A Segunda Seleção. escrita por Gabii


Capítulo 21
Resultados - parte 2


Notas iniciais do capítulo

~~> Algumas de vocês devem estar querendo me matar. Me desculpem pela absurda demora, mas ouve alguns danos em meu sistema cibernético ( minha internet foi cancelada) e agora eu estou trabalhando e estudando e quando chego em casa, tenho que fazer trabalhos,limpar a casa ... não sobre tempo para conectar o wi-fi e postar. Mas hoje milagrosamente eu estou bem desocupada e não tenho pressa nenhuma em sair daqui.
~~> Neste capítulo algumas coisas vão ficar claras outras ainda vão nublar sua cabeças, mas nada do que outros esclarecedores capítulos que vem a seguir para ajudar.
~~> Me perdoem pelos erros de português e espero que gostem, se divirtam, se surpreendam e principalmente comentem.



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POV ALLANA
Toc!Toc!Toc!
Ouvi as batidas na porta e encarei o teto.
Eu estava deitada na cama, semi - nua, enrolada nos lençóis de seda.
Eu estava gelada, minhas mãos entrelaçadas com as de Filipe e as lágrimas brotando em meus olhos.
Havíamos chegados tão perto...tão perto do nosso fim que eu podia ver as selecionadas me olhando decepcionadas e vestidas de preto. A lei que impedia relações sexuais antes do casamento martelando em minha mente. A pena é morte.
Não havia o porquê de nos por em risco por isso.
Chacoalhei o ombro de Filipe que me olhavam com os olhos arregalados, ele se tocara quase tarde demais.
– Você tem que ir! - sussurrei e joguei-lhe sua camiseta.
– Por onde? Estão batendo na porta! - ele acentuava algumas palavras com histeria.
Sorri e agarrei sua mão, e o puxei.
Atravessei meu quarto pulando, com Filipe perto de mim.Entrei em meu closet e nós nos misturamos com as roupas bufantes e desajeitas, que caiam em nossas cabeças e barravam nossa visão, mas eu consegui encontrar o fundo do lado esquerdo do closet.
Firmei minha mão na parede e empurrei a parede para trás, senti alívio quando a parede se abriu revelando uma pequena passagem secreta. Filipe me olhou intrigado.
– Quantas vezes você fez isso? - sorri pensando em quantas vezes a vida lá fora quase pareceu normal.
– Dá na parte interna do castelo. É só pegar o corredor a direita e depois virar a esquerda e você chega no Salão de Jantar. - falei abotoando o último botão de sua camisa e beijando levemente seus lábios.
Então ele foi e a porta de meu quarto foi arrobada.
Talison, surgiu e me olhou intrigado.
– O que você está fazendo assim? - perguntou, olhando para mim que fingia escolher uma nova roupa.
– Estava cansada daquele vestido horrível. Quero algo mais chamativo. - ri para ele e revirei os olhos.
Seus ombros tensos se aliviaram e ele se aproximou de mim. Sentir meu irmão tão perto me deixava confusa agora, em algum momento eu pularia em seu pescoço e diria que estava morrendo de saudades dele.
Acho que o tempo....havia me feito abrir os olhos ou amadurecer.
Mas fazer o quê? As coisas estavam mudando tanto, deixavam minha cabeça confusa e me fazendo querer sumir, ou explodir.
Ele passou a mão sobre os vestidos e seus olhos se perderam naquelas cores e eu podia ver o antigo Talison nascendo, o garoto que amava a música e tinha o sonho de ser estilista, que me fazia de boneca, me enrolando em cortinas e roupas que me faziam me sentir uma princesa do reino mais lindo já visto.
Eu tinha certeza de que o mini- vestido de casamento que ele fizera para mim,quando eu noivei com doze anos, estava guardado em uma daquelas caixas, mas não estava com vontade de procurar.
– Este daqui. - ele falou retirando um vestido perfeito,que provavelmente estava soterrado entre os outros.
Ele era laranja, todo feito de lantejoulas, tinha um decote reto e pequenas ondulações na barra. Eu entrei dentro do vestido me sentindo uma laranja.
Então Talison retirou um robe salmão esvoaçante, do meio das roupas, ele rasgou o tecido até um pouco abaixo do joelho e eu o coloquei. Talison amarrou com firmeza o laço, fazendo ele dar voltas em minha cintura e depois colocando uma pequena sandália de salto alto prateada.
– Você está parecendo um grande salmão. - ele falou rindo da minha cara irritada.
– Posso ser um salmão, mas sou o salmão mais charmoso do mundo.- falei, passando por ele e jogando meu cabelo em seu rosto.
