Maçã Envenenada. escrita por Perona


Capítulo 19
Capítulo XIX


Notas iniciais do capítulo

Em três dois um...
eu sou carly, e eu sou sam, e esse é o...
não pera... ¬¬
é mais um capitulo de maçã o
hm... hnhum... bom, é... isso aí, esqueci o que ia dizer... bom... deixa pra lá...
ah... as partes em itálico mais para o final do capitulo são pensamentos da Hina... :3
espero que gostem



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Olhos, olhai uma derradeira vez! Braços, dai vosso ultimo abraço! E vós, ó lábios! Com um legitimo beijo selai o pacto infindo com a morte devoradora!

– Romeu e Julieta Ato V Cena III.

- Sasuke! – exclamou Sakura assombrada com a atitude do namorado, sua expressão incrédula era compartilhada por todos os observadores da cena.

- O que é? Ela já estava morrendo mesmo, nos poupa um falatório desnecessário. – resmungou Sasuke se aproximando de onde estava, junto de Hinata.

- Mas... precisava mesmo disso tudo?

Ele apenas revirou os olhos para a expressão surpresa da rosada, Naruto e Tsunade ignoravam a ambos, mais preocupados com o estado de Hinata, ambos tentavam manter o sangue frio, algo realmente difícil para o loiro que tinha as mãos tremulas de nervosismo.

Aquela coloração... Aquela temperatura... Hinata seria facilmente confundida com uma pessoa morta, não fosse pelo sussurro que era a sua respiração, aparentemente difícil, e o pulso fraco de seu coração.

- Tsunade... esse veneno...? – murmurou ele sem completar a própria frase, mas a mulher entendeu bem o que ele queria dizer.

- Hm. Provavelmente é o mesmo que matou a seu pai... – confirmou ela seriamente – Mas numa concentração muitas vezes maior... visto que o Rei sofreu durante semanas até...

Tsunade parou no meio de sua frase, respirando fundo, tentando se manter calma.

- Mãe... você acha que o antídoto que desenvolvemos está realmente pronto para ser usado? – perguntou Sakura hesitante, notando a clara intenção da loira.

- É tudo o que podemos fazer por ela Sakura... Ou tentamos com o antídoto, ou simplesmente a deixamos morrer, o que você escolhe? – desafiou firmemente.

Sakura encarou os olhos castanhos de Tsunade com suas esmeraldas ameaçando transbordar, como ela podia lhe fazer uma pergunta como aquela e com tamanha frieza?

A intenção da loira de longe era ser rude com Sakura, mas a atual situação da sua chamadafilha mais nova a deixava por um fio de explodir em desespero, sua paciência estava no limite da sanidade.

- Precisamos tirá-la daqui. – sussurrou Naruto.

- Sim.

- Hoy! Naruto, espere. – chamou Sasuke quando o loiro se erguia com a morena cuidadosamente acomodada nos braços, com o intuito de ir até onde a carruagem que o trouxera ao torneio estava – Acha mesmo que vai conseguir sair daqui antes de dar uma explicação pra esse pessoal todo?

Naruto lançou um olhar ao redor. Deu um suspiro de pesar ao notar que todo o povo, seu povo, ainda estava atônito, claramente confuso com os acontecimentos recentes, desde a chegada de Hinata, afirmando ser a princesa morta, até a decapitação da Rainha. E Naruto tinha que admitir, não importava o quão ruim o reinado Kurenai havia sido, ela ainda era rainha deles, a quem deviam obediência e fidelidade acima de tudo, sem questionar nem discordar.

- Garoto, não se preocupe com isso agora. – o nobre que defendera Naruto há alguns minutos, Lorde Jones, se ele bem se lembrava, apoiou uma mão no ombro do príncipe – Precisamos sim, todos nós, de uma ótima explicação para os recentes acontecimentos, mas nesse momento, se preocupe com a garota, a história dela parece bem interessante, estamos num período deInterregno¹ agora.

