Hinata acordou logo depois um tanto desorientada. Olhou em volta tentando reconhecer onde se encontrava, e com um pulo ergueu-se da confortável cama onde estivera dormindo até a pouco.

Ainda estava no quarto do príncipe? Daquele príncipe?

A última imagem que teve dele, antes de apagar, voltou a sua mente, fazendo a mesma sentir o sangue subir a suas bochechas, tingindo-as num tom rubro.

Assustou-se a ouvir barulhos vindos da saleta de banho e percebeu que o príncipe estava tomando seu banho, agora sem ser importunado por uma criada.

Ainda estava confusa se perguntando como fora parar ali naquela cama tão especialmente confortável. O príncipe se preocupara em leva-la ali? E ainda por cima coloca-la em sua cama?

Afastando esses pensamentos, cuidadosamente se levantou da cama e correu na ponta dos pés até a porta para logo sair de lá em disparada.

– Onde estava, Hinata? – ralhou sua mãe, Tsunade quando a mesma apareceu correndo na cozinha.

– E... eu... ér... bem... estava... eu... – gaguejou ela se sentindo corar novamente.

O olhar que sua mãe lhe lançava parecia penetrar sua mente e descobrir todos seus segredos.

– Bem, não importa. Vamos vá para casa descansar, você merece. E avise a Sakura que ela volta ao serviço amanhã. – sorriu a loira.

Hinata sorriu de volta e correu para abraçar a mãe. Esquecendo-se completamente do incidente recente.

– Obrigada.

Então correu até sua casa, se é que o pequeno barraco onde morava com a mãe e a irmã podia ser considerada uma casa.

Se sentindo agora realmente livre, Hinata tirou o calçado apertado que era obrigada a usar enquanto trabalhava. Sentindo a terra sobre seus pés ela começou a correr, dando gargalhadas por sua liberdade, descendo a toda a ladeira de pedra batida para alcançar o pequeno sítio onde morava a alguns bons metros do castelo de Impera.

...

Naruto banhava-se pensando na garota que dormia em sua cama. Não sabia exatamente o que fazer com ela. Se a deixava dormir ou se a levava para a cozinha onde provavelmente existiria algum empregado que a conhecesse. Mas a última opção tinha vários contras. Principalmente se se encontrassem com a Rainha Kurenai, que com certeza se irritaria com uma empregada desmaiada. Então resolveu por deixa-la lá mesmo, descansando. Velaria seu sono esperando a mesma acordar, e então talvez pudessem conversar. Ele ainda não admitia para si mesmo, mas tinha um interesse crescente naquela morena.

E qual não foi sua decepção ao voltar a seu quarto e ver sua cama vazia, com apenas os lençóis amarrotados, a única prova de que ela realmente estivera ali.

Vestiu-se um tanto deprimido e então se aproximou da janela de seu quarto enquanto esperava chamarem-no para a janta.

O céu noturno do reino de Impera era realmente belo. Cada estrela tinha um brilho especialmente esplendoroso e a lua cheia tingia o inicio de noite de prateado.

Enquanto observava a bela obra da natureza ouviu risadas e olhando para baixo viu sua – e ele nem percebia o modo como já a declarava – morena correndo, Com os negros cabelos balançando e a pele clara, notável mesmo de tão longe, em um tom ainda mais belo por causa da lua, até chegar a um pequeno barraco com luzes fracas à distância.

Sorriu abertamente e então ouviu uma empregada o chamando para a janta.

...

– Yo, Sakura. – gritou Hinata ao abrir a porta da casinha.

– Até que enfim, pensei que fosse fazer esse jantar sozinha! – falou a rosada um tanto irritada.

– Ah, nem pense que vou te ajudar a fazer uma sopa Sakura! Estou exausta. – respondeu a morena.

– Hina, você sabe que cozinha melhor que eu! – choramingou a outra.

Hinata revirou os olhos e se embrenhou por entre os velhos cortinados que dividiam a cozinha do se quarto conjunto com o da irmã.

– AH! E amanhã você volta ao seu trabalho normal, ok?

– O QUÊ?!?!

Rindo, logo se despiu e correu para a saleta de banho que ficava do lado de fora do barraco.

A bica d’agua vinha direto do riacho que atravessava os campos do castelo. A morena se arrepiava ao sentir a agua gelada lavar lhe o corpo e o vento da noite bater-lhe.

Depois de limpa e com uma camisola comprida voltou para dentro de casa indo até uma Sakura emburrada que devorava sua parte da sopa que lhes servia de alimento. Com um caldo ralo, alguns legumes e raízes, não era nem de longe aparentemente saboroso, mas para quem trabalhara o dia todo e mal se alimentara, aquilo era a melhor comida do mundo. E com a ajuda daqueles pãezinhos que sua mãe sempre fazia, de vários grãos diferentes, eles serviram para deixar Hinata e a irmã satisfeitas.

Sakura lavou os pratos e cobriu a panela de sopa para quando sua mãe chegasse. Sem mais nada para fazer as duas foram se deitar.

– Não entendi porque saiu correndo daquele jeito hoje, e logo na melhor parte. Hoje o moreno tirou a camisa! – a rosada suspirou encarando a irmã.

– Eu precisava terminar meu serviço, quase não tive tempo de preparar o banho do Príncipe Naruto antes dele chegar. Na verdade ele me pegou lá.

Sakura arregalou os olhos.

– E ele se irritou?

– Não sei. – falou a morena corada. – Mas acho que não.

Sakura cerou os olhos.

– Espere... o que foi isso?

– Hãm? O quê? – perguntou a outra corando ainda mais e tentando disfarçar.

– Não se faça de boba Hinata. O que houve? – perguntou ela com malicia.

– Nada demais. – respondeu Hinata logo recebendo um olhar mortal da outra, a morena revirou os olhos – Ok. O príncipe não sabia que eu estava lá preparando seu banho então quando eu ia saindo eu o vi do jeitinho que veio ao mundo. Ponto, fim de historia.

Sakura mantinha as mãos cobrindo a boca até que começou a rir.

– E como ele é? – perguntou ela num sussurro malicioso.

Hinata atingiu seu mais alto grau de vermelhidão.

– ACHA QUE EU FIQUEI REPARANDO NISSO!?

– Aposto que sim! – provocou a outra.

– POIS NÃO FIQUEI! NA VERDADE EU DESMAIEI!

– Ah! Então deve ter se impressionado bastante! – Sakura ria às custas do constrangimento da irmã.

– Ah! Quer saber? Você está simplesmente insuportável hoje Sakura! – falou Hinata se virando em sua cama ficando de costas para a rosada que ainda ria.

Após alguns segundos de silencio Hinata pensou que Sakura finalmente desistira de suas besteiras, e então fechou os olhos para dormir.

– Ele é grande? – o sussurro de Sakura perto de sua orelha a fez pular na cama e jogar um travesseiro na irmã logo se iniciando uma guerra generalizada com penas voando e gargalhadas soando.

As duas só foram parar quando a mãe chegou e as separou a base de palmadas.

Enfim as duas dormiram com as nádegas ardendo depois de tanto apanhar.

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CONTINUA...