Still Into You. escrita por paloma


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!



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Só pode ser azar ou... azar, pensei. Ficar com raiva, tudo bem, mas beijar, logo aquele marrento rebelde? Foi mais que azar.

A música já estava sendo inaudível para mim. Como havia dito, isso de sair para a noitada como meu irmão Alex diz, não era muito a minha praia. Um bom livro era melhor, com certeza. Me pouparia de pagar o mico que passei agora a pouco. Ah!

Encontrei Calli aos beijos agora com outro carinha. De longe parecia ser ruivo. Não é por nada, mas minha amiga está me saindo uma verdadeira vassourinha. Só as vezes que a via, ela tinha beijado três caras diferentes. Fico imaginando as vezes que a perdia de vista. Olhei para aquela cena, e revirei os olhos. Mandei uma mensagem para ela, dizendo que iria pra casa, que já estava bom de diversão por hoje. Ela veria a mensagem. Calli olha no celular a cada dez minutos, mesmo quando não tem nada ou quando ele está sem bateria e desligado. É mania dela.

Saí de dentro da La Creyz e fui até um ponto de táxi. E nada ali. Merda! Andei mais um quilômetro, e nada. Meus pés já estavam me matando. Tirei o salto e andei descalça mesmo. Mais um quilômetro a frente, vi um táxi, mas quando fui gritar para pegá-lo, o filha da mãe vai embora. Ele deve ter achado que eu era uma ladra ou coisa parecida. Bufei. Tem como minha noite ficar pior? Pensei. Foi aí que um carro passou a toda velocidade, jorrando água de uma poçinha que tinha ali em cima de mim. Que beleza! Estava um nojo só. Minha roupa totalmente molhada. Minha blusa que antes era branca, agora estava transparente, deixando a mostra meu sutiã vermelho rendado. Meu cabelo estava horrível. Para resumi, eu estava terrível. Peguei minha bolsa e olhei no espelho, por sorte minha maquiagem estava intacta. Bendita seja a maquiagem a prova d'água!

Já estava cansada de andar, andar e não achar um táxi se quer. Me sentei no meio fio mesmo. Denver naquela hora, ficava bem deserta. Olhava para o lado e via que só havia eu ali, e claro, alguns barulhos de corujas, insetos e afins. Olhei meu celular, ia ligar para o meu pai, mas para o meu azar, estava desligado. Sabia que tinha que carregá-lo antes de sair de casa. Santa burrice minha, pensei. Minha noite parecia está apenas começando. Não sou pessimista, mas é que tudo estava conspirando contra mim. A aposta, o beijo no marrentinho, o banho de lama, meu celular sem bateria. O que mais falta agora, para fechar minha noite ''perfeita'' com chave de ouro? Falei alto.

– Eu! - disse uma voz grave

Me virei para ver quem era e eis que me aparece o que iria fechar minha note ''perfeita'' com chave de ouro. Matt. Esse era o nome dele, eu acho.

– Foi embora e nem e disse seu nome, gatinha. - falou se sentando ao meu lado no meio fio

Revirei os olhos, ignorando ele. Só escutei ele suspirar e ri depois.

– Pode me ignorar o tempo que quiser, mas não pode esquecer de uma coisa. - falou se aproximando do meu ouvido - O beijo. - disse sussurrando no meu ouvido

Me afastei dele, chegando mais para o lado. Táxi apareça pelo amor de Deus! Olhava para os lados e nada de uma alma viva que tenha um táxi apareça ali.

– Você sabia que esses lados aqui de Denver são bem perigosos né, gatinha? - falou

– Não me chame de gatinha, porra. Tenho nome. - disse ríspida, fazendo-o ri

– Então me diz qual é...

Olhei para ele e notei que ele era lindo. Para com isso já, falei a mim mesma. Virei a cara a ele e olhei para o lado oposto que ele estava.

Para minha sorte, um táxi apareceu. Até que enfim! Saí em disparada dali em direção ao táxi que parou.

– Ei gatinha, sem beijo agora é? - falou se levantando do meio fio.

Apenas o olhei e virei o rosto.

Depois de quase dez minutos rodando até achar minha casa, o taxista achou. Dei o dinheiro a ele e segui até meu quarto. Fechei a porta e me joguei na cama do jeito que estava. Que noite, hein?

Acordei com o som do meu despertador tocando Spectrum. Ai minha cabeça. Bati com toda a força no despertador e o desliguei. Abri meus olhos e me sentia um pouco zonza. Não tinha bebido muito e não estava bêbada quando resolvi sair da festa. Acho que aquela tonteira toda era culpa da noite de merda que eu tive. Me levantei e segui até o banheiro. Me olhei no espelho. Porra, que desastre que eu tava. Tinha me esquecido de tirar a maquiagem antes de dormir. O rímel borrou todo. Parecia um guaxinim, com os olhos pretos daquele jeito. Saí do banheiro, e me deparo com Alex me olhando com cara de espanto.