Logo depois de ter falado isso, eu tropiquei numa parte elevada do tapete vermelho e fui obrigada a me segurar nas mangas sacolejantes dos casacos e ouvir a risada desdenhosa de Talison.
– Siiim, muito charmosa. - ele falou, passando o braço na minha cintura e me alevantando.
– Obrigado.- falei desamassando o vestido.
– Mamãe quer falar com a gente. Agora. - ele disse, me guiando até a porta.
Nós passamos pelos corredores e fomos cumprimentados pelos guardas sérios e finalmente descemos as escadarias.
Quando chegamos no ultimo degrau, o mundo deu uma volta dolorosa na minha frente e fui obrigada a me estabilizar, me segurando em Talison.
– Você está bem? - ele perguntou preocupado, segurando-me com força.
– Estou ótima, só queria sentir seu novo perfume. - menti descaradamente.
Então entramos no Salão das Mulheres, que agora homens podiam entrar.
Ergui as sobrancelhas quando meus olhos encontraram os de Suzanne, ela me perguntou com os olhos o que era aquilo, mas eu também não sabia e então simplesmente desviei os olhos.
E olhei para minha mãe.
De um jeito estranho e inesperado, ela estava radiante. Seus cabelos flutuavam ao seu redor e a cor pulsava diante de meus olhos, cada vez mais vermelho, seus olhos azuis estavam intensos e seu sorriso era brilhante.
Todos os olhos estavam concentrado nela e todos pareciam perdidos, até mesmo papai, com sua expressão cansada e maltratada dos dias que passava a fio no escritório.
Parecia que fora a semanas que eu o tinha visto pela última vez, enfurnado numa sala mal cheirosa, com a companhia de alguns homens detestáveis.
Ele acenou para mim e seu sorriso foi doce, que fez com que os pelos de meus braços se erriçassem e eu me lembrasse do pai que contava história para mim dormir a noite.
Quando finalmente Alexia entrou com seus cabelos loiro - esbranquiçado amarrados no alto da cabeça. Todos se calaram.
– Bem...eu chamei todos aqui, sem excluir ninguém. - ela falou, olhando sorridente para os empregados em pé atrás do sofá das selecionadas. - Para dar um notícia que recebi a algumas horas atrás.
Ela parou e respirou fundo, olhou nos olhos de todos os presentes, lendo suas mentes e acendendo a chama da alegria, que muitas vezes se apagava.
– Algumas coisas não acontecem como a gente espera, na verdade não são algumas, são muitas. Faz com que fiquemos chocados e muitas vezes faz nos ter reações impulsivas. Todos aqui tivemos dias tempestuosos e incríveis que iremos lembrar para sempre. O que eu vou dizer, algumas pessoas maldosas irão desdenhar e pensar o pior, outras irão ficar chocadas, outras felizes e até...algumas se sentirão excluídas ou esquecidas. Mas quero que saibam que tudo o que está por vir, irá modificar a vida de todos, os meus entes mais próximos serão mais afetados. Mas a minha vida é a vida de meu povo e sei que poderei contar com vocês.
Todos continuaram com os olhos fixos nela, suas mãos começaram a se mexer de modo desesperado, sabia que o que viria a seguir não seria fácil.
– Estou tão feliz em dizer isso. - ela voltou a falar, com lágrimas escorrendo pelo rosto delicado - Eu estou grávida. Querido eu estou grávida.
Emocionada demais para continuar a falar mamãe foi envolvida pelos braços de meu pai e eu senti como se eu estivesse sendo traída e ao menos tempo alguém estivesse me dando um presente.
Eu teria um irmão. Um irmão ou uma irmã.
Eu agarrei com força o braço de Talison e nós sorrimos um para o outro, os olhos de Talison estavam marejados de felicidade e eu senti como se tivesse acabado de entrar em uma banheira quente depois de um dia frio e cansativo.
Quando eu finalmente consegui parar em frente a mamãe, tive certeza de que eu nunca teria sido tão feliz como eu era naquele lugar, naquele castelo que de um jeito maluco era uma caverna encantada.
Eu abracei mamãe e chorei com ela, apertei seus cabelos e acariciei sua barriga. Papai não parava de murmurar " Eu vou ser pai, eu vou ser pai" e Talison estava conversando animadamente com Alice.
Finalmente tudo estava no seu lugar, finalmente as peças do quebra cabeça que faltavam estavam voltando ....
Então meus olhos encontraram Lucas e Filipe, e minha mente parou.
Bem...quase todas.

