Rose, aproveitando que eles tinham parado em uma sinaleira e que o garoto olhava para ela, inclinou o corpo para frente, se soltando do cinto e roçando seus lábios no dele. Para a surpresa da garota, ele não a afastou, ao contrário, segurou seu rosto com as duas mãos e aprofundou o beijo, sua língua pedindo passagem, que logo foi concedida.

             Uma buzina soou, fazendo Rose se dar conta do que acontecia, afastou Noah e pegou sua mochila, abriu a porta e desceu do carro.

Capítulo 4 – E no meio da multidão, você me nota e sorri.

            Após descer do carro de forma desesperada, Rose, andou o mais rápido que conseguiu, entrou em um beco que tinha certeza que o carro de Noah não passaria e que ele não imaginaria que ela tivesse entrado por ai.

 Já Noah, estava atordoado. Não entendia o motivo de sua ruiva ter o beijado, mas estava feliz com tal ação. Poderia arriscar, não, tinha certeza de que aquele tinha sido o melhor beijo que ele já tinha dado, ou melhor, recebido.

 Agora dirigia a caminho da lanchonete, já que tinha ficado tão atordoado com o beijo que não viu para onde a garota – que ele não tinha perguntado o nome – tinha ido. Ficou esperançoso ao se lembrar de que ela tinha dito que iria para a lanchonete, mas por todo o caminho não a encontrou.

 Enquanto isso, Rose discava em seu smartphone o número do celular de seu pai, que demorou a atender.

- Alô?

- Pai, sou eu.

- Ah, fale Rose.

- Eu não estou me sentindo bem, cólicas, pode me dispensar hoje?

- Claro. Você tem certeza de que é só isso? Sabe que eu não entendo nada sobre isso, mas se quiser falar com sua mãe acho...

- Não, pai. Pode ficar tranquilo, é só cólica mesmo. Prometo que amanhã estarei ai e você pode descontar da minha mesada.

- Que isso, Rose. Fique tranquila, vá para casa, descanse e faça todas as coisas que uma mulher precisa para ficar bem com cólica. Se cuide, qualquer coisa nos ligue.

 Despediu-se do seu pai e encerrou a chamada, guardando o celular no bolso, virou o caminho e se dirigindo para a casa de Dexter, a fim de pedir uma carona para o melhor amigo, já que a sua casa ficava muito distante dali.

Mas mudou de ideia e continuou o caminho para sua casa, Dexter com certeza faria perguntas e ela não queria ter que contar o que Noah afirmara e que ela tinha o beijado.

Sentiu seu celular vibrando no bolso da calça jeans. Ficou em duvida se o pegava ou não, por fim, decidiu que era melhor ler. E se fosse uma mensagem dizendo que ele finalmente havia descoberto quem ela era?

De: Buford N.P.

 Sinto-me mal. Desculpe se eu não lhe respondi antes. Aconteceram algumas coisas. Mas me diga, onde está? Você irá mesmo hoje me ver? Eu quero tanto te conhecer, Angie, chega a ser uma necessidade.

De: Angie.

 Estou confusa. Tanta coisa se passa pela minha cabeça agora que tenho medo de furar o sinal e ser atropelada por um carro, se bem que agora, isso seria bom. Estou a caminho de casa, dispensada pelo patrão. Motivo: cólicas. A desculpa que qualquer mulher usa quando precisa de tempo para pensar. Eu prometi que iria, não prometi? Você me conhece, Noah, apenas não me vê, ou melhor, não se da conta de quem sou.

De: Buford N.P.

 Não fale uma coisa dessas, eu mataria qualquer um que ousasse te machucar. Você não sabe o quanto se tornou essencial para mim. Sim, você me prometeu e quero que prometa que irá em contar quem é. Se eu te conheço, venha falar comigo. Sei que não sou a pessoa mais inteligente, mas tenha paciência, fique do meu lado tenho certeza de que não irá demorar para que eu perceba que a garota pela qual me apaixonei esta ali.

De: Angie.

Você diz isso da boca para fora. Você não pode estar apaixonado por alguém que nunca viu em sua vida. Você é Noah Parker, o garoto mais desejado do BFHS e se diz apaixonado por uma completa estranha. Não é certo, não é racional.

De: Buford N.P.

