A Longa Vida De Serena Cullen escrita por Angelicca Sparrow


Capítulo 7
Capítulo 7




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- Você fazia parte dos Volturi? – vociferei, avançando na direção do Cullen chefe.

Meus olhos se tingiram de vermelho vivo, prendi seus dois braços na parede com força, fazendo um barulho horrível quando recipientes de vidro vieram ao chão, quebrando-se em milhares de fragmentos. Ele me olhava aturdido, mas não se defendeu.

- Serena, faz muito tempo... Provavelmente você ainda não tinha nem nascido, fazem mais de 300 anos. – respondeu ele tentando me controlar.

Esme apareceu na porta assustada com o barulho, mas quando me viu segurando seu marido, ela não se moveu. Apenas esperou que eu me acalmasse. A raiva foi se esvaindo do meu corpo lentamente, enquanto meus braços paravam de tremer, e meus olhos voltavam ao cobre novamente, meu lobo interior adormecendo novamente.  Dei vários passos para trás, depois de soltá-lo, vendo em seus olhos o reflexo de um animal. Era isso que eu era, um animal, e daqueles bem selvagens. Indomável.

- Tudo bem... – respirei fundo aguentando o cheiro desagradável de vampiro. – Me desculpe, pelo mal comportamento. É só que...

- Eu entendo. Não precisa se explicar. – disse Carlisle, arrumando a gola da camisa e acenando para que Esme ficasse tranquila.

- Eu te interrompi, continue. – disse eu me sentando novamente, e contando cada um dos meus batimentos cardíacos enquanto ele falava, tentando confiar nele novamente.

- Quando eu fazia parte dos Volturi, eles capturavam alguns filhos da lua como seu pai, para estudos e principalmente evitar uma revolução. Conheci vários deles e após alguns anos, seu pai era o mais procurado. Ninguém conseguia encontrar o Olhos de prata. Apollo era muito esperto, nunca quis confusão... Mas hoje eu sei o motivo. Provavelmente tentava despistar os Volturi para proteger o seu bando. Geralmente, os lobisomens puros são extremamente selvagens, perigosos e solitários mas seu pai era diferente. No mesmo ano que saí da Itália e abandonei os Volturi, eu parti como um nômade. Passei por diversos países da Europa, Ásia, África e da América... Em uma visita à Colômbia, adentrei na Floresta Amazônica e encontrei com Apollo. Uma mera ironia, devido às circunstâncias... – ele riu, imerso em pensamentos. – Ele era muito inteligente, e sempre tentava arranjar um meio de conciliação sem haver batalha, pois ele sabia que com uma luta, os danos podiam ser irreversíveis. Eu o convenci de que não queria o mal, e ficamos conversando quase amigavelmente por algumas horas. Pedi permissão para ver o bando e, com muita relutância, ele permitiu. Foi uma experiência incrível, não sei como pude esquecê-la... Me lembro de que na época haviam duas garotinhas filhas de León, amigo de seu pai. Queria muito saber o que houve com ele...

- León era o pai do Max, e as duas garotinhas eram Lira e Luna, as irmãs mais velhas, se me lembro bem... – observei a lâmpada no teto. – Quando elas cresceram, elas abdicaram o lado lobo, e León que não suportaria ficar longe das filhas, fez o mesmo. Eles voltaram a envelhecer como humanos, morrendo anos depois. – fitei os olhos dourados de Carlisle, sarcástica.

- Eu não sabia... Não sei dizer se isso é alegre ou triste.

- Do lado deles, alegre talvez. Mas Max ficou arrasado e na época, ele ainda não tinha me encontrado. Foi difícil pra ele não poder desistir também, pois com o sumiço do meu pai... Ele teria que aceitar o trono do alfa. Mas continue a história...

- Claro. Os anos se passavam e eu visitava regularmente o bando de Apollo e posso lhe dizer que viramos “amigos”. Ele não confiava muito em mim, mas também não me repudiava. Achei fascinante o modo de vida deles naquela época, uns andavam com a graça de um humano, e outros caminhavam como lobos, todos no mesmo ambiente. Suas vestes eram cheias de penas coloridas, e peles de animais exóticos. Mas quando encontrei Edward, minhas visitas aos Forlooe ficaram cada vez menos frequentes. Logo após veio, Esme, Rosalie, Emmet, Alice e Jasper... Então eu me esqueci. Passaram-se muitos anos, até que achei a pulseira de penas de Arara que Lira havia me dado. Então eu comprei uma... residência em uma ilha próxima do Rio de Janeiro, para que minhas visitas por lá não demorassem tanto. Estava com saudades de todos. E mais uma vez a vida me separou do seu bando, quando soube que Edward estava tendo problemas de adaptação. Então tivemos que ficar por um tempo nos Denali, uma família de vampiros amigos nossos. – ele fez uma pausa. – Eu ia para a ilha com Esme, e me esquecia completamente da função para qual eu a comprei...  Como eu fui tolo. E assim, nunca mais tive lembranças dos Forlooe até você chegar.