POV ALEXIA

Sorri para mim no grande espelho no banheiro em meu quarto. Eu estava tentando parar de chorar e terminar de me ajeitar para a "pequena" festa em comemoração a gestação de America, mas parecia que meu cérebro não estava capitando a mensagem.
Mais uma vez apliquei mais uma camada de rímel a prova d'água e disse para mim mesma parar.
Eu estava feliz por America, por saber que ela teria mais um filho e que todos estavam tão felizes com aquilo, mas ninguém pareceu se tocar de como aquilo me afetava, de como meu coração doía.
Alisei o tecido em volta da minha barriga, imaginando como seria bom agora ter alguém por quem lutar. Todas as crianças que eu havia criado, agora estavam independentes, agora tinham suas próprias vidas e eu não tinha mais ninguém com quem ficar.
Olhei-me no espelho, o jantar seria de mascarás e então eu tinha que estar apropriadamente vestida.
Eu usava um vestido negro com um pequeno decote e com mangas curtas com pequenos desenhos de ondas douradas, ele desceu em mim como água e se ajustou ao meu corpo como se tivesse sido desenhado. Ficando colado na parte de cima e solto a partir do quadril.
Coloquei sapatos de salto alto negros, tingidos de verniz , com a ponta aberta e uma tira que se amarrava ao meu pé.
Meus cabelos estavam soltos em meus ombros , prendi apenas uma parte com uma coroa de tranças e coloquei a delicada mascara negra, com detalhes de renda e seda negra e alguns pontos levemente dourados.
Pintei meus lábios de vermelho intenso e borrifei perfume em mim e por fim coloquei o fino colar dourado e me preparei para descer.
Antes de abrir a porta, olhei para uma foto emoldurada em cima de um balcão no quarto e disse a mim mesma que eu seria boa com America, ela corria risco por já estar com trinta e oito anos e que nunca mais invejaria o fato de ela poder ter filhos e eu não.