Irracional, uma boa definição para o que eu sinto por você. Não sei explicar, mas eu te amo, Angie. Amo você pelo que você é.

De: Angie.

Sinto muito, Noah. Você deve esquecer isso. Esquecer-se do que diz sentir por mim e principalmente, esquecer-se de mim.

Rose desligou o celular e como mais cedo, tirou a bateria, jogando de qualquer jeito dentro da mochila. Foi impossível segurar as lágrimas que escorriam sem sua permissão. Porque, apesar do que falou se sentia tão mal? Ela não queria que ele a esquecesse, mas agora era tarde, sua decisão estava tomada e não iria mudar de ideia agora.

Seguiu para casa, sempre secando as lágrimas que insistiam em cair, até que finalmente chegou. Tirou os sapatos e deixou-os e a mochila do lado da porta, foi para a cozinha e abriu os armários, procurando as barras de chocolate que sua mãe havia comprado da última vez que foi ao supermercado. Pegou uma subiu para o seu quarto, se jogando na cama assim que entrou.

Abriu uma das barras, levando o pedaço a boca. Não demorou para ter comido ela inteira. Estava ansiosa e arrependida.

De: Buford N.P.

            Eu não quero te esquecer e sei que mesmo se eu tentar, não vou conseguir. Por favor, Angie, não faça isso comigo.

            Noah encarava a tela do celular ansioso, já fazia mais de vinte minutos que ele tinha mandando essa mensagem e ainda não tinha recebido uma resposta.

- Mais café, querido? – a mulher sorriu, colocando mais uma xícara de café na mesa em que ele estava.

- Ah, claro – respondeu passando a mão no cabelo, tentando os arrumar – O lugar esta cheio hoje – comentou ao varrer os olhos pelo lugar.

- Dias de jogos sempre está cheio assim. Hoje o dia está mais corrido, minha filha com para casa com cólica, sabe como é.

- Bom, espero que ela melhore.

            A mulher sorriu de forma doce para ele e se retirou para atender os demais clientes. Não demorou para Noah se levantar da mesa, pagou a conta e voltou para o carro, frustrado ao notar que ainda não havia sido respondido.

[...]

            O ginásio estava lotado de alunos esperando o jogo começar. As líderes de torcida dançavam no meio da quadra, animando as pessoas que se encontravam na arquibancada, alguns com os rostos pintados na cor do colégio, outros segurando cartazes e alguns até com aquelas luvas gigantes.

            Entre todos eles estava Rose, com suas roupas simples acompanhada de Dexter, que ao receber o pedido da amiga, aceitou vir junto com ela, mesmo estando curioso, afinal, não era do feitio de Rose se interessar por atividades relacionadas ao BFHS.

            Subiram as arquibancadas lotadas, a procura de um lugar onde os dois pudessem se sentar. Encontrou um na última fileira, poderia muito bem passar despercebida se caso ele a olhasse da quadra. Sentou-se e logo tirou o celular da bolsa, mandando uma única mensagem.

De: Angie.

            Estou aqui na arquibancada.

            Noah se surpreendeu ao sentir o celular vibrar, não esperava receber resposta nenhuma, a não ser de Angie e ficou ainda mais surpreso ao ler seu nome como remetente da mensagem. Sorriu ao se dar conta de que ela estava lá fora, esperando-o para ver o jogo.

De: Buford N.P.

            Ganharei esse jogo por você. Torça por mim.

De: Angie.

            Estou aqui torcendo por você. Não como os fanáticos daqui, claro, nunca pintaria meu rosto desse jeito.

De: Buford N.P.

            Basta gritar meu nome e saber que cada ponto que eu fizer essa noite é para você.

            O garoto travou o celular e o colocou dentro da sua bolsa, guardando-a no armário e colocando a camisa do time, os resto dos garotos já tinham saído do vestiário há algum tempo, só restava Noah ali e diante da confirmação de sua Angie estar o esperando saiu o mais rápido que conseguiu, encontrando o seu time.

            Entraram na quadra sobre aplausos e gritos e algumas vaias do pessoal do time adversário. Assim que seus pés pisaram na quadra, os olhos de Noah vagaram por cada pessoa sentada naquela arquibancada e sorriu ao ver Rose ali, olhando para ele com um sorriso doce no rosto.