O Filho De Ártemis escrita por Marina Leal, DiasLuiza


Capítulo 17
Seguindo rastros


Notas iniciais do capítulo

oi gente, desculpem a demora, eu passei por um mega bloqueio para escrever esse cap, mas enfim consegui, eu achei que ficou bom, eu e a luh esperamos que vocês gostem :-)



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Ele montou e incrivelmente o pelo da corça era confortável e macio. Inclinou-se para chegar ao ouvido dela e sussurrou:

– Me leve para Tulsa, garota.

A corça de repente levantou as orelhas e seus olhos buscaram ao redor, então seu corpo se retesou para o oeste e ela se meteu no meio da mata.

A sensação era incrível, Caleb se sentiu livre, como se todo o mundo estivesse próximo a ele, o vento nos cabelos e os leves ruídos que a corça fazia enquanto corria com rapidez o deixou muito consciente do quão forte ela era.

Então, tão rápido como começou, ela parou de correr. Estavam perto de um riacho, com algumas árvores ao redor e uma pedra saliente que ele imaginou que era usada como trampolim. Caleb olhou para cima e viu que a garota estava descendo com o pégaso. Ele acariciou o pelo da corça e saiu de cima dela.

– Boa garota. – Ele falou e a corça se afastou e foi beber água enquanto a garota, Iole, se aproximava dele e o pégaso saia voando.

– Bem, o que faremos agora? – Ela perguntou sorrindo levemente.

– Iole é um nome incomum. – Ele falou sem pensar e ela deu uma risada baixa.

– É o nome de uma lua que foi dedicada à Hera nos tempos antigos, ela me deu esse nome porque achou que seria, hum, interessante. Acho. – Ela franziu a testa e Caleb riu.

– Ok, devemos procurar o Minotauro. – Ele falou rapidamente ao ver que ela havia fechado a cara para ele.

– E por onde começamos? – Ela perguntou ainda perecendo irritada com alguma coisa.

Foi a vez dele franzir a testa.

– Acho que vamos ter que andar por aí. – Ele disse com preocupação. – Mas só temos que segui-lo, nada de matar.

A garota o olhou, incrédula e ele suspirou.

– A profecia diz que o Minotauro aponta o caminho. – Ele disse e ela apenas cruzou os braços.

– Me diga a profecia completa. – Mandou e ele achou que devia se sentir irritado, mas ele estava se divertindo com aquilo antes de recitar a profecia.

– “Criança da Lua, cuidado. No oeste o que busca está acorrentado. O deus que está preso deve encontrar. E de sua prisão irá o libertar. A vergonha de Creta mostra o caminho. Porém em certo momento acabarás sozinho. Quando disser em desespero. Não sou um nobre guerreiro. A esperança surgirá. E alguém igual a você ela será.”

A garota pareceu refletir por um momento.

– Ok, você venceu, não vou matar aquela besta se nos depararmos com ela por aí. – A garota disse amargamente e Caleb se perguntou o motivo. – Vamos andar pela cidade, talvez ele apareça magicamente para nós.

Disse e saiu andando por uma trilha.

– Garota estranha. – Ele murmurou antes de segui-la.


*****


Eles andaram por algumas ruas. Ele notou que as mãos da garota de vez em quando se moviam para o estojo com as adagas que ela levava consigo.

– Você parece tensa. – Comentou.

Ela olhou para ele e revirou os olhos parecendo aborrecida.

– Pareço? – Disse sarcasticamente. – Não me diga.

– Olha garota, não sei o que houve com você, mas estamos nessa juntos. – Caleb falou enquanto andavam por um beco. – Vamos sair dessa. Precisamos.

Ela suspirou.

– Caleb... – Então seu corpo ficou tenso e ela olhou para os lados. – Vem comigo!

Pegou ele pela mão e o puxou para trás de duas latas de lixo.

– O que...?

Ela sacudiu a cabeça, Caleb olhou em seus olhos e viu pavor ali. Então uma voz baixa chegou até eles.

– Todos sabem que a filha de Hera será morta por minhas mãos. – Disse uma voz feminina, mas que mais parecia um rosnado. Caleb se inclinou um pouco e avistou patas monstruosas. – Hera sofrerá pelo que fez com Lâmia, rainha da Líbia.

Ao som dessas palavras Caleb sentiu os dedos da garota tremendo. Ele se abaixou ao lado dela e a abraçou. Ficaram quietos por mais alguns minutos até que o som de rosnado foi sumindo.

– Quem era aquela Iole? – Ele perguntou baixinho quando ela parou de tremer.

– Lâmia. – Ela sussurrou e olhou para ele.

– Sim, eu ouvi, mas qual é o mito sobre ela?