– Puta merda, Cass ou é um guaxinim? - falou rindo - Tá terrível hein, maninha

Mostrei a língua para ele.

– O que faz aqui? - perguntei indo até meu armário

– Nada, só queria perguntar como foi sua noite de comemoração de 18 anos.

Olhei para ele e revirei os olhos. Alex conseguia ser mais curioso que eu mesma.

– Em uma palavra? - ele assentiu quando perguntei - Merda!

Ele riu, saindo do quarto.

Voltei ao banheiro, tomei banho, fiz minha higiene matinal, desci para tomar café. Quase vinte minutos depois, voltei para o meu quarto, liguei o aparelho de som e me joguei na cama de novo. Savin Me, do Nickelback começou a tocar. Adormeci ao som deles.

Fui acordada com água sendo jogada no meu rosto.

– Que merda! - rugi - Pra que isso, Calli?

Ela me olhava com raiva? Mas porque?

– Que foi? - perguntei

– Esqueceu foi? Temos que arrumar as coisas para o colégio, menina. Vai levanta daí. - me puxava pelo braço

– Me deixa... - resmungava

Ela respirou fundo me largando e foi até meu banheiro, voltando com um pote cheio de água extremamente gelada.

– Vai acordar ou não?

Olhei para ela e revirei os olhos.

– Ok, acordei! - disse me levantando e indo trocar de roupa.

Passamos quase o dia todo daquele domingo tedioso arrumando as coisas para a volta aulas. Escutando Trouble, da Pink.

Quando Calli foi embora era umas nove da noite. Fui jantar e depois voltei para o meu quarto. Passei o resto da hora lendo, quando deu onze e meia da noite fui dormir. Acordar cedo amanhã. Acabou férias, de volta a tortura do colégio.

Meu despertador começou a tocar, com agilidade desliguei-o rápido. Preciso mudar o toque dele rápido, antes que eu pegue raiva da música, que por sinal é boa demais. Me levantei, fiz tudo que tinha que fazer no banheiro, voltando para o quarto e colocando uma calça justa, tipo skinny preta, meu all star branco de couro, uma blusa branca e por cima um casaquinho leve da cor vermelha. Meu cabelo deixei solto mesmo. Desci, tomei meu café rápido e fui a pé até a casa de Calli. Meus pais não tinham dado meu carro ainda, fiz a carteira faz dois anos e nada dele, mas eu espero. Chegando lá, ela me esperava já.

– Bora? - perguntou toda animada

Não entendo como alguém pode se animar tanto para voltar as aulas. Só Calli mesmo.

Chegando na escola, já vimos de cara, as líderes de torcida com seus uniformes minúsculos, os atletas babando por elas. Do outro lado os nerds, do outro os descolados, dos outros os rebeldes. Meu grupo era dos tímidos/esforçados. Não era nerd, mas também não era burra. Minhas notas serviriam para eu passar em um boa universidade.

Entramos e já ouvíamos a rádio da escola. Ela tocava Home Some, do Afrojack. Confesso que pelo menos isso a escola tinha de bom. O diretor não proibiu de tocar músicas quando não tinha aula. Nesse quesito, minha escola até era boa.

Eu e Calli, fomos até a secretária pegar nossos horários novos e ver em que sala estávamos. Para nossa sorte, mesma sala. Pelo menos isso. Calli foi até o banheiro e eu fui até meu armário. Chegando lá, ponho tudo que preciso e fecho, quando me viro, recebo uma armariada, se é que essa palavra existe, bem no meio da cara. Com o impacto, eu caio de bunda no chão. Ai... Gemo

– Foi mal aí. - disse o carinha me ajudando a levantar.

– Foi nada, eu não vi que... Ah não, você não! - disse

Só podia ser pegadinha mesmo. Matt estava bem ali, na minha frente, estudando na mesma escola que eu. E o pior nos encontramos com esbarrões como sempre.

Ele sorriu ao me vê.

– Oras quem eu encontro. A gatinha. Como sempre, só nos esbarrões. - falou com um sorriso no rosto.

– Não vou perder meu tempo com você. - disse saindo de lá e indo até a sala.

Encontrei Calli lá. Ela tinha guardado meu lugar, do lado dela. Sentávamos na frente. não muito, claro. Digamos que sentávamos do meio para frente.

Minutos depois, o professor chegou. Nos cumprimentou e iniciou a aula. Fomos interrompidos com batidas na porta. Era o diretor.

