Batman e Sub-Man - Dupla Imbatível escrita por Goldfield


Capítulo 5
Capítulos 8 e 9




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Capítulo 8

A fábrica de corantes.

Ruas de Gotham City, 22:06.

O Bat-móvel seguia velozmente pelas vias do distrito industrial da cidade. A polícia já contatara os ocupantes, informando a localização do crime em andamento. As pessoas que circulavam pela região àquela hora da noite, ao verem o veículo passar a mil sobre o asfalto, se perguntavam sobre o que estaria acontecendo.

–         Batman! – chamou Sub-Man, segurando-se no assento.

–         Sim? – indagou o Cavaleiro das Trevas, olhar fixo na rua.

–         Obrigado por ter me salvado no beco! Eu teria virado patê nas mãos daquele sujeito!

–         Não há de quê...

Súbito, a fachada da fábrica de corantes Greenstone surgiu logo à frente, ampla e sombria. Um letreiro luminoso de cor verde exibia o nome da indústria, com várias letras piscando erroneamente devido a mau contato. Batman parou seu transporte, e logo a cabine de pilotagem se abriu.

–         Já chegamos? – perguntou “Sub”, olhando ao redor. – Sabe, estou pensando seriamente em comprar um carro como o seu...

–         Você não encontrará este modelo nas lojas! – disse o justiceiro de Gotham, caminhando na direção da fábrica. – Foi feito sob encomenda!

–         Por quem? O Professor Pardal?

Os dois heróis estavam de frente para o grande portão do local, trancado, como já era de se supor.

–         E então? – quis saber Sub-Man. – Como entraremos?

–         Você faz perguntas demais...

Dizendo isso, Batman retirou de seu cinto um gancho em forma de morcego, o qual, preso por uma corda ao combatente do crime, foi disparado na direção do telhado da fábrica. Por meio de tal artifício, o alter ego de Bruce Wayne ganhou o alto da construção.

–         Hei, e quanto a mim? – exclamou “Sub”. – Somos uma equipe, certo?

–         Olhe para baixo!

O protetor de Metro City obedeceu, e viu que havia uma tampa de bueiro sob seus pés. Num sorriso maroto, o parceiro temporário do Detetive das Sombras replicou:

–         OK, entendi... Nos vemos lá dentro!

–         Foi uma decisão sábia de minha parte transferir-me para Gotham City... – murmurou o Doutor Toxinian fazendo, como sempre, uso de seu gênio doentio. – Perdi tempo precioso não me mudando antes!

O vilão, na garagem da fábrica, colocava vários barris de corante dentro do furgão que usara para invadir o local. Quando estava prestes a concluir tal tarefa, porém, o inimigo do Sub-Man ouviu um barulho suspeito.

–         Eles chegaram... – concluiu, guardando mais um recipiente no veículo. – Não há lugar na Terra em que eu esteja totalmente livre de algum intrometido... Merezani, vá cuidar deles!

–         Sim, doutor! – respondeu o capanga, até então oculto nas sombras, deixando o recinto a passos rápidos.

Batman, num salto, deixou o duto de ventilação, caindo de pé no centro de uma sala escura que parecia ser um depósito. Fazendo uso das lentes de visão noturna que havia instalado recentemente em sua máscara, o Cavaleiro das Trevas teve certeza de que era o único ser vivo no cômodo.

–         Como se eu já não estivesse acostumado com a solidão... – disse o justiceiro, pensando alto.

Ainda usando as lentes, o herói caminhou até a única porta do lugar, chutando-a para abrir caminho. Ganhou um corredor tão amedrontador e sombrio quanto o ambiente anterior, e o único som que separava o interior da fábrica do total silêncio era o de suas botas pisando sobre o piso.

Depois de mais alguns metros, Batman chegou a um pequeno saguão com uma escada que levava ao andar inferior. Entretanto, antes de poder descer por ela, um disparo repentino por pouco não atingiu um de seus ombros. O vingador buscou refúgio rapidamente atrás de uma pilastra, enquanto os tiros se tornavam mais próximos e intensos.

–         Sub-Man, você me ouve? – indagou o combatente do crime através do comunicador.