POV AMERICA

Ri com que uma de minhas servas havia dito e amaciei mais uma vez uma antiga roupinha de Talison.
– Eu acho que vai ser menina. - falou uma delas e eu sorri.
– Tomara apenas que não tenha o mesmo gênio da irmã. - e nós três rimos histericamente, pensando em como o drama de Allana sempre nos afetara.
– Já pensou nos nomes? - perguntou mais uma.
– Para Anne, ela acabou de ficar sabendo, a mais nove meses pela frente. - adivertiu outra.
Nós ficamos em silêncio, enquanto elas firmavam o pequeno cinto em minha cintura.
Eu me sentia jovem novamente, como se o tempo tivesse voltado e eu estivesse novamente no dia em que contara a todos que eu estava esperando um bebê, eu havia descoberto apenas com quatro meses, mesmo eles sendo gêmeos.
Anne disse para mim me virar e eu pude me encarrar eu mesma no espelho.
Ela haviam me feito colocar um vestido azul bebê com bolinha brancas e uma saia de armação que aparecia e cobria meus joelhos, um fino sinto de verniz vermelho sangue estava preso em minha cintura e eu calçava lindos sapatos vermelhos.
Ela haviam tingidos meus lábios de vermelho veludo e eu estava com uma delicada mascara azulada e eu me sentia uma adolescente.
Meu coração retumbava, não conseguia acreditar que Maxon havia feito os preparativos do jantar sozinho e que apenas queria que eu descansasse. Eles estava tão feliz, eu estava tão alegre com isso.
Não demorou muito e eu e as meninas descemos para o Salão e ele estava incrível. Todo iluminada com pequenas velas, as mesas eram redondas e tinham uma toalha verde esmeralda e galhos das árvores entravam pelas janelas abertas e seus galhos estavam iluminadas por lampadas japonesas e fotos minhas na gravidez de Allana e Talison.
– Maxon ficou tão lindo! - exclamei com os olhos marejados quando ele se aproximou de mim e me abraçou.
– Tudo para você minha linda. - ele falou encostando seus lábios nos meus e quase me fazendo ter um treco,quando ouve uma ovação especial para o momento.
– Mas não acha que esses saltos estão muito exagerados para uma mulher grávida? - ele perguntou, seus olhos passando sobre minhas pernas até os sapatos vermelhos.
Eu apenas ri e o abracei e nos fomos cumprimentar as pessoas ao nosso redor, que nos parabenizavam e diziam que eu estava linda.
– Mãe o quê, que é isso! - ouvi a voz risonha de Allana exclamar atrás de mim.
Me virei e olhei para ela sorrindo.
Ela vestia uma camiseta verde musgo com um decote em V rendado e uma saia de cintura alta negra e lisa mas com pequenas pregas na ponta, sapatos tingidos de negro reluzente que com as milhares de luzes o deixavam meio verde e por fim a mascará verde que se amarava trás de sua cabeça, os cabelos alisados quimicamente descendo sinuosos pelos seus ombros de cabide.
– Você está linda. - ela falou e me abraçou com força.
– Não mais que você. - respondi, apertando sua cintura fina. Ela riu.
– Acho que vai ser uma menina. - ela falou, servindo-me uma taça de cristal cheia de suco natural de salsa e laranja e pegando para si vinho tinto.
Sacudi a cabeça rindo, eu não tinha tanta certeza, algo me dizia que logo, teríamos mais um chilique de Allana por uma nova Seleção.
– Acho que o nome dela será Merlin. - ela falou, acenando para alguém atrás de mim.
– E a senhorita acha que tem algum poder sobre os nomes do meu filho? - ri para ela. Se ela soubesse falar quando nasceu, com toda a certeza Allana teria berrado o nome que desejava ter.
Ela me olhou irritada, deu de ombros e riu. Ela tinha, ela sabia que tinha.
– Não vejo a hora do chá de fraldas! - ela disse rindo e saindo saltitante para encontrar com Suzanne.
Apertei minhas têmporas e dei uma alta gargalhada. Allana era alguém difícil de lhe dar, mas era impossível não se apaixonar por ela.
– Parabéns pelo novo filho Mer... - ouvi uma voz gélida e arrogante soar aos meus ouvidos, me virei sentindo o sangue parar de correr.
Celeste estava na minha frente, a mulher que eu mais odiava na terra estava me olhando com raiva, os olhos faiscando por debaixo da mascara vermelha, o vestido solto e a leve elevação na barriga me dizia que ela também estava esperando um filho.
– Vai ser uma menina. - ela falou alisando cuidadosamente a barriga quando percebeu meu olhar. - É claro que não houve uma festa de divulgação, mas nós estamos muito felizes.
Aspen, meu antigo amor do passado,havia se casado com Celeste.
O choque meu deixou trancada em meu quarto por uma semana.
A pessoa a quem eu tinha partido o coração e a pessoa que mais me odiava no mundo estavam casadas e tinham laços de sangue agora, eu sabia no fundo do meu coração que aquela criança me odiaria.
Sorri forçadamente quando ela se afastou de mim, todos os olhos voltando-se para ela, ela continuava esbelta .... e uma víbora.
– Aquela era Celeste? - Maxon perguntou se aproximando de mim novamente, os olhos colados na figura escura no meio do Salão.
– É. - falei e apertei os olhos quando vi a admiração em seu rosto. - Quem a convidou?
Ele me olhou por um segundo, depois piscou e riu.
– Não acha que fui eu, ou acha? - ele disse pegando a minha mão.
Revirei os olhos, esse não era o momento para ficar irritada, era o momento para estarmos felizes e unidos, Maxon não tinha nada a ver com aquilo e nós continuaríamos bem.
– Majestade, quer dançar? - ele perguntou, quando a música ficou lenta.
– Siim. - respondi sorridente.
Nós nos embalamos em ritmo perfeito no meio do Salão, parecia que fazia tanto tempo des de que havíamos dançado daquele jeito. E eu queria tanto poder gravá-lo.
– Eu amo você. - Maxon sussurrou em meu ouvido.
As lágrimas vieram aos meus olhos e as luzes que decoravam o Salão se misturaram.
– Eu também amo você, eu também. - respondi e ele me segurou com mais força.
E nós acabamos esquecendo do mundo e tudo nunca esteve tão perfeito.