– Ela era filha de Líbia e Poseidon, e Zeus teve um caso com ela, minha mãe ficou com raiva e matou todos os filhos dela e a transformou em um monstro, alguns mitos dizem que ela se parece uma dracaena, outros que ela se tornou uma besta quadrúpede. E agora ela devora todas as crianças que encontra por conta dos filhos que perdeu para minha mãe. – Ela disse rapidamente e em voz baixa. – Se ela me encontrar, com certeza irei morrer.

Caleb ficou em silêncio.

– Vamos embora daqui, por favor. – Ela pediu e ele assentiu e a ajudou a se levantar.

– Para onde? – Ele perguntou enquanto andavam por uma calçada estreita e mal iluminada, Caleb lançava olhares nervosos para a garota, ela parecia bem abalada depois do quase encontro com a Lâmia.

– Vamos voltar para a campina onde chegamos, acho que o Minotauro não está mais aqui e já está escurecendo. Vamos precisar nos esconder e pensar em como vamos encontrá-lo.

Ele assentiu e quando passavam pela última rua ouviram um homem cochichando com outro.

– Estou dizendo a verdade rapaz, um homem com máscara de touro passou a noite destruindo tudo ontem, mas ele fugiu, acho que a essa altura já está fora do estado!

Caleb olhou alarmado para a garota, ela retribuiu o olhar dele e ambos correram para a clareira o mais rápido que podiam.

– Ele esteve aqui, mas já foi. – Caleb falou enquanto pegava as mochilas dele e da garota de cima da árvore.

– Rastreie ele de novo. – A garota disse e lavou o rosto com a água do córrego. – Assim saberemos onde devemos procurar.

Caleb assentiu e pegou o mapa e o arco novamente. Respirou fundo para se acalmar e fechou os olhos. Dessa vez foi mais fácil, a flecha obedeceu a seu comando rapidamente, a ponta pesando para um ponto específico do mapa. Ele lançou a flecha e soltou o ar.

– Bela pontaria. – A garota disse sorrindo e se aproximou devagar.

Ele suspirou com tristeza ao som dessas palavras, Alícia costumava dizer isso a ele. A culpa por ter deixado ela presa estava voltando com força.

A garota parecia bem inconsciente do que se passava com ele enquanto examinava o mapa com atenção.

– O lugar onde ele está é Albuquerque. – Ela falou e ergueu os olhos para ele. – Ele atravessou quase dois estados, precisamos agir rapidamente.

Caleb suspirou e tentou pensar.

– Vamos passar a noite aqui, amanhã tentaremos arrumar algum meio de transporte. – Disse. – É loucura tentarmos ir atrás dele agora.

A filha de Hera concordou com a cabeça.

– Você está certo. – Ela olhou para o céu antes de se afastar dele e apoiar a cabeça na mochila.

– Mãe. – Ela murmurou fechando os olhos. – Nos ajude.


– Iole! Iole! – Era a voz de Caleb, e soava bastante alarmada. A garota abriu os olhos e se pôs de pé, com as adagas em punho.

Olhou ao redor procurando uma ameaça, mas não encontrou nada, apenas o garoto próximo a uma árvore, fitando algo que ela não podia ver.

Iole se aproximou devagar e viu que ele olhava atentamente um pedaço de papel.

– O que houve? – A garota perguntou e ele se virou para olhar para ela.

Caleb teve que se conter para não rir, pois o cabelo dela estava uma bagunça. Ele apontou para o papel.

– É sobre Alícia. – Ele falou com a voz baixa.

Se não vier buscá-la ela irá morrer. Estamos esperando por você Filho da Lua. Em Kansas City é o lugar que você deve ir. – Ela leu e Caleb sentiu como se tudo estivesse desabando. – Caleb, não podemos ir.

Ele olhou para ela com raiva.

– Ela é minha amiga! Não posso deixá-la morrer!

A garota suspirou.

– Só temos hoje e amanhã para libertarmos Zeus. Uma viagem para Kansas City levará pelo menos um dia, e ainda nem sabemos onde Zeus está. – Disse tentando se manter razoável.

Ele se afastou dela e juntou a mochila prateada do chão.

– Caleb? Aonde você vai? – Ela perguntou ao ver que ele começava a se afastar.

– Vou salvar Alícia. – Ele disse. – Não vou deixar que a matem.

Iole trincou os dentes.

– Muito bem, vou com você. – Ele congelou no lugar e olhou para ela.

– Porque faria isso?

– Por que estamos juntos nessa, não estamos? – Ela disse andando ao lado dele e ele sorriu.

– Sim, estamos. – Disse. – Então vamos.


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Notas finais do capítulo

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