–         Alto e claro! – respondeu “Sub”. – Agora eu sei porque optou pelo telhado! Estou seguindo pelo esgoto, e o lugar fede mais do que catador de esterco com desodorante vencido! Encontrou alguma coisa?

–         Estou sendo alvejado! Venha até aqui, agora!

–         E onde você se encontra exatamente?

–         Parece ser o saguão da fábrica, venha depressa!

–         Certo, estou a caminho!

Na garagem da fábrica, Toxinian havia acabado de colocar o último barril de corante dentro do furgão. Dali era possível ouvir os disparos efetuados por Merezani. Balançando negativamente a cabeça, o insano criminoso afirmou num murmúrio:

–         Sem minha ajuda você não consegue nem matar uma formiga, caro Lúcio...

E seguiu, sem perder a calma, pela mesma porta cruzada por seu assistente instantes atrás.

Correndo o máximo possível, Sub-Man atingiu o saguão mencionado por Batman. Todavia, os tiros cessaram assim que o super-herói deu o primeiro passo dentro do lugar.

–         Isso não me cheira bem...

Mal disse isso, “Sub” percebeu que alguém o atacava pelas costas. Num movimento ágil, escapou de Merezani, que tentara lhe bater na cabeça com o revólver.

–         Não tão rápido, filho da mãe! – exclamou o ex-tenente da polícia.

–         Saiba que você nunca cheirou tão mal, Sub-Man... – disse o capanga de Toxinian, sentindo o péssimo odor proveniente do adversário.

–         Bem, saiba você que é agora que a coisa realmente vai feder!

Logo em seguida, o parceiro do Batman atacou o oponente com uma voadora, a qual este não foi capaz de defender. O Cavaleiro das Trevas, aproveitando a situação, deixou seu esconderijo, mas antes que pudesse correr para ajudar seu mais novo amigo, uma voz abafada o deteve:

–         Aonde pensa que vai, morcego?

O justiceiro de Gotham se virou, pronto para lutar com grande destreza.

Capítulo 9

Lutas simultâneas.

Sub-Man investiu contra Merezani usando um soco, que atingiu o peito do criminoso. Porém, o golpe aparentou não ter lhe causado nada.

–         Será necessário mais do que um ataque patético para me vencer, herói de araque! – riu o assecla de Toxinian. – Vamos ver o quanto pode resistir!

–         OK, então...

O protetor de Metro City executou mais um movimento, tentando acertar o oponente com uma rasteira. Este, entretanto, esquivou-se num salto, contra-atacando com um chute. “Sub” recebeu o golpe no rosto, cuspindo sangue. Apesar da dor, recuou de forma ágil, preparando-se para reagir.

O ex-policial agarrou os dois ombros de Merezani, usando-os como apoio para tomar impulso e atingir o abdômen do adversário com os dois pés ao mesmo tempo. Mais uma vez, o sinistro meliante pareceu não se abalar, voltando ao embate num piscar de olhos. Atingiu “Sub” novamente, desta vez com dois fortes socos no tórax. O super-herói gemeu, voltando a recuar.

–         Você andou tomando muita bomba... – murmurou o alter ego de Josh Remington, provocando o inimigo enquanto pensava numa maneira de vencê-lo.

–         Meu mestre encontrou maneiras de aprimorar a resistência humana! Não será capaz de derrotar a ciência!

–         Isso não é ciência, e sim loucura!

–         Então sinta minha loucura, Sub-Man!

Merezani partiu para cima do herói mais uma vez, desta vez com uma potente voadora. “Sub” pulou para a direita, livrando-se da investida. Antes que o ex-tenente pudesse ao menos respirar, o capanga de Toxinian atacou-o novamente por meio de uma cabeçada. Atingido, o protetor de Metro City acabou sendo jogado para o andar inferior, caindo de costas sobre o piso aos pés da escada do saguão.

–         Hora de desistir, Sub-Man! – gargalhou o maníaco, pousando ao lado do mutante após um salto. – Você já era!

–         Ainda não acabou... – afirmou o herói, levantando-se com dificuldade.

Enquanto o capanga de Toxinian caminhava lentamente em sua direção para liquidar de vez com o adversário, este, fitando uma porta próxima sobre a qual lia-se a inscrição “Depósito 01”, percebeu que talvez ainda houvesse uma maneira de vencer aquela luta...