Naruto, após um tempo associando as palavras do Lorde, concordou freneticamente.

- Até a manhã de amanhã os cartazes de Interregno estarão espalhados por todo reino. – completou o Lorde – Deixe comigo.

- Certo. E muito obrigado, Lorde Jones. – Naruto agradeceu simplesmente, antes de se virar e ir acompanhado de Tsunade, Sakura e Sasuke até uma carruagem guiada por dois cavalos marrons que logo se puseram a trotar pelas ruas da vila.

...

No pequeno quarto do confortável casebre de Tsunade, todos ali estavam envolta do corpo da dormente e envenenada Hinata. A morena deitada sobre a cama de sua considerada matriarca e ainda trajada em sua roupa de duelo, não movia um músculo sequer, a não ser o do coração, e isso já era uma forma de deixar os resquícios de esperanças de seu amado ativos.

- Naruto, vê se aquieta! – ralhou Sasuke para o melhor amigo, ou talvez único. O cavaleiro não era chegado em fazer amizades, mas quando fazia, essas eram eternas.

O príncipe loiro que andava de um lado para o outro com as mãos atrás das costas, travou em frente à sua amada. Mas mesmo assim não deixava de demonstrar nervosismo, tanto que seus punhos já doíam pela forma que eram cerrados, assim como seu lábio inferior, o qual era violentamente mordido pela arcada dentária superior.

Não, eu não posso perdê-la. Tenho que confiar que tudo dará certo. Droga, nem mesmo eu estou acreditando no meu otimismo...

- Mãe... Mãe... Mãe...?

- Sakura! Deixe-me pensar um segundo! – pediu Tsunade baixinho encarando os frascos com ervas e a pequena nota que fizera quando pesquisava sobre os reagentes àquele veneno.

Com certeza seu antídoto daria algum efeito em alguém que não tivesse sido atacado com um superconcentrado do mesmo... Toda sua pesquisa se voltara para atentados como o do Rei Hiash e do Rei Minato, mas ela não estava segura de que aquilo funcionaria em Hinata.

Mas precisava arriscar. E agora se mantinha pensativa lendo e relendo a nota com o nome de todas as ervas que reagiram à amostra do veneno coletado quando Minato morrera, procurando por uma que pudesse usar em maior quantidade para aumentar as chances de reação.

Sakura revirou os olhos para sua mãe e rapidamente tirou de sua mão a nota.

- Ei! – exclamou a loira irritada.

- Mãe, preste atenção! Eu aprendi tudo que sei de medicina com você! Mas ainda não sei como não percebeu!

Tsunade franziu o cenho às palavras de Sakura.

- Visco. – falou a rosada seriamente.

Sasuke deixou uma risadinha escapar.

- O quê? Quer que a gente pegue um visco, estenda sobre a cabeça de Hinata e faça o Naruto beijá-la? Pra mim que não era muito de acreditar em contos de fada, Sakura. – comentou conseguindo ser irônico até num momento daqueles.

Sakura o fuzilou lentamente com os olhos.

- Não, ela está certa. – murmurou Tsunade. – Isso pode dar certo, não pensei em testar o visco nesse veneno porque achei que seria muito forte para o mesmo, podendo até causar uma intoxicação se usado para ataques em pequenas quantidades, mas para o caso de Hinata... Isso pode dar certo.

Sakura sorriu triunfante para Sasuke que arqueou uma sobrancelha em resposta.

- Vai dar certo. – falou ela arrastando consigo o Uchiha para a floresta que já escurecia com a chegada sorrateira da noite atrás da tal planta.

- Naruto... – chamou Tsunade.

O rapaz, alheio a tudo o que se passava, olhava apenas para a morena. Perde-la... Ele não fazia ideia de como só aquele pensamento seria tão doloroso. Não conseguia, não podia se quer se imaginar sem ela. Não agora, não mais.

