei perdido Liz, quando eu soube que você estava grávida eu entrei em pânico e...
– E você acha que eu não entrei em pânico? Caralho, eu tinha descoberto que tava grávida e você ainda veio me perguntar de quem era a criança! Eu quis morrer, doeu tanto! Eu me vi sozinha nessa. - Ele olhava fundo nos meus olhos e eu desviei o olhar dando um risinho nervoso e ele passou a mão nos cabelos ficando fodidamente sexy - Mas foi bom sabe, pra acabar logo com essa mentirada toda, pra eu colocar meus pés no chão e dar um rumo na minha vida, não era o que eu planejava, mas eu não me arrependo de nada. To me virando até que bem. Agora me deixa ir que tão...
– Liz, essa criança é nossa! Eu sou o pai, eu sei disso! Eu sabia disso, desde sempre, mas eu tava irado com a possibilidade de ser daquele comunista ridículo, eu fiquei com ciúmes quando Alie me contou. Eu não sei o que me deu...
– Para Jon! Essa criança é minha, só minha e esse comunista ridículo ficou do meu lado, me apoiou e me deu força, esse comunista ridículo é quem tá aguentando minhas crises de bipolaridade, que acorda de noite pra ver se eu to bem e que segura meu cabelo quando eu to puta enjoada e fico vomitando. Ele tá sendo pai dessa criança.
– Liz, me escuta, me perdoa. Eu não posso apagar todas as idiotices que eu fiz, eu não posso apagar a dor que eu te causei, mas eu quero ser o pai dessa criança, dar meu sobrenome, eu quero ensinar a tocar bateria, violão e levar pro parque e to pouco me fodendo pra o que vão dizer! Eu sou pai dessa criança e não vou deixar ninguém tomar o meu lugar!
– Como se fosse assim tão fácil! Alicia é minha melhor amiga Jon, mesmo que vocês tenham acabado isso vai desmoronar tudo! E mesmo que eu concordasse com essa loucura como eu ia saber que no primeiro problema você não ia tirar o corpo fora e sumir do mapa? Eu não quero isso pra minha filha!
– Filha?! - Ele sorriu alegre, porra eu to cedendo? - É uma garota?
– Para com isso Jon! Me deixa em paz, vai lá curtir a sua vida, não é isso que você queria? Então, vai lá e me deixa em paz!
– Nunca Liz, eu vou atrás de vocês sempre , não importa onde! Sabe por que Liz? Porque eu te amo, de todas as formas possíveis, eu te amo de corpo pra corpo, de alma pra alma! Eu amo você e não é só pelas suas qualidades, mas por todos os teus defeitos e por mais clichê que isso pareça é a verdade, eu penso em você toda hora, seus olhos me perseguem. Desde que eu te vi pela primeira vez com a Alicia, com aquela camisa gigante do pink floyd, com as mechas azuis e aquele olhar sádico eu já sabia que você ia atormentar minha vida, e você o fez, de todas as formas possíveis e é por isso que eu não vou desistir, acredite.
Minhas pernas ficaram bambas, o meu coração a mil por hora, borboletas chatas no estômago e eu provavelmente estava com uma expressão ridícula no rosto. Eu queria escutar isso, de verdade, mas não agora. Eu não consigo confiar nele, caralho! Ele pensa que é assim tão fácil, é só pedir perdão e puff tudo some? Nada disso!
– Porra Jon, é sério que você acha que é só vir aqui dizer palavras bonitas e tá tudo resolvido? Pois eu vou te falar uma coisa, não é! Vai embora, me deixa em paz. Eu não quero você...
– Liz! - Ele me interrompeu sério - Eu não quero e nem vou ficar longe de vocês! Eu...
– Vai se foder - Disse saindo de perto dele - E não ouse a vir atrás de mim!
Eu sai dali o mais rápido possível, isso não podia estar acontecendo, não agora que eu estava finalmente conseguindo esquecer. Arghhhh, filho da puta! Entrei dentro do ônibus, eu preciso chegar logo em casa. Luca estava me esperando junto com Martina, sua linda e revolucionaria namorada, ela faz história na universidade da California e ganhou a bolsa no curso de história, é lógico que não fui eu quem apresentou os dois, ainda continuo a mesma anti-social de sempre e ainda tem o fato de me acharem uma freak total na faculdade, então eu não falo com umas duas pessoas, Ruan e Bea, que são bem legais. Minha mãe ficou decepcionada ao saber do namoro de Luca, mas superou logo quando entrou um português na praia. Enfim, Martina é ótima, eu não achar ninguém melhor pra ele. Ela tem cabelos castanhos claro cacheados, tão alta quanto Luca, pele bronzeada, meio hipster e muito geniosa.