–         Venha me pegar, bombadão! – provocou “Sub”, correndo na direção da entrada o mais rápido que seus ferimentos permitiam.

–         Vou acabar com você!

E assim o confronto mudou de ambiente.

Enquanto isso, Batman também encarava um oponente cruel e sanguinário: nada mais, nada menos que o malévolo e extremamente sádico Doutor Toxinian.

–         Você e seu desprezível aliado estão impedindo que eu crie minha Utopia! Desista, ou sofrerá as conseqüências por ter interferido em meus intentos!

–         Essa sua conversa barata de cientista maluco pode até funcionar com o Sub-Man, mas não comigo! – murmurou o Detetive das Sombras. – É apenas um criminoso sem escrúpulos como todos os outros que já coloquei na cadeia, tão baixo e covarde quanto qualquer um deles!

–         Não, Batman! Na verdade você é um maldito justiceiro que resolveu combater o crime para vingar a morte de alguém que amava! Conheço bem seu tipo. Assim como o Sub-Man, você deve ficar chorando pelos cantos no momento em que não está caçando bandidos!

–         Você é quem vai chorar pelos cantos de sua cela depois que eu o colocar na cadeia, patife!

O justiceiro de Gotham atacou com um soco, mas Toxinian se defendeu cruzando os dois braços diante do rosto. Em seguida revidou com um chute giratório. Batman, porém, saltou agilmente, livrando-se da ameaça e acertando uma voadora no rosto do oponente. O inimigo do Sub-Man por pouco não teve a máscara de gás arrancada. Recuperando-se da investida, estendeu a palma de sua mão direita na direção do herói, gritando:

–         Tente escapar deste ataque, morcego!

Um mortal jato de ácido foi disparado contra Batman, o qual, num movimento rápido, cobriu-se inteiramente com sua capa. A substância corrosiva escorreu sobre o material que o Cavaleiro das Trevas usava para se proteger, mas não o atravessou. Depois de mais alguns segundos, o vingador, sem qualquer ferimento, voltou à posição de combate, murmurando:

–         Minha capa pode resistir a praticamente qualquer tipo de ácido... Você deveria saber!

–         Não há problema, eu acabarei com você e o Sub-Man de uma forma ou outra!

Logo após dizer isso, Toxinian usou uma seqüência de três socos contra Batman, que se defendeu usando os braços. Antes de conseguir esboçar qualquer reação, o alter ego de Bruce Wayne foi empurrado com força pelo adversário através de uma porta próxima, a qual levava a uma espécie de escritório. E lá o embate prosseguiu...

Assim que entrou no depósito, Sub-Man olhou rapidamente ao redor em busca de algo que pudesse usar contra Merezani. O capanga de Toxinian chegou segundos depois, furioso e ameaçador.

–         Aproveite seus últimos instantes de vida! – exclamou ele.

–         Pode ter certeza de que farei isso... – murmurou o super-herói, percebendo a existência, junto a uma parede não muito distante, de uma alta prateleira metálica repleta de barris contendo corantes.

O ex-policial já tinha um plano em mente. Prevendo de certa forma os movimentos do adversário, esquivou-se num salto quando este atacou com dois chutes seguidos. Em seguida, por meio de um forte soco no abdômen do vilão, empurrou-o na direção da prateleira. Ele gritou logo depois:

–         É inútil! Não pode me subjugar por meio de seus socos e chutes patéticos!

–         Eu possuo outros meios...

Dizendo isso, “Sub” respirou fundo e sacou sua fiel pistola calibre 45. Merezani, vendo a arma apontada em sua direção, surpreendeu-se em relação àquele comportamento por parte do protetor de Metro City. Porém, antes de apertar o gatilho, o alter ego de Josh Remington transferiu a mira para uma das pernas da prateleira. Mordendo os lábios, finalmente disparou...

