A Longa Vida De Serena Cullen escrita por Angelicca Sparrow


Capítulo 17
Capítulo 17 - Bem na hora certa...




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O sol lançava um brilho intenso e um vento gélido assobiava, te fazendo arrepiar. Eu permanecia na estrada, com meu novo carro roubado direto da loja, um Audi R8 preto, nada, nada convencional. O cheiro do estofado de couro novo e a sensação do início da manhã me fizeram me sentir mais calma. Sorri ao abrir a janela e ter os cabelos longos e castanhos atingidos pelas rajadas de vento, observei o velocímetro do carro que já marcava 250km/h. Meu sorriso se transformou em riso, quando, no banco do passageiro, peguei os óculos escuros da Guess que eu também roubei e os coloquei em meu rosto. Ria do quão criança eu estava sendo, e também por não ter ideia para onde eu estava indo. Uma mente vazia na estrada.

Não sentia nenhum cheiro diferente na mata próxima à estrada, muito menos o cheiro de lobo que eu tanto queria. Olhei para o Iphone entre minhas pernas, mas não havia mensagem nenhuma, e reparei nas minhas novas roupas: uma calça jeans escura e justa, uma blusa de mangas compridas azul marinho e um casaco de pelos marrom, bem quente.

– É... – ironizei em voz alta – Me parece que agora eu enlouqueci de vez...

Dito isso, virei o volante do Audi com habilidade e conduzi o carro até o meio da floresta, tão rápido que tive que inventar manobras absurdas ao desviar das árvores. Freei o carro bruscamente, no gramado úmido da extensa floresta, e não pude evitar que minha cabeça se chocasse contra o volante. Respirei fundo e chequei minha aparência no espelho retrovisor : intacta.

– Ops, acho que é hora de descer – abri a porta do carro mas parei, para observar dois enormes embrulhos de presente no banco de trás. Um era uma caixa quadrada e prateada, com um imenso laço de seda vermelho em volta, e a outra era retangular um pouco achatada rosa pálido, com um largo laço de cetim pink.

– Não gosto de rosa. – franzi a testa e saí do carro.

Me encostei no carro, ao fechar a porta e conferi o sinal do celular, meus pés descalços sentindo a grama fria. Coloquei os óculos em cima da cabeça enquanto tentava achar o número de Alice. Ao colocar o telefone na orelha, comecei a reparar no lugar onde eu estava. Me encontrei completamente cercada por árvores e uma ideia me surgiu à mente, no mesmo momento em que uma voz irritante surgia no celular dizendo que o aparelho estava fora da área de cobertura.

Abri novamente a porta do meu novo Audi e joguei o celular lá dentro, assim como meu casaco, minhas roupas e meus óculos. Apertei o botão da chave para trancar o carro, e o mesmo fez um som adorável. Até que me adaptei muito bem a toda a tecnologia do mundo moderno, principalmente aquele possante.

– Nunca mais terei outro carro na vida... – ri de mim mesma, enquanto me transformava em lobo e saía em disparada em direção ao coração da floresta canadense.

“Preciso me apressar, o casamento é daqui algumas horas!” pensei comigo mesma.

Pois é, já tinham se passado todos aqueles dias e o tempo tinha se acabado. Não pude raciocinar direito, depois que comprovei pra mim mesma que estava apaixonada por Edward e o perderia tão rápido quanto o encontrei. Ele era tão compreensivo, e parecia tão próximo de mim, mesmo que não tivéssemos muito contato por conta das minhas fugas constantes...

Mas isso já era... Ele se casaria em questão de horas com a humana e qualquer chance que houvesse de ficarmos juntos, iria para o inferno junto comigo. Eu demorei demais pra perceber, eu poderia ter mudado o curso da história, sei que poderia. Mas seria isso o certo? Se ele era apaixonado por Isabella Swan e eu sempre seria ligada à Maximus Éton? Tudo aquilo parecia muito confuso, e foi assim que deixei para procurar o lobo Black no último dia, pois passei todos os outros dias anteriores, roubando, assassinando e tentando não lembrar do maldito casamento. E eu tinha me comprometido em levá-lo até lá, por ele, não pela “Bella”, e confesso que no fundo, eu queria ver o que Edward faria quando o encontrasse lá, cara a cara com sua esposa. Eca, esposa...

Continuei correndo no meio da floresta sem achar nada que me levasse à Jacob. Encontrei pegadas de animais grandes, pequenos, insetos, pássaros, mas nada do lobo avermelhado. E continuei minha busca por um par de horas sem nada encontrar. Então parei e me sentei próxima ao carro novamente e cocei minhas orelhas com a pata traseira. Bufei enquanto pensava no que fazer. Levantei e chacoalhei meu pelo branco antes de me transformar em humana novamente.

– Que droga... Ele não está em lugar algum! – dei um tapa em minha testa – Ele tem que vir comigo à esse casamento...

Meu celular começou a tocar dentro do Audi. Entrei no carro e peguei o Iphone, era Edward que ligava. Fiquei encarando o celular com meu sangue todo congelado, sentia que vomitaria meus órgãos de tanto nervosismo, ansiedade, raiva... E fiquei olhando para o nome dele na tela, até o celular parar de tocar. Olhei para o horizonte e respirei fundo. Dei uma última olhada para os presentes no banco de trás, antes de colocar minha roupa de voltar e acelerar o carro ao máximo de volta para a estrada. O Audi roncando tão alto que achei que explodiria meus tímpanos.

Fiz um estressante caminho até Seattle, mas cheguei rápido. O meu novo brinquedo ajudou muito, porém confesso que foi complicado despistar os carros de polícia e oficiais do trânsito. Olhei no celular, faltava 1 hora para a cerimônia começar.

