Asas Negras escrita por Carolina Amann


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Perdoem possíveis erros ortográficos e a demora na hora de escrever. Está ficando difícil de arranjar tempo hehe' Algumas coisas serão reveladas neste capítulo, mas não tudo. Senão perde a graça não é mesmo? Haha Boa leitura, aproveitem :D



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Na verdade quem estava voando era Ethan. Apertei seu pescoço com mais força e foi então que vi as lindas asas brancas abertas. Estendidas para o céu, era como se suas penas fossem parte das nuvens, enormes e acolhedoras, sua envergadura deveria ser de duas vezes o meu tamanho. Um pouco mais talvez. Olhando com atenção, Ethan nunca me parecera tão feliz, era como se o céu fosse sua morada, eu sentia o calor que emanava de seu peito e isso era o suficiente para me deixar confortável. Um pensamento surgiu em minha mente.

– Ele é um corvo. Pode vir atrás de nós, mesmo aqui. Não é? – seu sorriso se abriu um pouco mais e senti borboletas se agitarem em meu estômago. Não sei dizer se isso aconteceu porque tive medo da possibilidade de lutar a “céu aberto” ou simplesmente porque seu sorriso, seu dentes, sua boca e tudo mais, eram tão belos que faziam-me sentir como se olhasse para Adônis.

– Não a esta altura, olhe para baixo Auro. – abaixei a cabeça lentamente, estávamos acima das nuvens. Meu estômago se contorceu em um nó apertado, dessa vez eu sabia o que era.

Fechei os olhos e coloquei o rosto contra seu peito, aumentando a força com que o abraçava.

– Vamos descer logo, por favor – pedi, tomada pelo pânico e pela tontura. Ele riu baixinho, estava achando engraçado, mas pelo menos tinha a bondade de disfarçar isso.

– Estamos quase chegando – disse ele.

Não sei quanto tempo se passou, poderiam ser segundos ou horas. Pousamos em uma praia deserta, que deveria ficar há alguns quilômetros da cidade. Afastei-me dele lentamente.

– Onde estamos? – perguntei.

– Se seguir uma trilha secreta que há no Bosque de Livith, á leste da cidade chegará aqui. A verdade é que nunca soube de outra pessoa que conhecesse essa praia. É um dos poucos paraísos intocados pelo homem que ainda restam.

– Aquele bicho não vai nos pegar, vai?

– Não Aurora – disse com um sorriso reconfortante – Ele não nos encontrará aqui.

– Entendi... – minha cabeça doía, eu tinha acabado de... Voar? Era isso mesmo? O meu cérebro fazia novas suposições a todo instante, eu precisava de respostas.

– Quer me perguntar algo? – ele perguntou, será que podia ler mentes também? Bom, não importava... Ou melhor, importava, mas havia perguntas mais urgentes.

– O que é você? O que era “aquilo”? O que vocês querem? E o que diabos está acontecendo aqui? – soltei tudo de uma vez, parando para respirar apenas no final da frase. Eu pretendia enchê-lo com outras milhares de perguntas, mas ele me interrompeu antes.

– Ei, ei, ei. Vamos devagar ok? – disse ele dando risada e sentando na areia, de frente para o mar. Sentei-me ao seu lado e ele prosseguiu – Meu nome é Ethan Mitsrael, mas disso você já sabe. Ethan significa forte em hebraico e Mitsrael, anjo da guarda. Acho que sou o que você chamaria de anjo, mas a verdade é que a nomenclatura muda de religião para religião. Aquilo era um “caído”. Alguém que já foi como eu, mas deixou-se tomar pelas energias mais perversas. Eu vim para te proteger Aurora, porque você é diferente dos outros. Você é especial.

– Como assim...? – perguntei , mas na realidade estava morrendo de medo da resposta. Ele engoliu em seco.

– Você é... Como posso dizer... Importante. Muito importante. Importante a ponto de ser cobiçada pela luz e pelas trevas. Cada um dos lados tem seu motivo, ambos tentarão te atrair, mas no final você só pode escolher um deles. Esse é o seu destino Aurora, mais do que isso, é o destino da humanidade. Só você poderá controla-lo. Só você pode decidi-lo. Parece coisa de livro, mas dessa vez o mundo está em suas mãos. Você pode salvá-lo ou condená-lo, ninguém sabe.

Minha cabeça parecia prestes a explodir. Os batimentos cardíacos soavam como um corcel selvagem e desgovernado, que vaga com pressa e sem rumo. A respiração era puro instinto, a garganta era nó. E o mundo era quase nada.

– O que eu sou?- perguntei com a voz embargada, parecia que eu havia tomado uma garrafa de medo, e agora eu podia sentir seu gosto em minha garganta.

– A Sétima Trombeta do Apocalipse.

Pisquei em choque. Estava atônita, o que deveria dizer?

– E isso quer dizer que...?

– Quer dizer que, teoricamente, você é aquela que anunciará o início do julgamento final, em resumo. Só que ninguém sabe com certeza. Pode parecer estranho, mas existem milhares de teorias, Deus é um mistério, mesmo para os Arcanjos. E nem estes têm permissão para olhar o Livro dos Tempos. Onde, supostamente, passado e futuro estariam gravados.

– E o que eu devo fazer? – perguntei, eu estava cada vez mais perdida. Queria uma direção, um caminho a seguir. Qualquer um. Só não queria ter que decidir nada.

– Por enquanto, apenas continue viva. Em seu devido tempo, a verdade será revelada. Nada é o que parece, Aurora.

Dentro de mim, ouvi um sussurro “As asas negras mataram meu marido! Elas vieram nos pegar, corra Aurora, não deixe as asas negras pegarem você”. Agora algumas coisas começavam a fazer sentido.


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Notas finais do capítulo

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