O tiro atingiu o suporte em cheio, entortando-o e fazendo assim com que o grande armário começasse a balançar sobre suas bases. O oponente do herói, entretanto, não notou o efeito provocado atrás de si, pensando que Sub-Man atirara naquela direção simplesmente porque não tivera coragem de usar força letal contra um criminoso. Por isso resolveu novamente intimidá-lo, gargalhando:

–         Eu rio de você, fraco imundo! Como espera me vencer se não tem coragem de nem ao menos atirar contra mim? Caia na real, Sub-Man! Você não é nada perante o poder que me foi concedido por Toxinian!

–         Sabe, quando eu estava conversando com o Batman no esconderijo dele, ele me contou que um de seus inimigos, o Coringa, ensinou-lhe uma útil lição...

–         E qual é?

–         Quem ri por último, ri melhor!

E, sem pensar duas vezes, “Sub” atirou com a pistola na direção de outra perna da prateleira...

Foi fatal. O ex-tenente da polícia saltou instintivamente para trás, enquanto Merezani, confuso, voltava-se para o armário, o qual, causando grande barulho, vinha ao chão com velocidade inescapável.

–         Não! – berrou o capanga de Toxinian, percebendo tarde demais que caíra numa armadilha.

A destruidora massa de metal esmagou o meliante como se este não passasse de uma miserável mosca. O mais espantoso, e bizarro, foi o fato dos corantes armazenados nos barris da prateleira terem corroído violentamente a pele de Merezani ao entrarem em contato com ela. Sub-Man estranhou tal fato, mas o importante naquele momento era que havia vencido a luta.

–         Sinta o gosto amargo da derrota, “Sr. Hyde”! – exclamou Sub-Man em tom irônico, deixando a sala logo depois para ir auxiliar Batman.

Enquanto “Sub” enfrentava o terrível Merezani, Batman, dentro do escritório localizado no segundo andar da fábrica, preparava-se para atacar Toxinian novamente, antes que o insano doutor usasse sua força mutante para derrubá-lo.

–         Gosto deste novo ambiente... – murmurou o vilão. – Até me lembra a época em que trabalhei na Biocom!

–         Depois que eu entregá-lo às autoridades, o único trabalho exercido por você será o forçado, na prisão!

–         Tente me deter! – provocou o criminoso numa sinistra risada. – Tente!

O Cavaleiro das Trevas lançou-se contra o adversário num soco, este, todavia, conseguiu se defender usando uma cadeira. Logo depois o meliante tentou atingir Batman arremessando o móvel em sua direção, mas ele foi quebrado pelo justiceiro num chute antes que pudesse lhe ferir. Num piscar de olhos, Toxinian avançou até o oponente aplicando uma voadora. O alter ego de Bruce Wayne se abaixou, e o golpe do inimigo do Sub-Man acabou por partir uma mesa ao meio.

–         Você errou! – exclamou o herói, erguendo-se rapidamente.

–         Quê? – surpreendeu-se o vilão.

Desprevenido, o maníaco recebeu uma devastadora seqüência de socos e chutes, sendo atingido em várias partes de seu corpo. Por fim, sem que pudesse reagir, foi empurrado através de uma grande janela, caindo de costas sobre o duro chão de um beco situado ao lado da fábrica.

–         Ao perdedor, a vergonha! – disse Batman, braços cruzados.

–         Vejo que você consegue se virar muito bem sem minha ajuda, morcegão! – afirmou “Sub”, surgindo ao lado do parceiro.

–         É você quem está dizendo... – sorriu o Detetive das Sombras, voltando-se para o colega. – E quanto ao outro cara?

–         Liquidado! Dei uma olhada na garagem e descobri que o Toxinian pretendia roubar vários barris contendo corantes! Ele, com a ajuda do Sr. Frio ou não, está planejando algo desconhecido por nós até o momento!

–         Em que veículo eles chegaram aqui?

–         Um furgão contendo a inscrição “Cryo-Lab”, isso lhe diz algo?

–         Parece que já sabemos onde o Sr. Frio está escondido...

Nisso, os dois vingadores olharam para o beco, percebendo que o Doutor Toxinian não estava mais ali.

–         O maldito fugiu... – murmurou Sub-Man, mordendo os lábios.

–         Nós o encontraremos! Rápido, para o Bat-móvel! Não temos a noite toda!

O protetor de Metro City assentiu com a cabeça, e a dupla imbatível deixou o local sem demora.

Continua... 


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