– Licença, vim trazer o aluno novo. Matt Dixon.

– O que? - gritei

Todos na sala me olharam. Eu havia falado alto. Merda! Pensei que tinha pensado só. Sorri meio sem graça e abaixei a cabeça, mas antes disso, vi o jeito que Matt me olhava. Pode ir se sentar. Ele se sentou logo ali atrás se juntando a pessoas iguais a ele. Marrentos, rebeldes. Calli me olhou curiosa pelo meu ataque repentino. Falei que era nada e ela deu de ombros.

O professor logo começou a fazer a chamada.

– Calli Moore? - disse o professor

– Presente! - falou ela rindo

Ele a olhou e sorriu de volta.

– Cassie Bowen?

– Aqui.

E assim por diante. Logo depois que a chamada foi feita, o professor continuou sua aula normalmente.

Bateu o sinal e todos na sala saíram correndo para ir ao refeitório. Calli foi uma. Me deixando ali, sozinha. Grande amiga eu tenho.

– Então quer dizer que a gatinha se chama, Cassie. - disse Matt atrás de mim

O ignorei e segui até a porta. Ele segurou meu braço.

– O que quer? - perguntei

– Apenas conversar, oras.

Olhei para ele que sorria para mim. Logo ali no canto, via os mais novos amiguinhos deles nos olhando curiosos.

– Acho que seus amigos estão te esperando. - disse me soltando de sua mão e indo até o refeitório.

As horas passaram mais rápido depois. Quando dei por mim, já era hora de ir. Calli teve que ir mais cedo, por conta de sei lá o que. Por isso tive que ir até o ponto de ônibus. Esperei ali uma meia hora, até chegar. Entrei, me sentei lá no fundo, peguei meu Ipop, liguei e deixei tocando. Quando levanto meu olhar quem eu vejo? Isso mesmo, Matt. Ele me vê ali e sorri para mim. Vem na minha direção. Olho para o lado e vejo que tem uma cadeira vazia. Ah não! Pego logo minha bolsa antes que ele veja e coloco ali. Ele sorri quando chega perto.

– Se o seu objetivo era fazer com que eu achasse que tem alguém sentado aqui, - apontou para a cadeira ao meu lado - sinto-lhe informar, mas não colou. - sorriu se sentando ao meu lado

Bufei e ele riu.

– Escutando o que? - perguntou

– Não te interessa. - disse tentando não falar com ele mais.

– Então eu descubro mesmo. - falou puxando meu fone do meu ouvido e colocando nele. - Legal! Gosta de Rock é, Cass? - tirei meu fone dele

– Gosto e pelo jeito você não gosta de educação. - revidei, fazendo-o ri.

Quando me dei conta olhando para o lado, vejo que passei do local que ia parar. Puta merda! Me levanto rapidamente. Peço para o motorista parar e ele para. Descendo do ônibus vejo que estou um pouco longe do bairro da minha casa.

– Se perdeu foi, Cass? - perguntou Matt

Olhei furiosa para ele.

– A culpa é sua que me fez perder a cabeça.

Ele ergueu uma sobrancelha, com um sorriso filho da puta nos lábios.

– Faço você perder a cabeça é? - reviro os olhos e ele ri - Normal, as meninas sentem isso perto de mim.

– Idiota!

Peguei meu celular e liguei para o meu pai, caixa postal. Liguei para minha mãe, caixa postal. Liguei para Calli, caixa postal.

– Mas que merda! - grito

– Eu até te levaria em casa, mas não sei onde mora. E minha casa é logo ali, tenho carro. - aponta para um Audi

Olho para ele pasma.

– Que foi?

– Roubou o carro de quem? - pergunto

Ele sorri balançando a cabeça em negativa.

– Para o seu governo, Cassie, meus pais tem dinheiro, posso comprar. - falou seco

Acho que o ofendi. Mas que se foda!

Relutei em pedir a ele, não queria, mas queria. Precisava chegar em casa logo.

– Você pode me levar? - pedi com a voz baixa.

Ele sorriu com deboche.

– Não escutei. Fala mais alto

Olhei para ele e revirei os olhos.

– Escutou sim. Tá fazendo isso para me provocar. - revidei e ele assentiu

Dez minutos depois, estava em frente a minha casa. Saí as pressas do Audi de Matt sem dizer um obrigada ou um tchau. Não gostava dele, pedi carona porque era a última opção.

– De nada, Cass - gritou

Entrei em casa e fechei a porta. Na minha escola, na minha sala. Esse menino vai me fazer perder a cabeça com essa personalidade dele. Ah, que ódio.


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Notas finais do capítulo

Reviewsw?!
Valeu!!