– Como será que ela está? – pensei na noiva, um sentimento indesejado amargo invadindo meu estômago – Nervosa, porém feliz, eu espero... Por que se ela se casar com ele e não ficar feliz, eu a destruo do jeito mais doloroso possível. Não deixarei Edward pra ela de graça, pra ela não aproveitá-lo...

Comecei a imaginá-los juntos, comemorando o casamento à sós, dormindo juntos, acordando juntos... Isso me torturava, não queria imaginá-los nessa situação horrorosa, aliás ela era só uma humana, duvido que teria alguma graça a Lua-de-mel deles e...

– Lua-de-mel – falei colocando uma mão no rosto enquanto absorvia os efeitos daquela palavra – Droga.

A única alternativa foi me deixar sofrer mais. Comecei a pensar em Max sem parar enquanto tomava banho em um quarto de Motel em Seattle. Relembrei da nossa primeira vez, no meio da floresta, e de como tudo parecia tão certo, depois me lembrei de quando ele me nomeou fêmea alfa do bando, quando nós construímos a tenda Gavião, quando ficamos sozinhos num rio com vários jacarés e ele apenas me beijou, e quando eu passava horas e horas assistindo-o em sua forma de lobo negro correndo, caçando e brincando... E das lambidas molhadas e os latidos que ele soltava quando me via chegar no bando. E principalmente, quando ele ficava me contando longas histórias pra eu dormir ao seu lado, abraçando-o como se fosse meu próprio lobinho de pelúcia.

Lágrimas se misturava com a água do chuveiro e depois vieram os soluços e eu sentia o chão rachar sob meus pés enquanto eu saía do banheiro e me secava no quarto. Foi nesse momento que veio o pensamento mais doloroso possível, a morte dele.

Quando Jane e seu namoradinho chegaram até nossa tenda, que era a mais afastada, e destruíram tudo, a guerra que travamos contra aqueles vampiros nojentos e o meu desespero ao ver Max agonizando no chão sem sequer saber o por que... E quando Jane o matou, me lembrei da fúria que possuiu cada nervo do meu corpo e de como seduzi seu namoradinho e o decapitei em sua frente. O rosto de pavor dela... eu jamais esquecerei. Eu queria tê-la matado, e sabia que se tentasse faria facilmente, mas queria que ela sofresse tanto quanto eu sofreria. Queria que ela sentisse na pele o mesmo que eu sentia. Oferecê-la a morte seria bondade demais da minha parte.

Fitei as duas caixas em cima da cama, que eu tinha trazido do carro. Limpei minhas lágrimas e permaneci inexpressiva enquanto desembrulhava a caixa rosa e olhava o lindo vestido de seda branco com um decote profundo nas costas. O sutil decote da parte da frente era adornado com diamantes e o vestido era bem comprido. Dentro da caixa também haviam um par de brincos de diamantes da Tiffany’s e um par de saltos prateados. Me vesti e ondulei todo o comprimento do cabelo. Me olhei no espelho e me deslumbrei, a mulher de silhueta impecável, no vestido de anjo contrastando com a pele e o cabelo morenos. Não tinha percebido que meus até meus seios aumentaram de tamanho. Meus braços estavam nus e percebi que estava mostrando muito mais pele do que deveria, e meu poder poderia sair um pouco fora do controle, mas eu não me importei.

O que estava na minha mente era sóbrio, eu iria ao casamento e de lá iria embora pra qualquer lugar do mundo, onde eu pudesse extravasar e me libertar de tudo, dar Adeus aos Cullens. Onde eu pudesse ser quem eu nasci pra ser, uma selvagem.

Sem ânimo algum e a mente completamente vazia desci até o hall do motel com a grande caixa prateada, paguei a conta e pedi meu carro para o chofer. Todos os humanos do recinto me encaravam sem desviar o olhar, deslumbrados, maravilhados. Eu podia sentir meu poder abraçando carinhosamente cada um que colocasse os olhos em mim, os trazendo para mais perto, fazendo-os encantados. Caminhei até o Audi, quando este chegou e o motorista começou a gaguejar alguma coisa ininteligível. Peguei a chave de suas mãos e o agradeci, entrando no carro suspirando de tristeza.

Não queria ouvir meus próprios pensamentos então liguei o som em uma rádio qualquer. A melodia de Bonnie Tyler–Total Eclipse Of The Heart ecoava pelas caixas de som do carro, invadindo minha alma vazia.

No caminho para Forks não consegui derramar nenhuma lágrima, apesar da minha insistência em fazê-lo, eu não podia sentir, foi como se eu estivesse morta, não conseguia sentir nada. Mas senti quando meu precioso carro se chocou contra algo extremamente duro no meio da estrada, e lá se foi meu amado carro.

Fumaça saia da frente do meu Audi, e eu demorei alguns segundos para me recompor do choque. Alguém veio gritando à plenos pulmões do lado de fora.

– Você está louca? Quer matar alguém, sua idiota? – o homem gritou furioso.

Suspirei cansada e desci do carro quase sem forças. Fui subindo o olhar para o homem incrível que estava à minha frente até chegar em seu rosto, e ele fez o mesmo. Ambos nos olhamos impressionados.

– Meu Deus! – falei alto.

– Você está incrível! – falamos juntos antes de rirmos.

Jacob sorria enquanto me analisava de cima à baixo, todo o seu mau humor sumindo por um momento. Ele estava extremamente elegante com traje social, a camisa branca combinando com sua pele estranhamente... perfeita. Ele parecia um modelo... Lindo de mais para meus padrões...


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Notas finais do capítulo

Hahaha me desculpem os erros!!! Reviews??



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