POV ALICE

Eu, Suzanne, Bianca e Allana, estávamos sentadas debaixo de um dos enormes galhos iluminados por balões vermelhos feitos a mão.
Havia milhares de almofadas macias em baixo de nós e nós riamos das pessoas que passavam e não conseguiam nos ver.
Allana fazia que um garçom nos trazer bebidas e lanchinhos deliciosos, que ela o fazia pegar diretamente de uma cozinheira chamada " Sininho " e todos eram extremamente deliciosos.
Encarei Allana, enquanto ela falava distraidamente com Bianca, me perguntando o porquê de ela não ter comparecido ao nosso piquenique, as outras não pareciam se importar, mas eu tinha visto a cara dela quando perguntamos....ela não havia pegado no sono.
– Vou no banheiro. - eu disse, me alevantando e contorcendo-me para sair de lá, sem que meu cabelo pegasse fogo.
Todos é claro, me ignoraram, mas eu continuei procurando ele.
Quando finalmente o avistei, fiquei surpresa por vê-lo conversando com Lennara.
– Filipe. - o cumprimentei e parei bem na frente de Lennara.
Ele me olhou desesperado, eu sabia que por ele eu nem deveria ter vindo, mas eu não conseguiria deixá-lo.
– O que foi? - ele sussurou me arrastando para um canto e deixando Lennara sem saber como reagir.
Eu o fuzilei com os olhos pela forma indelicada com que me tratara, eu podia ser de classe baixa, mas todos sabiam que ele também já tinha sido.
– O que foi? Onde você estava ontem a tarde? - falei irritada, recebendo olhares hostis de algumas senhoras que passavam.
– Eu estava, onde eu precisava estar. - ele disse com firmeza, mas não me olhou nos olhos.
Apertei meus olhos e agarrei seu pulso.
– Todos sabem que Allana nunca ficaria com você. - falei irritada.
Os olhos castanhos dele se apertaram, ele me olhou como se duvidasse de tudo o que eu tinha dito.
– E Lucas não te ama e Talison nunca vai te amar. - ele respondeu com frieza.
Foi como se eu estivesse levando um tapa na cara, cambaleie para trás e olhei cética para ele. Não acreditava que ele havia falado aquilo, Filipe nunca era frio, nem mesmo com Adílson, porque ele estava assim agora?
– Acho que Lucas acreditaria em mim, caso eu falasse de seus encontros românticos com a futura esposa dele? - ameacei.
– Você não ousaria. - uma voz feminina disse e eu me virei para encarar os olhos azuis gélidos de Allana.

POV AMERICA

– Majestade, preciso falar com você. - uma voz rouca e preocupada serpenteou até meus ouvidos e fez com que eu me arrepiasse.
Me virei e encarei Doutor Hanter, a preocupação se instalou em mim.
– Alguma coisa errada com meu bebê? - perguntei meio desesperada, mas tentando parecer calma.
Ele olhou para minha barriga e depois para meus sapatos.
– Seus pés vão te matar depois. - ele riu docemente e encostou sua mão em meu braço. - Não tem mais vinte anos querida, sua gestação vai ser delicada e complicada, sabe que não poderá usufruir de algumas coisas, como os outros.
Sorri calmamente, eu sabia que seria preocupante, mas eu precisava de um último dia para me divertir e me sentir livre por alguns instantes.
– Mas precisa vir comigo, temos assuntos urgentes a tratar. - ele disse, os olhos azuis voltando a transparecer preocupação. Vi que ele vestia seu jaleco branco, porque ele não tinha vindo a festa?
Eu o segui, desviando de convidados que eu ainda não havia cumprimentado. Algo me dizia que aquilo era mais do que um simples resultado, era algo que mudaria minha vida.
O consultório estava frio e as luzes que entravam pela janela deixavam tudo com um aspecto sombrio, ele puxou a cadeira para mim e eu me sentei lentamente.
– O que foi doutor? - perguntei, estralando meus dedos.
Ele pegou algumas folhas em cima de sua mesa e me entregou.
Enquanto eu folheava elas, meus olhos sem compreender nenhuma palavra, ele foi falando, suas palavras fazendo com que meus sentidos apitassem.
– Quando a Vossa Alteza Allana entrou em coma por causa do inchaço de seu cérebro, nós fizemos todos os exames, todos os raios - X necessários, exames de sangue, urina...Nós juramos que tentamos, nós refizemos os testes, nós mandamos para fora do país, mas Vossa Majestade ....
Olhei para ele e depositei as folhas em cima da mesa. Senti como se tudo o que eu tinha descarregado ao descobrir a vinda de meu mais novo filho, tivesse voltado para mim.
Minha filha já era independente, mas eu não podia deixar ela sozinha. Eu não poderia esquecê-la tão facilmente, não conseguiria apagar da minha memória todas as suas birras, suas brigas, seus risos e ideias absurdas.
– Fale de uma vez. - sussurrei.
– Allana precisa de um coração.


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Notas finais do capítulo

~~> u.u Cara, ás vezes eu consigo me superar - sqn.
shuashuashua Espero que tenha curtido e adoraria que vocês deixassem um comentário *--* Por Lanna?!
Beijokas da Gaby **