Nunca achou muito sentido nas tragédias clássicas, de Shakespeare, mas pela primeira vez, via como apenas o pensamento de perder um amor era devastador a ponto de querer partir junto.

Ele já se culpava... Devia ter convencido Hinata de não duelar, de planejarem um golpe de estado um pouco mais sorrateiro e simples, mas Hinata, apesar de toda a simplicidade à qual fora criada, ainda tinha seu orgulho próprio. E por fim ele cedeu.

Ele confiou nas habilidades de Hinata com uma espada, ela era boa, Naruto havia percebido isso no primeiro treino que tiveram, seus movimentos pareciam algo herdado, algo ‘real’ literalmente, ela teria ganhado se Kurenai não fosse tão baixa àquele ponto. Nunca imaginou que veneno estaria em jogo naquele duelo.

- O que posso fazer Tsunade? – perguntou o rapaz tenso, sem desviar os olhos da morena por um segundo. Ele tinha a sensação de que se o fizesse ela desapareceria em uma nuvem de fumaça.

- Comece por não quebrar os ossos da mão dela, por favor. – falou ela referindo-se ao aperto constante das mãos do príncipe em volta da mão frágil de Hinata, mas logo depois suspirou – Nada. Até mesmo eu estou impotente, Naruto, mas devemos confiar que o visco vai ajuda-la.

...

Dor.

Isso era tudo o que eu sentia. Vindo em ondas, num fluxo-refluxo infinito, parecia que nunca ia acabar, era como agulhas mergulhadas em fogo que perfuravam meu interior, minha cabeça parecia queimar.

Meus músculos estavam rijos, eu não podia me mover mais há um tempo, minha voz havia sumido... Eu nem podia gritar por socorro.

Faça parar!

Meus sentidosestavam completamente distorcidos, perdi o dom da visão e já perdia também a pouca consciência que ainda tinha. Eu não podia desmaiar...

Não posso desmaiar!

Se eu desmaiar não vou acordar. Não sei como cheguei nessa conclusão, mas tinha um forte pressentimento de que era isso que aconteceria se eu o fizesse.

Mas estava difícil... Eu já não sabia se o que escutava era real ou ilusório... Como uma canção de ninar... Não, uma canção de anjos, me chamando para cima, me chamando para o alívio eterno...

Alívio.

Isso era tudo o que eu queria... Eu não pensava em ser salva ou não querer morrer. Eu só queria me livrar desse sofrimento. Não preciso abrir meus olhos, não preciso viver, não me importo... Apenas faça parar.

Escuridão.

Aquela escuridão... Era de onde vinham as vozes dos anjos. Que pareciam me arrastar... Eu suspirei, era ali que eu encontraria meu alívio... Vou entrar... Ali eu posso descansar... Vai ser legal.

Um gosto amargo assolou meu paladar, que pensava também ter perdido, e um fluido desceu rasgando gelado por meu interior quente, me trazendo da escuridão calma, de volta para a dor.

AHHHHHHHHHHHHHHHH!

Eu gritei, ou foi apenas minha mente? Eu suava bicas, me sentia extremamente enjoada, e logo o ácido do meu estomago saiu sem minha permissão, eu não me controlava...

- Isso Hinata, você está reagindo. – uma voz cansada soou um tanto alegre, era Tsunade – Abra seus olhos.

Não, me deixe dormir.

- Por favor, abra os olhos. – outra voz soou um tanto emocionada.

Naruto-kun... Por favor... Deixe-me morrer... Essa dor... Só assim vai parar.

- Ela precisa beber mais disso, o antídoto aplicado na veia vai reagir melhor junto desse. – a voz de Sakura se mostrou preocupada.

Mais daquela coisa amarga foi forçada por minha boca. A dor corrosiva pareceu se concentrar toda num único lugar, e minha cabeça não era um dos melhores, a palpitação era mais forte que tudo, parecia que meu cérebro explodiria com toda aquela pressão.

- AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

A voz rasgou por minha garganta e dessa vez eu tive certeza que meu grito foi real.

- Isso. Não desista, grite o quanto puder Hinata. – a voz de Tsunade falou mais uma vez, agora mais fácil de discernir.

Meu corpo parecia pesado, a pressão no meu cérebro pareceu diminuir, assim como a dor, mas ela continuava ali.

- Abra os olhos. – a voz de Sakura soou mais uma vez.

Tentei fazê-lo, mas não sabia se aquele borrão difuso era o que eu enxergava se abrisse meus olhos ou se era fruto da minha imaginação.

- Me... deixe dormir... – tentei pedir.

- Ainda não Hinata, fique acordada, só um pouco mais. E beba disso.

Mais daquele liquido horrível, e mais uma vez o ácido do meu estomago despejou sem minha vontade.

- Pare de força-la Sakura, seu estomago já não suporta mais disso, o antídoto venal já é suficiente agora! – chiou Tsunade.

- Eu quero dormir... – implorei mais uma vez, minha voz realmente podia ser ouvida?

- Só mais um pouco... – repetiu Sakura.

O quanto é isso, droga? Eu podia sentir as lágrimas quentes queimarem minha face. Eu preciso descansar.

- Não desista agora, você ainda é muito jovem para se deixar morrer Hinata, tudo depende inteiramente de você agora minha querida. Abra os olhos. – chamou Tsunade dando leves tapas na face pálida, tentando despertá-la.

- Hinata-chan, não desista de mim, não desista de nós. – Ah... Naruto-kun... – Eu ainda não realizei meu sonho. E sem você ele não será possível. Eu quero muito, mas muito me casar com você, e também, tcs, quero ter uns... uns...

Ah, Naruto-kun, não faça isso comigo...Ele parecia estar emocionado... E de repente a sensação de sua mão na minha se tornou mais clara... Era como o fio de esperança que eu precisava... Para me manter nesse mundo.

Uns dez filhos com você. – completou o rapaz enfim – Quero ser feliz do seu lado, Hinata, apenas do seu... Então, por favor, não me deixe.

- E-eu também, Naruto-Kun. – tenho certeza que minha voz saiu, estava rouca, e muito baixa, mas saiu. Apesar de toda dor, a declaração do Naruto me fez sentir, mesmo que por alguns segundos, a melhor sensação que eu poderia alcançar.

Engoli seco, sentindo o gosto do fel em minha garganta, e mais lágrimas mornas inundarem minhas bochechas quentes, mas dessa vez minhas lágrimas continha um alto teor de... ah, de felicidade!

Lentamente, abri meus olhos e encontrei mais seis que me observavam atentamente, e logo mais um par se juntou.

- Isso Hinata. – Tsunade sorriu, acompanhada de Sakura que se debulhou em lagrimas e se jogou no Uchiha.

- Estou orgulhoso de você, meu amor. – murmurou Naruto sorrindo fracamente, mas verdadeiro, se inclinando e pressionando os lábios sobre a franja úmida de suor da morena.

- Água... – pedi.

Prontamente Sakura se dispôs com uma jarra de barro, derramando do liquido em sua boca.

- Ótimo... – suspirei exausta – Posso dormir agora?

Uma risada baixa de Tsunade soou. Mas eu já me apagava desse mundo caindo na inconsciência.

- É claro.

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CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

hoho *w* é isso
bom...
interregno - é do latim e significa algo como um período "entre reinos"
e visco, ou visgo - é a plantinha dos mal amados u3u (brincadeira) mas descobri que ela também era usada como antidoto para venenos e etc e tal, não faço ideia se realmente era tão boa assim, mas... bom talvez eu tenha exagerado um pouquinho...
minhas fontes foram a Wikipédia xD e algum site perdido aí pelo google...

é isso :3 espero que tenham gostado...
abayo minna, kissus.



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