- Então você realmente não sabe o que houve com o corpo de meu pai? – perguntei sentindo uma dor horrível bem no fundo do peito, a garganta se fechando.

- Sinto muito... – sussurrou ele triste. – Mas estou fazendo de tudo para achar uma resposta.

O observei, segurando firme a maca atrás de mim. Uma lágrima escapou de meus olhos. Me senti fraca, vulnerável. Queria meu pai. Abracei Carlisle, ignorando seu cheiro. Só precisava de um abraço.

- Vamos achá-lo. – murmurei em seu pescoço, sem saber se a afirmação era verdadeira.

- Claro que vamos... – ele sussurrou de volta e senti ele sorrir. – Alguém chegou.

Dei um salto para trás, e farejei o ar. Cheiro de vampiro misturado com perfume barato de humano. Corri para a sala e lá estava ele, parado no meio do tapete observando Esme com certa surpresa. Um sorriso ameaça em seus lábios. Edward estava um pouco menos pálido, mais quente que o normal. Jurava que eu só podia sentir aquilo, por que era sobrenatural.

- Edward! – falei quando ele olhou pra mim.

Ele caminhou até onde eu estava e me deu um abraço apertado. O cheiro de humano me deixando enjoada. Ele realmente estava levemente mais quente... Suas roupas estavam amassadas, e seu cabelo um pouco mais bagunçado que o normal. Não queria imaginar o que ele fez na casa da humana, com a humana...

- Ok, acho que vou vomitar... – sussurrei antes dele me soltar rindo.

- Como é? Sou tão repugnante assim? – disse ele fingindo estar ofendido.

- Esse cheiro de Bella está pela casa toda.  – disse tapando o nariz. – Agradeça que Emmet não está aqui, ou ele ia te deixar tão sem graça que se enterraria no centro da Terra. – olhei para baixo e tentei não rir.

- A propósito... Seu zíper está aberto. – murmurei não contendo o riso exagerado. Carlisle e Esme se retiraram, ates que começassem a rir também. 

- O zíper de quem está aberto? – uma voz grave e estrondosa invadiu a sala.

- Emmet... – sussurrou Edward.

Gargalhadas altas vindas da porta, eclodiram por todo lado. Estavam todos ali Alice, Rosalie, Emmet e Jasper. Alice correu para me abraçar.

- Voltamos! – disse Alice entre o riso.

- Infelizmente... – respondeu Edward entediado.

- Então quer dizer que a pequena Bella conseguiu a virtude do noivo, antes do casamento?! – gritou Emmet rindo, ao dar tapas violentos nas costas de Edward, que trincou os dentes.

Eu coloquei as duas mãos na boca, chocada coma revelação. Mas não conseguia parar de rir, de qualquer forma.

- Cala a boca Emmet! – disse Edward furioso.

- Calminha Em. Edward não pode se estressar. Tem que ter tempo para treinar para a lua de mel! – disse Rosalie causando mais risadas na sala. Pobre Edward.

- Meninos já chega. – interrompeu a voz calma de Carlisle. No mesmo instante uma energia límpida tomou conta de todos: Jasper.

- Obrigada Jasper. – disse Alice sorrindo (até demais) para o namorado, que retribuiu da forma dele.

- Aliás, o que todos vocês estavam fazendo, com excessão de Edward, que eu sei onde estava... – murmurei olhando para ele. Todos ficaram quietos, olhando para o chão, e cada um foi para um lado da sala. Emmet ligou a tv, e segurou o riso. – Ah, tudo bem... Acho que sei o que estavam fazendo...

Ri, sem graça, fitando o relógio que marcavam 8h. O sol já havia aparecido, encoberto por algumas nuvens cinza. Me acomodei da melhor maneira que pude no sofá ao lado de Edward, que alisava meus cabelos distraído.

- Adorei o figurino... Muito adulto. – zombou Emmet olhando para o roupão de seda que eu vestia.

- Aposto que sou mais adulta que você. – irritei ele de volta, com um meio sorriso.

- Não era você que estava no motel hoje de manhã... –murmurou ele sádico, quando Rosalie deu uma cotovelada forte nas costelas dele.

- Não é você que viveu 200 anos em um motel natural... – retruquei olhando para o jogo de basquete que passava na tela. Todos me observaram com os olhos arregalados, inclusive o grandão do Emmet. Edward riu, fazendo carinho nos meu cabelos.

- Ui, toma essa... – sussurrou Edward sorrindo.    

Todos continuaram mudos, só alimentando o meu ego... ha ha ha.


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