Cheguei em casa e assim que entrei em casa vi Martina na cozinha fazendo comida, eu já disse que a amo? Ela me viu e veio saltitando em minha direção.
– E ai? Vamos ter um príncipe ou uma princesa? - Ela perguntou com os olhinhos brilhando e segurando meus pulsos e eu sorri - Diz criatura!
– É uma menina! - Disse sorrindo e ela me abraçou - Ah, eu to tão feliz Liz... LUCA VOCÊ ME DEVE VINTE EUROS! - Ela gritou e ele apareceu na sala com cara de sono e com um sorriso enorme no rosto -
– É uma menina? - Martina revirou os olhos sorrindo e eu apenas afirmei com a cabeça - Ah, eu não acredito! - Ele disse me rodando no ar - Eu vou ter uma princesinha! - Ele gargalhou - Eu só espero que ela não venha com esse seu lado obscuro! - Ele disse e recebeu um tapinha no ombro-
– Eu fiz um bolo! - Martina cantarolou e foi à vez dos meus olhos brilharem -
– Eu já disse que você é a minha cunhada favorita? - Disse a abraçando e ela riu -
– Eu sou a única, Liz! - Ela disse revirando os olhos e indo até a cozinha atrás dela - Tchaaaram! - Ela disse mostrando um bolo cor de rosa e cheio de frufrus, eu até podia reclamar disso, mas ele tá com uma cara maravilhosa! Mas como? Como ela sabia que era uma garotinha? -
– Martina? Como você sabia que era uma garota? - Perguntei e ela revirou os olhos -
– Eu não sabia, eu fiz um bolo pra menino também. - Ela disse obvia e nós rimos. Luca entrou na cozinha e a abraçou – Está na geladeira, ele é azul.
– Você é maravilhosa- Disse depositando um beijo em sua cabeça - Agora parte logo que eu to morrendo de fome! Liz já contou pra sua mãe, Marco e Alicia? - Ele perguntou -
– Não, só mais tarde!
Nós passamos o fim de tarde conversando besteira, rindo, comendo bolo de leite em pó e tomando coca cola. Martina foi para casa de noite pois tinha que terminar um trabalho. Eu ainda não conseguia esquecer o maldito Jon que resolveu aparecer do nada pra atormentar minha vida.
– Raio de sol? Tá me escutando? - Luca disse estralando os dedos na frente do meu rosto -
– Já pedi pra parar com esse apelido idiota! - Disse olhando pra ele -
– O que aconteceu? - Ele perguntou vindo sentar no meu lado do sofá - Eu te conheço então pode começar a falar.
– Encontrei Jon hoje, quando eu estava saindo do obstetra. - Ele ficou sério e eu contei o que tinha acontecido - Eu conheço o Jon, você o conhece e sabe que ele não desiste fácil das coisas e se ele realmente quiser vai arranjar um jeito de ficar perto dela, eu não tenho como impedir isso, infelizmente ele é o pai. - Conclui e coloquei a cabeça ente minhas mãos - Eu não sei se eu aguento!
– Ei, eu to aqui e não vou deixar esse filho da puta te magoar de novo e realmente você não pode impedir que ele veja a pequenina, ele tem esse direito por mais idiota que ele seja, ele é o pai. E por mais que isso me deixe puto, porque eu já considero essa princesinha minha filha, não podemos fazer muita coisa. Agora ele que ouse magoar uma de vocês, eu acabo com ele! Te acalma, deixa as coisas se desenrolarem. - Ele me abraçou e depositou um beijo na minha cabeça – Você já pensou em algum nome?

– Eu tinha pensado só em nome de menino, na verdade. – Eu fiz uma careta e ele riu – Eu gosto de Ernesto, Brandon, Bradley, Daniel... Mas de menina, eu ainda não sei.

– Ernesto é a sua cara! – Ele disse e eu revirei os olhos – Eu sabia que estava na sua lista de nomes pra garotos. Deixa eu adivinhar, ia chamar ele de pequeno Che?

– Deixa de ser chato Luca! – Ele riu – Vamos dormir raio de sol. – Ele disse me guiando até o meu quarto – Durma com os anjos, as duas! – E me deu um beijo na testa e outro na barriga antes de ir para o seu quarto -


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Notas finais do capítulo

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